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1° Bimestre

Lazer
O Lazer, que vem do latim „licere‟ – ser lícito, ser permitido -, é normalmente definido como uma série de
atividades que o ser pode praticar em seu tempo livre, ou seja, naquele momento em que não está trabalhando, em
tarefas familiares, religiosas ou sociais, e que lhe proporcionam prazer. Neste contexto ele tem a oportunidade de
relaxar, descansar, se distrair, exercer alguma forma de recreação.
É preciso não esquecer, porém, que o Lazer não é apenas um grupo qualquer de ocupações sem propósito
algum senão preencher o tempo livre do sujeito. Ele pode e deve como a animação cultural, ter uma conotação crítica
e até mesmo transformadora da ordem instituída, mesmo que isso implique em desconstruir antigos mitos e
convenções.
Desta forma é possível despertar o potencial criativo das pessoas e incluí-las cultural e artisticamente. Sem falar
que o Lazer também está ligado ao âmbito pedagógico. Neste sentido, se ele é exercitado corretamente, pode
colocar em prática os „Quatro Pilares da Educação‟ de Delors: aprender a conhecer e a pensar; a fazer; a viver
juntos, ou com os outros; a ser. Portanto, o papel do Lazer não é somente divertir alguém, vai além desta vaga
função.
Além disso, é mais complexo definir o Lazer, pois ele pode estar ligado ao campo profissional de uma pessoa.
Por exemplo, jogar bola pode ser uma atividade ligada a esta esfera para qualquer um que nela encontre prazer –
portanto o indivíduo deve aderir a esta tarefa de forma voluntária -, mas se o indivíduo é um jogador de futebol, então
como esta questão se resolve? Aí entra a importância da atitude diante da ocupação, porque se há deleite no que se
faz, então se pode considerar que o trabalho está, de certa forma, aliado ao Lazer.
Assim, o Lazer não pode ser meramente definido como algo impreterivelmente desvinculado do trabalho
profissional ou de qualquer outra atividade do ser humano. Um dos estudiosos deste campo, Nelson Carvalho
Marcelino, divide o Lazer em seis esferas essenciais no seu livro Estudos do Lazer, uma introdução, de 2000:
interesses artísticos, intelectuais, físicos, manuais, turísticos e sociais. Todos podem participar, eventualmente, de
cada um destes setores da vida em sociedade.
O Lazer também é comumente classificado como Passivo ou Ativo. O Passivo é aquele que aliena o ser, e o
envolve na teia consumista gerada pela Indústria Cultural, na qual o consumidor não passa de mais uma peça da
engrenagem. Ele é inserido no mercado, hipnotizado pelo universo da publicidade, e neste sentido o Lazer também
se transforma em um produto, acessível não mais apenas pelo tempo de que a pessoa dispõe, mas principalmente
pelo capital, item fundamental.
Desta forma, sem a necessária educação dos sentidos, sem o desenvolvimento de um olhar crítico e seletivo, o
ser humano fica a mercê da cultura de massa, aliada fiel da mídia, e se vê impotente, incapaz de optar ou de
censurar as inúmeras atividades a ele oferecidas. Como consequência deste processo, o indivíduo passa a agir como
um autômato segue consumindo o produto Lazer sem ter o poder de processar seu conteúdo e de transformá-lo em
aprendizado.
Já o Lazer ativo possibilita uma nova enunciação das múltiplas vivências, uma conversão das atividades em
conhecimento, em expressão criadora e em novos olhares e potencialidades. Neste campo é permitida uma maior
convivência social e uma melhor qualidade de vida. Simultaneamente o ser encontra o desejado deleite e o
imprescindível repouso.
 O Que é Lazer?
Lazer é o estado de espírito em que uma pessoa se encontra, instintivamente, dentro do seu tempo livre, em
busca do lúdico, que é a diversão, alegria, entretenimento.
Tempo que sobra do horário de trabalho e/ou do cumprimento de obrigações, utilizado para praticar atividades
prazerosas; é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar,
divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua
participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após se livrar das obrigações profissionais, familiares e
sociais.
 História da Recreação

A recreação teve sua origem na pré-história, quando o homem primitivo se divertia festejando o início da
temporada de caça, ou a habitação de uma nova caverna. As atividades se caracterizavam por festas de adoração,
celebrações fúnebres, invocação de Deuses, com alegria, caracterizando assim um dos principais intuitos da
recreação moderna, e também, o vencimento de um obstáculo. As atividades (jogos coletivos) dos adultos em caráter
religiosas foram passadas de geração em geração às crianças em forma de brincadeiras.
