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RECREAÇÃO, LAZER E ESPORTES DE

AVENTURA
Bruno Allan Teixeira da Silva
,

3 ATIVIDADES RECREATIVAS, PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO

A organização das atividades recreativas constitui-se uma das importantes áreas de


atuação do profissional, pois envolve o desenvolvimento e estrutura das atividades
que são fundamentadas nos elementos do lúdico, jogo e brincadeira e acontecem
normalmente dentro do cenário de lazer.
Esse fato possibilita ao profissional de Educação Física a exploração dos mercados e
nichos de trabalho em hotéis, acampamentos, eventos esportivos, aquecimento de
corridas e participação em grandes eventos. Além disso, é possível organizar muitas
outras atividades em todos os cenários da academia e em muitos contextos da
Educação Física Escolar.
Assim, neste terceiro bloco da nossa disciplina, iremos explorar e aprender sobre o
conceito da recreação e das atividades recreativas na perspectiva do desenvolvimento
humano e suas possibilidades para a aprendizagem e divertimento de crianças e
adultos. Além disso, vamos estudar as perspectivas do jogo, da brincadeira e da
organização de gincanas e eventos que sejam constituídos por atividades recreativas.

3.1 Atividades recreativas: perspectivas de desenvolvimento ̶ Introdução

Dentro desse cenário, as atividades recreativas acontecem normalmente dentro do


contexto do lazer, aproveitando o tempo livre para fazer algo de forma voluntária
constituída dentro do divertimento, do prazer e do lúdico. Nessas atividades, é
possível jogar, brincar ou fazer algo com base no lazer, sendo uma atividade
totalmente livre das obrigações sociais, familiares e de trabalho, em que o indivíduo
recria sua realidade a partir da dimensão do jogo fundamentada no lazer.
A recreação é o fato ou uma circunstância em que o indivíduo escolhe espontânea e
deliberadamente uma atividade ou ação que o satisfaz, atendendo seus desejos e
motivações dentro do contexto do lazer (CAVALLARI; ZACHARIAS, 2018). Os autores
ainda afirmam que o tempo ócio é importante, pois corresponde ao tempo do “nada
para fazer” de forma positiva, sendo importante para a recomposição do sujeito,

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diferente do da ociosidade que é algo compulsório, impedindo o sujeito de realizar


alguma ação ou aproveitar o lazer.
A recreação para Cavallari e Zacharias (2018) possui cinco grandes características:
1. A recreação deve ser encarada pelo participante como uma atividade com
fim nela mesma, sendo de característica improdutiva.
2. As atividades de recreação devem ser escolhidas de forma livre, segundo os
interesses dos alunos.
3. A prática da recreação busca desenvolver no praticante o divertimento, o
prazer e um estado de bem-estar durante a prática de suas atividades.
4. Ela deve reforçar o desenvolvimento da criatividade a partir de situações
que a estimulem; a recreação baseada no divertimento pode proporcionar
situações ricas em aprendizagem e estimulação da criatividade e das
emoções do sujeito.
5. A recreação deve ser construída a partir da compreensão das características
culturais dos alunos, clientes ou indivíduos. Busca criar durante a atividade
sentido e significado para cada um dos envolvidos.

A partir desses elementos, percebe-se que a recreação deve valorizar o significado da


cultura para cada grupo social, a partir dela transformar e operar suas atividades e
possibilidades. Ao estabelecer tal contexto, é possível inserir o aluno,
independentemente da idade, em situações de aprendizagem, de divertimento, de
construção de valores e significado para uma sociedade melhor e mais democrática.
Isso pode acontecer principalmente a partir da Educação Pelo Lazer e da Educação
Para o Lazer, como apontado por Marcellino (2016), em que as atividades lúdicas
possuem forte valor educativo na construção do ser humano.
Outro elemento importante durante as atividades recreativas é que a formação de
grupos com as mesmas características sociais ou intenções é algo comum, favorecendo
na organização das atividades, na mediação delas e na construção de atividades que
tenham significado para eles (CAVALLARI; ZACHARIAS, 2018). Portanto, é fundamental
reconhecer os elementos culturais dos grupos, organizar esses elementos e realizar
atividades que mobilizem o grupo dentro da mesma intencionalidade.

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Nessa perspectiva, é importante compreender o significado do termo recrear. Para


Iubel (2014), esse termo tem raiz no latim recreare, sendo que significa o ato de
restaurar, recuperar, renovar e reanimar o indivíduo. Assim, podemos compreender
que a organização das atividades recreativas tem uma finalidade pautada no
desenvolvimento da restauração e recomposição do sujeito dentro de um contexto do
lazer.
Podem essas atividades se apropriarem do jogo como um elemento cultural e lúdico,
da brincadeira na mesma perspectiva e com formas diferentes de reconfigurar a
realidade, pautando-se no divertimento e na animação.

