Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AVENTURA
Bruno Allan Teixeira da Silva
,
2
,
3
,
4
,
Esses elementos são itens fundamentais para que o profissional de recreação consiga
organizar sua intervenção com eficiência, pautando-se nos conhecimentos da cultura
corporal e do lazer para sistematização das atividades. Para Iubel (2014), existem
diferentes finalidades das atividades recreativas, como a diversão, as visitas culturais,
visitas em sítios naturais, atividades esportivas e participação em eventos
programados.
As atividades que envolvem a diversão são aquelas que acontecem sem uma
finalidade maior, pautadas somente no mundo do prazer e da ludicidade. Entre essas
atividades, por exemplo, “parque de diversão”, que é constituído por brinquedos,
atividades sem compromisso ou finalidades maiores, mas envolvem o êxtase do
divertimento e entretenimento.
As visitas culturais que constituem a exploração de parques, folclore, museus, peças
de teatro, lugares, eventos, expedições e atividades constituídas na exploração e
5
,
apropriação das culturas podem ser realizadas por meio do turismo, das atividades de
aventura, das atividades ligadas à arte e ao entretenimento.
As visitas a sítios naturais são constituídas dentro do turismo, envolvendo viagens,
visitas a parques ecológicos ou naturais. Há possibilidade de exploração de atividades
dentro do turismo de aventura também.
As atividades recreativas esportivas são atreladas à prática esportiva recreacional,
com regras e fundamentos mais simples para que os participantes se divirtam no ato
de jogar. Ao mesmo tempo, pode ser na constituição do esporte espetáculo, nos
momentos de apreciação e envolvimento nas competições esportivas e nas torcidas.
Muitos lugares que trabalham com lazer elaboram planos de seção de espaços como
quadras, piscinas, campos para que as pessoas consigam utilizar de forma livre e
descompromissada, transformando esse momento de lazer em uma recreação, com
ludicidade e liberdade nos momentos de jogar.
Esses espaços são comuns em clubes esportivos no Serviço Social do Comércio – SESC,
no Serviço Social da Indústria – SESI e nos parques municipais que empregam
normalmente uma grande gama de atividades físico-esportivas.
Para cada um desses espaços, além das atividades que acontecem de forma natural
feitas por diversos grupos sociais, é comum encontrar algum profissional de Educação
Física organizando, criando e intervindo com atividades esportivas, jogos, brincadeiras,
gincanas e outras atividades com o foco no divertimento e fundamentado em uma
vertente do lazer.
A seguir, iremos refletir sobre a estrutura dessas atividades, em que é possível
construção e intervenção dos professores de Educação Física. São elas: as gincanas,
atividades de socialização, jogos cooperativos e jogos eletrônicos.
6
,
• Imaginação;
• Criatividade;
• Muita exploração;
• Ludicidade;
• Utilização de brinquedos de pequeno e grande porte.
3.4 Gincanas
A gincana dentro do contexto da Educação Física é utilizada em muitos contextos. Na
escola, é associada a eventos e datas festivas; no treinamento, é utilizada para
proporcionar ludicidade e competitividade entre os atletas, buscando aproximar o
contexto à competição. E no cenário do lazer, acontece em muitos lugares como
hotéis, festas, eventos, acampamentos e em todos os lugares em que é preciso
mobilização de pessoas diferentes, com características físicas e motoras diferentes e
que buscam o prazer no lazer durante a prática da atividade.
Para Iubel (2014), a gincana é uma das possibilidades da recreação, pois oferece um
conjunto de atividades e provas dinâmicas, que valorizam a participação de qualquer
pessoa e com qualquer habilidade. Para a autora, essa modalidade constitui algo
competitivo, lúdico, com regras muito bem estabelecidas e as provas variam entre as
habilidades físicas e as habilidades competitivas.
É uma atividade composta por tarefas e ações diferenciadas, explorando materiais,
espaços, tempo, pessoas, recursos, de acordo com a estrutura da prova ou das
finalidades da gincana. Para Cavallari e Zacharias (2018), é um dos tipos de atividades
recreativas mais empolgantes e animadas que existem, pois possui essa característica
7
,
8
,
9
,
Essas atividades são constituídas pela dependência entre os jogadores para busca
constante da resolução de problemas ou do próprio jogo. Nessa modalidade, o jogo
inclui todas as diferenças dos sujeitos e os faz refletir e potencializar suas habilidades
sociais para conseguir “ganhar o jogo”.
