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Desmistificando crimes

Induzimento ao suicídio

O suicídio é um fenômeno humano complexo e universal, caracterizado pelo ato consciente e


intencional de tirar a própria vida, utilizando meios percebidos como letais onde a apologia ao
suicídio, é uma questão legal delicada e controversa. Este estudo explora as diferentes
abordagens legais em relação à apologia ao suicídio e destaca suas implicações sociais e
éticas onde no contexto brasileiro, o suicídio em si não é considerado crime, mas o
induzimento, instigação ou auxílio a alguém para cometer suicídio é punível conforme o artigo
122 do Código Penal. A pena varia conforme as circunstâncias, com agravantes em casos de
motivação egoísta ou quando a vítima é menor de idade ou possui capacidade de resistência
diminuída.
Este estudo ressalta a importância de encontrar um equilíbrio entre a proteção da vida e a
liberdade individual, também enfatiza a necessidade de conscientização e apoio para aqueles
que enfrentam desafios emocionais e de saúde mental, além de promover o debate sobre a
apologia ao suicídio, uma prática que pode ter implicações sérias na saúde pública.

Palavras-chave: Apologia, Sucídio,Direito


INTRODUÇÃO
O suicídio é um fenômeno humano que transcende barreiras culturais e
históricas caracterizado pelo ato deliberado e consciente de uma pessoa
buscar a própria morte, muitas vezes utilizando meios percebidos como letais.
No âmbito do direito penal o tratamento do suicídio e das práticas relacionadas
a ele como a apologia ao suicídio é uma questão de grande complexidade e
sensibilidade. A diferenciação entre instigar e induzir se baseia na natureza da
influência exercida sobre a vítima onde o induzimento pressupõe a iniciativa na
formação da vontade do indivíduo, enquanto a instigação pode ser acessória
estimulando um propósito já existente, ambas envolvem persuadir, estimular ou
aconselhar alguém, representando formas de participação moral na
provocação do suicídio.

REFERENCIAL TEÓRICO
O artigo 122 estabelece que induzir ou instigar alguém a suicidar-se, ou
prestar-lhe auxílio para fazê-lo, é passível de pena de reclusão, variando de
seis meses a dois anos. O parágrafo 1 diz: Se dá tentativa de suicídio resultar
lesão corporal de natureza grave, a pena é de reclusão de um a três anos.
Parágrafo 2 diz: Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta
morte a Pena reclusão é de dois a seis anos. Parágrafo 3 diz: A pena é
duplicada em casos de motivos egoísticos ou quando a vítima é menor de
idade ou possui a capacidade de resistência diminuída. Parágrafo 4 diz: A pena
é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de
computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. Parágrafo 5 diz:
Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo
ou de rede virtual. Parágrafo 6 diz: Se o crime de que trata o Artigo1º deste
artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra
menor de quatorze anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência
mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo
crime descrito no Parágrafo 2º do art. 129 do Código Penal. Parágrafo 7 diz: Se
o crime de que trata o Parágrafo 2º deste artigo é cometido contra menor de
quatorze anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência,
responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 do Código
penal.
Artigo 129 : Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena de
detenção, de três meses a um ano.
Parágrafo 2: Se resulta: em Incapacidade permanente para o trabalho;
enfermidade incurável; perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
deformidade permanente;aborto: Pena de reclusão, de dois a oito anos.
Artigo 121 : Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A abordagem da apologia ao suicídio no âmbito legal é um tema de


extrema relevância, suscitando debates sobre as nuances éticas e jurídicas
que cercam o suicídio e suas práticas correlatas, o presente estudo pretende
analisar profundamente a conduta punível relacionada à instigação,
induzimento e auxílio ao suicídio, segundo o artigo 122 do Código Penal. A
legislação vigente estabelece que a instigação, induzimento ou auxílio ao
suicídio podem resultar em penas que variam de um a seis anos de
reclusão,podendo responder pelo crime de homicidio dependendo das
circunstâncias em que o ato se concretiza.

Tais modalidades de conduta, apesar de distintas, constituem um tipo


misto alternativo o que significa que um único agente que pratique mais de uma
dessas ações não incorre em pluralidade de crimes, mas pode indicar maior
intensidade do dolo refletindo a complexidade da questão. A diferenciação
entre instigar e induzir se baseia na natureza da influência exercida sobre a
vítima. O induzimento pressupõe a iniciativa na formação da vontade do
indivíduo, enquanto a instigação pode ser acessória, estimulando um propósito
já existente. Ambas envolvem persuadir, estimular ou aconselhar alguém,
representando formas de participação moral na provocação do suicídio.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto Lei nº 2.848, de 07 de Dezembro de 1940. Código Penal


Brasileiro. Artigo 121. Disponível em:
[https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625629/artigo-121-do-decreto-lei-n-284
8-de-07-de-dezembro-de-1940l].
BRASIL. Decreto Lei nº 2.848, de 07 de Dezembro de 1940. Código Penal
Brasileiro. Artigo 122. Disponível em:
[https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625219/artigo-122-do-decreto-lei-n-284
8-de-07-de-dezembro-de-1940]

BRASIL. Decreto Lei nº 2.848, de 07 de Dezembro de 1940. Código Penal


Brasileiro. Artigo 129. Disponível em:
[https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624670/artigo-129-do-decreto-lei-n-284
8-de-07-de-dezembro-de-1940].

FRAGOSO, Heleno Cláudio. PROVOCAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO.


Revista de Direito Penal, n.° 11/12, p. 35-47.

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