3.2 Perspectivas de desenvolvimento do Jogo


O grande segredo para o profissional de Educação Física que pretende trabalhar com
recreação é a organização e planejamento dessas atividades. Por muito tempo, nessa
área era comum o recreador utilizar brincadeiras e jogos prontos, replicando-os para
todos os tipos de grupos.
Como estudamos, grupos diferentes devem ter atividades diferentes. A recreação está
totalmente amarrada às características sociais e motivações das pessoas que estão
sendo submetidas a esse tipo de intervenção; portanto, no momento em que se usa
uma atividade pronta, o profissional corre o risco de essa atividade não ser recreativa
para o grupo no qual realiza sua intervenção.
Nessa perspectiva, Iubel (2014) possui uma reflexão sobre os elementos que são
fundamentais para elaborar uma atividade recreativa. Para a autora, esses elementos
são:

• O que será feito?: o profissional deve organizar e sistematizar as


atividades que podem ser realizadas, dinâmicas, recursos, composição
de equipe e número de intervenções.
• Para quem?: deve-se analisar quais são as características do público, da
idade, motivos pelos quais as pessoas foram para intervenção, se são
grupos corporativos, escolares, aleatórios de uma mesma região. Esses
elementos são importantes para o desenvolvimento das atividades, pois

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se irá mexer com a dinâmica, fluência e organização delas para ter


eficiência nas intervenções.
• Quando?: etapa importante, pois, às vezes, a recreação pode estar
envolvida com uma data festiva, um evento específico, pode ser em um
final de semana ou feriado. Nesse contexto, é fundamental que os
profissionais realizem o mapeamento do tempo de intervenção,
duração e época na qual acontece.
• Por quê?: considerar a justificativa que fundamenta a intervenção,
mapeando os motivos que fazem as pessoas se reunirem no local para a
atividade recreativa. É necessário organizar as atividades recreativas a
partir da base de fundamentação presente nos jogos, nas brincadeiras e
nas concepções de aventura.
• Como?: delimitar preparação das atividades, separação dos materiais,
organização do grupo ou equipes. Nesse item, o profissional deve
considerar três elementos para realização da recreação: o pré-
intervenção, a intervenção e o pós-intervenção.

Esses elementos são itens fundamentais para que o profissional de recreação consiga
organizar sua intervenção com eficiência, pautando-se nos conhecimentos da cultura
corporal e do lazer para sistematização das atividades. Para Iubel (2014), existem
diferentes finalidades das atividades recreativas, como a diversão, as visitas culturais,
visitas em sítios naturais, atividades esportivas e participação em eventos
programados.
As atividades que envolvem a diversão são aquelas que acontecem sem uma
finalidade maior, pautadas somente no mundo do prazer e da ludicidade. Entre essas
atividades, por exemplo, “parque de diversão”, que é constituído por brinquedos,
atividades sem compromisso ou finalidades maiores, mas envolvem o êxtase do
divertimento e entretenimento.
As visitas culturais que constituem a exploração de parques, folclore, museus, peças
de teatro, lugares, eventos, expedições e atividades constituídas na exploração e

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apropriação das culturas podem ser realizadas por meio do turismo, das atividades de
aventura, das atividades ligadas à arte e ao entretenimento.
As visitas a sítios naturais são constituídas dentro do turismo, envolvendo viagens,
visitas a parques ecológicos ou naturais. Há possibilidade de exploração de atividades
dentro do turismo de aventura também.
As atividades recreativas esportivas são atreladas à prática esportiva recreacional,
com regras e fundamentos mais simples para que os participantes se divirtam no ato
de jogar. Ao mesmo tempo, pode ser na constituição do esporte espetáculo, nos
momentos de apreciação e envolvimento nas competições esportivas e nas torcidas.
Muitos lugares que trabalham com lazer elaboram planos de seção de espaços como
quadras, piscinas, campos para que as pessoas consigam utilizar de forma livre e
descompromissada, transformando esse momento de lazer em uma recreação, com
ludicidade e liberdade nos momentos de jogar.
Esses espaços são comuns em clubes esportivos no Serviço Social do Comércio – SESC,
no Serviço Social da Indústria – SESI e nos parques municipais que empregam
normalmente uma grande gama de atividades físico-esportivas.
Para cada um desses espaços, além das atividades que acontecem de forma natural
feitas por diversos grupos sociais, é comum encontrar algum profissional de Educação
Física organizando, criando e intervindo com atividades esportivas, jogos, brincadeiras,
gincanas e outras atividades com o foco no divertimento e fundamentado em uma
vertente do lazer.
A seguir, iremos refletir sobre a estrutura dessas atividades, em que é possível
construção e intervenção dos professores de Educação Física. São elas: as gincanas,
atividades de socialização, jogos cooperativos e jogos eletrônicos.

