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Celestin Freinet
Durante quatro anos, passou por vários hospitais para se recuperar. Por
conta de uma lesão no pulmão, ele nunca se curou por completo e acabou
sofrendo no decorrer de sua vida com uma falta de ar que, ele mesmo
viria a expressar, ser ligeiramente responsável pela essência de suas
inovações educacionais, que trazia a importância das ações dos alunos
ao contrário da constante fala do professor.
5 Autores que trabalhavam com o conceito de “Escola Nova”. A Escola Nova, também
chamada de Escola Ativa ou Escola Progressiva, foi um movimento de renovação do ensino, que
surgiu no fim do século XIX e ganhou força na primeira metade do século XX.
6 Nadejda Konstantinovna Krupskaia, em russo (São Petersburgo, 26 de fevereiro
de 1869 — Moscou, 27 de fevereiro de 1939), foi uma revolucionária bolchevique e
pedagoga russa , casada com o líder revolucionário Vladimir Lênin em 1898. Após a
Revolução de 1917, participou do governo e teve importante papel na luta contra o
analfabetismo na Rússia. Suas opiniões sobre educação tiveram grande influência no
instalação de novos critérios e normas de ensino na URSS. Foi também uma das
organizadoras do sistema bibliotecário soviético.
Educação). Freinet ficou conhecido nacional e internacionalmente devido
os congressos nos quais ele participou ou organizou.
3. Filosofia de Freinet
Ele acreditava que essa direção, desde que aplicada no geral, deveria ser
um meio de reestruturação social e de transcender o capitalismo
explorador e bélico.
A filosofia básica de Freinet é aquela que está implícita ao que ele próprio
chamou de "técnicas de vida".
Este método é o modo de expressar uma desconfiança fundamental de
tudo formal (ou escolástico, como o próprio diria), tudo forçado e artificial,
e uma confiança grata na natureza.
Freinet queria trazer vida às escolas numa época em que eles eram os
templos de “paredes sérias”.
Ano 2013
Link: http://facos.edu.br/publicacoes/revistas/e-
ped/agosto_2013/pdf/um_sopro_de_vida_-_celestin_freinet.pdf
Resumo: Com o intuito de entender como funciona a aquisição da autonomia para Freinet, o
presente texto traz algumas práticas e observações que este pensador, que passamos a admirar,
foi descobrindo ao longo de sua vida. A pedagogia de Freinet é construída com base na
experimentação e documentação, tendo em vista a formação de crianças ativas e participativas.
Outro ponto marcante em sua prática, é que considera a criança da mesma natureza do adulto
e com isso quebra a relação de hierarquia entre professor e aluno, estabelecendo assim, um
diálogo horizontal, produtivo, amigável, de extremo respeito e admiração entre ambos. Percebe-
se que, durante sua trajetória como professor, foi um sujeito curioso e questionador, apaixonado
pelo conhecimento, entregava-se por inteiro. Costumava fazer anotações sobre seus alunos e
principalmente ouvi-los. Acreditava que a escola deveria estar aberta para que a natureza
pudesse entrar e encantar seus alunos. A partir dos estudos bibliográficos conheceu-se a vida e
a obra deste pensador, e após observou-se em algumas escolas do litoral norte do Rio Grande
do Sul e na Escola Municipal Desembargador Amorim Lima - SP como se dá a utilização de tais
práticas e se estas contribuem para a formação deste sujeito autônomo.
Introdução
Referencial teórico
Para este educador ficou claro que o que interessava os alunos era os bichinhos,
a natureza, subir em muros, brincar solto no pátio. Decidiu então, proporcionar
momentos felizes e de aprendizagem. Diariamente, Freinet organizava passeios
pelo vilarejo, onde as crianças observavam o trabalho dos profissionais da
região, assim como as mudanças ocorridas na natureza em virtude da troca das
estações; no retorno à sala de aula a atmosfera era outra, todos queriam mostrar
o que coletaram no passeio, o que observaram e vivenciaram. No decorrer, deu-
se conta de que precisavam de um lugar para registrar todo este conhecimento.
Começou então a escrever na lousa o que viam nos passeios, os alunos por sua
vez também queriam participar desta atividade, acrescentando suas
observações e após, anotavam no caderno de forma escrita ou através de
desenhos.