O movimento da recreação sistematizada iniciou-se na Alemanha em 1774 com a criação do Philantropinum por
J. B. Basedow, professor das escolas nobres da Dinamarca. Na Dinamarca, as atividades intelectuais ficavam lado a
lado às atividades físicas, como equitação, lutas, corridas e esgrima.
Na Fundação Philantropinum havia cinco horas de matérias teóricas, duas horas de trabalhos manuais, e três de
recreação, incluindo a esgrima, equitação, as lutas, a caça, a pesca, excursões e danças. A concepção Basedowiana
contribuía para a execução de atividades a fim de preparação física e mental para as classes escolares maiores.
Contribuindo, Froebel criou os Jardins de Infância onde as crianças brincavam na terra.
Nos EUA o movimento iniciou em 1885 com a criação de jardins de areia pra as crianças se recrearem. Com o
tempo, o espaço tornou-se pequeno visto que os irmãos mais velhos vinham também se recrearem nos jardins.
Criavam-se então os Playgrounds em prédios escolares, chamados também de pátios de recreio.
O 1º - HULL HOUSE - Chicago, em 1892. Área para jogos, aparelhos de ginástica e caixa de areia.
Prevendo a necessidade de atender as diversas faixas etárias, foram criados os Centros Recreativos, que
funcionavam o ano todo. Eram casas campestres com sala de teatro, de reuniões, clubes, bibliotecas e refeitórios.
Havia estruturas semelhantes ao que temos hoje em dia: Caixas de areia, escorregadores, quadras e ginásio para
ambos os sexos com vestiários e banheiros, balanços, gangorra, etc. Para orientação das atividades existiam os
líderes especialmente treinados.
Em 1906 foi criado um órgão responsável pela recreação, o Playground Association Of America, hoje
mundialmente conhecido com NATIONAL RECREATION ASSOCIATION.
O termo playground foi mudado para “recreação” devido à necessidade de atingir um público de diferente faixa
etária, como os jovens e adultos. E devido a crescente importância do tempo de lazer dos indivíduos da sociedade.
No Brasil a criação de praças públicas iniciou-se em 1927, no Rio Grande do Sul com o Profº Frederico
Guilherme Gaelzer. O evento chamava “Ato de Bronze”, onde foram improvisadas as mais rudimentares
aparelhagens. Pneus velhos amarrados em árvores construíam um excelente meio de recreação para a garotada.
Em 1929, aparecem as praças para a Educação Física, orientadas por instrutores, pois não havia professores
especializados. Surgia a partir daí, Centros Comunitários Municipais.
Em 1972, foi criado o “Projeto RECOM” (Recreação – Educação – Comunicação), pelo prefeito Telmo Flores
juntamente com o profº Gaelzer. Porto Alegre (a pioneira desse tipo de projeto) realizou atividades recreativas e
físicas promovendo o aproveitamento sadio das horas de lazer e a integração do homem com sua comunidade.
Funcionavam no RECOM uma Tenda de Cultura e um Carrossel de Cultura, desmontáveis e de fácil remoção. A
Tenda é uma casa de espetáculos. O Carrossel foi criado para apresentações externas, espetáculos ao ar livre.
Façamos a ressalva pela importância da recreação, a Alemanha, a introduzindo nas escolas e criando os
parques infantis. Os EUA, criando os playgrounds equipados revolucionando a recreação pública. O Rio Grande do
Sul pelo pioneirismo e a implantação do “RECOM” com a recreação móvel.
 O Que é Recreação?

Recreação é uma forma de passar o tempo para obter distração, ou seja, relaxamento mental ou físico.
Diferente do lazer, ela exige empenho em atividades de forma a obter diversão.
Recreação é o momento ou a circunstância que o indivíduo escolhe espontaneamente e através da qual se
satisfaz suas vontades e anseios relacionados ao seu lazer.
Características Básicas da Recreação
A recreação, segundo Cavallari e Zacharias (1994), apresenta cinco características básicas, que são:
1 - A recreação tem que ser encarada por quem pratica como um fim nela mesma. O único objetivo é recrear-se.
