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Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica

Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único – Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também
multa.
Bem jurídico: Incolumidade pública, particularmente a saúde pública.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, principalmente o profissional excede os limites.
Sujeito Passivo: Coletividade e as pessoas atendidas pelos profissionais não
habilitados ou que excederam os limites de atuação permitidos.
Elemento objetivo do tipo: Tipificadas nesse artigo, exercer a profissão mesmo a
titulo gratuito, médico, dentista e farmacêutico sem os requisitos legais, ou seja, o
registro nas entidades reguladoras de classe.
Consumação: Consuma-se pelo exercício habitual da profissão sem ser habilitado
ou praticar ato que excede os limites da profissão.
Ação Penal: É púbica e incondicionada.

Charlatanismo

Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:


Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Bem jurídico: Incolumidade pública, principalmente a saúde pública.
Sujeito Ativo: Crime comum pode ser qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: É coletividade, principalmente pela proteção da saúde publica.
Elemento objetivo do tipo: Consiste o crime em inculcar ou apregoar a cura por meio
secreto e infalível cura doentes boa-fé iludidos pelo autor do delito. O charlatão visa
normalmente à vantagem financeira, mas pode tipificar o delito de forma gratuita.
Elemento Subjetivo do Tipo: É dolo é livre consciente vontade de inculcar ou
anunciar cura infalível cura infalível e secreta e chamada “estelionato da medicina”.
Consumação: Consuma-se o crime com anuncio da cura na conduta de inculcar a
vítima dos métodos secretos e infalíveis.

Ação Penal: É púbica e incondicional

Curandeirismo

Art. 284 - Trata-se de uma modalidade do crime de exercício ilegal da medicina,


consagrada, como figura autônoma. Em seu exercício, a arte de curar despe-se
inteiramente dos seus atributos científicos, serve-se da credulidade ingênua, da
ignorância e, sobretudo da superstição. Tem como bem jurídico tutelado a
incolumidade pública, principalmente a saúde pública. Onde que seu sujeito ativo,
por ser tratar de crime comum, pode ser qualquer pessoa, e como sujeito passivo,
podemos ter a coletividade e principalmente a pessoa “tratada” pelo autor do delito.
Acerca do elemento objetivo do tipo, tal crime tem como conduta típica exercer o
curandeirismo, ou seja, praticar, desempenhar ou exercitar atos que a lei especifica
no art. 284, que prevê um crime de conteúdo variado, ou de conduta mista
alternativa. Refere-se à lei às condutas de prescrever, ou seja, de receitar, indicar,
recomendar, de ministrar, que é dar para consumir, fornecer ou inocular, e a de
aplicar, que é apor, administrar, empregar, qualquer substância, de qualquer
natureza, ainda que inócua. Como elemento subjetivo do tipo temos o dolo de
praticar de forma reiterada as condutas descritas nos incisos do artigo em questão.
Quanto à consumação de tal crime, esta se dá pela prática do mencionado nos
incisos I a III desse artigo. A ação penal para o crime de curandeirismo é pública e
incondicionada, e sobre a tentativa, essa não se admite no referido crime, pois a
prática de curandeirismo tem que ser reiterada.

Forma qualificada

Art. 285 - Este fala da forma qualificada, o qual reporta-se o definido no art. 267,
onde o elemento qualificador quando a condutas indiscriminadas. O crime doloso
resulta de lesão corporal de natureza grave e a pena é aumentada na metade,
ocorrendo morte é aplicada me dobro. Já em ocorrendo a figura culposa, se a lesão
corporal à pena é aumentada na metade se resultado é morte aplicação é o
homicídio culposo aumentada de um terço. A maior ou menor nocividade da coisa
deve ser levada em consideração pelo juiz na dosagem da pena, de acordo com os

termos do art. 59 do CP. Se culposo tal crime, a pena será de detenção de dois
meses a um ano.

Art. 286 a Art. 288 - CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

Compreende-se que o Direito Penal busca em critério objetivo a identificação dos


crimes e sua colocação espacial no código penal. Existem condutas que por si só,
induzem medo a sociedade, por isso merecem repulsa do órgão repressor. Em tese
todos os crimes seriam contra a paz publica, porém estes artigos tratam do risco à
segurança da paz pública.

