Sofonisba Anguissola

Contexto

• Renascimento;
• Os direitos e autonomia das mulheres dependiam muito de sua classe
social;
• Para as mulheres, era mal visto se dedicar aos estudos anatômicos ;
• Ter que se mudar para a casa do mestre, por anos, era um grande
impedimento para as mulheres;
• A recepção das obras de mulheres era baseada em noções construídas
de gênero;
• Não se pensava em “mulher” e “arte” juntos.
 O Renascimento foi um importante movimento artístico, cultural, científico e social
• Renascimento; que marca a transição da Idade Média para a Moderna. O Renascimento consolidou
o artista que passou a ter importância e identidade na construção de suas obras.
• Os direitos e autonomia das
mulheres dependiam muito
de sua classe social;
• Para as mulheres, era mal visto
se dedicar aos estudos anatômicos;
• Ter que se mudar para a casa
Do mestre, por anos, era um grande
impedimento para as mulheres;
• A recepção das obras de
mulheres era baseada em noções
construídas de gênero;
• Não se pensava em “mulher” e
“arte” juntos.
Assim como já acontecia na idade média, as distinções sociais eram tão
fortes quanto as distinções por sexo. Por influência do livro Il Cortegiano,
de Baldassarre Castiglione (1528), as mulheres de boas famílias eram
incentivadas a adquirir habilidades artisticas, intelectuais e sociais, poém,
elas deveriam se interessar por muitas artes sem aperfeiçoá-las.
A dissecação de corpos, que já era malvista sendo praticada por um
homem, era quase que totalmente inacessível para uma mulher.
Mesmo o uso de modelos vivos, geralmente nus, era vetado às
mulheres, uma vez que elas foram proibidas de explorar essa técnica
pois não era não era conveniente que elas vissem um homem nu.
Na época para um artista iniciar o aprendizado, era preciso mudar-se de
casa e viver na casa do mestre pelo menos por quatro anos. Isso se
iniciava por volta dos doze ou treze anos, quando o aprendiz trabalhava
na oficina do mestre, no caso um artista mais velho, para tornar-se um
pintor ou escultor. Esse tipo de situação seria visto como totalmente
inaceitável para uma mulher. Diante disso, os temas se restringiam em
retratos, paisagens, natureza morta e cenas religiosas.
As críticas das obras de mulheres eram descritos como “diligente”,
“sentimental”, “afetada”.
Fedrika H Jacobs em aponta que a arte era vista como algo proveniente de
uma virtuosidade masculina. Escritores da época dividiram o virtuosismo,
sendo “virtuosa” o termo dedicado para as mulheres. Se por um lado ouve
o reconhecimento de que mulheres poderiam produzir arte, por outro
aconteceu a manutenção da ideia de superioridade masculina, uma vez que
o virtuosismo masculino era visto como superior. A “grazia” estilística era o
domínio masculino do meio.
 Sofonisba Anguissola
Contexto
• Cremona, cidade vizinha de Gênova, era rica e fértil desde os
tempos medievais;
• O Rio Pó era uma importante via fluvial que cortava a cidade.
• Durante o renascimento, a região de Gênova, através de banqueiros
genovenses, se associou ao Império Espanhol;

Piazza del Comune, Cremona - Itália Região onde se localiza Gênova e Cremona
• Cremona, cidade vizinha de Gênova, era rica Localizada ao norte da Itália, na região da Lombardia,
e fértil desde os
tempos medievais;
• O Rio Pó era uma importante via fluvial
que cortava a cidade.
Durante o renascimento, a região de Gênova,
através de banqueiros genovenses, se associou
ao Império Espanhol;
Comentário ao final:
Atualmente a cidade é considerada uma capital cultural,
famosa pela fabricação dos melhores violinos do mundo .
É de lá que surgiram os famosos Stradivarius (sec XVI)
Loggia dei Militi, 1292
Piazza del Comune, Cremona - Itália
a cidade de Cremona é cortada pelo Rio Pó, que
Serviu de importante via fluvial para tráfego e comércio
desde os tempos medievais. A piazza del Comune é um
exemplo da riqueza da cidade, com suas imponentes
edificações medievais.
 Ler: Durante o renascimento, a região de Gênova,
através de banqueiros genovenses, se associou ao
Império Espanhol
Houve uma notável riqueza, concentrada nas mãos de
um circulo de banqueiros- financiadores. Era época
das navegações e de exploração. A coroa espanhola
emprestava dinheiro dos banqueiros de Gênova.
Quando Sofonisba nasceu, a cidade italiana já estava
fortemente ligada à Espanha.
Região onde se localiza Gênova e Cremona
 Sofonisba Anguissola
A Artista

• Nascida entre 1532 e 1535;

• Pertencia a aristocracia Cremonense;
• Era a mais velha de 7 irmãos;
• Recebeu educação humanista;
• Começou a estudar pintura aos 14 anos;

Anguissola, S. Autorretrato, 1554.