2 - A recreação tem que ser escolhida livremente e praticada espontaneamente. Cada pessoa pode optar pelo
que gosta de fazer, de acordo com seus interesses.
3 - A prática da recreação busca levar o praticante à estados psicológicos positivos. Ela deve estar sempre
ligada ao prazer e nunca à sensações desagradáveis e negativas.
4 - A recreação deve propiciar o exercício da criatividade.
5 - A recreação deve ser escolhida de acordo com os interesses comuns dos participantes. As pessoas com as
mesmas características tem uma tendência de se aproximarem e se agruparem na busca da recreação que mais se
adéqua ao seu comportamento.
Texto II
Musculação Para Iniciantes: A Organização do Treinamento
Escrito por Prof. Luiz Carlos Chiesa
Consideramos como iniciantes todos aqueles indivíduos, que não possuem nenhuma experiência com trabalhos
contra resistência. Podemos também classificar como iniciantes, aqueles alunos que estão sedentários, mesmo os
que já fizeram musculação anteriormente. Esta situação acima relatada torna-se de importância crucial para o
desenvolvimento mais seguro do treinamento em sua forma coerente. Para que haja uma evolução segura individual,
deve-se garantir, por meio de uma aplicação racional, os princípios específicos do treinamento desportivo e estes
são: o volume e a intensidade. Volume do treinamento relaciona-se ao número de sessões de treinos por dia, por
semana, por mês e excepcionalmente por ano. O total de grupos por exercícios (passagens em cada aparelho), o
número de repetições por aparelhos e o número de exercícios da sequencia (série de exercícios) também são
exemplos do conceito de volume de treinamento. A intensidade do treinamento é traduzida comumente como o
percentual de cargas ou pesos utilizados em cada sessão de treino (força de treinamento).
Antes do inicio de qualquer atividade, principalmente para iniciante, temos que fazer uso das medidas e
avaliações ou mesmo de uma anamnese simples com perguntas diretas e objetivas por parte do profissional de
educação física, e respostas honestas por parte do futuro praticante. Na prática, deve-se criar condições
organizacionais no treino e preparar o organismo para que o mesmo, seja treinado de maneira gradativa, controlada
ou periodizada. Almejamos sempre um mínimo de agressão aos sistemas orgânicos. A dor muscular tardia, o
desconforto sobre as articulações e tendões, deve ser a menor possível, assim como transitória. A organização para
o controle sobre os treinos diários é a peça chave, para que haja o desenvolvimento de uma conduta de coerência
fisiológica, durante e após a aplicação dos métodos e formas de treinamento.
As atividades só serão bem aproveitadas e desenvolvidas se forem galgadas sobre o alicerce da ciência e do
bom senso. O treinamento é dividido em fases ou períodos definidos previamente como: básico, adaptativo,
específico e de transição. Uma subdivisão lógica é por meio de microciclos, mesociclos e macrociclos.
Períodos de treinamento em musculação e seus objetivos: Período básico - 4 a 8 semanas - Introdução aos
trabalhos com sobrecargas, aprendizagem motora dos gestos e técnicas nos exercícios e aparelhos. Dar ênfase ao
ensino e aprendizagem do aquecimento. Prioridade ao volume de treinamento sobre a intensidade (16 a 20 ou 21 a
30 repetições). Tomadas das cargas ou pesos entre 3 a 5 aulas. Não realizar em hipótese alguma o teste de carga
máxima. Utilizar prioritariamente o teste de ensaio e erro ou o teste de carga por repetições máximas. Veja em:
Chiesa, L. C. Musculação aplicações práticas: técnicas de uso das formas e métodos de treinamento. Rio de Janeiro:
Editora Shape, 2002.
 Período adaptativo 01 - 4 a 8 semanas - Visa o treinamento para a melhoria de valências físicas adaptativas
tais como: a endurance cardiovascular respiratória e a resistência de força muscular localizada. Com os
alunos que já passaram pelos períodos básico e adaptativo 01, e que nunca haviam realizado treinamentos
contra resistência, pode-se criar, caso o professor acredite ser de mais fácil controle, um período adaptativo
02. Este período é utilizado na introdução aos treinamentos específicos de força, de velocidade ou de
resistência, durante apenas as 04 primeiras semanas dos treinos.