Após uma aula passeio, com visita a um tipógrafo, surgiu a ideia da imprensa
escolar. Freinet conseguiu a doação dos materiais de imprensa (tipos,
impressoras e os computadores) e o entusiasmo das crianças com a chegada
destes materiais, fez com que esta nova técnica se tornasse a mais nova paixão
da turma. Derrubando as dificuldades encontradas com a utilização deste
material, a produção de textos foi crescendo. Para que os textos fossem
publicados, a ortografia deveria estar correta, então ele anotava as palavras que
as crianças tinham mais dificuldades, e retomava em outro momento, porem os
próprios alunos faziam as correções que lhes cabiam. Não via valor didático no
erro. Ele acreditava que o fracasso desequilibrava e desmotivava o aluno, por
isso o professor deve ajudá-lo a superar o erro. Para ele a forma mais profunda
de aprendizagem é o envolvimento afetivo.
Como não se apaixonar por este educador que se dedicou à educação? Que,
mesmo em momentos de muita adversidade encontrou motivos para prosseguir
com seus ideais? E, mesmo estando em um campo de concentração durante a
Segunda Guerra Mundial, não deixou de alfabetizar.
Para Freinet, de acordo com BORGES [S.d], a escola distanciou-se muito dos
ideais humanos, preocupando-se apenas em trabalhar os conteúdos de forma
mecânica. Para ele a educação serve para que o ser humano aprenda a
respeitar-se, conhecer-se e desenvolver o que tem de mais precioso em si
mesmo, a sua própria personalidade e sua individualidade. Ao contrário do que
se observava em algumas escolas que se preocupavam em apenas transmitir
conhecimento didático, esquecendo-se de formar cidadãos que atuassem em
todas as áreas vividas de forma autônoma.
Metodologia
A escola Amorim Lima situada em São Paulo, conta com aproximadamente 800
alunos, um pátio com árvores, pista de skate, oca e forno de barro, as salas de
aula são amplas comportando cerca de cento e cinco alunos e seis tutores, as
turmas são mistas, os ambientes são ricos, com produções próprias.
Análise de dados
Nas escolas observadas do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, percebemos que
para muitos educadores a autonomia ainda não é vista como uma construção do
sujeito com o meio, em busca de soluções para problemas vivenciados por
todos. Deparamo-nos com a incerteza do que é autonomia, para alguns
professores a autonomia restringe-se ao ato dos alunos cuidarem de seus
materiais, higiene pessoal e alimentação. Quando questionada sobre as práticas
que utiliza para desenvolver a autonomia a professora Sofia4 , relatou-nos suas
necessidades, em vista que tem uma sala de aula com 20 (vinte) alunos na faixa
etária de 7 (sete) anos. Em primeiro lugar, que seus alunos devem ser
responsáveis por seus materiais, cuidando para não extraviar, rasgar, amassar
e sujar, pois não teria condições de zelar pelos materiais de todos; em segundo,
relatou sobre a importância de trabalhar o conceito de higiene pessoal, como:
tomar banho sozinho, escovar os dentes, pentear os cabelos, cortar as unhas,
etc. Todas as atitudes visando um trabalho individual.
Presenciamos uma conversa dentro da oca entre algumas crianças, com idade
entre 6 (seis) e 8 (oito) anos, sobre como fariam para solucionar um problema
ocorrido (uma das paredes da oca havia sido quebrada), e quando questionados
sobre qual seria a solução, responderam-nos que precisariam de barro, água,
areia e bambu, mas como não tinham bambu, utilizariam pedras. Este diálogo
estava acontecendo sem a supervisão de um professor e em uma hora livre. Foi
o primeiro momento que nos deparamos com a autonomia tão abordada pelo
autor, onde o indivíduo promove ações e diálogo em busca da solução de
problemas vivenciados.
Outra prática proporcionada por Freinet que nos chamou atenção, foi a dos
envelopes. Em um canto da sala de aula ou na escola encontram-se três
envelopes com as seguintes frases: Eu proponho, Eu critico, Eu felicito, onde os
alunos devem escrever e assinar suas produções para serem debatidas na
assembleia que ocorre uma vez por mês. Segundo explicações sobre este
evento, durante a assembleia os envelopes são abertos e os textos lidos, dando
a chance de quem foi criticado defender-se e posicionar-se perante o grupo. O
objetivo desta atividade era proporcionar momentos em que o aluno tivesse a
experiência de posicionar-se perante o grande grupo com argumentos
coerentes, ter autonomia para criticar, felicitar e propor. Sendo criticado deverá
saber lidar com esta situação/frustração. Com todas estas atividades, os alunos
tornam-se mais ativos e participativos no meio social. As crianças mesclavam as
práticas escolares com as práticas da própria comunidade, assim mobilizavam-
se para resolver problemas de cunho social, para Freinet isso foi visto como um
reforço para continuar a trilhar o caminho que escolheu. Mas para uma parte da
sociedade, as crianças que não estavam sentadas, quietas nas suas carteiras,
não poderiam estar fazendo nada sério.
Considerações finais
Referências