Óleo sobre tela, 19,5 x 12,5 cm
Kunsthistorisches Museum, Viena.
 Sofonisba Anguissola

Nascida entre 1532 a 1538;

Sua família era parte da baixa nobreza-tinham alguma

• Nascida entre 1532 a 1538;
• Pertencia a aristocracia Cremonense;
• Era a mais velha de 7 irmãos;
• Recebeu educação humanista;
• Começou a estudar pintura aos 14 anos;
influencia, seu pais, Amilcar Anguissola, comerciante e
Bianca Ponzoni, que pertencia a uma família influente na
Itália , entendiam a importância da educação então seus
filhos tinham acesso a educação completa. Em meados
do século XVI, esperava-se que as mulheres de bom
nascimento não fossem apenas leitoras, mas sim capazes
de ler e traduzir literatura clássica, escrever poesia,
dançar, tocar instrumentos musicais e cantar, desenhar e
pintar e fazer uma conversa espirituosa.

Aos 14 anos Sofonisba começou suas aulas de desenho e

pintura, e em casa, ela ensinava o que havia aprendido
para as irmãs mais novas.

Na época, era comum que as artistas do sexo feminino viessem de famílias onde um pai (ou às vezes um
irmão) era um artista.
Podemos supor que o fracasso de seu pai em produzir um filho e um herdeiro até os cinquenta e sete anos de
idade ajudou a assegurar que os talentos de suas filhas fossem encorajados. (somente o 7º filho nasceu
menino)
 Sofonisba Anguissola
A Artista
• De 1546 a 1549, Sofonisba e sua irmã Elena estudaram
com Bernardino Campi;
• Após a mudança de seu mestre,
Sofonisba passa a ter aulas com
Bernardino Gatti por um breve
período;
• Suas obras se confundem com as
de suas irmãs neste período;

Sofonisba Anguissola
A partida de xadrez, 1555
72 X 97 cm, Óleo sobre tela
National Museum Poznan

• De 1546 a 1549, Sofonisba e sua irmã
Elena estudaram com Bernardino
Campi;
• Após a mudança de seu mestre,
Sofonisba passa a ter aulas com
Bernardino Gatti por um breve
período;
• Suas obras se confundem com as
de suas irmãs neste período;
Sofonisba Anguissola
 Leitura
Sob a tutela de Campi, ela criou uma série de
autorretratos, retratos de sua família e representações
da Virgem Maria, As pinturas de Anguissola refletem sua
castidade e sua devoção religiosa. Ela se pintava como
uma virgem .
Seu mestre Bernardino Campi era formado na famosa
oficina de Giulio Romano, discípulo e continuador de
Rafael. O que nos sugere que Sofonisba tenha recebido a
influencia desse artista.
 Leiitura
 Sofonisba Anguissola
A Artista
• Se especializou em retratos e
produziu um grande numero de auto-
retratos.
• Seu pai foi um grande divulgador do
seu trabalho

Anguissola, S. Autorretrato, 1556.

Óleo sobre tela, 66 x 57 cm
Museum Zamek, Lancut, Polônia.
 Sofonisba Anguissola

• Se especializou em retratos e Estima-se que Sofonisba pintou mais retratos de si

produziu um grande numero de auto- mesma do que qualquer artista entre Dürer e

retratos. Rembrandt.

• Seu pai foi um grande divulgador do

Seu pai usou seus autorretratos para divulgar seus
seu trabalho dons, enviando para nobres, um para o papa Júlio III
e um para a corte Este em Ferrara.

