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17 Lampiao Da Esquina Edicao 13 Junho 1979
17 Lampiao Da Esquina Edicao 13 Junho 1979
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da
I
parada da dáversidade
Prof. Dr. Luiz Mott GRU PODIGN IDADE
ESQUINA---1
1 EM ^` e i= E se Gilberto Freyre
.
Conselho Editorial - Adão
Acosta, Aguinaldo Silva, Antônic
Chrysóstomo, Clóvis Marques,
Dar--y Penteado, Francisco Bi ten-
court, Gasparino Damata, Jean-
também fosse negro?
Sob a cínica pergunta Racismo no Brasil?", pantados negros, após a passagem de uma nuvem negros e dois mulatos, na peculiar diferenciação
Claude Bernardet, João Silvéric a Folha de São Paulo de Oi-05-79 publica artigo de poluição. Pelo jeito, (e segundo G. Freire), o cromática brasileira), marcam encontro numa
Trevisart e Peter Fry. assinado pelo Sr. Gilberto Freire, responsável fato de que não haja racismo no Brasil não im- nova hoite supostamente ga y em São Paulo; e
Coordenador de edição: direto pela mítica e furada teoria da harmonia pede que exista um espaço para ridicularizar a atenção ao nome: 266 WEST, na rua Marquês de
racial brasileira. Ao relativizar nossa situação figura do negro, como exemplo, atual de cld&dio Itu. Aproximadamente à meia noite, dois deles
Aquinaldo Silva. com a dos outros países, afirma o sociólogo per- poluido. são impedidos de entrar, sob a alegação da casa
nambucano: " não sei de país - e tenho estado Entendo pouco de sociologia e tabelas estatís- estar lotada. Uni deles desconfia, atravessa a rua
Colaboradores - Agudo Gui- em meio mundo - onde haja, com todas as ticas. Mas não é necessária muita sapiência e constata o ingresso continuo de elementos bran-
marães, Fredirico Jorge Dantas, deficiências, causadas principalmente por fatores sociologês para perceber que preto no Brasil não é cos. No dia seguinte, conversam com os outros
não raciais, tanta harmonia racial". Feito isco, vitima de preconceito racial na medida em que ele dois amigos pretos com quem haviam marcado
Alceste Pinheiro, Paulo Sérgio menospreza e minimiza qualquer atitude oficial e se coloque no seu devido lugar. Neste sentido,
encontro e que são vitimas da mesma discrimi-
Pestana, Zsu Zsu Vieira, José Fer- organizada em defesa do negro, considerando-a para a olímpica e cândida visão de um compo. nação, só que às três horas da manhã. Inconfor-
nando Rastos, Henrique Neiva, mera imitação do modelo americano: "Tenho nente da aristocracia rural pernambucana, mados, pedem pelo menos que lhes seja permitido
Leila Miccolis, Nélson Abrantes, notícia de um movimento que se intitula anti- poucos momentos podem ter-lhe servido como ex- "dar uma olhada". Também foram impedidos.
Sérgio Santeiro, João Carlos racista em São Paulo, Creio que nele há consi- periência vivida de preconceito racial, Isto é um
derável imitação - voluntária ou organizada - possível resultado de ter escrito a respeito de Desejo aqui tornar público o meu repúdio a
Rodrigues, João Carneiro (Rio); das reis indicações do chamado "negro ameri- racismo no Brasil dentro da "Casa" e não den- quem discrimina, sabetidu que a vítima no caso é
José Pires Barroso Filho, Carlos cano". Ironicamente, na página lateral do jornal, tro da "Senzala". Sustentaria as mesmas teorias duplamente discriminada pela sua condição de
Alberto Miranda (Niterói); Mariza, o nosso conceituado sociólogo caso ele fosse p reto-homossexual Faço um apelo para que
Edward MacRae (Campinas); é publicada uma "charge" do cartunista Gê negro? minha atitude de denúncia se concretize sob for-
("Poluição do ar bate recorde na área central"), ma de boicote por parte de todos os lampiônicos
Glauco Mattoso, Celso Curi, Edêl- No sábado 5 de maio (quando o artigo da conscientes, freqüentadores da gay-life paulista.
cio Mostaço, Paulo Augusto, em que dois brancos se metamorfoseiam em es- Folha estava sendo rodado), quatro amigos (dois (Jorge Schwsrtz)
Eduardo Dantas, Cynthia Sarti
(São Paulo) ; Amy(ton Almeida
(Vitória); Zé Albuquerque (Recife);
Gilmar de Carvalho (Fortaleza); Á palavra dos_____________________
Alexandre Ribondi (Brasília); San-
dra Maria C. de Albuquerque
(Campina Grande); Poljbio Alves ofendidos
(João Pessoa); Frank(in Jorge
(Natal); Paulo Hecker Filho (Porto Já tínhamos programado a publicação de ar- para conhecer a casa, ver o ambiente e, se fosse essa a maneira que uma casa recém-inaugurada
Alegre); Max Stotz e Wilson tigo de Jorge Schwartz, quando nos chegou às conveniente, passar a ser clientes, No entanto, recebe seus posdveis clientes, mesmo estando
Bueno (Curitiba). mãos unia carta, denunciando o mesmo fato - quando as duas primeiras pessoas chegaram ao lotada, tratando-os de uni modo brusco e proi-
racismo na 266 Wesi de São Paulo (que, é bom bar à meia-noite, não puderam entrar, sendo o bindo-lhes uma olhada apenas para conhecer o
Correspondentes - Fran Tor- motivo alegado bruscamente pelo porteiro que a
frisar, nada tem a ver com a boate do mesmo ambiente? (4) Será que o 266 WesI está fazendo
nabene (San Francisco); Allen nome do Rio) -, assinada pelas quatro pessoas casa estava lotada. Depois de ter atravessado a uma seleção para criar uns determinado nível de
Young (Nova lorque; Armando de vítimas da . discriminação: Wilson Ferreira rua, os dois constataram que grupos de pessoas clientela? Se for o caso, perguntamos novamente,
Fulvié (Barcelonal; Ricardo e Hec- Menezes. Bcrsê J. dos Santos, Marco A. Ferrati e estavam entrando diretamente sem interferência qual é o critério empregado? Se é nível cultural,
or (Madrid). Orlando S. Paiva contam, em sua carta ni- do porteiro, que, aliás, simplesmente abria a por- nós todos temos um bom nível. Um conta até com
holicamente datada de 13 de maio, como foram ta para eles. cursos superiores realizados tia Europa e nos Es-
Fotos - Biliy, Acio)ly, Maurício "A mesma coisa ocorreu com os outros dois
vítimas de racismo numa boate para homosse- tados Unidos. Se é financeiro, nós todos somos
S. Domingues, Dimitn Ribeiro xuais: colegas ao chegarem ao bar três horas depois; foi contribuintes de imposto de renda. Se é profis-
líRio); Dimas Schitini (São Paulo) e -Partimos do princípio já constatado de que o alegada a mesma coisa com o mesmo tom gros- sional, estamos iodos bem empregados: operador
arquivo. homossexual é um sujeito que sofre pressões da seiro - Não podem entrar, casa lotada. Ademais, de sistemas, professor universitário, bancário e
Arte - Jo Fernandes, Mem de sociedade. Normalmente ele procura um ambien- foi-lhes impedida uma mera olhada lá dentro tradutor-intérprete.
te gav para sentir-se bem, tranqüilo, seguro das para conhecer a casa.
Sã, Patrício Bisso, Hildebrando de "Agora colocamos as seguintes perguntas: (1) "Nós alegamos que a maneira em que fomos
investidas, sem ter que preocupar-se com os
Castro. preconceitos da sociedade. Ao procurarmos tal Qual é o critério empregado que permite a en- recebidos pelo 266 Wèst foi por sermos negros.
Arte final - Edrnilson Vieira da ambiente numa nova casa recém-inaugurada em trada de grupos de cinco e oito pessoas de unta Aproveitamos a ocasião para acrescentar que o
Costa. São Paulo - o bar 266 Wesi - ficamos muito vez logo depois de proibir, a entrada de duas pes- homossexual brasileiro nunca deve se queixar dos
decepcionados. soas com o motivo de "casa lotada . sem ter saído preconceitos existentes na nossa sociedade en-
LAMPIAO da Esquina é uma
"Nós quatro havíamos combinado para nos ninguém de lá dentro? (2) Que bar em São Paulo quanto ele mesmo niatitiver determinadas res-
publicação da Esquina - Editora encontrar nesse local tio sábado, dia de maio, lisa Lotado às três horas da madrugada??? (3) Ë trições para com o seu próximo de cor."
de Livros, Jornais e Revistas Lt-
da... CGC 29529856/0001-30; Ins-
crição estadual: 81 .547.113.
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v:
da parada da diversidadi -
ESOUINA
PORTUGAL:
sem bacalhau, mas
com muito paneleiro
Chego a t.i'oa de trem. sindo de Sevilha. caricatura e o humor eram as caracteristicas prin-
Corno eornboii ' atrasou q ti ase três horas, meu cipais do tras'.'stisnin de cena.
lei ii 1 )1 ) 03 cidade fic1Iri reduzido a duas noites e Um tios travestis encerrasa nessa noite a suo
0111 tua. Acontece que um dos meus planos é oh. temporada de atuações, por coincidência o dia (e
sersar diferenças entre o Portugal de agora e a noite) do seu atiisersário, No palco. ele era unia
aquele da minha última sua, oito anos ai ríls, figura alia e magra, de ombros largos. ossusl1' 1,'
sob tiiiia ditadura ttc estrciiiudireita, ferrenha e cadeiras estreitas (se tivesse praticado esportes
moralista. Além das anotaçúes políticas, pretendo poderia ter um honirui corpo masculino). Obtinha
colher dados sobre as conseqüências da brusca a simulação da feminilidade com maquilagem,
mudança em relação às aeni ur;Ls. priiieipalmen. 0100 possível depilação do peito e braços, e recur-
te as sex tia is r' isi ltd ficame ole as fio tiios• sos de cena. Nào se preocupas a eni fazer a chiar.
SCXilíiIS. 1510.01101 ik' teniar estabelecer contatos moia, nem uni caricato nem a vedete do espe-
parti LAMPIÃO. l'orr iii tenho alguns Ia lo res táculo. porque as chances eram iguais para os
e•rura 1111111. Prirriciro. li leUlpo esígitil de ação: é quatro: porém sua característica principal, daí
tini total de Páscoa, port.ttl m,itiiria das pes- faLi r mais cicie que dos ou t nos, é ser filho de uma
silos C es131 tora iLi i.ipttal tici l ois, tto tenho fadista ízsrnosa, Marta José ilo Guio, de quem ele
quaisquer referências de pessoas ou de mosinien faz tinia dublage iii. Sotu t ti fu,rmuudu que Maria s
los de irtIeIraço. e ucui telho obié- los com tiieut Guia foi algumas se/es, dttrantc a teoiporada.
31111 gI)5 ci s i ti ice 1115 itshsoias, iisrq ue estes, se j sistir ao show do filho. Após o show suo apre s.i
itAi 1 intirrerani. 1 crà&i sia i tido, sendo que alguns tado a ele, Jack Brideni. isto é, Carlos Guia.
itcili ''çtttetitttartt ' ou eram curtistidos t coisa lUx- lhe COVIS ida litura tini a champanha coniemo l'a
iiítca I1 naqueles 1 cllisis ietiipitsi do atiist'rsíuruo tio bar tio andar superior. 1
A tinica pista na é liruceida no niiats puro quatro artistas vesterit etitão roupas t'oiltsiIi..
acaso por iini guia tu ris t tIo que recebo na por. rietihtim deles tras-estido. e Carlos Guia parte
torta do hotel e que, incaphicas cimente, é escrito utii mutiisersitário estudioso, de óculos, cabeIs
ciii alt' iii tiot ii' procurar uni 111110 restaurante. curtos. mãos enormes e corpo meto tlescui t
para compensar os sanduíches do trem, encontro ado.
ira lista tias casas IitLirttas o nome de 11013 dis- Vem ainda conversar contigo um rap.u,
Cl eco que 1 trith' iii aprese itt o shows de t ras estis. mulato. de calças de couro preto e camiseta reli-
lentar coriiOti.t tini grupos 1C eottseit'titiJaçAi dada, que cii já notara tia discoteca pelo bizarro Os meninos do "Rocambole": muito humor e talento, nada de silicone
homossexual. ai i- as és cio tistis 0111 51110 deste - e tio traje, diverso da maioria. Entre outras coisas apresentou, sobre a existência de mosinierutu'is de Ainda o Memorial. O Scarlaty e o Final.
dos iia j s coniercjithi,aclos, corno é o traestrsnio me di, que atualmente trabalha no Brasil, con- c'onscientízaçào. A resolução criou aberturas para
ant e mente- Duas saunas: LI.. próxima à Rua São
parcet' h as t te errado; mas n lo tenho tratado por tinia multinacional do petróleo, es. todas as reinvitidicações virem à luz. portanto Bento, e outraãna As'. Pedro Altares Cabral. As
00 tro eito. 1 ek'íout e falo coou uni dos pro- natido de férias em Lisboa. E tim "ilheti" (nascido não fias-cria razão de também o homossexualismo n
informações o são muito precisas, reconheço,
priciári,rs do Rocambole, e quti tido 1110 LAM- 011 Ilha da Madeira), mas que precisou emigrar não pedir licença para atuar. Lisboa porém hão se lias também, tenham paciência porque nem
PIÃO C a 0011113 illidlS,'ãO de dOilttitItS, gentilmen- pura o continente. "porque depois da resolução, malilfestoil, parece que satisfeita em poder fazer Jesus Cristo conseguiria melhores em tini dia e
te CIC 01V dotO ida para tsithecer 11 101(11. quctit hão concordas a(?) era perseguido. porque coti mais naturalidade aquilo que antes era leito ditas ti (ii ICS.