3.3 Perspectiva de desenvolvimento da brincadeira


A organização da brincadeira dentro de um evento ou intervenção com crianças e
adultos deve respeitar as características da idade e da intenção da intervenção que
será elaborada. Nesse sentido, os elementos que devem fazer parte do processo
criativo da brincadeira devem ser:
• Poucas regras;

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• Imaginação;
• Criatividade;
• Muita exploração;
• Ludicidade;
• Utilização de brinquedos de pequeno e grande porte.

Nesse cenário, as brincadeiras possuem baixas regras e muita experiência sensório-


motora, podendo ser criada ou feita a reprodução de alguma brincadeira já existente
dentro da cultura. No trato do profissional de Educação Física, é importante que tenha
a ciência das finalidades e intenções que serão desenvolvidas com o ato de brincar,
pois este induz a brincadeira e recria a realidade a partir dela com uma finalidade de
tratar questões ligadas à cultura corporal de movimento.

3.4 Gincanas
A gincana dentro do contexto da Educação Física é utilizada em muitos contextos. Na
escola, é associada a eventos e datas festivas; no treinamento, é utilizada para
proporcionar ludicidade e competitividade entre os atletas, buscando aproximar o
contexto à competição. E no cenário do lazer, acontece em muitos lugares como
hotéis, festas, eventos, acampamentos e em todos os lugares em que é preciso
mobilização de pessoas diferentes, com características físicas e motoras diferentes e
que buscam o prazer no lazer durante a prática da atividade.
Para Iubel (2014), a gincana é uma das possibilidades da recreação, pois oferece um
conjunto de atividades e provas dinâmicas, que valorizam a participação de qualquer
pessoa e com qualquer habilidade. Para a autora, essa modalidade constitui algo
competitivo, lúdico, com regras muito bem estabelecidas e as provas variam entre as
habilidades físicas e as habilidades competitivas.
É uma atividade composta por tarefas e ações diferenciadas, explorando materiais,
espaços, tempo, pessoas, recursos, de acordo com a estrutura da prova ou das
finalidades da gincana. Para Cavallari e Zacharias (2018), é um dos tipos de atividades
recreativas mais empolgantes e animadas que existem, pois possui essa característica

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lúdica em busca da vitória que é somente alcançada com a realização de diversas


provas.
Os jogos e as atividades podem respeitar atividades físicas e mentais, com final
previsto e possuir regras simples ou complexas que se alteram conforme a essência do
jogo ou a condução do recreador (CAVALLARI; ZACHARIAS, 2018). Os autores
mencionam que é preciso que as tarefas tenham uma sequência interligada, podendo
ser tematizadas e existe uma pontuação crescente, e ao final de cada prova, as equipes
acabam ganhando ou perdendo pontos dependendo de sua condução.
Um dos elementos importantes da gincana e da mediação do profissional de Educação
Física é proporcionar a incerteza dos resultados do começo ao fim da atividade. Assim,
aquela equipe com menor pontuação em todas as atividades consegue manter a
motivação sempre, tendo uma oportunidade de virada ou de conseguir ganhar a
atividade.
Segundo Cavallari e Zacharias (2018), existem alguns tipos de gincanas mais utilizadas
dentro da cultura brasileira, como:
Gincana de solicitações: é constituída por uma série de ações em que o recreador
solicita objetos, ações, coisas que são difíceis e fazem parte de desafios para que os
participantes encontrem dentro de um determinado tempo.
Gincana cultural: é constituída por um conjunto de atividades ou perguntas que
mapeiam costumes e hábitos de conhecimentos gerais, às vezes, em formato de
perguntas e respostas com tempo aos desafiantes para resolverem. Tem uma
característica cognitiva e cultural sobre as ações que os competidores devem ter.
Gincana musical: é próxima da gincana cultural, em que os participantes deverão ter
conhecimento sobre músicas, estilos musicais, e há provas em que devem cantar ou
interpretar uma canção. Muitas vezes, esse tipo de gincana pode ser feito tanto com
som, como sem som. Isso depende das habilidades do recreador.
Gincana de habilidades: constitui-se de provas e ações que dependem da composição
de habilidades motoras e cognitivas. Os jogadores desempenham provas que são
relacionadas a habilidades esportivas, aquáticas, artísticas, e qualquer outra habilidade
especifica que pode surgir.

