Você está na página 1de 3

No ano de 1954, no Rio de Janeiro, ao desembarcarem no Brasil, um casal de

diplomatas dos Estados Unidos Beatriz e George Bemis, naquele ano, o casal
buscou uma instituição de acolhimento para o filho com Síndrome de Dawn,
sem êxito, o fato suscitou a buscas por mecanismos que contemplassem o
atendimento às pessoas com deficiência intelectual. Somado a isso, essa
motivação fez com que pais, amigos e médicos das pessoas com deficiência
aliassem-se ao casal. Nessa conjuntura, nasce a primeira Associação de Pais
e Amigos Excepcionais- APAE, em março do ano de 1955, através de uma
reunião na sede da Sociedade Pestalozzi do Brasil, ocorreu a escolha do seu
Conselho Decisório. ( História das APAEs) p 05
A APAE iniciou os seus trabalhos pedagógicos, com suporte da Sociedade
Pestalozzi com também o espaço cedido para acolhimento as pessoas com
deficiência. Nesse mesmo ano de 1955, foram formadas duas turmas com 20
crianças com deficiência.( História das APAEs) p 05
Com o crescimento da APAE, o movimento apaeano expandiu-se para outras
capitais e interior dos estados, totalizando dezesseis APAEs no período entre
1954 e 1962 em todo Brasil. Nesse contexto, é imprescindível a criação de um
organismo nacional para sistematização das APAEs.( História das APAEs) p 05
Dessa forma, surge a Federação Nacional das APAEs – FENAPAE, em São
Paulo, no consultório do médico Stanislau Krinski, no dia 10 de novembro de
1962, lugar este que deu suporte para a realização dos atendimentos por
vários anos.. ( História das APAEs p 07)
Em 1964, a FENAPAE ganhou sua sede própria do Governo Federal, no Rio de
Janeiro e, atualmente, suas instalações estão localizadas no Distrito Federal,
em Brasília.

QUEIROZ, Artur de Medeiros. História da Associação de Pais e Amigos dos


Excepcionais: desafios e perspectivas na educação inclusiva. In:
CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (EDUCERE), 12., 2015, Curitiba.
Anais [...]. Curitiba,2015.

SPORQUIO, Narsha; FELICIANI, Bruna; ERENO, Cássio; SILVA, Gustavo


Pinto da.Avaliação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais
(APAEs) dos municípios de Jaguari e São Vicente do Sul. In: DORNELES,
Simone Bochi; SILVA, Gustavo Pinto da; DEON, Roberto Cecconi (org.).
Experiências de desenvolvimento local do Vale do Jaguari e região
central. São Vicente do Sul, Rio Grande do Sul: Instituto Federal Farroupilha,
2011. p. 76-82.

Com o crescimento dessa inciativa no envolto das pessoas com deficiência,


resultou no movimento denominado “Movimento Apaeano”. Dessa forma, o
movimento emerge para suprir a ineficácia do Estado, quanto a prestação de
assistência às pessoas com deficiência intelectual e múltipla. As pessoas com
deficiências por muito tempo foram vistas com desprezo pela sociedade,
muitas vezes submetidas à exclusão. Nesse sentido, o fator contribuinte para
fortalecimento desse movimento foi a contribuição das famílias em buscas de
alternativas para a inclusão dos seus filhos, na garantia de direitos de igual
modo com outro cidadão.
O movimento Apaeano surge da necessidade de cobrir a ineficiência do Estado em prestar devida
assistência às pessoas com Deficiência Intelectual ou Deficiência Múltiplas. Em um país
historicamente marcado por forte rejeição, discriminação e preconceito, as famílias dessas pessoas,
empenhadas em buscar soluções alternativas para que seus filhos alcancem condições de serem
incluídos na sociedade, com garantia de direitos como qualquer outro cidadão, criaram as primeiras
associações.

Atualmente o Movimento congrega a Fenapaes - Federação Nacional


das Apaes, 24 Federações das Apaes nos Estados e mais de duas mil
Apaes distribuídas em todo o País, que possibilita a atenção integral
a mais de 350 mil pessoas com deficiência intelectual e múltipla,
tornando-se o maior movimento social do Brasil e do mundo, na sua
amplitude de trabalho.

A sua organizaçãose dá em quatro níveis hierárquicos administrativos:


Federação Nacional das APAEs responsável por proporcionar atenção integral
e integrada às pessoas com deficiência, provocando articulações, interligação
entre saberes, recursos, programas e ações. “Implica o ordenamento das
filiadas e seus serviços em parcerias locais com a comunidade, de modo a
potencializar as ações e seus resultados” (CARVALHO; CARVALHO; COSTA,
2011, p. 16).
Federações das APAEs nos estados (atualmente conta com 25 estados e
Distrito Federal, exceto o estado de Roraima), responsáveis pelos rumos,
diretrizes, e estratégias do Movimento apaeano e, pela articulação política,
defesa de direito e ações, em âmbito estadual. Conselhos Regionais das
APAEs, com a função de organizar as APAEs nas microrregiões, orientando
seus rumos e sendo o contato direto entre a base e a Federação das APAEs
no estado.
APAEs nos municípios, são as prestadoras de serviços e atendimentos diretos
ao seu público Especial.
No transcorrer dessas seis décadas de história, o movimento apaeano em todo
o tempo participou continuadamente das análises sobre as suas
consequências, o seu papel na construção e reconstrução da história da
sociedade contemporânea com a participação dos sujeitos implicados e
comprometidos com o seu fazer. Dessa forma, o movimento apaeano é
integrada por pais, amigos, pessoas com deficiência, voluntários,
profissionais e instituições parceiras - públicas e privadas - para a
promoção e defesa dos direitos de cidadania da pessoa com
deficiência e a sua inclusão social.

A FENAPAE, juntamente das APAEs, é uma sociedade civil, não


governamental, filantrópica, de caráter cultural, de saúde, reconhecida como
de utilidade pública federal e certificada como beneficente de
assistência social; educacional,assistencial, de estudo e pesquisa, desportivo
e outros, sem fins lucrativos. Trabalham para que as pessoas com deficiência
intelectual e múltipla, assim como suas famílias, conquistem melhor qualidade
de vida. Para isso, oferecem atendimentos gratuitos especializados de alta
qualidade a todos que precisam, independentemente da idade ou da classe
social.
Ela atua, ainda, na articulação com o poder público (no âmbito das políticas
de assistência social, saúde e educação) e a iniciativa privada para a
realização de parcerias que beneficiem os usuários das instituições e ampliem
o atendimento.

A FENAPAE vem gerenciando “um movimento associativo entre famílias,


escolas, organizações de saúde e sociedade, para promover e articular ações
de defesa dos direitos das pessoas com deficiência intelectual e múltipla na
perspectiva de sua inclusão social” (CARVALHO; CARVALHO; COSTA, 2011,
p. 15).
As pessoas com deficiências por muito tempo foram vistas com desprezo pela
sociedade, muitas vezes submetidas à exclusão e confinadas pela família e
essa visão ainda está em desconstrução

Você também pode gostar