Corno teuhtt teirtjist. irei amar antes. Os res- lá na ilha os homossexuais sempre foram bastante is 'portas fechadas: mas na cidade do Porto or-
visados''. P. S. - (a) O Largo cio Rossio ou o Chiado
taurantes que eu conhecia decairam, informa-me ganizaram-se passeatas coto flâmulas e cartazes.
Apesar de falarmos a mesma hinguta, talvez podetii ser tradicionais, mas são lugares peri-
ii porieiru do hotel, que tenta me encaminhar Mas o próprio povo, ainda desprevinido e des-
devido ao 'inho do jantar, ao champanha e ao ,gosos. Prefiram bares especializados, onde a
para uma casa de fados, com um grupo de traiu' preparado, podou as asas das "corajosas por.
cansaço da viagem, não consigo entender a gente é bonita e de bom nível. (h) Gritarem ''olha
ceses e alemães já forniados ciii posição de ataque itietises" e O movimento diluiu-se; é o que me
diferença de "ames" do ''depois''. quando me a bicha. olha a bicha", não se assuste, pensando
lis h.11 do hotel. Mas eu reluto em ser turista de contam.
iuitada e nessa ulite quero jailtar bem. Reco' pareceu haser mais liberdade em iodos os setores. ,Sai do Rocambole às três da madrugada e o estar dando -bandeira — : bicha pra eles é fila coes-
nicndaut . me o Celta. Ótimo. aliás. Não entendo. linittcupalnttertte, como uni regime local fervia de gente. Enquanto aguardo um táxi mo. Mas pandeiro é sitigação pesada, principal-
opressor porque também moralista, pode ser para toe levar ao hotel, vejo num outro que passa mente qttatido escrita tuas condições em que vi,
As pessoas, rw Port ii guil de agora, gosta ni e tiielhmtr que outro que o suceda e que lute por uma louca. muito maquilada e de peruca: Por- eni leiras enlornues, rabiscadas lia parede exterior
podem final mente falar de política. Deles e nossa. liberdades políticas e individuais. Na verdade, es- tuga I todas.. tia catedral de Coimbra. Lá estava: "Vote em
E começam os contrastes: o chofer de táxi que me se rapa, me pareceu um dos tiluitos protótipos Como simples indicação turística, aqui vão ai' Otelo para Presidente". Por cima, com outra
dibnttulilt tio hotel era 11111 nostálgico da ditadura desse cotifuiso Portugal, que depois de viver em- guinas dicas lisboetas: O Rocannbole fica na Rua letra e eni otitra cor, um adversário político acres-
O dono cio resta uro ti te. por sua sei. tese uni botado durante 50 anos, de repente acorda, sê da Imprensa Nacional 104-A. Existetii vários centou: "E pandeiro"...
periodo de participação ativa na res silução - mários caminhos pela frente e não sabe por qual outros locais bem conhecidos, todos nas proxi.
''iodos luarttcilutsrani'', diz ele -' mas depois a deles seguir. rnidades. Por exemplo, o Blc, que por constar de
sit tiação foi ficando tão confusa que preferiu Pergiutili, ainda ao proprietário da discoteca e guias especializados ititernacionais, é pródigo em Darcy Penteado
acomodar-se na rotina do trabalho. ''A iii ii da nç a a Jorge Rosa, tini cartunista de Jornal que ele me dinamarqueses, espanhóis, franceses, ingleses.
era necessária - ele explica -. e a experiência de
liberdade está valendo a pena. mas corno é na
oral, certas coisas andam bem piores que antes.
O bacalhau, por exemplo, só se consegue rio "Shirley": breve,
hio negro, e por preço três vezes mais alto. Relatório sobre a
pensou em Portugal sem bacalhau?"
nas livrarias
O Ritam/ioh' é gênero prlse: toca-se a homossexualidade
paintha. paga-se um ingresso. O bar é no rés
chào e a discoteca no sttlisolo, cmii um Pitis masculina No numero anterior de LAMPIÃO publicados
miii i mo para ii shou. Os garçons são escolhiits o dois trechos do roteiro de Shirley. escrito por
dedo ( bem, a dedo é modo de dizer...). Aliás, a Leojiiuldo Serrano para um filme que foi provi-
(lese ser difícil encontrar gente interessante Um livro de soriamente retirado de produção, com um de'
essas funções, porque 0111(111 são poucos 05 lssis safio: que aparecesse um editor ousado para
para lama gente entendida hi mi ta;e a safra is MichelBone publicá-lo. Três dias depois de o jantal cheitar às
1 ug tesa que está saindo
.0 Itt, tia hás' revoluçt e
Antoine d'Arc
excelente. O ambiente é bastante eclético. bancas, o editor já aparecera: Jaguar, da Co'
me parece agradável, porque tira aquela wiprs decri (O Pasquim 1 telefonara aos lampiónicos,
são de festinha dentro do gueto. completamente histérico, em busca do telefone de
Uma edição
Serram, pois queria publicar Shirley a qualquer
Marcado pela improvisação e por um certo preço -
pritiiinivisnso instintivo, o show é mantido por Interlivros
quatro elementos que ''se viram" parti irr ar ficamos satisfeitissimos, é claro. Não só por-
rapidamente de roupas e manter o time do es- que essa era mais uma prova da nossa "força"
petáculo. Esse mesmo primllis isolo me faz pensar Peça pelo reembolso postal
lpois é: ela também está c'otroscr), como também,
se o exagero dos lravCstis de showi de São Paulo e porque a gente tem um interesse todo especial no
Rio atitalmeitte, na base de plásticas, silicone e rateiro de Leopoldo Serrum'm - que conta a história
à Esquina - Editora de Livros,
liortiiônios, não será mais uma necessidade de de amor entre um travesti da noite paulista e um
realização pessoal que uma criação artística operário de Cubarão. O litro tal ser best- seller. a
propriamente, porque. nesses casos, a simulação Jornais e Revistas Ltda. - gente nem duvida.
feminina chega a tais perfeccionisnios, alguns Caixa Postal 41031,
irreversíveis, que a única dilerença de um show de E pra continuar com o embalo, aí cai outro
vedetes ferninitia.s acaba sendo a inipostação desafio: á. Gilberto Manso,, da Editora Cultura:
CEP 20000, Rio de Janeiro - RJ
mental do espectador. O pequeno shosu do Ro- em que ficaram as negociações com Manoel Puig'
cambole lembra as coisas do gênero produzidas Estamos a fim de ler, em porvugues, o magistral
Jack Briden, o filho de Maria da Guia Beijo da Mtilher Aranha, Quando é que sai?
há dez anos atrás no Rio e São Paulo, quando a
hiPLÀO da Esquina Pagina 3
* -lk,
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M wz
lei-mas Icarai. que ficava na Moreira César, Henrique Filho (este, corno vocês sacam, é u
roteiro. se reselans. Mas, tudo bem, porque ae)fl1CCe. tCfli v'tlfli(i errar, pois é em plena zona comercial
Lt V*
COMO já disse, entre a' quatro paredes de um da cidade. E só pegar o Ônibus ''São Pedro"
quarto individual, que é o do massagista esto- (Goitica,v's, esquina v'om Riu' de Janeiro), que ele
tudo pelo freguês. Outro detalhe ''escabroso": o percorre toda a Rua Alagoas e - of course -
Devolvam já
o Tabuleiro
Cruzes! Vocês já viram o que sorumbático. Mas nem por isso
fizeram do antigo Largo da Carioca, vamos deixar passar tudo isso sem
no Rio, depois que por ali passaram mais nem menos: queremos de volta
as obras do Metrô? Transformaram as árvores, o Teatro de Arena que
o antigo largo (?), com suas árvores ficava ao lado do Convento de Santo
frondosas (lembram-se, meninos?), Antônio, e mais os bustos de Car-
tão propicias nã' só ao aconchego mem Miranda e Francisco Alves,
dos casais de namorados, como tam- que foram tirados de lá por causa
bém ao passeio dos entendidos de das obras e jamais devolvidos.
então, numa espécie de paisagem
lunar, fria, asséptica, desumana - e E queremos de solta o Tabuleiro
antiestétk'a, com todos aqueles da baiana também, com sua cober-
monumentos ao cimento vivo que tura de tão saudosa memória, onde,
eles colocaram lá e que, se não me abrigados da chuva ou do sol, es-
engano, eles chamam de respira- perávamos os bondes que ali faziam
douros. ponto. Com sua deliciosa pegaçãoem
pé. na parte de trás, os bondes,
Pra mim o Metrô mais parece sabemos bem, é que não voltam
urna ptoduçSo de PEDRO CARLOS Átila, o rei dos hunos, que ficou mais, mamo. Mas quanto às ár-
Andre de Quase Angelina Monui., Zaur Zemuç conhecido como 'o flagelo dos vores, os bustos da Pequena Notável
PAIRO VILAÇA SELMA EGREI ROBERTO BONFIM GRACINJDA lRFlR deuses" - aquele que onde pisava a e do Rei da Voz, o Teatro e o Ta-
'tbio Amoral Sreçxn Neccessuon Jocque)irie Loureesce MOuto Mendoriça grama nunca mais nascia; o Metrô, buleiro, não há perdão nem es-
..., . .... Suzy Arrudo Fbvio Sõcibuogo por onde passa, deixa uma devas- quecimento; cobraremos sua de-
volução até a morte. Tenho dito.
-» ..,. .,.. No Grande Rio, a partir do dia 11 de lunho, no Odeoru, São Luiz, Roxy tação tão grande que nem dá para
Lebloni. Opera-2, América, Imperator, Madurõira-1. Olaria, Vitória-Bangu falar. Assim, eu me quedo mudo e (CAM).
Palácio-Campo Grande, Santa Rosa- Nilóncilis, learaí. Paz-Caxias e outros
nor'- inta t de 24 c'nernas
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LAMPIÃO da Esquina
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da parada da eliscrsicttudv
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Prof. Dr. Luiz Mott GRUPODIGNIDADE
REPORTAGEM
Independência,
tchê!
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OVE F/Z// FONYO 44OTO,/S779 P6
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da ismriil;i da diversidade
REPORTAGEM]
Um protesto contra a rotina da bolina ção
"Mulher . JORNAL
DO BRASIL
não é'
maçaneta: )
tira a
mão d A mu/tid,go diante da agência-JB
-- --
As mulheres, com os cartazes denunciando o machismo de fsaac
Sábado, cinco de maio. Fin gi de tarde, para provavelmente, encerrar a questão. Afinal, esse preensís'el, já que é comum, nos grandes jornais, presença de alguns deputados e vereadores do
alivio das recepcionistas que estavam de plantão negócio de "passar a mão— não costuma dar a tentativa de "bolinação", principalmente em grupo autêntico do MDB. Heloneida Studart fez
no edifício sede do Jornal do Brasil. O expediente maiores problemas aos patrões, já que quem cima de estagiárias, carentes de emprego. um discurso, em meio à multidão, aplaudidís-
começara e terminaria calmamente se lá pelas 17 reclama é sempre mandado para a rua. Só que simo. Na loja do 18, os contínuos, aparentemente
Mas nem o silêncio da imprensa conseguiu
horas o editor dc) "Caderno Internacional", 1sac dessa vez foi diferente. O caso chegou até os diverliodo-se,à bessa. eram os únicos funcionários
evitar uma maior propagação da história. A
Piticher, no tivesse tido uma idéia infeliz: ao grupos feministas do Rio, que resolveram agir. que se arriscavam a olhar a manifestação, através
cidade toda foi devidamente parifletada pelos
passar pela recepcionista, no corredor do sexto Começaram a espalhar cartas abertas à popu- das vidraças. Isso nos primeiros momentos, pois
grupos feministas, que organizaram uma ma-
andar, resolveu dar-lhe a chamada bolinada". - lação, contando a história e exigindo a readmis- depois de certo tempo, provavelmente advertidos,
nifestação pública no dia 18 de maio, uma sexta-
são das moças. Tentaram, também, contato com sumiram. Em compensação, e gerente de clas-
Assim, sem maiores escrúpulos, enfiou, sem a feira, às 17 horas, numa das esquinas mais
a Condessa Pereira Carneiro - proprietária do movimentadas do centro da cidade e onde, não sificados da empresa, Hélio Sarmento, protegido
menof cerimônia, a mão no decote da moça,
JB -, para pedir que interviesse em favor das Pelo anonimato, arriscou-se a ir para a calçada,
apertando-lhe o seio. por acaso, fica uma agência de classificados do
recepcionistas. quando a manifestação escava no auge. Foi re-
18.1 No mesmo dia, o editor conseguiu permissão
Chocada, a jovem - Elaine Ferreira, 19 anos Esse contato não foi possível, no entanto, e a conhecido por uma ex-repórter do JB. que lhe
para viajar, desde que depusesse antes na 27
- reagiu de maneira bastante feminina: começou alegação era sempre a mesma: elas tinham ferido disse, sabendo de sua fama: "Cuidado. O pró-
delegacia, onde foi feita a queixa/ crime. No seu
a chorar. E ludo teria ficado por aí se Elaine, ao a hierarquia, e por isso tinham sido puidas. ximo pode ser você". Ao que o Sr. Sarmento res-
depoimento, o Amigo do Peito, que está sujeito .c
contrário (Ia', vitimas anteriores, no tivesse resol- pondeu: "Faço isso há 22 anos e nunca me acon-
Nem o editor nem o jornal, no entanto, con- uma pena máxima de oito anos, alegou ter ten-
vido botar a boca no mundo. De sua mesa - teceu nada.
tavam com o processo que Elaine, devidamente tado, apems, "ajeitar o colar" do pescoço da
acon,l)ailhada de um repórter que providencial-
instruída pelas feministas, colocou contra o recepcionista,
mente chegou a tempo - de ver o final da cena - Só que agora pode acontecer. O "caso do
primeiro. Acusado de "crime contra a honra", ele Essa "explicação" serviu para incentivar ainda
Foi impedido de deixar o pais, como já tinha JB mostrou que os tempos são outros. E claro
foi ao seu chefe direto, reclamar. Este, por sua mais a manifestação feminista - a primeira do
que mulheres/ trabalhadoras continuarão sendo
rei, falou com o chefe do Departamento, que programado, sem autorização da Justiça. Rio - que conseguiu reunir mais de 40 mulheres,
Nessa altura, o caso tinha se transformado no humilhadas através do sexo. Haja visto a repor-
aconselhou Elaine a ir para casa, garantindo que além de uma multidão de curiosos. Centenas de
tagens publicada no último número de Play Boy:
tomaria as providências cabíveis. Na segunda, ela "assunto" da cidade, A deputada Heloneida panfletos contando a história toda foram dis-
descobriu que o JB, como em outras empresas, a Studarl fez uma intervenção na Assembléia tribuídos pelas feministas, jovens, em sua "Como conquistar uma colega de trabalho". E o
corda continua arrebentando do Lado mais fraco: Legislativa, denunciando o editor e a empresa, maioria, que denunciaram, com cartazes e pa- pior é que a tal matéria foi escrita por uma
ao chegar ao seu departamento, comunicaram- "que se acumpliciou com o machismo, por lavras de ordem, o afastamento do jornalista da mulher. Mas, felizmente, um outro tipo de
lhe que tinha sido demitida. motivos que não só Freud explica". O editor cidade. Diziam os cartazes: "O JB não teve peito mulher, como Elaine, pensa diferente. E isso
ganhou uma dezena de apelidos, mas o que para punir lsaac" "Condessa. a senhora também pode pôr um fim à carreira dos bolinadores.
