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A história que você irá desfrutar a seguir


é uma criação adaptada das aventuras de uma mesa de RPG.

A mesa é composta por um grupo de jogadores e um narrador.


O narrador é responsável pela trama que envolve os jogadores e cada um deles
interpreta as ações que seus personagens irão tomar diante de tais circunstâncias.

JOGADORES
Alessandro Vilas Boas
Carla Menezes
Henrique Menezes
Vinicius Menezes

NARRADOR / AUTOR
Fernando Beker Ronque

REVISÃO
Bianca Santos

ILUSTRAÇÕES
Fernando Beker Ronque

INSTAGRAM.COM/FERNANDO.SPITFIRE

FACEBOOK.COM/FERNANDO.SPITFIRE

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Shadow Hunters
Introdução

A s pernas trêmulas entregavam-se a exaustão levando ao chão a


pobre alma perdida. A jovem elfa de curtos cabelos dourados
correu a noite inteira em uma fuga desesperada.

Quando o manto negro engoliu a lua, os devoradores que emergi-


ram do denso piche que invadiu as ruas de seu vilarejo banharam-
-se no sangue de cada rosto familiar.

O pulmão desesperado golpeava contra o peito em busca de uma


lufada de ar. O estômago rasgava de fome e os músculos derretiam
no corpo. Encostou contra o primeiro tronco que encontrou na flo-
resta e cedeu ao cansaço.

O alívio momentâneo durou frações de segundos, pois ao fundo


da floresta negra o som gutural de urros revelava a chegada das
criaturas. Desprovida de forças, seus olhos lacrimejavam aceitando
o seu destino.

Foi nesse momento que sua audição aguçada captou os movimen-


tos sutis de uma figura surgindo do meio da floresta e vindo em sua
direção.

O capuz negro ocultava sua identidade, coberto por uma armadura


de couro com ombreiras de metais e um conjunto de espadas na
cintura ele demonstrava destemer qualquer criatura.

- Longa noite? - A voz rouca soou do homem que parou ao lado


da jovem, pendurado no peito uma plaqueta de ouro revelava seu
juramento aos Shadow Hunters, ordem de guerreiros dedicados a
combater todas as criaturas que infligem dor ao mundo.

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Ela queria responder, mas sua voz falhou, o homem seguiu em dire-
ção aos barulhos e em poucos passos as criaturas revelaram sua exis-
tência. No meio das sombras olhos de brasa cintilante queimavam
encarando o invasor.

Liderando as criaturas, uma besta corpulenta com dois chifres fa-


raônicos revelou sua aparência colossal babando entre as presas
cruéis saindo a boca. Amarrado em sua cintura dezenas de plaque-
tas de prata e bronze.

- Você é o inseto que vem nós caçando? - Gargalhava com uma voz
profunda e maligna. - Como está o avanço? Uma caçada difícil? -
Debocha, apesar de ainda improvisar as palavras da língua comum
que aprendera a pouco tempo.

O homem olhou por cima do ombro e observou os grandes olhos


assustados da elfa atrás do tronco da árvore.

- Pelo que eu percebo - Volto a encarar a criatura com a voz rouca


- mais fácil que a sua.

Em determinadas ocasiões, palavras ferem mais que a lâmina da


espada e para aquela prole das sombras que entendeu o significado
de ironia foi uma punhal cravado entre suas costelas.

As garras velozes cortaram o ar silenciosamente como uma brisa de


vento, qualquer guerreiro menos preparado teria a cabeça decepa-
da, mas aquele não era o caso, as garras rasgaram o capuz revelando
o rosto do elfo negro.

Seus olhos semi-cerraram e sem hesitar ele atirou seu corpo contra
a criatura, seus movimentos sutis e delicados o tornavam inaudível,
dançando entre as criaturas enquanto todas tentavam incessante-
mente atingir-lo.

Sua lâmina élfica refletiu a luz lunar quando desembainhada e ar-


tisticamente desenhou uma sinfonia de golpes contra os inimigos,

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cada movimento preciso desmembrava os monstros um a um. In-
tocado seu corpo parecia um vulto entre os monstros até que sua
lâmina parou na grossa casca do monstro que liderava.

Após diversos ferimentos, aquele monstro agora se revestia de uma


crosta de escamas negras e resistentes o tornando quase impenetrável.

O Shadow Hunter saltou recuando e no trajeto dilacerou os últimos


monstros inimigos, permitindo uma luta sozinho contra a besta de
chifres e escamas. Agora seus olhos lilás reconheciam um desafio.

A criatura cuspia ferina palavras amaldiçoadas no idioma das som-


bras. Em fúria avança em um ataque direto e frontal, o ágil elfo ne-
gro salta por cima da criatura deixando que ela explodisse a árvore
que estava atrás dele.

Seus olhos percorreram todo o corpo da criatura, sua lâmina não


faria mais efeito naquela situação. Limpou o sangue negro no couro
da veste do antebraço e repousou a espada em sua bainha. Refletia
rápido suas opções enquanto a criatura se libertava dos destroços
de troncos que estava em seus chifres.