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Gincana esportiva: envolve a combinação de várias atividades esportivas, em


pequenas tarefas. Pode ser composta de jogos de estafetas, tarefas com habilidades
específicas de cada esporte.
Gincana aquática: constitui-se de tarefas e atividades organizadas para acontecerem
em ambientes aquáticos. Não se limita apenas à piscina, mas abrange toda a estrutura
aquática que possui um clube, um acampamento ou hotel.
Gincana rústica: corresponde a atividades e tarefas realizadas em contato direto com a
natureza, podendo ter uma vertente de educação ambiental por meio das tarefas e
ações que são exigidas na construção dessa gincana.
Gincana de circuito: nela são realizadas atividades simultâneas por todas as equipes,
que rodam as estações até completarem o circuito. Esse tipo de gincana é muito útil
principalmente para organizar atividades em grandes grupos ou eventos esportivos
com pouco tempo.
Podem existir muitos outros estilos de gincanas. O importante nesse caso é o
profissional de Educação Física reconhecer qual é a base de sua gincana e mobilizar a
sistematização das atividades para alcançar a eficiência dela. Ao mesmo tempo, não é
preciso limitar-se somente a um estilo de gincana. Sua combinação torna o trabalho
mais complexo, porém, a animação e competências que são desenvolvidas dentro da
atividade torna-a muito mais lúdica e vívida.
A recomendação que é importante delimitar para o professor de Educação Física é de
não copiar gincanas prontas. Elas devem ser montadas com uma análise do lugar, da
intenção do público, da mediação e construção de aparelhos e recursos visuais,
personalizando as atividades que serão realizadas para motivar e envolver mais as
pessoas que podem praticar.

3.5 Jogos cooperativos


Os jogos cooperativos não constituem algo recente nas discussões e intervenções em
Educação Física e na área da recreação. Para Correia (2016), esses jogos possuem um
potencial da organização da Educação para Paz, desenvolvendo valores e preparando o
sujeito para conviver em sociedade.

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Essas atividades são constituídas pela dependência entre os jogadores para busca
constante da resolução de problemas ou do próprio jogo. Nessa modalidade, o jogo
inclui todas as diferenças dos sujeitos e os faz refletir e potencializar suas habilidades
sociais para conseguir “ganhar o jogo”.
Segundo Orlick (1989), os jogos cooperativos podem ser classificados em:
Jogos cooperativos sem perdedores: são jogos construídos para que todos participem
e conquistem o resultado de forma conjunta, com igualdade e equidade em relação às
ações que serão desempenhadas durante o jogo. Por exemplo, as danças circulares
constituem um jogo que depende do resultado conjunto de quem joga.
Jogos cooperativos de resultado coletivo: são jogos que podem ter várias equipes,
porém, ao final da disputa, todos ganham a atividade, sendo o resultado dependente
do empenho dos jogadores que participam do jogo.
Jogos cooperativos de inversão: são jogos de difícil mapeamento de quem ganha ou
perde, pois as regras do jogo levam à inversão de papéis ou resultados durante o ato
de jogar, podendo inverter resultados, jogadores, regras e ações.
Jogos semicooperativos: são jogos com uma característica de agon, mas que também
visam ao desenvolvimento de regras. Por exemplo, em um jogo tradicional de futebol,
o professor começa a adicionar regras com base na cooperação, estabelecendo, por
exemplo, número de passes para o gol.
Nesse caminho, entendemos que o jogo cooperativo depende do envolvimento do
profissional de Educação Física na compreensão do elemento do jogo e da atividade
recreativa. Esse jogo estabelece pilares importantes para organizar sua prática
pedagógica eficiente a ponto de atender o aluno e suas características.