Ao saber de sua demissão, sete outras recep- pegou, mesmo, foi o de Amigo do Peito. E, no
é mulher"; "Abaixo a violência contra as mu- Como dizia o cartaz, mulher não é maçaneta.
cionistas, sentindo-se inseguras, decidiram apoiar meio dessa confusão toda, o silêncio da impresa. lheres". Mas um deles foi considerado definitivo. Nem buzina.
Elaine, exigindo sua volta. Foram castigadas com A não ser uma pequena nota na Folha de São Ele dizia: "Mulher não é maçaneta: tira a mão
demissão suniária, sob o argumento de que ti- Paulo, e uma crônica bem humorada do crítico dai".
nham cometido indisciplina. TeImo Martino no Jornal da Tarde (que, infeliz-
mente, não deu nome aos bois), não se publicou O ato público durou quase uma hora - quan., Isa Cambará
Com essa medida, a empresa pretendia, nada sobre o caso. Atitude mais do que com- do foi dissolvido pela polícia - e contou com a
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wM
Centro de Documenta~
APPAD cc
da parada da clivrridatlr
Prof. Dr. Luiz Mott GRU PODIGN IDADE
•
Ninuccia e
acusada
de homicídio,
Texto de
17LlS SO
provam que ela é lésbica
última semana de maio. no IV Tribunal do Francisco, no Rio. Em pouco tempo as duas es-
Jóri, no Rio: em dois dias, depõem as teste- tavam vivendo juntas tio apartamento 404, do
niunhas de acusação e defesa, e é concluído o bloco K, do Conjunto Habitacional Bandeiran-
sumário de culpa do chamado "processo de tes, em Jacarepaguá. As duas eram lésbicas,
Nino, o italianinho". Nino é Ninuccia Bianchi, mas formavam um casal, de acordo com os es-
uma secretária de 29 anos: e quem acompanhou tereótipos: Ninucia, durona, decidida, era o
com atençào as duas sessões no tribunal, pôde homem. Vânia, tão feminina que chegara a dis-
perceber claramente que todo um clima está putar o título de ''Miss Rio de Janeiro" como
sendo montado, a partir da ação do promotor "Miss Jacarepaguá'". era a mulher. O romance
Gil CasteLo Branco e do advogado (de acusação) tIas duas, como qualquer romance, teve tempos
João Carlos Maltet, para que, ao final do felizes: quem poderia falar sobre isso era Vilma,
processo, ela seja condenada. Sç nào por ho' irmã de Vânia. que morou algum tempo com
micidio - já que, no processo, não existe a elas, ou Bartolometi, também irmão dela, que
menor evidência de que ela tenha empurrado freqüentava muito a casa das duas (mas eles não
sua companheira Vânia da Silva Batista. -do o fizeram; tio sumário de culpa, apresentados
prédio em que moravam - ,pelo menos por sua como testemunhas de acusação, procuraram, de
condição de lésbica, e pelo fato de ela ter todas as maneiras, incriminar Ninucia) . E,
deixado bem- claro, a todos os que conviveram também como qualquer rum atice - ViVeLL mo-
com elas. durante o tempo em que moravam mentos de crises; numa dessas, Vâniaseparou-se
juntas, o amor que sentia pela outra. de Ninuccia e foi morar com um rapaz, Alternir
"Olhos semicerrados, unia expressão de Figliolo: era dele que ela estava esperando um
atenção concentrada no rosto"? como a des- filho quando morreu.
creveu o repórter Jorge Elias, Ninuccia ouviu, A experiência com o rapaz, no entanto, ao
na sexta-feira l, e na quinta-feira 24 de maio, que parece não satisfez Vânia: ela voltou para
a versão que o promotor e o advogado, sob o casa, onde foi recebida por Ninuccia. Pelo que
beneplácito do juiz José Carlos Waltz, criaram dizem as pessoas que trabalhavam com a cx-
para a sua vida. Na história que eles impro- mli,., e os vizinhos das duas mulheres, é eviden-
visaram - após desmontar os depoimentos das te que ela atravessava, ipiando morreu, uma
testemunhas de defesa, iio dia i, e reforçar os violenta crise emocional: pode-se até dizer -
das testemunhas de acusação, no dia 24 -, mas sempre à base da suposição - que sua
aparecem, com estarrecedora freqüência, aventura com AI temir tenha sido unia tentativa
palavras como ''pervertida", ''anornial" de rc,Catar sua — normalidade— ; para tikj'
— doente — . e expressões conto "festinhas de em- cão, Vâitia seria tini desses liomosextiai ''que
halo'': é o vocabulário - que o uso constante não se ai-citam'', e aí estaria a origem a crise
ainda não desgastou -. com que o sistema Ninuccia: na carta ela assinou "s"/no, o ita/ianinho"
que a les ou à morte.
iiiaiiiém pes s oas como Ninuccia, mesmo que Mas, para o promotor, o advogado e as tes-
não submetidas a umasuspeita tão grasi- como tcniuiihas que eles apresentaram, a crise de tas, recebiam amigas em casa, á noite e tios fins iii) hall de onde cairia tcpentre
'is.....epet indo,
ela. permanentemente condenadas: são as V à liii tinha uma ú ii ii- a origem: o remorso por de semana, para drinques e bate-papos: essas soluços, que ti ão itiais itsl t:L r 1 ao apartamento
palavras que o júri encarregado de julgá-la estar vivendo uma ligação homossexual, e o reuniões, no eiimanio, foram habilmente trans- de Ninuccia",
brevemente - tor iii udo por lídimos e bem pen- medo que sentia de Niu uccia, cuja ''paixão ar- formadas em "festinhas'' - a palavra ideal
santes cidadãos da classe média - gostaria de dente" poderia levá-la a um "gesto extremo" para deixar bem claro que, nelas, "coisas ter- OS VELHOS CHAVÕES
li. (mi sela: o homicídio) vaso a outra a abatido- ríveis Zlcou tecia fli''.
lilitórla de Amor tiassi'. Para ri-forçar esta versão é que são LADO "FEMININO"
Por que, para acompanhar a versão que até
utilizadas as palavras q tieitamos acima, Uni aqui prevalece - o honnddio -, Nitiuccia,
imiccI,j Biiiiçltj conheceu Vania da 'Silva Além disso, tia escalada para obter a con- (Ieiis de perder Vátitu para Altemir e consegui-
exemplo: Ninucia, e Vânia, como quaisquer - denação de Ninuccia. Promotor e ads-ugado tão
llttiisii nititi lei fim_ti de õii j hti dii lar&t dc São soas— lidero mili,'lt)v'sslLOjs - que titeni jimil- la de s oh tu. iria matá-la? Ai é que entram os
licsilaratii em ignorar que uma lésbica, para sê- chavões com os quais se consegue que Gran-
lo. necessita de uma parceira, e que esta tans- de Júri, a cada julgamento, se coruporie como
iii o é: tudo o Itlo '' fem iiiitt1," de Vânia foi uni reflexo do sistema que ele representa dentro
rcsa 1 tado iii, processo, além do fato de ela ser elo tribuinal: segundo a tiiàe de Vânia, D. Delozi
filha de um pastor evangélico: José Lias Batista, da Su, a Batista, porque, ao saber que a outra
o pai de Vânia, disse em seu depoimento que a estas a grávida, Nicuccia conseguira Prosas con-
filha só saio de casa para morar com Ninuccia cretas de que "fora traída". Mas - pergun-
porque foi "influenciada" por esta: mas que tamos a D. Delozi - se Vâitia era Lima moça
"tiunca aceitou" aquela situação; apenas, todas "normal", se vivia declarando à família, tios úl-
as vezes em que pretendia acabar com ela, "era timos meses, sua felicidade por estar vivendo
ameaçada de morte pela outra" (ninguém per- com uiii homem e, mais ainda, por estar grá-
guntou a Batista porque ele deixou que sua vida, porque voltara para a companhia de
outra filha, Vilma, também fosse morar com as Ninuccia? Responde a mãe da ex-Miss: ''Minha
duas, e porque ele permitia que seu filho, Bar- filha só retornou ao convívio de Ninucia porque
toLomeu, as visitasse com freqüência; afinal, is- foi ameaçada de morte".
so tião acrescentaria nada ao tipo dejulgamento
que, segundo a Justiça dos Homens, Ninuceia Fecha-se, assim, o círculo que lesará Ninuc-
merece). cia à condenação, e é mais uma vez distorcido o
sentido da Justiça: não é a policia que vai provar
Muitos dirão que não se Pode, num caso se Ninuccia - contra a qual não existe ne-
conio este, chegar ao outro extremo, ou seja, iiliLima Prosa concreta - é ou não culpada; é
dizer que Ninuccia é inocente só porque é lés. esta que deve provar de modo concreto se é ou
bica. Acontece que. ao longo do processo, não não inocente.
há a menor evidência de que ele tenha empur-
rado Vânia do prédio em que moravam, levan- O que está acontecendo por trás das porias
lo-a à morte, 'fanio que o caso foi inicialmente do IV Tribunal do Júri, tio Rio, está a merecer
registrado como iujcidlo ira delegacia de Ja- iiiais que uma assistência fascinada pelos de-
carepaguá; o delegado José Guedes somente talhes escabrosos - o prato de resistência das
resolveu mudar para ''morte suspeita" depois perorações do promotor e do advogado de
que descobriu uma carta de Ninuccia, ende- acusação. Épreciso que, de alguma maneira, se
reçada a Vânia, na qual ela falava do seu amor e deixe hetii claro - ao juiz e ao Grande Júri -
Vâni'a, assinas a assim: Nino, o ilallaninho. que não se pode considerar unia pessoa suspeita
um fim de homicídio só por causa de sua preferência
Vânia caiu ou fui empurrada do h.II dl) ter- sexual. Ninuccia pode ser até culpada - em-
trágico ceiro toidar do prédio (as duas moravam no bora, como diz, com tranqüilidade seu advo-
para a quarto andar). Horas antes, unta vizinha - les- gado, Georgiano Mulier, n'ida exista que a lii-
tetnuiilia de acusação. evidentemente - ouvira crimine; o que não se pode é condená-la a partir
crise de Lima "forte discussão" no apartamento das da única prova que a Justiça tem contra ela: o
ntidade mulheres; e outra enc-ontrara Vânia chorando fato de que ela é lésbica.
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LAMPIÃO da Esquina
** Centro de Documentação
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da parada da tlivt-rsidadi'
Prof. Dr. Luiz Mott CRU PODIGNIDADE
Segundo Calmon,
o Cinema Novo
I
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tinha um forte
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da parada da dis's'rsidide
Prof. Dr. Luiz Mott GRU PODIGN IDADE
[REPORTAGEM]
MMPIÀO da Equina
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Centro de Documentação
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associação paranaense
da parada da diversidade
Prof. Dr. Luiz Mott GRUPODIGNIDADE
[.REPORTAGEM]
Os
meninos
de
Maurice
Béjart
Não, não vamos repetir, aqui, as
baboseiras que os "críticos
especializados" e os colunistas sociais
(meus Deus: eles entendem de tudo, são
verdadeiros enciclopedistas!) vêm
repetindo a propósito da passagem,
pelo Brasil, do Balé so Século XX. de A gente aproveita
Maurice Béjar:. Tudo o que temos a
a passagem de
fazer é repetir uma singela declaração
Béjart por terras
do coreógrafo, segundo o qual, cada tupiniquin& pa-
balé que ele monta tem um pouco da
ra protestar contra
história de sua vida e de suas relações
os granfinos d
com o próprio corpo. Dito isso,
Rio e SP, que se
deixemos que falem as imagens - as
apossaram de
lotos de D. Limongi Batista, que
sua arte e fizeram
captou com extrema felicidade as
de suas apresen-
qualidades de andróRinos, de
taç Óes mais um da-
mutantes, de seres de uma raça que
queles regabofes
certamente ainda estar por vir, tão
que costumam o fere-
evidentes nos bailarinos deBéjarj. Não
cer no fundo dos
vamos sequer dar seus nomes, ou os
seus quintais
nomes dos balés que eles estão
fotos de
dançando. Que fique apenas a for-ça, o
D. Limongi Batista.
equilíbrio e a harmonia de cada uni. pi
ri
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Centro de Documentação
APPAD t
da parada da diversidade
Prof. Dr. Luiz Mott GRU PODIGN IDADE
ENTREVISTA]
AO CONTRÁRIO DOS OUTROS CINEASTAS, ELE NÃO TEME O SEU LADO GUEI
1
6
tca
Acosta fizeram a entrevista, em meio aos cenários Lampião - A gente gosta multo do filme,
delirantes de Eu Matei Lúcio Flávio, o novo filme mas gosta principalmente do final, que é total-
do diretor, que tem, como produtor e estrela, a mente amoral. Foi você quem deu o
figtira mítica dc Jece Valadão. Calmon - Foi. Aliás, fui eu que. escrevi
1, 1 Lora
Lampião - "Os Embalos" n.o era um filme
seu, no é? Quer dizer, no é um filme que você
toda a coisa da namoradinha do subúrbio, porquê
achei o outro final muito ruim. Ninguém sabia
«(-no planejou fazer. Você pegou o bonde andando... como resolver esse personagem por uma falta de
Calmon - E mais ou menos. Porque eu tinha parti . prlst Leopoldo e Armando têm uma for-
r mação marxista, então pintava muito o negócio de
............ V" contrato com Pedro Rovai para fazer três filmes.
