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CHARLATANISMO (ART.

283 DO CÓDIGO PENAL)

“Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.”

Este crime se encontra no art.283 do código penal brasileiro, onde começa seu
texto com a palavra inculcar utilizado no sentido de indicar, apregoar, recomendar meio
secreto ou infalível para cura de determinada doença e, anunciar é fazer propaganda da
cura, esta que pode não ter tratamento próprio, e se tiver o agente propõe por meio
alternativo. O meio poder ser por remédio secreto ou qualquer outro método infalível
mesmo não sendo consistente em drogas. O crime pode ser cometido por profissionais
ligados a área da saúde, ou pessoas que são estranhas, como por exemplo, os camelos.

Segundo Greco “a atuação do crime meio para chegar ao crime-fim absorção


pelo delito mais grave. Exercício ilegal da medicina. Ademais, ausência de plena
comprovação de todos os seus elementos integradores” .

Assim, o curandeirismo como este crime se encontram inseridos nos crimes


contra saúde publica, crimes da probabilidade do dano. Tendo como sujeito ativo
qualquer pessoa, e sujeito passivo a coletividade.

Neste crime o bem juridicamente tutelado e a incolumidade pública, e seu objeto


material é o anuncio por meio secreto ou infalível.

Tal delito se consuma com a inculpação ou anuncio da cura por meio secreto ou
infalível, agente cria, efetiva e concretamente, uma situação de risco a saúde publica.
Admitindo-se na modalidade tentada e dolosa, mas não permite a forma culposa.

A pena para quem comete este tipo de infração e de detenção, de três meses a
um ano, e multa, aplicam-se ainda as majorantes do art.258 do código penal, nos termos
do art.285 do mesmo diploma. Sendo possível a proposta de sursis.

É importante lembrar que a ação penal é de iniciativa publica incondicionada.


CURANDEIRISMO (ART.284 DO CÓDIGO PENAL)

Art. 284 - Exercer o curandeirismo:

I - prescrevendo, ministrando ou aplicando,


habitualmente, qualquer substância;

II - usando gestos, palavras ou qualquer outro


meio;

III - fazendo diagnósticos:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado


mediante remuneração, o agente fica também sujeito à
multa.

O referido dispositivo traz o verbo exercer colocado no sentido de praticar com


freqüência, habitualidade, pois pratica eventual configura-se em mero indiferente penal.
Deste modo o agente que pratica curandeirismo prescreve (sentido de indicar, receitar),
ministra (se assemelha a dar,a fornecer) ou aplica (idéia de utilizar, empregar),
habitualmente, qualquer substância, usa gestos, palavras ou qualquer outro meio e faz
diagnósticos, tudo isto com capacidade curativa segundo sua crença, desta forma
levando a vitima a acreditar que suas doenças serão resolvidas.

Nas disposições de Greco “a pratica grosseira de cura por quem não possui
nenhum conhecimento de medicina. Não se confunde com religião porque quem, sob
color de ato litúrgico se propõe a tratar misticamente da saúde alheia usando gestos,
palavras ou outros meios” não podendo se confundir isso com fé religiosa.

Tal crime tem como sujeito ativo qualquer pessoa, e sujeito passivo a
coletividade. Seu bem juridicamente tutelado e a incolumidade pública, com objeto
material toda substancia prescrita, gestos, palavras ou qualquer meio empregado, como
também o diagnostico.
Além disso, não admite a modalidade culposa, porém pode haver tentativa,
apesar de que seu principal elemento subjetivo é o dolo, com sua consumação ocorre de
forma habitual pelos comportamentos citados no artigo. Tendo como ação penal a
publica incondicionada e a pena de detenção, de seis meses a dois anos..

Podemos então perceber quem comete curandeirismo pretende enganar a vitima


com certos comportamentos que lhe levarão a suposta cura, enquanto que o
charlatanismo apenas indica, propõe cura, não exerce como o curandeirismo.

Assim diferentemente do charlatão, o curandeirismo crê que suas formulas


sobrenaturais, mágicas, alcançará a cura de que foi a sua procura.
UNESC FACULADADES

DIREITO DIURNO- 6° PERIODO

TRABALHO REFERENTE AOS ARTS. 283 E 284 DO CÓDIGO


PENAL

Aluna: Rawlla Kycia Andrade


Souza

Professora: Gleick Meira

CAMPINA GRANDE, PB.

SETEMBRO/2010.
BIBLIOGRAFIA

CAPEZ, Fernando. Direito Penal – Parte Especial. Vol.3.

GRECO, Rogério. Código Penal Anotado.

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