 Período específico - 4 a 12 semanas - Treinamento direcionado ao desenvolvimento de qualidades físicas
específicas objetivadas pelos alunos ou necessárias ao desenvolvimento esportivo como: a força, a
velocidade e a resistência de força muscular localizada.
 Período readaptativo - 1 a 4 semanas - Os trabalhos neste período são direcionados ao recondicionamento
físico dos alunos que ausentaram-se dos treinamentos durante um período entre 15 a 30 dias. As cargas
reintrodutórias giram em torno de 40 a 49% ou 50 a 59% da força máxima individual, respectivamente de 21
a 30 ou 16 a 20 repetições.
 Observação:
No caso de períodos de afastamento entre 7 a 10 dias, as cargas readaptativas não devem variar. Fazem-se apenas
modificações no volume do treino, ou seja: deve-se reduzir o numero de grupos por série, com a respectiva
manutenção na série do numero de exercícios, das cargas e repetições. Os intervalos para a recuperação (repouso
entre os grupos e aparelhos) devem ser ligeiramente ampliados, durante a primeira semana readaptativa.
Período transição - 1 a 4 semanas - Objetiva manter o aluno em treinamento mínimo após longos períodos de treino
com o mesmo objetivo, e principalmente quando o rendimento do treinamento da qualidade física visada estabilizar. A
presente atitude caso colocada em prática, cria condições de produzir o repouso ativo controlado, afastando o
organismo de atingir o strain.
 Organização Básica do Treinamento
Um treinamento por meio de subdivisões, faz-se necessário para que haja uma lógica de controle sobre o
desenvolvimento do aluno ou atleta. Omitindo-se as divisões racionais ou a periodização do treino, certamente
surgirão situações com problemas descontrolados, assim como, perguntas sem respostas. O treinamento não pode
ser intuitivo, ele deve seguir os princípios estabelecidos nas bases da educação física e dos desportos. Qualquer
treinamento aplicado deve ser controlado e previamente organizado por um profissional da educação física. Abaixo,
encontra-se as divisões do treinamento, para o desenvolvimento de uma metodologia de treino sob um controle pleno
ou racional.
 Macrociclo: É o plano de organização geral do treinamento e pode ser dividido em: anual, bianual e olímpico
(com duração de 4 anos). Na musculação pelo fato da maioria dos praticantes não serem atletas que visam
competições o macrociclo é aberto, ou seja: não possui um período final de treinamento.
 Microciclos: São as menores unidades do treinamento e variam de 1 a 4 semanas, extensiva até 6
semanas, nos casos de feriados prolongados, doenças passageiras etc.
 Mesociclos: São o conjunto de microciclos, geralmente de 1 a 12 microciclos.
Microciclo e suas subdivisões
Microciclos formais
Resumo da periodização
 Macrociclo - conjunto de mesociclos com objetivos centrados em resposta a longo prazo (semestral, anual).
 Macrociclo - 06 a 12 meses, excepcionalmente 12 a 24 meses (anual)
 Macrociclo - olímpico 4 anos
 Mesociclos - conjunto de microciclos, objetivos a médio prazo (mensais ou residuais).
 Mesociclo - 01 a 03 meses (mensal)
 Microciclos - objetivos imediatos (semanais ou agudos).
 Microciclos - 01 a 04 (Semanas)
 Cronograma Básico de Treinamento
Atenção:
Qualquer profissional da Educação Física, que é responsável por treinamentos, quer sejam contra resistência,
esportivos variados ou mesmo no personal training, possui o dever em conhecer perfeitamente, as bases
organizacionais dos treinos e os princípios do treinamento desportivo. É imperativo que seja feito pelo professor
responsável, um programa de trabalho periodizado (organizado previamente) para cada aluno (personalizado). Se o
seu professor não se preocupa com este detalhe, que é de suma importância para o bom e pleno desenvolvimento
de seu treinamento, você pode estar caminhando a passos largos em direção ao fracasso ou mesmo a lesões
momentâneas e ou crônicas. Atitudes de descontrole ou desorganização são características de pouco ou nenhum
conhecimento teórico, por parte do seu preparador físico. Portanto, o mesmo não merece a sua confiança nos
trabalhos por ele prescritos. Conclui-se que os treinos, não são fundamentados em princípios teóricos para a sua
realização. Neste exemplo, simplesmente a validade desta proposta ou postura leiga, é nula na sua resultante
prática.

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