Entào fiz Gente Fina é Outra Coisa e O Bom o garoto se dar mal; a colaboração do Bigode era
t441
Marido. E indiquei uma pessoa, Luis Carlos
Lacerda, o Bigode. pra fazer este filme. Na ver-
dade. "Os Embalos" era um projeto antigo, em
cima de um roteiro de Leopoldo Serran e Arman-
do Costa, que seria um filme de episódios só com
a parte do hotel. Mas Rovai sempre achou que
unia colaboração mais flower power, "Havaí".
não tinha muito a ver; Rovai também não sabia o
que queria; entãô eu desenvolvi uma história
paralela com a menina; os dois sonham com a
Zona Sul, mas ela é careta e ele desbundado; são
quando ela
duas trajetórias, que só se encontram quando
saca que o esquema todo é corrupto, e que ele é
À daria uni longa, porque ele tem uma visão muito boa
úas coisas, e realmente Funcionou. Quanto a não que está certo. Ou seja, que no sistema em que
vivem, e à niargem como estão, um caminho é
ser um projeto nico, inicialmente, mesmo assim
5 rio sugeri que o garoto fosse um surfista de subúrbio. usar a própria beleza para sobreviver,
001 OS Porque eu achava que um surfista da Zona Sul
não dava um bom filme, o surf é uma coisa muito
Isso casa com um conceito meu, que eu descri'
olvi nos, três filmes, que é o da Prostituição
alienada. Então eu pensei que seria melhor pegar num sentido arrpio - pode ser a prostituição de
< uni cara do subúrbio, que sonhasse como o acesso valores, a prostituição profissional. Eu acho
1u11NEI-11:211 •1l'AC
r
às coisas da Zona Sul, e mexi muito no projeto. AI
o Bigode não conseguiu dar o tom que Rovai
que o Brasil é uns pais onde todo mundo se
prostitui; na medida em que a gente é muito
UM JORNAL QUE METE O PAU queria; eu e Rovai tínhamos uni casamento, unia colonizado e não tem uni desenvolvimento na-
cional próprio. de unia forma ou de outra se ven-
sociedade que era um projeto a longo prazo -
Página 10 LAMPIÃO da Esquina
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da pard a da diversidade
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[REPORTAGEM 1
Nos bastidores, outro "show"
Gente óootima - e variadissima —como a
poeta Olga Savary. o craque Alonsinho, o cineas- pessoas agarradas umas nas outras, se aproxima
ta Alex Viany, produtor e diretor Abelardo Fi- ameaçadoramente da entraria de certa. Or e u
gtteredo, a bicha honorária Jaguariba (do Pa- -ni,adopel brLica,tl"enzh.
quim), modelo Tânia Caldas, a ihow-woxnan Ed. senil apitando corredores a fora, disposto a trans-
d y Star, ator Raul Cortez, guemitt míltar Dati usa Leão por qualquer barreira para. "pelo menos, car
esteve na platéia do Café Teatro Risal, no su uma voltinha mio palco". Na frente, como no
percspeláculo Blxórdl, comemorativo do pri- podia deixar de ser, abraçadas, aos beijos e
meiro anosinho do LAMPIÃO. Pagaram ingres- abraços, hIke, Rogéria e Lv'iloca, agarradas pelos
so, vibraram e alguns, no fim, assaltaram os traseiros por Mauirjç'io Loyolla, os novatos Ra y
tidures na base do "que coisa divina", "quand -rotundSé,AiseGumarãFlvioL;
que tem mais, etc... Tânia Alves e seu marido, o percussionista Lêmno,
O que eles - e os outros quase mil esp.; aderem alegrememtiu.' a idéia; Angela Maria -
tadores - não psidcram ver - infelizmente - quieto diria - coiiiaiida uni vagão em que estão
o outro lado do ihow, nos intensos bastidores, Emilitilsa, Zé Ricardo e Mansa Gata Mansa;
camarins, corredores e coxias do Rival, onde lv unir Geraldo e Mancluka finigt'iir que não Par-
outra multidão de asiros e estrelas, maquinistas. iicrpisnii, tuas taniihém se cnfilcirani ara par-
iluntiiiaciores, assistentes. técnicos de som, hi- ticipar da insubordinação; Lecv Brandão tenta
ées e penetras desfilaram por seis horas mm-- convencer Cannsem Costa das vantagens de par-
lL'rrttpias, sob o beneplácito (?) e comando do ticipar do ' ' treiiziiiho' ' ; Johutiny AIf e Neuza Bor-
lampiônico Antônio Chrysóstomo, diretor do es- ges agciarclam u) niscumemito de aderir à compo-
petáculo, Alguns dos lampiônicos presentes se sição; nu rabeira seni 1)iaiia, pulando e apitando
deram ao trabalho de anotar - bixordescamente, cotiio se aquilo foste uni jardim dc infância.
cotilti convinha - fatos & fofocas desse mundo No palco está Aline. Sentados mio banco de es-
mágico que a platéia não vê. pera. disciplinadamente, Wammderléia e Toninho
Emiliiiha Borba foi a chegada mais notável: Café, que - heroicamente - prometeram fechar
repentinamente o espaço povoou-se de ruidosas o show, confabulam exaustos, com Minam Pér-
criaturas que, até agora ninguém conseguiu saber Chrysósiomo: "Viado, e o bolo?. Você esqueceu sia, sobre os problemas da pesca da baleia na cos-
Intervalo para drinques e tititis da platéia
como, conseguiram furar a forte barreira de de Providenciar o bolo de aniversário do LAM- ta brasileira. Está formado o quadro de um
segurança colocada na entrada de artistas. Foi PIÃO! imperdoável!" De mãos nas cadeiras, tumulto em gnmtiide estilo, Estóico, Chrysóstomo
Durante o intervalo as coisas continuam acon-
uma verdadeira vaga de beijinhos, gritos e Clirvsóstonin contra-atacou: "Oral Além de se põe à frente da improvisada "composição
tecendo nos bastidores. A dona da casa, Angela
abraços que, lá pelas tantas, ameaçou invadir o produtor e diretor você queda que eu fosse coii ferroviária". Grita, entredentes (o show corria
Leal - da dinastia dos Leal - se confessa
palco, sendo expulsa pelos assistentes de direção leiteira? Se vira e arranja o bolo!" Resultado: o próximo, apemias três metros dos acontecimentos
emocioiiadíssima pelo sucesso da noitada; es-
Míliou Tierry e Nélson Cerino, Olípica, com cara tão decantado bolo do LAMPIÃO, que a revista internos): "Já falam tão mal da gente e ainda tem
tafada pelo excesso de trabalho (ajudou muito na
de menina de vinte anos, a divina Miloca sorria Isto á chamou de "terceira classe", acabou por essa de "tretizinho" entrando em cena?" As pes-
gloriosa, acima do tumulto dos fãs, produção), contínuo sente falta de ar; literal.
ser tinia broa velha. comprada no botequim da nmeinte desmaia de cansaço e emoção. Outra que soas são (o guie ninguém diz: isso ninguém lembra
Antes da enérgica intervenção de Tierry e Nél- esquina, sobre a qual alguém providencialmente quando fala de artista. intelecutal, negro, homos-
passa mal : a divina Zezé Motia, vitima de pres-
sou, aliás, a única menos agradável - apesar de espeloti urna rombuda e longa vela branca. sexual. dissidente etc.) altamente profissionais:
são baixa
engraçadíssima - dos bastidores: dois rapazes Nacerimônia do apaga vela, por sinal, outra acaba a brincadeira, entre sorrisos, suores e sus-
nervosos e muito perfumados que ninguém Por isso, após IS minutas regulamentares,
alegre aconitecência tendo por protagonistas os qutemn primeiro entra tio palco ''para dr uni piros (dos usais entusiasmados), Todos voltam aos
sabia qem eram - titxar,ini desaforos em defe- P róprios lampiônicos: suado, de bolsa atiracolo, seus lugares rios cauiiariini, e bastidores.
sa de suas clivas: Emilinha e Carmem Costa. As recadiniho, uma satisfação à platéia", é Zezé. Ex-
caneta e roteiro em punho - a própria' imagem plica que a pressão "está no pé". anuncia Angela
doas, amicíssimas, se encarregaram de acalmar Wamiderléia entra, ovacionada. São duas da
de quenii nunca deveria estar em cena - Chrysós- Maria e se retira - debaixo de fortes aplausos -
os meninos. Depois do que Carmem, um poço de manhã de lima terça-feira gordíssima. Daquelas
torno foi ao Palco para, cercado por todo elenco direto para casa. Entra Angela: os bastidores se
dmttjdacIc, st' recolheu ao seu camarim, de onde de relógio de ponto e mamãe e papai dando (ti-cri-
do show. chamar "os colegas de LAMPIÃO, pra agitam Mesnnio quem está rios camarins mais
SÓ 'omiti quando chamada para pisar o palco - eu em casa Ninguém, na platéia, tinha arredado
dividir o bolo", ELke Maravilha segurava o assim lonignquos, distantes quase 100 melros mia coxia, pé Chrvsôsionio (tescoiifia que deu tinia grande
nionietino de uma das mais longas e emocionadas chamado bolo, Carniem Cosia e Ensilinha so-
osaçues da noite. escuna o trovejar e relampejar da platéia. Leiloca, mancada ciii não permitir que o ''trenzinho'
pras-uni a vela; começou a chamada: "Aguinaldo das Frenéticas, coiiieitta que Aitgela merece, tivesse passado pelo palco. Mas já é tarde. O shovs
Noite alia, ihow rodando, Chrvsóstomo re- Silva! Adão Acosta! Francisco Bittencourt! CLvis
i, ti itt presente no posto de trabalho, a copia
Num dds camarins, Rogéria e Elke Maravilha acahoui. Em comnipenisação, aLi apagar das luzes do
Marques!" Lépidos, Francisco e Adão aen- resolvem fazer um caso de amor. Sentada no colo
de oticle comandava a liii, a entrada e saída dos
1? aniversário de LAMPIÃO, Tonv Feri-eira teve
traram o proscênio, enquanto Clóvis se escondia de Elke. Rogéria lhe acaricia ternamente o pen-
ari isi as no palco: um também lampiónico Francisco
a feliz idéia de agarrar o figurinista Mário Valle
na platéia e Aguinaldo, que segundos antes estava teado louro. ''Seu" Zé, chefe dos camarins, comi- - nessa noite iiuexpiicavelmeiite caneta, de pasta
Hitiiicouii vinha lhe ira/er uni vidrinho de Din- na cosia, se evaporas a desabaladamente ba-
pus. Iranqüilii.anic do qual, nas últimas 48 horas
cluti que ''esse mundo tá mesmo virado; quem das de execcitivo na mão - e dar urna volta s-oiiipletic
tidores a dentro. Em cena, Chrysóstomo se viii- doias é homem, mulher ou bicha?—.
- sem dormir, 5v-oh conter, na batalha da pro- lido fundo do palco, enquanto Wanmderléia se es
gasa: "Aguinaldo e o fadinha não estão aqui por- Inteiramente entretido eni - como dizia - iiicrasa ila grad. Í'lnale de cmii pout . pourI cai--
d utçu da noitada - de vinha praticamente se
que a primeira é um donzel de legendários recato
clmniciui milo. Foi quando Francisco. além de
"fazer rodar o espetáculo, não deixar brancos nc mias alesco qciv' leu autuou o respeitável público. Es.
e timidez; o segundo, o apelido diz tudo fadinha, palco riem falhas na luz", Clsr y sôstomo é pego de lava 'ou Is a a ltisuurclimi. í só aguardar: pana o ano
trantillilifailles, resolveu ministrar cmii pita em a novinha, caçula das Bandeirantes gueis", surpresa quando um — trenzinho" enorme, as temi mii,ais. 1 LAMPIÃO, equipe)
II
Se
Gueificura: a nova festança popular
a testa ou nixoroma 101 um acontecimento, a eerc altura, iluminados pelos spots, debruçam-
inauguração do Caharé-Palt*ce, a gueificira que do ao anjo a ingrata tarefa de ler os poemas que, cubano Ly R&haiiehera, 70 inconfessáveis anos,
se ilas duras janelinhas do primeiro andar - que até então, ele manuseava (oh, Ode Marítima,
Passou a funcionar todas as sextas e sábados no Passou-se dessa para melhor.