Incitação Ao Crime

Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:


Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem incita, publicamente, animosidade
entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições
civis ou a sociedade. Incitar publicamente a prática do crime: persuadir, provocar,
ela deve ser feita publicamente, logo aquela reservada não é criminosa. A lei tem
por objetivo proteger a paz publica, o sentimento de segurança.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, portanto trata-se de crime comum, além disso
unissubjetivo, pois só pode ser cometido por uma pessoa. Não impede, porém, o
concurso de pessoas dos Arts. 29 e 30.
Sujeito Passivo: A sociedade como um todo, afinal a incitação poderá levar a
situação de perigo a segurança da coletividade.
Bem juridicamente protegido: A paz pública, não há objeto material (ou seja, a quem
recai a ação).
Elemento Subjetivo: Dolo, Insuflar as pessoas, vontade de fazer com que as
pessoas tenham o ânimo para cometer o crime. Somente aceito o tipo de dolo, pois
não há previsão para modalidade culposa.
Consumação e tentativa: Quando efetivamente a incitação é exteriorizada e chega
ao conhecimento do público. Cabe a indagação, existe possibilidade de tentativa?
Depende, na modalidade falada, não, pois a conduta é unissubsistente, o ato

executório não é fracionado. E se por meio de colocação de cartaz? Sim, no


momento em que ele vai colocar é impedido, então cabe tentativa, pois, encontrava-
se na etapa da execução.

Apologia A Crime Ou A Criminoso

Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:


Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
A diferença está no tipo objetivo: pois incitar é motivar as pessoas a fazer algo,
projeta-se para o futuro, enquanto a apologia é referente a conduta que já ocorreu.
De tal sorte que, faz apologia quem propaga de fato ou por conduta que já ocorreu.
Dessa forma, criando perspectiva positiva do crime ou do criminoso.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, portanto trata-se de crime comum.
Sujeito Passivo: A sociedade como um todo.
Bem juridicamente protegido: A paz pública, não há objeto material (ou seja, a quem
recai a ação).
Elemento Subjetivo: Apenas o dolo, não há previsão para modalidade culposa.
Consumação e tentativa: Consuma-se quando colocado a paz pública em risco,
criando uma sensação de instabilidade social, medo, insegurança no corpo social.
Tentativa é aceita dependendo do meio utilizado para se fazer a apologia de crime
ou criminoso.

Associação criminosa

Art. 288 - Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer
crimes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se
houver a participação de criança ou adolescente.

Mudança legislativa: Com a entrada em vigor da Lei 12.850/2013, o antigo crime de


quadrilha ou bando passou a chamar-se associação criminosa. Além disso, houve a
diminuição do número mínimo, de quatro para três pessoas. Bem jurídico: Paz
pública, que é a tranquilidade social. Sujeito ativo é qualquer pessoa (crime
comum). Trata-se de crime plurissubjetivo, ou de concurso necessário, que exige a
presença de três pessoas, no mínimo. Sujeito passivo é a coletividade.Tipo objetivo,
Associar-se: unir-se, reunir-se, agregar-se, organizar-se com um fim em comum. É
necessária a associação estável e permanente, para o fim de praticar crimes
indeterminados.

Em resumo são estes os elementos constitutivos:


a) concurso necessário de três pessoas ou mais;
b) fim de praticar crimes indeterminados e
c) estabilidade e permanência.

É crime de perigo comum e abstrato, de concurso necessário de pessoas, comissivo


e permanente.Tipo subjetivo, Dolo e o elemento subjetivo do tipo, que é o especial
fim de associar-se para a prática indeterminada de crimes.
• Iter criminis
Consuma-se com a associação, sendo desnecessário o cometimento dos crimes.
Impossível a tentativa.
Forma majorada
Se a associação for armada ou se houver participação de criança ou adolescente, a
pena será aumentada até metade. Ressalte-se que a lei diz até metade, sem
estipular o mínimo de aumento.
• Bis in idem
Se o agente for condenado por associação criminosa, nada impede que seja
também condenado pelos demais crimes que, eventualmente, tenha praticado.
Nesse caso, porém, para evitar a dupla valoração não se aplicam eventuais
majorantes (p. ex. art. 157, § 2o, II) ou qualificadoras (p. ex.: art. 155, § 4o, IV)
decorrentes do concurso de pessoas.

Constituição de milícia privada

Art.288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar,


milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos
crimes previstos neste Código:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.

O bem jurídico tutelado é a paz pública. A consumação do crime depende


especificamente do verbo praticado pelo agente: constituir, organizar, integrar,
manter etc. Há diferença entre associação criminosa e constituição de milícia
privada. Greco explica que, via de regra, para que haja a possibilidade da incidência
do art. 288-A, o crime praticado deve, obrigatoriamente, estar previsto no Código
Penal (como diz a redação do próprio artigo), não sendo assim com a associação
criminosa. Para a configuração do art. 288 basta a existência de um crime, podendo
ser do Código Penal ou de lei especial.

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