A obra analisada é o artigo “Avaliação psicológica de jovens com
comportamento desviantes” de Laura M. N. et al (2015) o qual propõe um plano\roteiro
de avaliação, o qual tem como público-alvo os jovens com comportamentos desviantes. Nesse contexto, inicia-se com a compreensão do que seria a avaliação, isto é, explicita o processo complexo que busca investigar e compreender as características específicas de cada indivíduo, assim como, ao agrupamento e comunidade o qual está posto. A partir das informações levantadas, auxiliar na tomada de decisão referente aos objetivos desse processo. A avalição deve ser conduzida de forma que construa uma análise pormenorizada, a qual envolva diferentes contextos de socialização do jovem. Nesse sentido, para diferentes situações e questões postas dentro da investigação, deve-se colocar uma abordagem multidimensional, multimétodo e multiagente. Nessa lógica, além de propor uma visão do jovem em diferenciados contextos, instalar diversas técnicas e métodos para recolher informações relevante. Ainda nessa perspectiva, considerar várias fontes de relatos, como por exemplo pais, amigos, professores, e todos que estão inseridos na rede sociabilidade do jovem. Nesse contexto, como se trata de jovens, existe uma categoria específico tanto para lidar com o caso judicialmente, quanto na perspectiva da atuação do psicólogo, a perspectiva ética nesses casos são cruciais. Nesse ponto, a participação dos pais já se faz necessárias, pois de acordo com o Conselho Federal de Psicologia, pessoas menores de idade só podem iniciar um processo de avaliação caso exista a autorização dos responsáveis legais. Além disso, como se trata de uma investigação que aborda várias esferas, a autorização tanto do responsável, quanto do próprio jovem é fundamental, pois o posicionamento do avaliado também é um recurso de informação, além de reforçar a relação psicólogo-cliente. Outrossim, as técnicas utilizadas devem contemplar as situações lidadas, no sentido que favoreça a coleta de informações. Elas devem condizer com o grupo avaliado. A entrevista nesses casos são as mais utilizadas, pois trazem por meio da verbalização muitas informações. No que diz respeitos as entrevistas semiestruturadas, é exatamente para nortear o desenvolvimento do diálogo, construir uma objetividade, de certa maneira, para levantar informações específicas desse grupo, como por exemplo, o uso de drogas, violência, perspectiva familiar e social; assim como, compreender a motivação desse sujeito em relação a sua situação, entendendo aspectos como: a dimensão do problema, a concordância com a avaliação e subsequente necessidade de intervenção, o que está dispostos para alterar esse problema e o que já fez nesse sentido, entre outros. Dois pontos interessantes e válidos ressaltar são: o constante enfoque nas especificidades do indivíduo, o qual está inserido no grupo “jovens com comportamentos desviantes” e exploração da motivação dentro desse processo de avaliação. A importância do primeiro, ao ver, assenta-se nas peculiaridades que a fase do desenvolvimento, isto é, adolescência tem; lidar com uma subjetividade que ainda está em desenvolvimento e que está passando pelo processo mais básico que é de identidade, isso muda tudo dentro das perspectivas da avaliação psicológica. Somado a isso, o segundo, a meu ver, coloca o adolescente como participante desse processo e da sua resolução. O que quero dizer com isso é que a sua motivação sendo percebida e sendo valorizada, além de ser uma outra fonte de informação, cria o espaço de acolhimento. Diante disso, observo o material como um artigo didático e assertivo, exemplificando os procedimentos tanto de análise e observação da validação psicológica. Em uma tentativa de aproximar os docentes de realidades que terão que enfrentar, além de informar sobre essa experiência, a qual norteia e instrui mais ainda para a prática psicológica dentro da sociedade brasileira.