3.5.1 Jogos eletrônicos


A tecnologia nunca esteve tão presente na Educação Física como nos dias atuais. Hoje
é comum encontrarmos muitas possibilidades de intervenção com atividades
recreativas e de lazer utilizando os jogos eletrônicos.
Ainda é possível usar tais jogos para formação de habilidades motoras, reabilitação de
algum tipo de lesão, trabalho cognitivo e motor com idosos que estão com dificuldade
de mobilidade e outras muitas possibilidades. É possível encontrar espaços de

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recreação com uma diversidade de jogos eletrônicos, desde ambientes de festas,


eventos esportivos, clubes, academias e outros espaços que podem proporcionar o
encontro de pessoas e a intervenção com esses aparelhos.
Os exergames podem contribuir para o processo de ensino e aprendizagem dos alunos,
favorecendo o seu desenvolvimento integral a partir da interação com o ambiente
virtual, além de promover uma maior compreensão sobre a atividade física e a
diversidade do cenário esportivo (ARAÚJO; BATISTA; MOURA, 2017). Os autores
destacam que é importante alinhar o trabalho com os jogos eletrônicos com a
atividade motora, sendo uma combinação importante entre o ambiente virtual e o
ambiente real.
Nesse cenário, podemos mapear que os jogos eletrônicos podem ser organizados com
as seguintes finalidades:
• Recuperação de algum tipo de lesão ou trabalho psicomotor;
• Recreação sem finalidade educativa, apenas como prática em um
ambiente de lazer;
• Prática de lazer com finalidade educativa, tendo como ideal promover a
formação do cidadão e a promoção da atividade física;
• Ferramenta pedagógica para professores e profissionais de Educação
Física realizarem suas intervenções em muitos cenários de prática,
auxiliando na motivação e no desenvolvimento de criatividade, sendo
que se combina o trabalho esportivo no mundo real e virtual.

Portanto, cabe ao profissional de Educação Física saber organizar e fundamentar suas


intervenções com os jogos eletrônicos, utilizando como uma ferramenta importante
em suas aulas com jogos e brincadeiras. Mas deve buscar a combinação entre o
ambiente virtual e o ambiente real, favorecendo a atividade motora e o
desenvolvimento integral de seu aluno.

3.6 Atividades de socialização


As atividades recreativas de socialização envolvem diretamente o trabalho de
interatividade entre grupos. Muito usadas como “quebra gelo”, aumentam a

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interatividade entre as pessoas que estão no local. Essas também são usadas em
corporações para o envolvimento e trato lúdico entre a equipe de funcionários,
favorecendo o trabalho em equipe e o desenvolvimento de companheirismo.
Essas atividades buscam principalmente integrar pessoas em um grupo social, a partir
de situações de jogos e brincadeiras que favoreçam o trabalho criativo e recreativo
dentro do espaço. A intervenção e envolvimento dentro dessas atividades é algo
importante e fundamental para o Profissional de Educação Física. Este precisa avaliar o
cenário em que está situado, avaliar as características das pessoas que estão no espaço
e participarão da intervenção, e sistematizar as ações que serão tomadas para a
atividade a partir das regras e valores da corporação ou empresa.
Essas atividades podem envolver desafios, construção de álbuns, resolução de
problemas, jogos e brincadeiras que dependem da cooperação e do trabalho coletivo
e, no final, o melhor é a busca pela resolução do problema.
Jogos que envolvam equipes como gincanas, jogos eletrônicos e os jogos cooperativos
são elementos importantes durante a construção desse catálogo de atividades.
Lembre-se de que ao construir é fundamental que faça uma análise do público-alvo e
das regras do espaço em que for fazer a intervenção, para não realizar algo que saia do
interesse dos alunos que participarão dela.

Considerações finais
Neste bloco, você estudou os elementos da recreação e suas possibilidades de
intervenção em Educação Física. Mapeou as características, podendo ser uma
atividade recreativa livre ou haver a apropriação do jogo e da brincadeira. Existe jogo
cooperativo, de socialização, podem constituir-se gincanas e também ocorrer o uso
dos jogos eletrônicos.
A partir dos elementos estudados, esperamos que você consiga organizar e planejar
atividades que favoreçam o desenvolvimento de seus alunos e a organização de
possibilidades de intervenção da Educação Física e do Esporte em clubes, escolas,
acampamentos, eventos e festas.

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Referências
ARAÚJO, J. G. E.; BATISTA, C.; MOURA, D. L. Exergames na educação física: uma revisão
sistemática. Movimento, v. 23, n. 2, p. 529-541, 2017.
CAVALLARI, V. R.; ZACHARIAS, V. Trabalhando com recreação. Ícone, 2028.
CORREIA, M. M. Trabalhando com jogos cooperativos: em busca de novos paradigmas
na educação física. Papirus, 2016.
IUBEL, S. C. Lazer, entretenimento e recreação. Curitiba: InterSaberes, 2014. [livro
eletrônico].
MARCELLINO, N. C. Lazer e educação. Papirus, 2016. (livro eletrônico).
ORLICK, T. Vencendo a competição. Tradução de Fernando José Guimarães. São Paulo:
Círculo do Livro, 1989.

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