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Com a aproximação das eleições, o governo americano enviou diferentes mensagens a

autoridades brasileiras para tentar se contrapor à estratégia do líder brasileiro de minar a


confiança nas urnas eletrônicas.

Na mais forte delas, após Bolsonaro chamar dezenas de embaixadores para uma
apresentação repleta de mentiras e ataques contra o TSE, a missão diplomática dos EUA
em Brasília divulgou uma nota garantindo seu respaldo às instituições. "As eleições no
Brasil são para os brasileiros decidirem. Os EUA confiam na força das instituições
democráticas brasileiras. O país tem um forte histórico de eleições livres e justas, com
transparência e altos níveis de participação", disse a representação na ocasião.

Em outro recado, o secretário de Defesa Lloyd Austin, em visita ao país, afirmou ao ministro
Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) que a Casa Branca esperava que o Brasil mantivesse a
tradição de realizar um pleito justo e transparente neste ano.

A agência Reuters noticiou que diplomatas americanos também informaram a Lula, em


reunião em setembro, que os EUA planejam reconhecer rapidamente o vencedor das
eleições no Brasil. Dias depois, a embaixada emitiu um comunicado dizendo que "o
eventual reconhecimento dos EUA virá ao candidato que vencer a eleição como resultado
da nossa determinação sobre a integridade do processo eleitoral liderado pelo Tribunal
Superior Eleitoral, não de uma negociação com qualquer candidato ou partido".

Biden sofreu pressões internas para que os EUA se contraponham ao que a ala mais à
esquerda de seu partido vê como uma possível tentativa de golpe. Antes do primeiro turno,
congressistas escreveram mais de uma vez ao presidente americano pedindo que ele
deixasse claro que o Brasil perderia o apoio para ingressar na OCDE e o status de aliado
extra-Otan se Bolsonaro insistisse em atos de tom golpista.

Depois, o Senado ainda aprovou uma moção do senador Bernie Sanders em favor da
democracia no Brasil. Movimentos semelhantes foram feitos no Parlamento Europeu e,
nesta sexta (28), se repetiram em Washington às vésperas do segundo turno, com uma
carta de congressistas e uma declaração da chancelaria.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, voltou a afirmar que os EUA
confiam em que a votação final será conduzida pelas autoridades brasileiras com "o mesmo
profissionalismo e o mesmo espírito pacífico e de dever cívico deve prevalecer " que a
primeira rodada do pleito em que o ex- presidente Lula ficou na dianteira com mais de 48%
dos votos’. Os cidadãos americanos representados pelo seu Congresso Nacional e pelo
Presidente Biden espera inclusive uma melhoria nas relações entre as duas maiores
economias das Américas pontua o secretário de Estado, Antony J. Blinken.

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