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CENTRO PARA O DESENVOLVIMENTO DE LIDERANCA

Licenciatura em Teologia Turma 2019,

Dinâmica da Personalidade

Grupo II: Américo António Macuácua; Helio Govene; Neto Bizeque Fiar

Resumo do Capítulo III e IV do livro “De Dentro para Fora “ de Larry Crabb, Editora
Betânia, 1992.

Capítulo III - Saibamos o que vamos examinar

Neste capítulo, ao falar do exame interior, o autor levanta a questão do que devemos examinar no
momento de fazermos o exame interior.

Ele destaca duas revelações bíblicas importantes a respeito do ser humano, e que devemos nos
dar atenção a elas no momento de fazermos o exame interior: O homem é um ser sedento e
insensato.

Anseios profundos, estratégias erradas

A boa forma de começar a a fazer o exame interior da nossa alma é:

 Ver o que Deus detectou no coração do homem.


Jeremias 2.13 diz: “Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o
manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retém as águas.”
O texto sugere duas situações:

1) As pessoas estão com sede.


- Deus criou o ser humano para gozar de uma satisfação encontrada somente em
Deus: que é gozar relacionamentos livres de tensões, caracterizados por uma terna
aceitação mutua e por oportunidades de sermos importantes para outrem.
- Estar com sede não é o problema.

2) As pessoas estão se dirigindo à fonte para saciar sua sede.


- Todo mundo está a correr de um lado para o outro, querendo satisfazer seus anseios.
- ninguém busca a Deus, ninguém confia que Deus pode lhes satisfazer
- Cada um quer controlar sua própria vida
- Cada um esta a criar estratégias próprias de como encontrar vida
- A regra agora é autoprotecção

Um auto-exame deverá revelar dois elementos que se acham entranhados em nosso coração:

1) Sede ou anseios profundos por algo que não temos


- reflecte nossa condição de seres humanos, bem como a dignidade inerente a criaturas
que possuem a imagem de Deus.
2) Adopção de Estratégias erradas causada por um obstinado espirito de independência
- Reflecte a nossa pecaminosidade – em nossa rebeldia e presunção nos afastamos da
verdadeira fonte de vida, preferindo uma satisfação que nós mesmos podemos controlar.
Por isso acabamos criando estratégias de nos relacionarmos com os outros e de nos
protegermos de factores que consideramos ameaças à nossa integridade.

Um exame interior deverá revelar em nós anseios não satisfeitos que dão testemunho da nossa
dignidade de seres humanos, e também tolas e inúteis estratégias para evitar o sofrimento, que
reflectem nossa condição de seres pecaminosos.

É facto que por mais que nos examinemos interiormente, nunca saberemos com absoluta certeza
quais as medidas a tomar. Mas em muitos casos o conhecimento do que se passa em nosso
coração pode orientar-nos sobre as mudanças que precisamos implementar para modificarmos a
situação exterior.

Capítulo IV – Se alguém tem sede

O autor faz uma análise de como as pessoas lidam com seus anseios. Ele apresenta no inicio duas
classes de crentes:
(1) os que estabelecem altos padrões para a sua conduta cristã –Subdivide-se em os que se
sentem frustrados por não conseguirem atingir seus elevados ideais e os que estão
satisfeitos com desempenho cristão.
Esse tipo de crentes, por se preocuparem demais com seu exterior, é repreendido
severamente pelo Senhor em Mt 23.13-36.

(2) Os que se contentam em levar uma vida simples e respeitável. São os que não vê a
necessidade de muita oração e estudo da Bíblia, mas acreditam que basta uma vida
educada e equilibrada entre igreja, família e lazer pessoal é suficiente como cristãos. Esse
tipo de crentes dá náuseas ao Senhor (Ap 3.15,16).

Dois tipos de reacção

O Senhor insiste que cuidemos das questões interiores. Há duas reacções quanto a esse
posicionamento:

1) Uns acham que isso é um apelo ao egocentrismo – por pensarem que os crentes vão
perder o foco de pregar aos perdidos e pensarem em si.
2) Outros gostam da ideia – pois acreditam que isto vai libertar os crentes do legalismo.

Mas nenhuma dessas duas reacções é apoiada pelo autor. Pois para este:

No primeiro caso, o temor de que o estudo do nosso interior nos leve ao egocentrismo, assenta-se
sobre a ideia de que nossos problemas são solucionados pela leitura Bíblica e pela prática de
actividades religiosos. Os que assim pensam vêem o pecado como uma transgressão intencional
dos padrões de Deus para a conduta. Para estes o segredo de se ter uma vida vitoriosa é tomar a
firme decisão de levar uma vida correcta.

No segundo caso, baseada unicamente na ideia de que a auto-aceitação é o alicerce da vida


abundante, não encaram o pecado superficialmente, definindo-o apenas como uma transgressão a
nível de conduta, mas o fazem de forma errada quando o vêem como uma incapacidade de
confiar mais plenamente em Deus e assim conseguirmos amar a nós mesmos. Esses acreditam
que os problemas do ser humano têm suas raízes na ausência da auto-afirmação e não numa
pecaminosidade profunda e obstinada. Para estes, a finalidade do exame interior não seria um
genuíno arrependimento, mas a Auto conscientização de nosso valor como indivíduos.

O objectivo do exame interior.

- Nos ajuda a viver diante de Deus de forma responsável.

- Pode levar-nos a enxergar o quanto dependemos de Deus e a entender i que significa confiar
profundamente nele.

- Revela como é horrível a nossa determinação de dirigir nós mesmos a nossa vida – e isso nos
impulsiona a um arrependimento mais profundo e a obedecer melhor.

O propósito dessa transformação operada de dentro para fora não é que nos conformemos aos
padrões cristãos, nem que aumentemos nossa felicidade e sim que nos tornemos mais maduros. É
essa maturidade que permitirá que os padrões cristãos e a felicidade brotem naturalmente em
nós.

Analisando nossos desejos básicos.

Muitos crentes ao pensarem em seus anseios e desejos acham que isso acontece devido ao seu
egoísmo – estamos pensando demasiadamente em nós.

- Não podemos ser duros connosco mesmo. Não precisamos vê-los como fruto de nossa
pecaminosidade e nem precisamos defende-los como legítimos. Precisamos lidar com os desejos
de modo a não comprometer nem a nossa vitalidade pessoal, nem o mandamento de Cristo de
amarmos uns aos outros. Uma transformação de dentro para fora nos conduz:

(1) a uma intensa conscientização dessas necessidades básicas em razão das quais somos pessoas
de sangue e nervos, e (2) a nos relacionar correctamente com outros, amando de fato ao nosso
próximo.

Para isso precisamos entender:


- Não é errado ter desejos – desejos estão vinculados a nossa condição de seres humanos.

- Não há nada de mais em sofrermos – nossos desejos só serão satisfeitos no céu, quando
finalmente Deus tiver arrumado tudo de acordo com o seu padrão.

As duas maneiras de lidar com nossos desejos são - Encobri-las debaixo de uma incessante
actividade crista ou nos concentrarmos neles com vista a sua satisfação – reflectem uma verdade
simples: não poderemos satisfazer essas necessidades legitimas neste mundo.

Encarrando o sofrimento

Quem leva uma vida pecaminosa e irresponsável, na verdade, esta obedecendo a um impulso de
eliminar o sofrimento inerente a este mundo. O que provoca tal impulso é o temor de que,
sofrendo, vejamos destruída toda a nossa possibilidade de gozar felicidade.

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