Segundo Orlick (1989), os jogos cooperativos podem ser classificados em:
Jogos cooperativos sem perdedores: são jogos construídos para que todos participem
e conquistem o resultado de forma conjunta, com igualdade e equidade em relação às
ações que serão desempenhadas durante o jogo. Por exemplo, as danças circulares
constituem um jogo que depende do resultado conjunto de quem joga.
Jogos cooperativos de resultado coletivo: são jogos que podem ter várias equipes,
porém, ao final da disputa, todos ganham a atividade, sendo o resultado dependente
do empenho dos jogadores que participam do jogo.
Jogos cooperativos de inversão: são jogos de difícil mapeamento de quem ganha ou
perde, pois as regras do jogo levam à inversão de papéis ou resultados durante o ato
de jogar, podendo inverter resultados, jogadores, regras e ações.
Jogos semicooperativos: são jogos com uma característica de agon, mas que também
visam ao desenvolvimento de regras. Por exemplo, em um jogo tradicional de futebol,
o professor começa a adicionar regras com base na cooperação, estabelecendo, por
exemplo, número de passes para o gol.
Nesse caminho, entendemos que o jogo cooperativo depende do envolvimento do
profissional de Educação Física na compreensão do elemento do jogo e da atividade
recreativa. Esse jogo estabelece pilares importantes para organizar sua prática
pedagógica eficiente a ponto de atender o aluno e suas características.
10
,
11
,
interatividade entre as pessoas que estão no local. Essas também são usadas em
corporações para o envolvimento e trato lúdico entre a equipe de funcionários,
favorecendo o trabalho em equipe e o desenvolvimento de companheirismo.
Essas atividades buscam principalmente integrar pessoas em um grupo social, a partir
de situações de jogos e brincadeiras que favoreçam o trabalho criativo e recreativo
dentro do espaço. A intervenção e envolvimento dentro dessas atividades é algo
importante e fundamental para o Profissional de Educação Física. Este precisa avaliar o
cenário em que está situado, avaliar as características das pessoas que estão no espaço
e participarão da intervenção, e sistematizar as ações que serão tomadas para a
atividade a partir das regras e valores da corporação ou empresa.
Essas atividades podem envolver desafios, construção de álbuns, resolução de
problemas, jogos e brincadeiras que dependem da cooperação e do trabalho coletivo
e, no final, o melhor é a busca pela resolução do problema.
Jogos que envolvam equipes como gincanas, jogos eletrônicos e os jogos cooperativos
são elementos importantes durante a construção desse catálogo de atividades.
Lembre-se de que ao construir é fundamental que faça uma análise do público-alvo e
das regras do espaço em que for fazer a intervenção, para não realizar algo que saia do
interesse dos alunos que participarão dela.
Considerações finais
Neste bloco, você estudou os elementos da recreação e suas possibilidades de
intervenção em Educação Física. Mapeou as características, podendo ser uma
atividade recreativa livre ou haver a apropriação do jogo e da brincadeira. Existe jogo
cooperativo, de socialização, podem constituir-se gincanas e também ocorrer o uso
dos jogos eletrônicos.
A partir dos elementos estudados, esperamos que você consiga organizar e planejar
atividades que favoreçam o desenvolvimento de seus alunos e a organização de
possibilidades de intervenção da Educação Física e do Esporte em clubes, escolas,
acampamentos, eventos e festas.
12
,
Referências
ARAÚJO, J. G. E.; BATISTA, C.; MOURA, D. L. Exergames na educação física: uma revisão
sistemática. Movimento, v. 23, n. 2, p. 529-541, 2017.
CAVALLARI, V. R.; ZACHARIAS, V. Trabalhando com recreação. Ícone, 2028.
CORREIA, M. M. Trabalhando com jogos cooperativos: em busca de novos paradigmas
na educação física. Papirus, 2016.
IUBEL, S. C. Lazer, entretenimento e recreação. Curitiba: InterSaberes, 2014. [livro
eletrônico].
MARCELLINO, N. C. Lazer e educação. Papirus, 2016. (livro eletrônico).
ORLICK, T. Vencendo a competição. Tradução de Fernando José Guimarães. São Paulo:
Círculo do Livro, 1989.
13