dão diretamente para o salão térreo - duas fi- quantos crimes deliciosos se comete em teu Fins da noite: o pessoal saindo do cabaré
Cine São José (o dos bailes dos enxutos) não ficou guras: tini anjo andrógino, com uni calhamaço de nome!). Palaux naquela manhã. de sábado, anunciando
atrás, Luís Gareia, o responsável pela folia, pus- poemas de Fernando Pessoa à mão, e cima sereia Apoteose? Nada disso. 1_uiziniho pcservara aos quatro ventos guie logo mais t noite estaria de
sou mais clv um mês preparando a ambienração de peitos niíticos, um travesti cujas próteses de mais ajuda para o público já inteiramente emisant- volta. O que efetivamente aconteceu, com a casa
- inteiramente kltsch. lembrando uni pouco o silicones fariam Rachei Welch morrer de inveja. decido. Sob unia espécie de platôs, surgem os no v amente cheia, num hapening que se repetiu
moribundo cabaré ('asatiosa, numa espécie de Delírio geral. Os homens declaradamente
recriação à qual se acrescentou o bom gosto do Frenéticos, o conjunto criado pelo Superb no fimn-de'seniiana seguinte e que vai se repetir -
liereros que se achavam no salão cometiam, sem Madrid, inirosisados em Gogogsys. esperamos ardentemente - por muitos fins-de-
produtor -, e os panfletos. anunciando a glo- saber, o pecado do homossexualismo, ao olhar
A essa altura, o úmtiu'o garçom de plantão semana ainda. O endereço? Só podia ser lá, na
riosa noite de estréia, foram Passados e repas- cobiçosamente para os polpudos seios do rapaz
trotava por entre as mesas, incapaz de atender de Praça Tiradenites, às testas e sábados, no Cinema
sados de mão em mão pelas esquinas da vida. que se pendurava na janela. O anjo, ao lado des-
unia só vez a tantos pedidos. A um canto, um São José, a partir de onze horas. O ingresso: 50
Assim, ria noite do dia 18 de maio unia ver- te. fazia poses e trejeito,, preocupado eni não ser
grupo de travestis, hieráticos e inipassíveis, fingia pratas, mais barato que uma r)as%;igeiii pelo Hotel
dadeira niti!lidão tomcsit conta do salão especial- o seu ahow roubado pela outra. Lá embaixo, tio
estar num sarau da Baronesa de Rahicó Pela tio Pepe. LAMPIÃO, com sua experiência de fes-
mente decorado com cartazes de filmes gueis, salão de danças, todos dançavam de olhos paao
porta mais principal possível, entrava a estreia tanças, recomenda (Agulnaldo Silva).
capas de LAMPIÃO, fotos de ídolos do pessoal - alto - era o espetáculo que começava com aquela
incluindo tinia, mcii, perdida entre as capas do absoluta da noite - Mansa, a Greta Garbo da
dupla insólita e se balançar lá em cima.
nosso jornal, pros idcncialrneiite colocada no Latia -, que atravessou a nsultidaão de pares
Começava o espetáculo e ia continuar logo
corredor que leva aos mictórios, apresentando o depois, com a entrada de Shirley Moiiteiiegro, o
:oiii'-u um raio de Júpiter não faria melhor: im-
,ávida e certeira. Ela seria, tio final da função, o
Os pulinhos de Fafá
divino e injustamente desaparecido Mário Go- rapaz que eaiina várias oitavas acima do que a
mes, inteiramente pelado, Ao mesmo tempo em ;erceiro monientro delirante da noite.
decência permite O show e Shirley, cantando
que, do lado de fora, se acotovelava a multidão desde Babalu a Folhetim (iiifeliznienle, apesar O terceiro momento, tini, porque o seguindo Além das observações feitas por Agciinaldo
.iabitual de voyeurs, já hastane conhecida, que a seria a apresentação de Edy Star, um artista que Silva sobre a Gueifieira, o show idealizado por
dos apelos, ele não cantou aquieta famosa ária da
cada baile dos enxutos ocupa aquela mesma está a merecer, há uiiuuito, a ousadia e a coragens I_cui-,itiho Garcia teve miiais dois momentos de
Traslatal, foi uima apoteose. Ao longo desses
posição, só para ver passar os fantásticos e ines- de si rir produtor. Edy eletrizou a platéia moia tinta grande impacto: o primeiro foi a apresentação da
anos em que vem se apresentando como soprano,
quecíveis travestis que lá comparecem. desenvoltura tal que parecia estarapenas es- sósia de Fafá de Belérmi, unia bicha que por des-
ele adquiriu todo uni status de grantdecstreia,fa-i
Quando a gente chegou ao local, por volta de uni ar e tini gênero com qual nem as clivas mais covando os dentes. E, em sua alegria. iião es- cuido iiào chegou ao estrelato como a artista
meia-noite, o Cabaré-Palacc já fervia. O conjunto, temperamen tais sonhariam. Inteiramente camp queceu sequer de agradecer a presença de dois panaeiise.
tocava samba, e mia pista de danças evoluíam os jornais: LAMPIÃO - of eoursc -- c o Pasquim outro detalhe: Mansa (tão bem definida pelo
com seu penteado louro, sua niaquilagens muito
pares: homeni-com.mulhe,-. homem-com- (esscdois nanicos são acabar uk' CítSO nosso coleguinha Aguinialdo) deu um verdadeiro
pálida, seus braços longos e sua gesticulação
homem, mmi lher- com- mulher, tilinta manifes- Iremelicante, Shirle y fez a platéia literalmente A essa altura o hicharéu é que incitava atrás de sbow de intelectualidade quando apresentava seu
tação de democracia sexual com a qual nem o pobre garçom, aos gritos de "me dá uma cer- monólogo. Eis que algumas bichas, pouco
endoidar. E conquiiston até o conjunto que a
mais delirante adepto da abertura sonharia. No acompanhava, quando anunciou que era iii- veja", "me traz unta tônica", "Cci quero uma preocupadas com a sua intelectualidade, resol-
primeiro andar, em torno do bar, o pessoal mais pedra degelo". "o copo está sujo, bote!" Só cmii ão veram agredir a grande estrela, Mansa, que não
teiramcnte a favor do músico brasileiro, e que
gastador —e portanto mais uiob - tratava de eu me manquei - o garçom, na verdade (idéia leva desaforo para casa. respondeu à altura. "As
nunca cantaria com play-hack.
consumir as cervejas (infelizmente quentes) e os genial do Luizinho), fazia parte do&how. bichas que não têm capacidade de entender o que
Novo intervalo para danças e drinques. A
drinques. Àquela altura ainda reinava, naquele Que teve seu ponto máximo com a aparição de é importante pura o público girei exigente e in-
sereia, depois de virar de costas e exibir riu nia
local, um ar meio bliaé. Mas, aos que lá esta- Mansa, essa godes das trevas, a mais veneranda telectual que se retirem: a ponta está aberta",
determinada parte de sua anatomia marcas vi-
ram. Luj,.inho havia reservado uma surpressa: a de todas as senhoras gueia desde mie o travesti (AA)
síveis dos caninos do vampiro, retirou-se, deixan-
LAMPIÃO da Esquina Página 13
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ussiici.içào paranaertsv-
tIa iiaraclu da diversidade
Prof. Dr. Luiz Mott GRU PODIGN IDADE
4JixÓ rdia-
Recados para LAMPIÃO
Lima das boluções mais quentes do divjne androginos" "Claudete Babulu é o amor de
Luiz Garcia para a sua Gueifleira é, sem
dúvida, o quadro de "recados para LAM-
Luiz' "Vaikiria Vasquez: com amor ao
IAM'P1.40 79 11. "LAMPlÃOjá morreu e não
TENDÊNCIAS
P140": uma enorme folha de cartolina, com sabe (a) Chocho ' . "LAMPIÃO vive e viverá
uma caneta Pua: Ia mesma da Censura) pen- sempre! Ia) Clarice Verasont" (escrito bem ao
durada do lado, na qual os freqüentadores do lado da frase anterior)- "&tina: salitre 79".
Cabaré Palace podem escrever, à vontade, "L'h! L'h! LTlt! Lh!". "Jorge Maurício esteve
suas mensagens para o jornal. Algumas
preciosidades e.wrif as já na primeira noite (a
aqui. .1h30m da manhã' "Eu estou amando
muito" Iescrito dentro de um coração).
o show
folha de cartolina ficou lotada de "recados"): Desenhos, foram feitos muito poucos. E um
"LAMPIÃO é gostoso, inteligente, e me faz detalhe importante, para quem imagina que a
um bem enorme (a) Jorge Alberto" "Enian- c4eça do pessoal guei vive cheia de porcaria:
cipem o homossexual e estabeleçam seu nem um só palavrão. A parede de "recados
código de ética,". "Já podemos ser mãe la) Ary para LAMP1ÃO"vai continuar, segundo Luiz
Kern ". "Quando 1. 1M1'1,10 acender, cui• Garcia. Vamos publicar, no próxima número,
dado com a tocha, pra não queimar o cdl- os melhores recados do mês. Afinal de contas,
tor...""Reis'in dii O ti emancipação para os essa bolação é a maior bixórdia!
Página 14 LAMPIÃO da EsquIna
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da parada da diversidade
Prof. Dr. Luiz Mott GRUPODIGNIDADE
K
I-
LITERATURA
Fernando Pessoa:
poeta ou
"macho-man"?
Glauco Matioso
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da )rada da divtr,,i(Iad('
Prof. Dr. Luiz Mott GRUPODIGNIDADE
ENSAIO
j/i ,I
Na "pi.'.. U. íctiilvtl ruão existia classe média.
rik is e lires. Cuurii si desgaste civis ricos em
I1ti.'ttil,u', 1 1 c ruas, f ..ii. se desetis olscti do tini sis-
c b ama ' se a histi "abertura" Faz-,' & cla,sss: édia
ganhar rim quuittliãi' niat ' 'r da ri. 'a::,'ici(iiial
t's',U nuesítua el:ussc niéulia que cri ,, 1964 nsarchivuvc
eh fêz o ue rnhum homem
'tllvi t'ji)ulôln co qiie riais iarde evoluiu ilara o
.I dal capi 1 ali situo I- , 5':upit atismo precisa da
'15111 [)' 'LI'!'' lv Liheru,uuIr e que agora TCLvvil'i;i
pelo riu ' • t cijãus muurvssilha''. vii, receber
Õusono fazeil
:vsst' iuié 111.1 i.',unus . e s rpo li o tiiauto precisa de puniqiuiiluu de feijãu,_ ficará calrhla, 0e barriga
r&iti's. Atitivul e clvi . iusisisr de águas — é a es. iv hei a , i e! a se média diz tudo o que a elite quiser e
ahuliilviuie- por e.ss't'l&iucivi A classe média freia a hiu,undar. Coiit isso livra-se ii pais tio espectro do
reei auuuvuçts via' classes luchos favorecidas, mi v'' 1 r,Ilhui'ituiu), iIi' viria ttsiiduur iu' ao '' regras
ucd liii l seitu pre que elas se irga nizetu. E tem do jiugu, nas o voder vias lçu s -- , :d1, aos
ilusão ubi,iirila de qule tini dia poderá chegar a lieões valor de ra j iihts e 51)5 bispos, cuv.ulo'v ru'.
sI uir até chegar ii clvssc A. f ti uições 111t'1ii5 tiobres .
l'it'tiutiitidea lima pcqvic::a v'seniplifvciçiiu.', i 51 is p. ra ni iii r e- .i ; 1 visse nh:iia i.i cirsle iii
,lasse nié ili,u .t secretária que oprime olTice- . tifieit'u te ..::'..Ie: he a tsarrva. i_ preciso
boy e itnpede que ele fale com o patrão direta criar para clvi vi :hui:ã,s de Status e- u' .su'tu'ruiósel
uluetlte para silvo, reivindicações e, ao mesmo tem foi utrn ohte ti vk ' ': ,ii,u us felizes ',iesse i.irh Cul 1 ar.
po. a ule.siva secretária vai puxar o saco do chek Virou síuitbtilo .iqtiaiiti) ele pijuico itt nada
para mostrar aos outros que é íntima dele - e is- rcpresx'nlas a rarr o reuluuierite rico, para 1) d.5.
so já satisfaz sua necessidade de status. I)epen- cnuurário é motivo de insónia e si!; ., :Iiegt'ia iiiairir
detido de seu físico, Pode ser usada pelo patrão: é qirvunulo adquire o primeiro tu sq tu n a. Sim.
vim pintar à luz de velas e uma esticadinha a um tauuih'éni a classe média é isso: o melhor mercado
motel uni garçnn1àe. consumidor do muurido. Mas isso não hvustii. Para
A tiiorvil -- que existe sõ na classe média - é q ue a classe se média se matenha eivt:ssl, não
interesse polílteo e, portanto, econômico. hasian essa', migalhas de riqueza. É preciso tini
Alinal. ela é o freio, o litisite para a contenção ela sUstctitaculo psicológico, moral, hiuunsvun., Dvii a
classe média dentro das suas proporções. A época criação de padrões cotuportanueuitvuis – .l u e' sé
vliortatia. que tanto o [mplo gosta de citar em vigoram para a classe tiuédia.
função de Oscar Wilde, é uni exemplo vivo para A empregada doméstica vise e, tua homem
esta iloss'a análise: nunca se criou uma classe e não é casada. Isto não causa escânti,sio para
média tão esforçada e trabalhadora, que tamar tiinguiém. A classe média torce o nariz e fala:
ultiusas deu à Grã-Bretanha para encher de ouro vu "Coitadihilivi, os cartórios estão cobrando tanto!"
"augusta Saca" Rainha Vitória. O pecado de fica por isso mesmo. Se uma mulher colunhs'el
Wilde. que o levou à prisão, não foi o fato de ser casa 5 se/es, a classe média puvule aló Íitiir-se es-
homos s exual, corno se pensa. Seria demasiado candali/ada. Mas fliu fundo senipre hã uinsa
simplista. Tivesse ele se mantido de eaío apenas palavra de Compreensão: — Coitada. a iii el. não Cli'
com Lord Alfred Douiglas, como já era há muito cotitrouu sim homem quis' servisse de
uempo, além uie outros aristocratas, tudo estaria tenta uni há- la tias roupas, tias u"i as, 'ias Pci
'limo. Wtldt- foi perigoso politicamente porque teadvis. Mas tente a mulher de eiase média abati-
.Ll'alluui a tritural que a suiperelite estava IroUuziu- doirar seu uuuarilo e os filhos porque se apluixonou
lo para tis, externo, ou seja, da classe média, Peio homem quis' sai fazê-la felie.: é tio niitu ri,
e,im exeeleties resuiltados. E isso ele fez através tu Iria pira u isa sem-vergonha, sumariamente ex -
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1 ENSAIO 1
De Sodoma a Auschwitz a
matança dos homossexuais
Pti \iI.i de 193. MastiiittGirk, Iliclili
mais importante iii que todos os outros, , fato de
,éric de i ri ig. is sobre oh u mau ismo proletário''.
que só sobreviveram muito poucos condenados,
,usienl a udo a tese de que o tiiosse ua 1 isnio
que pt,deniani colilar lis acontecirneitlos com mais
.'ilqIIauIltI ''ruína dos jovens — . era um produto precisão.
