Haga' Zaz Backstory1v

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Voltaremos para casa juntos

—Então... conte-me novamente sobre a garota...


—...
—Entendo... vamos começar de novo.
Era inverno, as trincheiras tremiam com os disparos de artilharia pesada. Não me lembro de
quando fui mandado para lá, nem o que começou a guerra. Me lembro apenas que fui mandado
com meus homens, lembro-me do nome de cada um deles.
—Haga' Zaz, todos no esquadrão estão prontos. Qual é a nossa missão?
—Recebi uma carta do major Anatael. Parece que á um abrigo subterrâneo inimigo a alguns
metros de nossas trincheiras. Nossa missão é confirmar a existência desse suposto abrigo.
—Entendido, irei alertar as tropas...
—Sarah.
—...
—Eu te amo.
Chegando ao local fomos cercados por fogo inimigo. Tentamos recuar aos poucos, mas era tarde
demais. Um pôr um fomos derrubados, até que no fim apenas eu e Sarah aviamos sobrado. Me
lembro de segura-la em meus braços, ela não parava de tremer. Disse-a que ficaria tudo bem,
que voltaríamos para casa...
— Os fatos parecem estar fora de ordem... poderia voltar um pouco mais?
—...
—Olha, eu sei que tudo isso é difícil para você, mas se quisermos fazer isso do jeito certo
teremos que cooperar.
Entrei no exército muito cedo. Nunca conheci meus pais. Não me lembro da minha vida antes
da farda. Após os treinamentos eu passava o resto do dia sozinho, pois as outras crianças me
achavam estranho. Passei boa parte da minha infância perdido em meus pensamentos, até que
eu a conheci. Estava de noite, fui designado a manutenção das armas que tinham acabadas de
chegar do campo de batalha. Fiquei um bom tempo concertando algumas das armas, até que
uma garota surgiu em meio a penumbra. Era como um anjo, seu cabelo era dourado como ouro
e sua pele branca como a prata. Como eu não estava costumado a interagir com as pessoas, era
difícil manter contato visual. Após uma breve introdução ela disse que estava me procurando.
Passamos a noite toda limpando e alinhando as armas, ocasionalmente tendo o silencio
quebrado por um comentário ou outro.
Com o passar do tempo comecei a notar cada vez mais sua presença em meu cotidiano, era
como ela estive-se em todo lugar. Aos poucos fui me aproximando dela.
—Poderia descreve-la?
—De certa maneira engraçada, porém reservada. As poucas vezes que sorria era o suficiente
para fazer meu coração bater mais forte.
Passamos a maior parte de nossas horas vagas conversando, era reconfortante o tempo que eu
passava com ela. Um dia eu criei coragem e revelei os sentimentos que eu tinha por ela, mas
infelizmente ela me respondeu com um olhar de tristeza. Ela disse que seria mandada a outro
batalhão em alguns dias, que não nos encontraríamos novamente. Antes que eu conseguisse
responder ela saiu correndo. Depois de um tempo consegui alcança-la, ela estava chorando atrás
do deposito onde nos conhecemos. Sem ela perceber eu a abracei.
—Tudo ficará bem, iremos nos encontrar novamente. Sairemos desse lugar, juntos. Eu prometo,
Sarah.
Após isso Sarah me deu um colar que sempre estava em seu pescoço, disse que me levaria em
segurança de volta a seus braços...
—Agradeço a colaboração. Saiba que essas conversas são muito importantes para ajudá-lo a
concluir seus objetivos.
—...
—Percebo que em nenhum momento você citou suas Habilidades sobre humanas... algum
motivo em particular?
—...
—Certo... diga-me, o que aconteceu após a missão nas linhas inimigas?
Eventualmente fiz meu caminho até as trincheiras aliadas. Me lembro de acordar em uma
cabana com outros feridos. Ao meu lado avia uma cama com um lenço cobrindo um enfermo.
Naquele dia uma parte de mim ficou nas trincheiras. Posteriormente fui enviado de volta para o
batalhão junto dos corpos de meus soldados. Após chegar, entreguei meu relatório a Anatael
dizendo que no local não avia nenhum esconderijo inimigo.
—Parece que enviei a carta para o local errado, mas pelo que vejo não foram muitas as
casualidades. Está dispensado.
Naquele momento tudo começou a ficar devagar, tempo deixou de ter significado em meio a
minhas memorias com Sarah. Tudo que eu conseguia escutar era as batidas do meu coração. Aos
poucos consegui me acalmar enquanto segurava o colar. Após isso fui afastado do quartel, não
me deixaram enterrar meus soldados, não pude disser adeus a Sarah. Deixado aos portões do
quartel apenas com minha lança eu parti. Jurei em nome da Sarah que um dia eu voltaria e junto
traria a morte ao major Anatael e a todos que ficarem em meu caminho.
—O que você acha que Sarah pensaria disso?
—Ela me apoiaria, sempre confiou em mim, assim como eu sempre confiei nela.

FIM

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