Tateou em sua bolsinha de couro preso a cintura até encontrar uma


pedra retangular esculpida detalhadamente com runas. Ponderou
segurando ela entre as mãos e com pesar suspirou retirando e em-
punhando.

Uma nova investida vinha da criatura em fúria, sua boca abria re-
velando as presas vorazes mas dessa vez o elfo negro não esquivou,
segurou firme a pedra e golpeou dentro da boca aberta do monstro.
Os dentes lacraram o braço do shadow Hunter dentro do monstro
enquanto arrastava o corpo com violência contra outro tronco de
árvore.

A jovem elfa que assistia tudo a distância levantou as mãos a boca


em pavor.

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Com o sangue escorrendo pelos lábios do elfo negro balbuciou pa-
lavras élficas antigas.

- Ratrebil’s

Imediatamente dentro do criatura uma fonte de luz incendeia e em


segundos um barco náutico de madeira começou a ser construído
dentro do corpo do monstro. A pedra retangular invocava dentro
da garganta da criatura um barco de transporte quatro vezes o ta-
manho dele. As madeiras rígidas perfuravam o monstro por dentro
e não mais que dois segundos ele explodiu em pedaços revelando os
destroços de madeira do casco.

Estirado no chão, o elfo negro luta para levantar, com a mão es-
querda retira um frasco de líquido vermelho da bolsa de couro da
cintura e ingere rapidamente, com alívio imediato sente o braço
sacrificado na boca do monstro restabelecer-se.

Ele levanta com cautela e dolorosamente avalia o barco perdido


entre os pedaços do monstro. Ele retira as presas do monstro ain-
da presa no braço direito sem demonstrar dor e guarda dentro da
bolsinha de couro na cintura. Entre os destroços ele retira algumas
placas de escamas negras e com dificuldade enfia na pequena bol-
sinha na cintura, mesmo que impossível aos olhos leigos a bolsinha
não cedeu e engoliu tudo que foi lhe dada.

O Shadow Hunter retornou caminhando para a elfa que o aguarda-


va com os olhos brilhando de esperança.

- O mundo precisa de heróis como você... - Balbuciava em lágrimas,


esquecendo completamente a richa e desprezo de milênios que os
elfos da floresta tinham para os elfos negros, excluídos a morar nos
confins das montanhas.

O Elfo negro parou ao lado da jovem e sem dirigir-lhe os olhos


pronunciou.

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- Esse mundo não precisa de Heróis, precisa de
profissionais.
Vela Guia
Pensou em continuar o caminho mas suas per-
nas não moveram-se. Desejava continuar sua
jornada, havia muito o que ser feito, mas sua
A Vela Guia é uma
consciência o ancorava ali.
vela mágica ativada
Suspirou com desaprovação amaldiçoando sua pelo desejo do
própria mente. Levou a mão para a pequena bol-
sa de couro e retirou um pequeno pack, com pe- usuário.
daços de pão élfico, um cantil de água pela meta-
de e uma vela marcada com runas. Ele entregou Ela guia o caminho
para a jovem e continuou sua caminhada.
mais seguro até a
Ela imediatamente drenou a água do cantil e
ainda com a boca cheia do pão élfico perguntou academia Shadow
para o Shadow Hunter já de costas partindo.
Hunter mais próxima.
- A vela?
Brilhando
- Neste mundo, ou você é a caça ou o caçador,
intensamente chamas
escolha ou irão escolher por você. - A voz rouca
dissipou no ar frio da noite enquanto ele desapa- azuis no caminho
receu na floresta.
que deve ser
Ela observou a vela que segurava em suas mãos
e no meio da floresta sombria e turva uma vela percorrido.
mágica acendeu.

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Ira das Sombras
Prólogo

Q uando a calamidade afogou o mundo em um oceano de es-


curidão nenhuma alma foi poupada. Os anões selaram suas
montanhas em metal e rochas negras. Os elfos uniram arcos com
seus irmãos e cobriram cada fronteira. Os filhos dos dragões mar-
charam em chamas iluminando a noite, mas toda defesa esfarelou
como areia entre os dedos dos generais das sombras.

Conhecida como a Ira das Sombras, uma névoa negra banhada em


piche emergiu do desconhecido, trazendo consigo hordas incon-
táveis de criaturas perversas. A calamidade dilacerou 70% da toda
vida ofegante trazendo o desespero a cada porta.

Já não havia mais esperança quando Vallyrin Johan, o príncipe dos


altos elfos conquistou a primeira vitória nos bosques de Selentar, na
porta da cidade estado de Anulatara.

Inspirando a resistência ele caminhou por todos reinos reunindo os


mais poderosos guerreiros para selar aquela atrocidade. Liderando
a Ordem da Alvorada ele ergueu sua espada de luz e sacrificou a si
mesmo para aprisionar a Ira das Sombras.