ípkt do fascisiuto e que, portauilo, não linha
1-rui iodo caso, apesar do esquecimento a res-
Ligar no coração tio pino. Na mesma época.
peito. existem raros e cspauttl,sii, tcstcniuitfios,
tu 1 ri is escritores e Ii tnieiis p01 ii icos so iéi kos
Ettgeii Kogutu, enu seu lis ri O Estado S.S. .
itieratios por Kalinim. iniciaram unia itilentis-
apetites: "Sobre o destino rcserv-atlu (aos hinuos.
liiI.i c.iiiipaiilii propagailislica contra lis fio
scxiiais), só se pode di,er que foi terrível: estão
uliissexti;Lis. iitiianiiii . o', a itt tipo de erimi-
quase todos murros'',
lisos sti.iais: ii-, bandidos, os iiiidoi's. OS es-
,iiws. ciii 1 ra • rei ii iii.-ioui ãriiis e ageti les do mi- O medico e escritor Ciassen Neudegá publicou
ieruiIisiiii. Essa ieiidt' iicia alcançou seu piillio ai-
uma série de artigos no jornal de Hamburgo,
ti ciii m.lrçit de 1934. quando uni decreio assi-
Humanistas: ai ele faia de muitos casos de que
iiado pelo Itr'iIirui Kaliiiim passou a considerar as soube ou que viu diretamente: "Os homossexuais
rt'I.içt-s ililHhlas entre itilisldtiiis tiLi SISO 11h15-
J tinham sido torturados e morriam lentamente
iuliiii cliii ptiiuii eis com prisão de três a illi
de fome ou por excesso de trabalho, tudo com
.tiros. c i ' i i li trine irgras idade daquilo que rui ciii ão
uma crueldade inimaginásel 1...). Então a porta
ituiado e eiiqiiauirailii comi
da residência do Comandante se abre e um oficial
(irki esi.reteii: 'Nos vii se s tais 0,1,15, ti liii- do nosso grupo anuncia: "3t) imorais selio
iiIist'i.ihsnh, que é a ruína dos ticiis. floresci-
reunidos por ordem". Fomos registrados e então
niptu it'inciiic. Já esisie aii' 11111 ilititi, ia Ah.'- percebemos que nosso grupo Iria ser Isolado
ua iili,i 1 pri- 11,1/isia): t'limineni-sc is lioniosse- numa companhia de punições mais rigorosas;
si.0 is e Ias _isiii' 1 desaparecerá. 1-. iii re 1,11110. tia
soubemos lambem que no dia seguinte seriamos
ii, ii ic de .10 de iii iii de 1934 kaliclias 1 r's meses
levados para uma grande fábrica de tijolos, para
ti .iprtt aç.o da lei 50 kiii.-a que elilerras a. trabalhos forçados. A fama dessa fábrica em
UM si u,''lp'-. todas as i.-ouiqtiislas sexilais liber- liquidar com as pessoas era absolutamente ter-
liii da Rei de it,çàii
Outubro). o Coiu,aiido Es. i'í'.el". IA S.S. considerava o trabalho nas fá-
1 de Iiiiiiinler. a S....iiii adia a hospedaria bricas de tijolos como um terceiro grau de onde
,le Hail Wesses, 11111.1 estância termal itiude estai a
no se saia com sida; kogon chama-as de "tri.
rciiiiiii, o I-siadii-Maior da S.A.. e exiernuinasa 1 ereeirti Reieii: sers III de tuiidelui t - utuspiraçáti mente. l)r. 1 ri, li 'utlti inge é professor de
furadoras" 1. Von Neudegg conta até mesmo
quase itt ' s is prest-iulcs. 1-tu pitiucos duas foram pertlitiuicuie parti ti iluiti entras iiiiuutigis di 1)urs-itt Iiiiblio, euut ril_irbire. sobre experiências com fósforo em pessoas suas
:Iiiuuiii;uIis tiniras 2tKi uuuiuilas das quais regulile ou tldsCrs1rI, ' iess,l.its, Já com uma cobertura ideológica, a sia legal - o que lhes provocava dores "lmpos.J'.eis de
pitilco itil llada tinham a ser com a S.S, liii iOfll para a repressão foi aberta no dia 1 de setembro traduzirem pala'. ris".
wii chefe. Ernst H,chni . [rir função disso, II itier O Artigo 17 foi introduzido na legislação de I95, Na primavera desse ano, a Comissão
til/ia (em seu discurso de II de ui,neiiitirit de 1936 penal alemã no ano de 1$71, para punir o "com- Penal Alemã — à qual pertenciam dois juristas Nesses campos de couueenuraçào. os himmos-
sobre perigi rtisitil-btikitticut da hiintsse- portamento homos sexual entre homens". O nazistas como Freisler e Thiersak - expusera sesttars erautu marcados cotui Lini iniâiigtilo rosa
siialiit.itic) qiit' ''não iiitihetunios ciii L'siurj).ur essa grande estudioso e humanista Magnas Hirschfeld tom prudência sua opinião negativa sobre oeven- 'obre a man g a ou vibre o peitiu, o que servia para
P."c ciii .1 PrPa morte. Iliesmi dure uu15''. lutou contra ele por muito tempo. defendendo os to endurecimento na interpretaçào e aplicação do ilisttiigüi . iiss dos presos políticos (triângulo ver-
qutaitilui esse perigo im ,iduii ianutsiuii a Aleiuiaiuha. direitos dos homossexuais atrases do Comité Artigo 17Ç um de seus membros mais competen- titelhim. dos ladr'it's (verde), dos iesicmutuihas de
liii 2e dc i;ittcir de I931. ti nuesnui argumeni Cientifico Humanititrio, ao lado de AdoR Hrandt, tes, o professor Erlch son Spach, recomendou:-0 eová 1', ileij(. dos ciganos (marrou), dos judeus
t.,i ni.'pci uilo por ( ;t.'hhi.'Is, Miutusir ' tia Propagais- 1-eh, Radzuweit e alguns mais. De todo modo, es- legislador deve manter a moderação num campo O uia relu) e dos criminosos (negro). Cotu forme
da, a' l,c,er sete primeiri, ataque declarado à se Artigo nunca provocou muitos problemas até o ondc, grandes iiuuestigações podem provocar gran- relato de uma tesicrnLlnha no livro de Wolfang
Iltreiti sailui-a ai. tis.indi-a sobrei titi. de mui- momento em que os nazistas conquistaram o des prejuízos". Mas na reunião do Partido em Harthauser O grande tabu, somente no período
r,iliii,ude. 1 )i'eiudo que is uiiembrits do clero e poder e decidiram usa-lo como arma política e de uremherg. Goering tocou no problema pedindo de 'oca permanêtucia em Saehsenhausen, foram
dirigentes lis irgaiui,aç.'ids iiiseiuis católicas vingan ç a pessoal, Em 1933. house 11"S pessoas "a defesa e proteção do sangue e da honra ele. eluiititiados ti satugite frio de 300 a 400 houuuos-
ik't crua iii. si.- ti IIies. adotar ,t Ordem'' na- condenadas a partir de sua aplicação. Em 19U. mi": enquanto isso. Hitler mostrou-se lasorásel sexual,, nuorrius etuu conseqüência dos trabalhos
tonal- s'cliIIs!,i. Goehhcls aíirtiuuii: Quando, imediatamente após o caso Roehm, o número ao endurecimento do -tuligo 175. Schautier. forçados ou pirqttc chegavam corri lis ossos dos
tu 1934. curtas pcs,itas IreR- ide ra Iii fai er 1111 subiu para 948; e de repente as cifras eniou- L)lee(or Geral do Ministério da Justiça enchia-se braços e pertuas quebrados. Apeivas nu campo
l'trtuit., o que se I, nos cItttetiuis e dure 05 quet'em: em l)(u foram os condenados; em de alegria: "Foi preenchida uma séria lacuna". ttúnucro cinco de Neusustnitnu. um terço do
i i adrt' s . sarretintl,i essa imoraltitadi.- para 11551 19W, Já são eni lados para os campos de coneen-
prisioneiros era composto de homossexuais. Num
uit'io, lis as t'lliutilL,uluucis, 1k' eiiiis ser siimanieui- tração 24.I50 pessoas acusadas de aios homos- Passados 2h alis di final di guerra e da aber- processo cliltira uni guarda acusado de outros
t e cri i 's a 1 iii, ri.- r. que nt- ti r ti de ss.i peste'' sexuais. tira dos campos de concentração (I) ainda não cent homicídios. foi ciuiustatado que esse homem
es t aitckceii o u ô mero exalo de si tintas. Q ua itt ira especialista em lançarlançar potentes jaiums de água
Apesar da leu xigente. as punições contra o aos homossexuais, poucos sobrevisentes (e muilc gelada contra o preso, até lcsá . lo à morte, Conta-
Mas e bastante provável que Ilitlerjamais teria
Iintosscsiiais tinham sido bastante reduzidas, raramente) apareceram parti reclamar indeni- Lli
considerado seu lugar-tenente Roehm como um se que suas s itimus preferidas eranu os judeus e
monstro degenerado se este no tivesse Insistido antes da guerra 1914 IS. Após a guerra. o goser- ,ações. pagamentos ou reabilitações, inclusive os homossexuais.
liii i.'oiistiiitjdui de punidos de esquerda também porque até poucos anos atrás estavam ainda ainda (I) Este artigo foi publicado pela primeira sei
demais nas ideias radicais que lodos conhecemos;
acontece que sua S. A. andata pregando a neces- uuà.0 apikat a uieuihtiiiia medida repressiva. dei- ameaçados pela vigf'uicia do Artigo 175, depeut- em 1972, no Boletim do Cldims, 3. Posterior
sutido ais itoni,isses luis a liberdade de Se juti- iii rtLtl o comi u tinia espada de Dá uuuov-les sobre sua' mente, Terias resistas e jornais do mundo inteiro
sidade de uma segunda reituluça(, para arrasar
com os capitalistas que em trota cortejavam ttirctil e se rgtLuivarcni tini pouco cm setis bares, cabeças. Assiiuu, a cifra oficial fala de 50,000 ti reprotluziram.no, sobretudo na Itália, Suiça.
hitler) e ('0(11 o exercito (que a S.A. queria subs- clubes. stiotutis 011 através de suas resistas Fitual- MO.tXX) vítuuuias. mas pris Li cImente esta nuble França e Argentina.
titule, contra a opinião do Fuhreri: afinal, os niv-uIie, a 16 de otittibro de 1929, a (omissão litugi' da realidade que. cimo se pode imaginar.
militares eram importantes para a constituição de Penal do Reiclu-ttag protiuttciou'se a favor de unia parece sor tiltilto tutttis trágica. (E preciso leni-
uma poderosa '%crmuçh i almejada por llltkr. esetut ital supressão dci Artigo 175. Referindo-se a tirar, Por 11L111r11 lado, que in ui los diii condenados
essa decisà,, o ttltlr' Miiiisir, (ia Justiça.
Jitstiça, Frank, e ' snl base iuesse Artigo não eram homossexuais,
A I - 11 ii naus. .1 iiiljçuti ''prus .uda'' de Rot'linu 1 aluo a ID de de/e nuluro do alui' seguinte, para llhas si lii l)ieSllK'utic Opositores do regime ou itiu-
.v. r,i de 31XJ uiuti h,niens em 1932 para cerca de definir coleio imoral - 'essa tolerã id a que se nrigos pess(tosmIspoderosos. i- abe udo- 1 lues.. por-
3 iiuiliiies em ile,s'uuibrii il' 1933 e titilitu sido um prelciiile impingir a iiidu ii poso alemão'' - a lii), a acusação cimuusidcrad mais degradante).
latir cies-isis ii lia escalada dc 11 itier ao poder.
