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FACULDADE MAIS DE ITUIUTABA

PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO,
INFANTICÍDIO E LESÕES CORPORAIS

Discente: Artur Ferreira da Paz, 5º período


Disciplina: Direito dos crimes em Geral
Docente: Rafael de Freitas Faria
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Participação em suicídio:

"Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou


prestar-lhe auxílio material para que o faça: (Redação dada pela Lei nº 13.968, de
2019)

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº
13.968, de 2019).”

De início, deve-se analisar a questão do induzimento ou da instigação à esta


prática. Basicamente, aquele que contribui moralmente, ou seja, que contribui
com a formação da vontade suicida ou auto mutilatória, responderá criminalmente
por este ato, assim como também se a ação estiver ligada à prestar auxílio
material para a prática do suicídio ou automutilação, sendo assim, o fornecimento
de armas ou de que modo praticar tal ato, também se categoriza na
concretização.

Vale ressaltar que este tipo penal é classificado como tipo misto alternativo, ou
seja, um crime que possui vários verbos e a realização de um dos verbos já
configura o crime, da mesma forma que a realização de mais de um dos verbos,
irá configurar como crime único. A participação em suicídio pode ser praticada por
qualquer pessoa, mais precisamente é um crime comum, onde sua conduta é
classificada como crime comissivo, por ação, induzir, instigar e auxiliar.

"§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de


natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste
Código: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº 13.968, de


2019)”
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Neste caso, com a prática da participação em suicídio ou automutilação


dispostos nos artigo 122, o resultado de lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima, a pena será de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos. Já no caso do §
2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: (Incluído
pela Lei nº 13.968, de 2019)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.968, de


2019).

A respeito dos aumentos de penas, temos o §3º, onde a pena é duplicada se


o crime for cometido por motivo egoístico, torpe ou fútil, como por exemplo para
obter algum tipo de ganho pessoal, sendo material ou não. Também se
enquadra neste parágrafo se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer
causa, a capacidade de resistência. Se é menor de 18 anos ou possui um
quadro de doenças e transtornos psiquiátricos. No caso das vítimas de surtos
psicóticos ou menores de 14 anos, na qual não possuem discernimento, o
crime se classifica como homicídio, no caso de morte, ou de lesão corporal, no
caso da automutilação. A pena será aumentada até o dobro se a conduta é
realizada por meio de redes sociais ou transmitida em tempo real. Aumenta-se
em metade se o agente for líder ou coordenador de grupo ou rede virtual de
prática de induzimento ao suicídio ou automutilação.

Infanticídio:

"Artigo 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho,


durante o parto ou logo após:

Pena – detenção, de 2 a 6 anos.”


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Diferente do homicídio, o infanticídio tem elementos especializadores, isto é,


quanto ao sujeito ativo, ao sujeito passivo, ao momento e ao estado. De início,
de acordo com o artigo 123, temos que, o verbo núcleo do tipo, que é matar, ou
seja, uma conduta ativa que dá fim à vida, se dá por influência do estado
puerperal, que é o período pós-parto, durando geralmente até seis semanas
que durante esse tempo, ocorrem mudanças fisiológicas e emocionais devido
às oscilações hormonais. A partir disso, temos a terceira especializadora, que é
o próprio filho, durante o parto ou logo após, dolosamente.

Se por acaso a mãe matar o filho sob a influência do estado puerperal, o


próprio filho, durante o parto ou logo após, de maneira culposa, ela não
responderá por infanticídio. Neste caso, parte da doutrina entende que a
mesma responderia por homicídio culposo, pois se não existe o dolo, que é um
dos elementos necessários para a consumação do infanticídio, o crime cairá na
parte comum. Outra parte da doutrina diz que a mãe não responderá por nada,
pois o legislador não preveu expressamente o infanticídio de maneira culposa.

À respeito de sua classificação, podemos destacar que o infanticídio é um


crime próprio, ou seja, quanto ao seujeito ativo, pode ser praticado somente
pela mãe em seu estado puerperal e próprio também quanto ao sujeito passivo,
isto é, contra o próprio filho recém nascido. Se por acaso, a mulher matar o filho
alheio pensando ser o próprio filho, esta será penalizada de acordo com o erro
sobre a pessoa, respondendo como se tivesse atingido a vítima virtual, ou seja,
como se tivesse atingido o próprio filho, respondendo assim, por infanticídio
também. É um crime comissivo, que é praticado por ação do verbo núcleo do
tipo e das especializadoras. Quanto ao resultado, é um crime material que se
consuma com a morte e naquele momento.
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