Apesar do fim da grande calamidade, suas proles ainda infestavam


o mundo de horrores. Foi sobre os ombros de Thoradin Forjaheim,
sobrevivente da Ordem da Alvorada que nasceu os Shadow Hun-
ters. Ele fundou academias para treinar e abrigar aqueles com po-
tencial e coragem de caçar as criaturas que ainda atormentam o
mundo.

Essa é a história de alguns desses heroicos Shadow Hunters.

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Cerimônia de
Graduação
A cerimônia de graduação é um dos mais importantes e
festivos eventos Shadow Hunters, é um raro momento onde
todos lideres reunem-se.

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Miragem Arcana
Capítulo I

O gigantesco salão da academia de Shadow Hunter do Corvo


testemunhava os olhares curiosos da nova formação de aca-
dêmicos. Banhados com muita cerveja e farto banquete, os jovens
aprendizes que haviam treinado longos anos finalmente poderiam
trocar sua plaqueta de madeira pela primeira de metal.

Apesar da simbologia, a nova plaqueta permitia que os guerreiros


se aventurassem em missões reais sem acompanhamento de seus
tutores e treinadores. Finalmente estariam preparados para iniciar
sua saga como escudos da humanidade.

O barulho intenso e a luz gritante cegavam os sentidos do jovem


Nemeton, druida da academia do Cervo que acabava de chegar por
um dos portais que ligam as academias. Seu costume de viver acon-
chegado pela natureza tornava aquele lugar um hostil inimigo para
suas orelhas élficas.

Diferente de seu povo, ele não agarrava-se ao orgulho e cultu-


ra natural dos elfos. Honestamente ele aparentava não agarrar-se
a nenhuma cultura. Seu manto em trapos e cabelos sujos de terra
enrolados com raízes o tornava o perfeito e mais bem preparado
esmoleiro.

Enquanto os outros elfos procuravam mesas confortáveis ou pró-


ximas de seu povo, ele selecionava-a pela distância e isolamento.
Foi com esse pensamento que avistou a mesa distânte ocupada por
apenas uma elfa.

Leshanna, era uma elfa dracônica feiticeira da academia do Gato e


buscava naquela mesa distância de qualquer ralé que poderia im-

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São ao todo
6 tipos de
portuná-la. Lentamente ela bebericava a
cevada da caneca enquanto meditava o

plaquetas!
quão excelente foi a sua decisão. A mesa
era distante das demais, porém não o su-
ficiente para não ser vista pelos servos
goblins, que constantemente recarrega-
Madeira vam sua cerveja.

Porém, seu sonho de paz e tranquilidade


Ferro foram rompidos com o sentar brusco da-
quele elfo sujo com cara de mogli.
Prata
- Olá! Prazer me porto pelo nome de Ne-
Ouro meton - Com sorriso sereno, transmitia a
paz e inocência cultuada por anos de re-
Amistell clusão. - Importa-se de compartilhar des-
ta mesa comigo?

Miragem O último gole ficou preso na garganta de


Leshanna. Seus olhos rapidamente vascu-

Arcana lharam o salão em busca de outra mesa,


mas aquele achado não iria se repetir duas
vezes. Encostando a testa na caneca gelada
que empunhava, ela refletiu os problemas
Essa magia é capaz que poderiam acontecer caso expulsasse
aquele mulambento dali. Por fim soltou
de criar uma ilusão um pesado suspiro de derrota e acenou
com a cabeça.
absoluta. Dentro
dessa magia todos - Leshanna, academia do gato. - Cumpri-
mentou a maga acenando com a caneca.
elementos e sentidos
- Uau, você veio para a cerimônia tam-
são impactados bém? - Os olhos grandes e verdes de Ne-
meton brilhavam demonstrando uma sin-
permitindo a vitima cera curiosidade.

interagir fisicamente.
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- Oh deus…- Leshamma escondeu a cabeça atrás da caneca em
profundo arrependimento.

Do outro lado do salão, revigorado e animado o jovem Yu contem-


plava o oceano de pessoas. Monge da academia do Dragão estava ente-
diado das cansativas noites de treino incessante e finalmente apreciava
cada momento de sua nova jornada, ou seja, liberdade para cobrir na
porrada toda criatura da sombra que tenha frio.

Com os dois punhos na cintura seus olhos julgavam e refletiam sobre


as mesas disponíveis. Sentar com os anões era uma boa opção, nunca
faltava uma boa risada e socos com aqueles meio palmos. O problema
era a cerveja, os goblins nunca venciam abastecer. Os elfos eram bons
de papo, porém exigiam mais diplomacia e a cada novo gole de cerveja
a fronteira entre uma boa piada e a amizade se tornavam tênues.

A mesa de seus colegas da academia estava a dois passos, mas aquele


era o momento de fazer grandes amizades, e seria naquela cerimônia
que conheceria amigos para a vida toda.