Rieiiiuu era um dos ptiuicos, c m melhor, ii t'iuuicii Apesar dissc i, os próprios na,islas, que
Depois de julgados e condenados. os s ttl.i-
que puislua elianiar ol- tilurer de ''ic''. 1.. qtiauud ttlttini ntttitIs lucintiissexi.iais em suas fileiras, não
dures do Artigo 175 ptissas aio para as tuiàuis da
,ilttiieiiu lhe v-hamai a tu ;uieiição para ti sitilipIr- .ipresv'iitarant neiiliiinia iuticitutis a mais radical,
c ;est api 1 a p' ilis- ia secreta do Estado) e eram e tu
itlnht'Iii Iuontuisseiu iii de seu Ittgar-iettentc. ii ti,,% primeiros uns de cxlsrL"nv-ía do seu partido. s uadis aos canupis di.- cutcetut ração: Auisclisi iI/,
I-ithrcr respondia colhi lilsliíiczflivas do tipo: D'acluau. Ncueiugatius'. Rtuscrtls riLi-k, Sachse-
isso te ii tece SI' itt 'te que as pv'ss ias rica nu ni Lii lo As premissa-, ideotogietis para unia repressão uulu:iuscit, Natso eiler, Bcrgs'it- Bclseuu_ Fttehls.
t'lulrc os nu Llitarcs. 1 ortuani-se tão idiittas qIlanli ,oiui ''itieiiis ttttuts sofitietitlos" fortuuu dadas pelo biet reI. F-usctiberg e outris lulais: ai eram Frc
eis: ,,. 1 si ' silis-ar Ernst Roc tini no seu a nu hieit ue ,turista Riidilf Klare, especialista LI Pttrtidi qüetirenleuite castrados e iuuandados parti ii'
adequado e etitão tiidi isso acabará''. Nti,isia para assuntos relaiLi ao houuuisse
os uali,s- ira Ind luos mais repugul alt les e tiiais pesados qLLc
iuuo: de F,Ltt. cm seu ii; ri homossexualidade e tus-tiltit tiuiu as-elerauido seu fim: ou então rirtuti-
Qiutiiidu' fitutulttuciire Riv-luuui liii ticLlsadi), em
Direito Penal. Klire l ) r isp tLuu ha iiuii reforço das s am'se bode-expiaitiru (15)5 demais companheiro -
1934, i.iini httse lio Artigo 175 di Código Penal
ptiniçies eilttrti — esses ituduviduis '' que consti- de prisão, que os nua tratas ti nu e 5 iolentava iii -
Aleuuiãui ( que pulha is lutos de naiilrç/a homos.
tuem niai 'r perigo para ''o poso, o 1-sI adu ,e a Nào cxiii ciii nu iii loS dite ii iuietutøS sobre te niti -
se sutil), o partido uuav-iotial-steialistti não tese
riuça": e sugeria a riaçAui de reformatórios para espeeitiluuieuiic pela ctimiprccuisível as ersão dos
qualquer reação legal ti a ao contrári ri:o :ii rtl iii- Is kshietis. Referia-se também a tinia ' - pliri Ei- html isscs tia is viii u ori 1 a r p ábl eu unia perseguiçàt
ttiíil&iii que prius-tirio tirar l i ros ciu de tinia au- eaçãi cnutl l lctt'. atrasés do extermínio uieces- que ,u sociedade uuiulla pretende justificar e per-
1 tga te iaço 5- tini R 'chio (iii .is',I ssi li,itli 1 pelas
sárii, de hotuunsctitiis - :ifiriivat a que "os dc- pcI tuar: além disso, muitos historiadores mandes-
%..S., eutqhi:uttti Riicituuu era dcfv'iulido e iuroteid
eneradis (levem ser ter eliminados para manter a ttirtini iii di kreiiça uru te o tema, v i t assoc are ITt os
I t ir Ii&-sdrii.-lu, Mais larde..i itt de 1,11v- irl i tk- raça port '' - rece iti tcrcssa n ie Cotista lar que '1 lii it Iii lsSC i. tt ais eito de li qi,ic-liles '' 5- t i ni ibliS ' - e
ti' falar si tire .i purificação moral e saúde
litro ciO qttcsCti [-ti dedicado ai jtriifcssiir [)r. rcsv'is tiram todo seu interesse partI os press
biológica rel;ilistturueutie ai etis.' Rtelttiu. Hitler
disse 11à cl tuco allis atrás, hino e tilgitus nuctuu-
Erie-lu Seluwitige. a qtienu se deve o mérito cIeuu
euilubuiaçii si-rlatleirutiteiute
fraterna entre
pilitjs'os (2 mi1luics de siiinuas), ou p ar a osjudeus
(ii, umi.t is d,tra tuieti k- ,Lt ii gil. s: ii ind 1 i ',es de ruim-.
LAMPIÃO
bros do partido que se um ai eh atam tic ettipa in -
fanie e [tiram ftiiuladiis puir esse crime'. O caso
professor e disei1iiulo, sem qual esta obra iiãti
puukrit: ser re,Ll.'L,da num espaço de t.&'iuului l tãi
1h5). Oiros motustis dessa abiselidia de dados: o
inéteidu usado pelos rcspiulisàveis d s campos de
o Assme agom
R ' meltnt ti de máxima importância tia história do breve. 1-Li liii agradeço iiiuito por isso'' Atual- concentração p.urtl esconder seus crimes e, tuise,
LAMPIÃO da Esquina Página 17
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cl,i ;i.iratlu (Ia ilis'rsidtidc
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CARTAS
NA MESA
R. - Você tem razão quanto ao tratamento dade eni relação a tais comentários destrutivos, e tinha nada a ver com "relações comerciais" e
Ecos da inquisição "rigoroso, careta, autoritário, inquisitorial, o único a percebê-los. coisas assim: era solidariedade mesmo, e bem no
fasci sta-que
burocrático, empresarial e Irracional- Espero que tenha conseguido me expressar, comecinho do jornal, quando muita gente achava
lhe foi dispensado, Zeluis. Só tem um de- pois não gostaria de ver a minha opinião transfor- que ele não passaria doa quatro primeiros nú-
Meus caros membros do Conselho Editorial
talhe: este tratamento não partiu de nenhum dos mada numa exaltação à cocaina, e discotecas meros. Agora que estamos no n? 13. a gente tem
de LAMPIÃO: aqui quem lhes escreve é o José
dez membros do Conselho Editorial deste jornal. mais permissivas (???). Mas é que acho que tal que deixar bem claro: nossa alegria tem que ser
Luiz Dutra de Toledo, aquele que foi queimado
Ao contrário, fomos tomados de surpresa com o tipo de lugar, principalmente se for guei, dá dlsldida com pessoas como você, que é Iam-
moralista e inquisitoriaimente por alguns elemen-
grau de importância que a coisa tomou —. sem aquela sensação de gueto, de angústia daquelas plônico, tanto quanto nós.
tos deste conselho ante o aparecimento de denún-
que fossemos sequer cientificados —, levada por pessoas, as quais passam a noite se procurando,
cias quanto a ''vigarices" que eu teria cometido
pessoas que não pertencem ao jornal como até desfilando,c ninguém quase acaba se dando aI'
aqui no ano passado usando o nome do jornal.
Estes dolorosos fatos me foram comunicados Pe-
dizem discordar dele. Não é estranho tudo isso?
Tudo o que fIzemos, neste caso, foi mandar uma
guns prazer. Além do mais, alguns se contentam
coro suas noitadas de fim de semana em tais
Ensaio histórico
lo Sr. João Antônio de Souza Mascarenhas. que carta ao seu amigo N., tentando explicar nossa lugares, quando se "assumem", para depois en- Prezados anhigos. Não sou apenas um dos
aqui fiquei conhecendo há um ano, precisamente posição nessa história toda, quando as acusações trarem em suas ostras, voltando à realidade, a primeiras assinantes do LAMPIÃO, como tam-
por intermédio de Francisco Bittencourt (com o
já tinham deixado soei para irás e começa v am a qual, os condena e não os aceita, héni um de 'seus grandes admiradores.. Tenho
qual falei após uma palestra/debate no Museu de nos atingir lagluém chegou a nos ameaçar: Iam A batalha seria melhor se cada um se im- ieotiipaiiIiadn muda a vida do jornal, me regozijei
Arte Moderna do RS.) dar queixa à policia, porque nós ficáramos com os pusesse, csigituulo respeito a si próprio, um res- COM o seu aparecimento e também sofri a angús-
Primeiro, 'gostaria de me apresentar: sou Cr$ 1(4) que N pagara pela assinatura e não lhe peito humano, à individualidade. Assim. lia dos dias de repressão. Estive no Rio em laneiro
professor (licenciado em História pela U F de mandásamos o jornal...). Com surpresa, " ri - aproveito para deixar minha critica em relação e Fiquei alarmado cofli as notícias. O número de
Juiz. de Fora em 19 7 6). técnico em educação não ficamos que o próprio N nada tinha a ser com o aos portadores de frescurite e desniunhequices, as fevereiro me deixou mais preocupado. Tive mes-
formal (de base), e com oito cadernos de textos- encaminhamento do caso - simpática e gent il quais só ajudam a perpetuar essa imagem ca- mo O propósito de visitá-los e comnuitis-ar-lhes o
cnsaios/pocmas e contos pra editar (não consigo -ment,ldsauorizpct,squeo ricata dos homossexuais. meu apoio, mas tudo ficou só no propósito. como
por falta de grana). "defendiam". Foi, em suma, um suténtico rolo, Por vezes, já li no Lampião referências a tal a maioria das coisas, para uns provinciano no
Primeiro argumento em minha defesa: eu sou
provocado pelos que, tanto quanto as forças fato, mas por outro lado. são publicadas piadas. Rio.
repressivas de que você faia, gostariam de ver situações gastas, as quais também terminas ant Sugestões? E difícil sugerir, em especial por-
aquele que foi às boates e saunas entendidas de
LAMPIÃO morto e enterrado (esse gostinho a tendo o mesmo efeito depreciativo. Não acredito que não entendo de jornalismo, e creio que é
Porto Alegre divulgando e tentando discutir com
gente não sai dar pra eles, até?). Por tudo Isso, que a aceitação de ser chamado "bicha" resolva difícil cotis iver com a "moral e os bons costumes"
mais gente o jornal que se lançava (maio/agosto-
não há razia nenhuma para "desexcomunhar" alguma coisa, pois a aceitação talvez se deva a dos . . , (autocensurado). Acho que um gênero que
1978). Segundo argumento: neste trabalho de
divulgação, fiquei conhecendo e falei e/muita você, já que LAMPIÃO nunca o excomungou; uma tentativa de acostumar os ouvidos a tal ad' poderia ser cultivado pelos lanipiôniens seria o
gente, e dava o meu endereço e o formulário para excomunhões. ainda mais por via epistolar é jetis o pelo simples fato de gastá-lo rapidamente. ensaio histórico. À prinleira vista pode parecer
preencher e pedir assinatura. Fui até São Leopol- cômodo, ná?) nunca fizeram o nosso gènero. Da mesma forma, não aceito o fato desse jornal pedante e i:túlil, até mim retrocesso, porém unia
do num fim de semana. Mas nunca recebi di- Mande noticias sempre. lii? publicar um anúncio de filme, com a legenda sen- sisãi) histórica da moral e uluis humo, costumes pode
nheiro de ninguém. Só o meu amigo N: professor sacionalista dizendo ser um "filme para enten- ser hastzirmie esclarecedora. Ainda '. ivenivus sob as
numa cidade próxima. me entregou em agosto a O colunista ladra didos". Assim, ninguém vai pra frente. No mais,
desejo expressar meu sentimento de afeição em
tres as do n)oitoieisnuii judaico- islátiiico-cristào
- sem dúvida a maior desgraça tia humanidade.
importância de Cri 160 para uma assinatura, que
realmente não remeti a vocês, por deixar Passar. Caros editores. Por várias veies estive tentado relação aojornal de vocês, o qual considero peça Quem hão tens conhecimento de história ou de
Mas para evitar maiores julgamentos, coloquei a escrever-lhes, mas acabava me esquecendo e imporia nussinla no terreno de imposição dos in- literatura clássica, cm regra ignora fatos tais
hoje de manhã um saie postal de Cri 200, pra não o fazia. Agora aproveito para enviar-lhes esta divíduos homossexuais que habitam este planeta como O exército dos amantes, organizado por
pagar a assinatura dele (Cri 200 e não Cri 160— carta, na qual pretendo fazer alguns comentários Força prá vocês. Um abraço. Pelópidas e Etiatuiimioiidas.. a Roma (lv' Petronius
juros, correção monetária. UPC, alíquotas em relação ao jornal de vocês e deixar aqui o meu Marcv' Antônio - 1-tio. Arbiter e o casamento de Júlio César com o rei da
reajustáveis do Tesouro Nacional. ORTNs, arte.. protesto e irritação em reaçào à, nota publicada Bitinia. Dai decorre o mito, tão decantado nos
et.). Os outros que me denunciaram, não Con- pelo Sr. lhrahim Sued no jornal O GLOBO. do R. - Sobre a nota de lbcahlm Sued, vide a exemplos dos falsos moralistas. de que foi a
fiem neles. estes são os reais "vigaristas". Agora. dia 22/04/79. Não Sou, de maneira alguma, seção "Bixordla", em LAMPIÃO nP 12: a gente pularia que acabou com o Império Romano.
O Terceiro argumento: apesar do deslize, cometi- apologista de drogas, as quais condeno pelos Já falou sobre isso. Mas é possisei acrescentar al- Preconceito', sex uiaiv são compori aniemitos liis-
esperava não merecer tratamento tão rígido. danos físicos que provocam, nem tampouco [1V guma coisa: lbrahtns Sued falando contra drogas 1 oricanieni e condicionados e fundados cm valores
rgtiroso, careta, autoritário, inquisitorial. bu- tais discotecas referidas na nota, as quais, depen- e homossexualismo? Qui, quá, qui! Você faz falsos, anti-humanos, religiosos ou deturpados.
rocrático. empresarial e irracional-fascista que a dendo de como sejam utilizadas. são bem alie. restrições ao anúncio do filme "Os Embalos de As dicas sobre as cidades brasileiras devem
mim dispensaram. ignorando a minha militância nantes e simplesmente a nada levam. Ipanema". Pois bem: leia, neste número, a eis- continuar. São ótimas, Também são interessantes
lamplônica e até aquela singela contribuição para Mas o que interessa, realmente, é o vínculo tresista do diretor, Antônio Calmon. Nela, ele até reportagens sobre a sorte dos companheiros de
um guia "guei" de Porto Alegre. que estamparam Dá
(proposital?) que o dito colunista fac entrei drogas faia dessa coisa de discoteca, e tem-uma resposta Lampião mia Colômbia. Eis iv que ele me diz:
no n? 2. Fora os xerox, entrevista que fiz com o + decadência social e homossexualismo. ele muito boa para os que a consideram apenas um "Dejando este tema que me saca deI juicio (a
pessoal da Coligay, etc. que alguns homossexuais já perderam a vergo- modismo, ou uma coisa alienante, ou simples- repressão aos guerrilheiros do M-19). quieto
Afora todos estes grilos meus e de vocês, aqui nha. O que ele quer dizer? Tais homossexuais mente condenável. Quanto à palavra "bicha" o comentarte acerca de esos periódicos que men-
expresso o meu amplo, efetivo, combativo, geral e deveriam se envergonhar pela sua natureza? A Importante é que ela está deixando de ser uni es- cionas co tu carta. De verdad ha habido uni
inflamado pronunciamento de apoio a este jornal nota, para mim, é de uma discriminação osten- tigma, ou seja, eia está perdendo sua única fun- apogeo en esc sentido. pero desgraciadament no
ante as investidas dos aparelhos repressivos, pois siva e digna de repulsa, pois revolta é o que sinto çio; por esse caminho, fatalmente cairá em he tenido eI gust de leer-los. pues. si ]os han
todo anti'íaseista há de ter em mente que tanto em relação a estes indivíduos que desejam per- desuso, você não acha? Felicidade ampla, geral e sacado, nos los han puestim aI c000cimiento. cisca
Stalin como Mussolini. tanto Brejrtcv quanto petuar a imagem do homem ou mulher homos- irrestrita pra você também, Marqulnho. que ha sido rnuv eis secreto, diria vii. Larnentan-
Pinochet, tanto Mao quanto Franco nunca ad- sexuais..cmmi pessoas doentes e sinônimos de dote de eso te digo que cml cvi' sentido esto es por-
mitiram uma identidade entre arte e sida, pro-
dução intelectual orgânica e vida, abrindo sempre
marginalidade.
O que irrita é a cilada para os leitores, armada
De solidariedade que se encuentra uno satisfecho y porque no?
realizado. Si. se tiene niucho receio, pues ia
aquela velha dualidade;: uma moral para a im- pelo dito colunista, o qual faz um elo entre co- Preiados amigos: nunca soube expressar o sociedade siempre recrimina coo mano de hierro.
prensa. outra para a vida; uma moral pra arte, caína e homossexualismo. Por acaso não haveria que sinto. Ainda mais quando, o que Sinto é forte Bueno, amigo mio, espero me entiendas, Si [lego
outra para a vida. Já estava para lhes escrever há também beterossexuais cheirando a tal da "bran- e Profundo. Porém, a pedido de vossa carta úl- a conseguir esos periódicos te los bago ]legar.–
muito tempo me pronunciando sobre este fato ca de neve"? irrita mais ainda, pois os "mar- tinia, direi iv que penso de LAMPIÃO, para não Bueno, agora o mais importante: segue anexo
deste Estado de Fato. Mas, a semana passada. ginais" devem ser temidos pelos "rapazes e parecer frio ante os queridos lampiônicos. E unia à presente o cheque para a renovação de minha
quando li no Estado de São Paulo os documentos meninas de famliia", segundo o nosso prezado publicação que fazia falta: ela preenche um assinatura.
puhlicados(n.r. - o documento do CiEx sobre a colunista. A atitude machista de tal homem, que grande vácuo. LAMPIÃO não é só bem dirigido e E MUITO FELIZ ANIVERSARIO. LAM-
imprensa manica). não me senti em condições de se dá o direito de publicar tal nota num jornal de bem escrito, mas sobretudo é um abraço fraterno PION ICOS!
adiar mais uma vez esta carta: tirei uma tarde alcance, é simplesmente lastimável. E digno de nessa ''minoria" que por vezes é tão estupida- Uni forte abraço tio amigo,
para regularizar minha situação com voeis. pena observar um ser humano julgando seus mente criticada e maltratada por alguns, que, J.A.L. - Pelotas. RS
Gostaria que LAMPIÃO registasse o assas- semelhantes com tal arbitrariedade e despoja- quase sempre, a ela pertencem, mas não têni
sinato de mais um homossexual: meu tio João muco Lo. coragem de assumir e encarara realidade; e assim EL - INda em LAMPIAO é retrocesso, J.A:o
Macedo, em meados de março/ 7 9, em Juiz de Pois tal tipo de pensamento e de poder que se [ornam verdugos de si mesmos. Uni abraço ensaio histórico é uma boa, como é uma boa,
Fora. Minas Gerais. A policia até hoje não es- certas pessoas possuem em utilizar uma folha de amigo aos corajosos lampionicos (anexo o cheque também, a fotonosela guei (estamos programara.
clareceu o lato. um jornal para publicar as ditas "amenidades", é referente à renovaçàoda minha assinatura) de do uma que vai dar o que falar). Sobre o pessoal
Em anexo envio o comprovante do vale postal que me lesam a um grande estado de irritação. A O. G. N. (Galeria Ypiranga) - Rio. colombiano. você deve ter visto a seção "Badalo",
que lhes remeti hoje pela manhã. Abraços e beijos conotação segregacionista imposta pelo colunista,
em LAMPIÃO n? 12. na qual a gente dava os cri.
em todos vocês e no pessoal do Somos também. em sua minta, é realmente triste, pois não acredito R. - Você, Osvaldo, foi a primeira pessoa. dereços dos jornasi de lã. E quando vier ao Rio,
José Luís Dutra de Toledo - Porto Alegre. que seja eu o portador de uma maior sensibili- Inserir um anúncio no LAMPIÃO. Teu gesto não nos procure. Abraço pra você também.
APPAD
avscici.içits p:mratt_r'tt5r
Centro de Documentação
Prof. Dr. Luiz Mott GRUPODIGNIDADE
Y"
da t)iritIm da (1it'rsid,idc
CARTAS
NA, MESA
de que isso ganharia uma maior quantidade de demais. Aguardo sua colaboração e desde já for, .to comum porque fala de felicidade. Breve
Ternura e política simpatizantes para o jornal. agradeço o envio do que lhes solicito. porque feliz.
Acho que seriam muito propícios, artigos Isso ai. Esta carta é tão relaxada assim por
sobre anarquismo existencialismo, estruturalismo Marialuísa - Rio. que é tio verdadeira! Parece até o Caetano can-
Felii antsersário! Indo para o show, acabo de e, até mesmo, sobre as possibilidades de sistemas tando Carolina... Um abraço e força total prá
ler o número 12. Enfim a fala das rnças. Iden- capitalistas ou socialistas com total liberdade R - Alvíssaras, MarIalui*a e tantas outras vocês, continuem se espalhando.
tifico cata sensibilidade que vem do reprimido, o sexual (tem que ser ampla e irrestrita, que nem que nos escreveram pedindo cate bendito roteiro.
cuidado com a palavra, antes com o sentimento anistia). Ele está neste número, coruscante, ainda limitado Wanderley Sanches - Sào Paulo
atrás dela. Não chegaram tarde. Chegaram no Bens, eu estudo Matemática na UERJ e, nas a Rio e Sio Paulo, mas com promessas de am-
seu tempo. Bem-vindos meus votos para que a horas vagas, escrevo contos e poesias. Estarei pliaçio e abertura (ampla, geral e irrestrita. R. - Obrigado pela divulgaçiozlnha, Wan; a
fase confessional - tio importante nas identi- sempre ao vosso inteiro dispor, no que me for naturalmente). Pequenos comentários sobre cada gente precisa muito dela. Se você puder mandar o
fiLaçcs interpessoais - ceda iapidamenle lugar possível, podem estar certos. Confiante em 'que local permitem que as possíveis Frequentadoras pessoal comprar o Jornal, melhor ainda. O seu
a unia ação mais política. Lembro-me aqui do minhas sugestões serão devidamente analisadas, escolham os que melhor lhes convêem. Nio é conto está sendo lido pelo pessoal aqui da casa; a
lamentável Encontro Nacional de Mulheres onde aqui me despeço com um abraço bem apertado ótimo? Aproveite. gente está querendo reformular a parte de lite-
se tratou da lula "maior" pela democracia, e não em lodos vocês. Um abração mesmo, que eu gosto ratura, pra dar um Jeito de encaixar textos de
se falou de orgasmo, menstruação, prostituição,
lesbianismo... Vocês têm um papel muito impor-
à beça de vocês.
Alfredo R.A.F. - Rio de Janeiro.
Pro que der e vier leitores, Aguarde.
tante, enquanto mulheres e enquanto homos- R. - Tuas sugestões serio debatidas na nos- Pessoal amigo do Lampião. Hoje estourou a
sexuais. Sinto que o farão com brilhantismo.
Aos colegas do SOMOS, confesso que sua
sa próxima reunião de pauta, Alfredo. Mas como
LAMPIÃO aio gosta de coisas multo fechadas,
greve dos motoristas e não tive como sair de casa Pra lara Reis
para o útil/ fútil do cotidiano. Que bom. Me pego
pouca objetis idade me desaponta. Há uma sen- eia Já vai publicada, para que os leitores também relendo o Lampião e sinto que devo escrever prá
possam participar da discussão. "Pelas Liber-
Atenção, lata Reis deu pra
sível desorganização no movimento: "nossas vocês. Prá dizer que estou com vocês, pro que der
trepadas eram atos políticos, a nossa atuação dades Sexual," é uma ótima; entre outras coisas, e vier. Dar força pro jornal, que está muito bom.
publicar tua carta nesse número, por-
política deveria vir cheia de ternura,.." Mas a gente reabilitaria o sentido do "alogan", tio Pra dizer que bom que Lampião não é apertas que são 60 centímetros de texto (pra
pode??? Num faz muito tempo um de nós foi distorcido, nos últimos anos, por revistas de guei, que Lampião também é qualquer problema você ter uma idéia rodas as cartas
levado em estado grave para o Miguel Couto, por pura sacanagem como "Ele/Ela", "Homem", humano de interesse. Estou feliz por existir Lam- publicadas nesta página somadas,
agressão da turma de machinhos da Miguel "Ptay Boy", ele... pião, único no gênero, o resto ou é muita via-
Lemos, e vocês me falam de ternura, pô (por es-
dão 72 centímetros). Fia teria que ser
dagem ou muito machismo. E as coisa, na rea-
tas e por outras a espécie de solidariedade que lidade, não são bem assim. Vocês estão sabendo. editada, mas, como é um assunto muito
recebemos do Pasquim no dia do aniversário do Olha oroteim! Lampião está ai e faço, sempre, uma divul. polêmico, agente prefere que você mes-
Limpa vem dirigido "a nossa irmãzinha"). En-
À direção do "Lampião. Conheci este jornal e gaçãoz.inha, no que posso, entre amigos., gueis e ma faça esse trabalho. Não dá pra
quanto continuarmos identificados com o setor não. gueis. No trabalho, na escola etc., mostro o
feminino da sociedade machista brasileirá, o
estou me interessando por ele. Tanto que pedi diminuir uns 20 centímetros (40 li-
uma assinatura anual e já enviei a vocês o vale "da Esquina" pra todos, e não há malho, se tiver, nhas)? Se não, a gente vai ter que
papel a nós atribuído será o da feminilidade, pas- o malho perde-se no primeiro diálogo. Por falta
postal de Cr$ 210,00. Mas o motivo desta é pedir- deixar de publicar outras cartecas de
sividade, submissão, etc... Ora, se nem as fe- de argumento.
lhes o grande favor de me enviarem endereços de
ministas aceitam tal papel, por que vamos aceitá-
pontos de encontro (clubes, discotecas etc.) de Tenho 24 anos, trabalho no Shopping City leitores pra só publicar a tua, e isso é
los nós? Se pretendemos exercer livremente nos- News, estudo jornalismo na Caser Libero e faço muito chato.
pessoas homossexuais femininas. Evidentemente,
sas atividades sexuais - nada políticas -, re- poesia, escrevo coisas, textos, histórias e estórias.
acho desnecessário acrescentar, de lugares sérios,
usando uns lugar de segundo escalão dentro do Mando pra vocês uma história que escrevi noutro
isto é de pessoas conscientes e responsáveis, a fim
grupo social, não podemos cair em nenhum dos dia. Tá aí. Se quiserem, acharem que vaie a pena,
exageros: o papel do machão ou o papel de con-
'
de compromissos sérios. Desculpem este acrés-
publiquem, ti legal? E um texto feliz, neste dias LAMPIÃO;
cimo, mas como poderão compreender, a gente
dão para o "lado de lá", nem da glorificação do de tanta amargura. E um texto onde eu me vejo
palllet*ê virá o sucesso de nosso empreeiidimento.
tens que se precaver não só nisto, como em tudo o
feliz e inteiro, eu e o cara que amo. E um texto o seu jornal
Resumindo, temos de lutar com as armas mais
importantes possíveis. e não com as armas de
caricaturas feitas por nós mesmos, ou a nós im-
postas. As armas? A cabeça, a conversa e união.
-
Chi, já falei demais e queria mesmo era dar oc iesk o L,i'r'r',i Aeste 'rn,7 Ciro! por iti.ar vssso, , a esta 'r
parabéns ao Lamplio. Até uma próxima. rt'rsor ,'vs-,La, ttura.
Eduardo G. C. -- Rio
Lffichiades sexuais
Prezados Srs. do Conselho Editorial de Lam-
pião.
a) Considerando a posição assumida por vosso
mensário em defesa das liberdades sexuais:
h) Considerando que tanto o capitalismo
quanto o socialismo atualmente marginalizam e
repriniento as minorias sexuais:
e) Considerando que em nosso atual momento
histórico as perspectivas são de uma virada à es-
querda, esquerda esta que, até o presente mo-
mento, tem procurado ver as minorias sexuais por
um mesmo prisma: como produtos de decadência
Desejo receber uma assinatura anual de
da classe burguesa:
dl Considerando o acima exposto, venhc
propor um debate amplo para além da dicotomia
Faça de t
LAMPIÃO da Esquina ao preço de Cr$ 230,00.
capitalismo/socialismo, uma vez que enquantc
existir o Poder, existirá a repressão. Proponho
mais explicitamente que se inicie uma discussãc
LAMPIÃO 1
1 Nome
sobre outras formas de se conviver em grupo,
além das duas únicas alternativas que nos são
apresentadas. Que se procure mostrar às pessoas
da Esquina Endereço
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Centro de Documentação
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da parada da diversidade
Prof. Dr. Luiz Mott, GRUPODIGNIDADE
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festa que
06 OS
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AGUARDEM O
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APOIO DE OURO . : •
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Centro de Documentação
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cia paiada da diversidade
Prof. Dr. Luiz Mott GRUPODIGNIDADE