Seus pensamentos sofreram um desvio quando um servo goblin


passou a sua frente carregando uma bandeja de canecas de cerveja.
Com destreza e velocidade ele pegou uma caneca, mas ao levantar
sentiu sua espinha arrepiar, viu como um flash a cena do goblin
no chão com todas as canecas caídas e seu líquido esparramado,
porém isso não aconteceu. Ao piscar os olhos estava segurando em
segurança a caneca e o goblin caminhava sem nem perceber o que
poderia tê-lo feito voltar para a cozinha mais cedo.

Espantando aquele arrepio ele mergulhou-se em um longo gole da


cerveja gelada. Deliciando seu amargor na boca ele voltou a sua se-
leção de mesas, foi naquele momento que avistou um assalto! Bem
ali, dentro da academia, no meio de todos, um mendigo tentava
furtar uma elfa feiticeira em uma mesa ao fundo do salão!

Seu punho enrijeceu enquanto segurava a caneca gelada. Isso não iria
passar batido!

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Como um sopro da ventania ele atravessou o salão até o confronto
e para infelicidade de Leshanna mais um invadia sua mesa perfeita.

O olhar cerrado de Yu examinava o jovem Nemeton que agora cum-


primentava-o acenando constrangido. Com um breve suspiro ele
dissipou seus pensamentos ao reconhecer que não havia qualquer
perigo e ali permaneceu para conhecer os jovens iniciantes.

Leshanna, buscando ignorar os invasores da mesa e observava com


pouca importância sua plaqueta de madeira. As plaquetas de madei-
ra significam que você é um iniciante e precisa de acompanhamento
em tempo integral, evoluindo em sua classe de combate e amadure-
cendo com sua responsabilidade. Foi quando ela notou que a plaque-
ta em sua mão era de ferro. Confusa ela piscou e a plaqueta voltou a
ser de madeira, receosa ela refletiu sobre o que poderia ter acontecido
naquele momento.

O salão gigantesco era projetado de forma oval, bem iluminado com


velas em todos os cantos. No topo do salão um palco principal era a
morada da mesa central, onde os grandes Shadow Hunters, repre-
sentantes das 7 casas com suas plaquetas Amistell sentavam. A frente
deles um grande cálice de pedra emanava uma constante chama de
tons coloridos, dançando entre o roxo, vermelho e dourado.

Com duas palmadas, um dos representantes dissipou o barulho das


conversas atraindo a atenção de todos. A música barda aos poucos
diminuiu sua intensidade cedendo o protagonismo para o jovem elfo
negro Eludrim, representante da academia do lobo. Os longos cabe-
los brancos emolduravam sua face pacífica que aguardava a centrali-
zação da atenção.

- Olhar esse salão…- após uma breve pausa - reconforta-me. - Sua


voz ecoava por todo salão penetrando na mente de cada membro que
o observava com os olhos atentos.

- Fora dessas paredes, neste exato momento, centenas de famílias


mergulham em profundo desespero, com medo do anoitecer, medo

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de respirar muito alto e ser ouvida, medo
de não ter dito o amor que sente pelos
seus familiares o suficiente, medo de ter
Evolução
suas almas ceifadas sem ter vivido o que
desejava. - Sua voz pausa permitindo que
das
seus espectadores absorvam e visualizem
a dor que os reinos passam.
Plaquetas
- Hoje eu regozijo em alegria, porque cada
um de voz carrega a tocha que afugenta
esse medo. Pois esse medo se dissipa ao A cerimônia da
olhar a nossa bandeira, a sua bandeira! A
sua presença, agora, irá tomar o medo de plaqueta de madeira
cada morador de nosso mundo e devolvê-
-lo para as sombras. Sejam bem-vindos e
para a primeira
que sua chama seja o escudo desse mundo! de metal acontece
O breve silêncio foi invadido pela alvorada quando o Shadow
de aplausos que tomaram o salão. Eludrim
não sorriu, manteve a calma pacifica e re- Hunter encontra-se
tornou para a mesa com os demais repre-
sentantes de cada academia. preparado para agir

Orientados por um membro de plaqueta em equipe sem


ouro os novatos pouco a pouco organiza-
vam-se em uma fila de frente para o cálice supervisão.
de chamas. Empolgado com o momento
Yu salta de sua mesa e como um raio de- Demais plaquetas é
saparece correndo para entrar na fila. Em
questão de instantes todos estavam alinha-
mediante a feitos em
dos. missões equivalentes.
- Inapropriado. - Distraído, Yu não perce-
beu que um halfling havia cortado a fila es-
gueirando-se furtivamente a sua frente. Foi
apenas quando o anão rompeu bravejando
uma bronca.

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Academia Towtati é um anão paladino da academia do

do Leão Leão. Apesar do seu jeito rústico e agressivo


por ser de uma família de guerreiros seu co-
ração é encouraçado por bondade. Mesmo
com o punho pesado ele arrastou o halfling
Paladinos malandro para fora da fila sem feri-lo.

Clérigos - Halflings são realmente furtivos - refletiu


Yu observando o anão o retirar da fila. - Esse
aqui é pequeno, até mesmo para os seus pa-
drões. - Respondeu o anão o libertando.

- Obrigado, me chamo Yu, fique a vontade


Academia para ficar no lugar dele. - Yu estendeu a mão.
- Obrigado pela gentileza. - Towtati respon-
do Gato deu com um gesto de cabeça, aceitar aquele
lugar seria injusto com os demais, porém re-
cusá-lo seria desrespeitoso com o jovem que
Magos ofertava o lugar, diante disso ele entrou na fila.

Feit iceiros A interminável fila parecia inexorável diante


do cansaço deles, sempre de passo em passo,
sem chegar a um fim. Até que o último fio
que mantinha a paciência de Yu estourou le-
vando-o bravejar de fúria.

Academia
- MEU DEUS ESSA FILA NÃO TERMI-
NA!!!

do Lobo Foi quando ele reparou que aparentemen-


te eles realmente não estavam tendo pro-
gresso na distância até as chamas. Ele saiu
Guerreiros da fila e foi até a taça com as chamas e per-
cebeu que apesar de a cerimônia acontecer
Pat rulheiros a mesma pessoa atrás ficava se repetindo
sem parar.

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Ele cerrou o punho e atacou o primeiro Academia
membro da fila, mas seu punho atraves-
sou. do Corvo
- O que houve? - Perguntou o Anão Tow-
tati aproximando-se de Yu, seguido pe- Bruxos
los dois elfos que compartilharam mesa,
Leshanna a feiticeira e Nemeton o druida. Ladinos
Eles cercaram o cálice analisando.
Leshanna já suspeitava da ilusão desde o
momento de sua plaqueta e agora estava

Academia
certa disso, mas desconhecia magia com
tamanha força a ponto de criar toda aque-

do Cervo
la estrutura.

Yu cerrou os olhos e entrou dentro do cá-


lice de chamas e instantes ele começou a
gritar violentamente. Todos olharam de- Druidas
sesperados para Yu, mas bastou segundos
e ele estava gargalhando. Bardos
- Se isso é uma ilusão, o que é real aqui? -
Nemeton observava as paredes buscando
uma brecha, talvez para usar sua magia de
conversar com os animais.

- Se eles não forem reais, não temos nada Academia


do Dragão
com o que se preocupar - Dizia Yu apon-
tando para os representantes das acade-
mias.

O grupo reuniu-se ao redor da mesa prin- Bárbaros


cipal e encarou o anão clérigo Travok,
representante da academia do leão. Eles Monges
olharam em sua direção e perguntaram:

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- O que uce ta fazenu?

- “O que uce ta fazenu?” O representante da academia do Leão fa-


lando isso? - Yu cerrou o punho indagando.

Antes do anão responder Yu explodiu a cara dele com um violento


chute de monge que o arremessou contra a parede.

Naquele instante todo o cenário desfez-se em estilhaços de vidros,


fragmentando em pedaços beirando o invisível e desmanchando ao
tocar o chão.

Os quatro estavam presos em um antigo e abandonado salão prin-


cipal dentro da montanha. Suas mentes ficaram embaralhadas e
suas cabeças latejavam. Pouco conseguiam recordar, mas sabiam
agora que tinham caído em uma armadilha.

Aquele era um grupo de Shadow Hunters de ferro enviados em sua


primeira missão. Mas devido a armadilha mágica, não faziam ideia
do que estava acontecendo.

No canto do salão fantasmagórico, agora um ogro de pele roxa e lisa


como gelatina, chorava em dor profunda segurando o nariz ensan-
guentado.

Pelo amor de Bahamut, há quanto tempo estamos presos? - Towtati


apertava a cabeça com a mão.

Eu não faço ideia, mas aposto que sei quem sabe. - Yu esfregava o
punho na boca segurando a ânsia.

Do outro lado do salão, o Ogro roxo olhava com seus gigantes olhos
curiosos por trás das mãos em que segurava o nariz ensanguentado.

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Bons Frutos
Capítulo II

A s pedras negras cobertas por musgos do gigantesco e fantas-


magórico salão, agora afogavam-se no sangue que escorria
do nariz do Ogro atordoado. Soco após soco o gigante cedia.

- É melhor começar a cuspir essas respostas. - Yu em fúria continu-


ava a golpear o gigante que não revelava nada.

- Mestre vai castigar eu! - Gritava toda vez que sentia o punho de
Yu queimar sob sua face.

Após quebrarem o feitiço de ilusão, os quatro Shadow Hunters des-


cobriram que estavam presos a meses em um ciclo infinito de ilusões.

Nemeton ao sentir a fome devorar seu estômago iniciou um encanto


druida. Fechou os olhos e com uma respiração profunda conectou se
com a natureza ao seu redor, sentiu o ar úmido que dançava pelas fis-
suras da caverna, o chão áspero e rochoso sob seus pés. Os dedos co-
meçaram a fazer movimentos sutis regaram a terra com magia pura
fazendo nascer uma pequena plantinha frutífera entre as rochas.

Ele colheu algumas frutinhas e distribuiu entre o time. Aquela fru-


ta encantada é capaz de prover uma alimentação saudável completa
para qualquer um que a consumisse. Qualquer pessoa comum teria
esvaído com o período de fome e desidratação, mas graças ao rígi-
do treinamento de Shadow Hunter conseguiram aguentar até aquele
momento.

- Isso não está funcionando. - Yu recua limpando o suor da testa e


comendo uma das frutinhas de Nemeton.

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- Me permite uma abordagem mais… afável? - Nemeton acenava
para Yu gentilmente sorrindo.

Yu acenou com a cabeça, cruzando os braços e afastando-se.

Nemeton agachou-se em frente do Ogro que se pressionava contra


a parede tentando esconder-se. Apesar do tamanho, a mentalidade
inocente dele o fazia esquecer que tinha 10x mais força que todos
ali. O Elfo da natureza estendeu a mão direita sutilmente, o ogro já
apavorado notando o movimento buscou esconder o rosto entre os
braços flácidos.

Nemeton inspirou, permitiu que o oxigênio inflar seus pulmões


contra a caixa torácica e expirou lentamente, sentiu o fluir entre
suas veias passando pelos frisos da pele entre seus dedos. Uma onda
de calor amigável flui diretamente sobre ele curando lentamente o
Ogro.

- Melhor? - Sorriu Nemeton com os cabelos embaraçados deslizan-


do sobre o rosto.

O Ogro ainda assustado sentia o poder de cura estancar o sangra-


mento do nariz, cedendo ainda receoso.

- Eu sinto muito pelo o que ele fez, aceite essa humilde cura como
sinal de redenção. Agora eu realmente preciso de sua ajuda. Onde
estamos?

O Ogro limpou as lágrimas com os punhos grossos marcados pelo


trabalho. Aquela criatura escrava já experimentou as mais terríveis
atrocidades e violência, mas jamais em todos aqueles anos tinha
saboreado a caridade.

Preso na montanha, antigas ruínas do mestre. Mestre não pode sa-


ber que eu contei pro cê. - Sussurrou ponderadamente olhando ao
redor.

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- E como nós saímos daqui?
Bons
O Ogro apontou para uma das paredes.
Leshanna caminhou em direção a parede, sem
Frutos
tocá-la passou a mão esquerda sutilmente por
toda a área, seguiu alguns breves passos como
se escaneasse a parede com seu tato. Apesar de simples,

- Não há sinais de feitiço de prisão. Clara- a magia Bons


mente ainda estamos sob os efeitos da magia
que nos aprisionou. Não consigo recordar de
Frutos é a base de
nada, nem um vestígio de como chegamos ensinamentos dos
até aqui, todavia, essa parede está imaculada,
não existe nenhuma armadilha ou proteção. Druidas. Em conexão
- Concluiu se afastando para observá-la por
completo. com a natureza, o
- Você pode apontar diretamente para nós por druida é capaz de
onde devemos sair? - O Druida voltou a inda-
gar o Ogro. criar um pequeno

- Mestre vai zangar com eu! - Disse com a voz ramo frutífero,
trepidando.
proporcionando até 10
- Se o encontrarmos antes eu te garanto que
não existirá nada mais o que temer. - Trans-
frutos capazes de
parecendo confiança segurando o ombro do sustentar uma pessoa
Ogro.
por um dia. Este fruto
O Ogro encorajado levantou e seguiu até a pa-
rede ficando de frente para a parede. O Gru- tem fatores curativos
po fez um círculo ao redor dele observando a
parede. dependendo do nível

- Isso vai dar trabalho. - O Anão Towtati afava de habilidade do


sua barba enquanto dava leves batidas com o
martelo contra a parede. Druida.

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- Não se ele quebrar - Yu apontou para o Ogro sentindo orgulho da
conclusão que chegará.

- Mestre vai punir! - Disse revoltado e indignado com Yu.

- O teu mestre já vai te punir por dizer a passagem! - Yu gritava


preparando o punho.

O Ogro confuso entrou em um círculo de medo contínuo.

- Hei calma. - Nemeton colocou a mão sobre o ombro. - Você con-


segue, nos ajude a chegar até ele que iremos cuidar do restante.

O Ogro sentiu confiança nas palavras gentis do druida, ergueu seu


punho e trovejou contra a parede um violento golpe espalhando as
pedras derrotadas por todos os lados.

O buraco na parede agora revelava um corredor escuro, ladrilhado


e silencioso até uma porta vermelha rústica cravejada de pedras e
ornamentos dourados.

Nemeton inspirou profundamente e com os olhos cerrados ele sen-


tiu o ar passar por suas narinas e avançar corredor adentro, sentiu
cada movimento e corrente sutil.

- Usei minha detectação de magia, não tem armadilhas mágicas.

Yu pegou uma pedra do chão e atirou até próximo a porta. Nenhum


movimento. Em seguida pegou um galho e avançou o corredor gol-
peando contra as paredes e chão.

O Grupo seguindo Yu entrou no corredor até a porta.

É muito excesso de confiança - Leshanna ponderava olhando a fa-


cilidade que encontraram até chegar na porta e ausência de arma-
dilhas.

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A porta cedeu com o empurrar sutil do mar-
telo do anão Towtati. Por trás daquela porta
uma gigantesca sala repleta de livros e papiros
espalhados por todos os cantos. As paredes
Ogro Karlen
curvas fazia da sala uma cúpula, um santuá-
rio de livros antigos. Ao centro uma mesa fa-
raônica de madeira estava coberta por mapas
e papéis onde um jovem humano de cabelos
Corpulentos e fortes,
longos prateados estava debruçado concen-
trando riscando sem hesitar. os Ogros Karlen
- Toc-Toc - Pronunciou Towtati chamando costumam ter até 3
atenção do jovem da mesa.
metros e meio de
Apesar da aparência jovem seus olhos trans-
mitiam sabedoria, os longos cabelos pratea- altura e são capazes
dos escorriam pelos ombros e desciam até a
cintura. Um óculos pequeno circular encai- de tombar carroças
xava no nariz fino, a pele branca e as mãos
delicadas denunciavam uma vida longe com apenas um
dos campos.
golpe, mas sua mente
Ele suspirou lentamente concluindo
e coração são inocentes
rapidamente o que estava aconte-
cendo. como de uma criança. Sua
Observou cada rosto presente e resistência a magia e dano
sorriu tranquilamente
físico combinado com a obediência
- Chá? - Perguntou com a
voz serena. leal e fácil manipulação tornam-os
excelentes guarda costas.
Diferente dos demais Ogros, essa
espécie é frutífera.

25
Ki
Capítulo III

O vapor que emanava xícara quente dançava entre os papéis


que soterraram-a.

O jovem de cabelos longos libertou-a dos papéis e saboreou seu chá.

Confusos o grupo aproximou circundando a mesa de madeira. A


sala antiga transpirava uma sensação de antiguidade, cada pratelei-
ra carregava o conhecimento de centenas de gerações. Tomos, per-
gaminhos, livros, pedras com runas gravadas, a sala era um templo
de sabedoria. O chão oval de mármore negro estava coberto por
glifos de uma língua perdida esculpido e banhado em ouro.

O Jovem levantou da mesa, ajeitou os óculos e caminhou sutilmen-


te sem demonstrar qualquer ameaça até uma pilha de livros de cou-
ro com anotações élficas.

Com dificuldade removeu do caminho revelando uma chaleira de


metal. Contorcida em um metal prata brilhante, a chaleira pare-
cia pertencer a uma geração muito antiga. Repousou a chaleira na
mesa e completou ela com a água que carregava em cantil de couro.

Entre os papiros ele retirou uma bolsinha de tecido do tamanho de


uma maçã, abriu-a e ao enfiar a mão dentro revelou o fundo mági-
co, conseguindo retirar dela várias xícaras de porcelana disponibi-
lizando para os visitantes.

Leshanna observava o mago a distância, apesar de não ter recupe-


rado as lembranças era fácil reconhecer um mago. Aquela postura
calma e constante era o que a mais incomodava, era a postura de
alguém em controle.

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- Acomode-se confortavelmente. - Gesticulou com as mãos apon-
tando para as cadeiras a frente a mesa de madeira enquanto termi-
nava de servir o chá.

Towtati apesar de desconfiado queria demonstrar confiança, puxou


a cadeira e com dificuldade proporcionada por sua estatura e sen-
tou na cadeira apoiando-se no martelo.

- Onde estamos e quem é você? - Questionou passando a mão na


longa barba trançada.

- Eu sou o Arquiteto e vocês estão no meu refúgio, sou um estu-


dioso e desconhecia a presença de outros. - Sentou servindo a si
mesmo e apreciando o próprio chá.

Leshanna a cada novo minuto ficava mais irritada com a tranquili-


dade do arquiteto.

- Porque estamos sem memórias?

- Acredito que é um efeito colateral da minha magia. Vocês invadi-


ram a montanha e caíram em uma de minhas armadilhas de prote-
ção.- Explicava enquanto saboreava o chá. - É temporário, em breve
vocês irão recuperar todas as memórias.

A elfa cruzou os braços e começou a caminhar entre o salão, sentia a


brisa mágica preenchendo a biblioteca, todavia não sentia ameaça.

Nemeton, assim como Leshanna, não sentia confiança no jovem


autoproclamado arquiteto. Ele pegou um dos livros sobre a mesa e
caminhou perto de uma das tochas presas a parede.

- Nós queremos ir embora, como saímos daqui? - Estendeu o braço


levando o livro próximo das chamas.

- Hei hei hei, tudo bem. - O Arquiteto pela primeira vez demons-
trou uma ponta de preocupação. - Aqui. - Ele apontou para um

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Ki canto da sala, o ar ficou denso e
começou a formar uma pressão
elétrica, lampejos dançaram ao re-
Ki é uma técnica de dor e uma fissura temporal que se
abriu, aos poucos estabilizando e
treinamento tradicional assumindo a forma de um portal.

dos monges que - Se seguirem por esse portal esta-


rão fora da montanha. - Disse ao
utiliza as forças do grupo.
ambiente que nos Yu, o qual até o momento apenas
permeiam em golpes observou, seguiu caminhando
pelo arquiteto, encarou sério ob-
precisos. Para os servando o portal e arremessou
o primeiro livro que encontrou a
monges o Ki é uma altura de sua mão para dentro do
portal, o livro atravessou sem ne-
manifestação celestial, nhum problema.

permitindo usar tanto - Os contos do Cospe fogo! - Mur-


murou com pesar vendo sua livro
agressivamente quanto passar pelo portal.
defensivamente. “Qual era a nossa missão?” Marte-
lava repetidamente em sua cabeça,
Com anos de não estavam ali acidentalmente,
treinamentos, mestres um portal não é algo simples a
ser feito. O monge olhou para os
da manipulação do olhos do companheiro anão, como
se conversassem telepaticamente,
Ki, são capazes de ambos acenaram a cabeça.

rebater flechas Ele inspirou sentindo o ar entrar


em seu pulmão e explodiu com
ou mover-se pelas um movimento rápido se atirando
para cima do arquiteto.
paredes.
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A xícara espatifou contra o chão, o arquiteto mal teve tempo de se
mover quando percebeu que estava preso pelo anão e o monge no
chão.

- Nem mais um passo. - Logo a sua frente Leshanna com a mão em


chamas preparava uma magia de incinerar.

Arrastando para o portal o grupo pulou com o Arquiteto através dele.

A brisa da liberdade refrescou a memória do grupo, estavam livres


das montanhas de Rocha Quente, cercando Selentar.

A clareira atrás da montanha era cercada por árvores e dava acesso


direto ao caminho do rei, estrada que conectava as principais cidades.

O grupo de quatro Shadow Hunters ferro acompanhavam outros


Shadow Hunters em uma missão de aprisionar um mago de portais,
conhecido como o Arquiteto. Ao longo do labirinto da montanha o
grupo separou-se dos demais companheiros e caiu em uma arma-
dilha mística.

- Agora você vem conosco. - O Druida amarrou apertando a corda


ao redor do arquiteto.

- Vocês estão comentando um grande erro. - O Arquiteto relutava


porém suas palavras acabavam vazias, como silenciando-se.

- Irei revisar o perímetro - Yu saltava para o meio das copas das


florestas, subindo entre os galhos ele buscou melhor visão para ob-
servar o campo.

O grupo cercando o Arquiteto que ainda insistia em sua liberdade


observava o caminho enquanto resistia as náuseas do efeito da ma-
gia dissipando-se.

Towtati foi o primeiro a observar a silhueta de quatro meio elfos


aproximando-se.

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- Temos curiosos. - Rosnou empunhando o martelo.

- Que alegria que vocês estão bem! - Sorria um deles, os quatro ti-
nham plaquetas de prata e equipados como Shadow Hunters.

Distante Yu observava, conseguia escutar distante, o grupo recém


chegado explicava que estava procurando os companheiros Ferro
sem sucesso.

- Nós assumimos o arquiteto daqui em diante. - A meia elfa arquei-


ra tomava a frente com um sorriso.

- Eu acho que não. - Leshanna colocava-se ao lado de Towtati fa-


zendo um bloqueio em frente ao arquiteto.

- Isso é um desacato, somos Shadow Hunters pratas, exigimos que


nos entregue o prisioneiro. - Ríspido o companheiro meio elfo co-
locou a mão sobre o pomo da espada que carregava.

Yu distante observava a situação, ele avaliou as roupas limpas dos


membros, limpas demais para um grupo que estava dentro da mon-
tanha procurando companheiros.

Cerrando os punhos ele concentrou suas energias e em um salto


direto atirou-se da copa da árvore na direção deles, no primeiro
contato com o chão ele aterrissou com a perna esquerda reunindo
energia para impulsionar mais uma vez e mergulhou com uma vo-
adora direto ao peito da elfa.

O movimento aconteceu em segundos, ainda no ar o guerreiro via


sua companheira receber um violento golpe no chão e ser arremes-
sada a distância enquanto cuspia sangue.

- Tirem ele da gente! - Yu levantava-se encarando com fúria o meio


elfo guerreiro.

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A história continua...

A medida que a aventura avança na mesa de RPG


novos capítulos serão acrescentados registrando
aqui a saga desses Shadow Hunters.

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