Essas doações de autorretratos é melhor explicado

citando a carta escrita a seu pai por Annibale Caro,
que recentemente visitou a família e esperava ter
uma peça dela :"Não há nada que eu deseje mais do
que a imagem da própria artista, para que numa só
obra eu possa exibir as maravilhas, uma a obra, a
outra a artista”.
 Sofonisba Anguissola
A Artista

• Seu pai se correspondeu com

Michelangelo, em 1557;

Anguissola, S. , Asdrubale mordido por um

lagostin, c. 1554
Giz preto e carvão sobre papel pardo,
333 x 385 mm
Museo Nazionale di Capodimonte, Naples
 Sofonisba Anguissola

• Seu pai se correspondeu com

Michelangelo, em 1557;

Um exemplo da fama internacional que Sofonisba atingiu foi o caso

de correspondência de seu pai com Michelângelo, em 1557 e 1558.
Ao saber que Michelagelo se interessou no trabalho de Sofonisba
após ver o desenho de uma menina sorrindo, o pai de Sofonisba
entrou em contato com o pintor. Este respondeu que gostaria de ver
um retrato que expressasse o choro. O pai de Sofonisba lhe enviou o
desenho “, Asdrubale mordido por um lagostin” e pediu para que
Michelangelo enviasse desenhos para sua filha colorir.

Não sabemos ao certo se Michelângelo enviou tais desenhos. As

fontes divergem sobre esta história.
 Sofonisba Anguissola
A Artista

• Com pouco mais de 20 anos, em 1560,

Sofonisba é convidada para atuar como
dama de companhia e professora de
pintura para a rainha espanhola Isabel de
Valois;
• Sua fama foi tão grande que o Papa Pio IV
lhe pediu um retrato da rainha.

Sofonisba Anguissola
Elisabeth of Valois holding a Portrait of Philip II, 1563
Óleo sobre tela, 206 x 123 cm.
Royal Collection)

• Com pouco mais de 20 anos, em 1560,
Sofonisba é convidada para atuar como
dama de companhia e professora de
pintura para a rainha espanhola Isabel de
Valois;
• Sua fama foi tão grande que o Papa Pio IV
lhe pediu um retrato da rainha.
Sofonisba Anguissola
 leitura
Sofonisba convenceu que ela foi
devidamente educada e, portanto,
qualificada para ser uma dama de companhia
da rainha da Espanha. A pintura, como dizia
Baldinucci, era "é suo minore ornamento" (o
menor de seu talento).
Na corte espanhola, Sofonisba foi tutora de
pintura, o que demonstra que foi permitido
que ela trabalhasse desta forma, mesmo
numa época em que tal cargo não era
comum para uma mulher
 Leitura
O papa PIO IV era membro da família Medici
 Sofonisba Anguissola
A Artista
• Desenvolveu um papel decisivo na formalização
do retrato de corte espanhol;

Sofonisba Anguissola
Sofonisba Anguissola Retrato de joven dama, 1580
Three children with dog, 1570 106 x 67 cm
74 X 95 cm, Collection Lord Methuen, Museo Lázaro Galdiano.
 Sofonisba Anguissola

• Desenvolveu um papel decisivo na formalização

do retrato de corte espanhol;

Restringiu o seu trabalho artístico, nesse período, à arte retratista dos membros da corte, no
entanto, Sofonisba não trabalhava oficialmente como pintora, . (Oficialmente ela era considerada
uma dama de companhia) por isso muito de seus quadros não são datados, nem assinados e
também foram muito copiados por outros retratistas contemporâneos da corte

Levou consigo sua característica de representar intimidade, a quebra do

ambiente rígido cortês e suas obras tinham características expressivas do
realismo direto. Ela dava uma atenção particular aos detalhes, que revelam
aspectos das biografias das personalidades e do seu contexto.

Existe um aparente contraste entre suas obras, que sugere que ela continuou a se desenvolver na Espanha,
aprendendo com as obras-primas venezianas da coleção real espanhola.
 Sofonisba Anguissola
A Artista

• Permanece ao serviço até o

falecimento da rainha em 1568;
• Após o falecimento, Sofonisba vira
professora de pintura para a princesa
Joana de Áustria;

Sofonisba Anguissola
Joanna of Austria, 1560.
Oil on canvas
Museu del Prado
 Sofonisba Anguissola

Permanece ao serviço até o falecimento da rainha em 1568;

Após o falecimento, Sofonisba deveria ser dispensada e voltar para

a Itália, porém, ela vira professora de pintura para a princesa Joana
de Áustria e continua realizando retratos da nobreza espanhola;

Exercia o papel que anos mais tarde seria ocupado por Velásquez,
durante o reinado de Felipe IV
 Sofonisba Anguissola
A Artista

• Após 10 anos de serviços prestados

para a Coroa Espanhola, o rei Felipe II
lhe recompensa com um vantajoso
casamento, em 1573, com Fabrizio
Moncada;
• Após o casamento, Sofonisba se muda
para Sicília, onde viveria por 5 anos.

Sofonisba Anguissola,
1565, Philip II
Óleo sobre tela, 88 x 72 cm.
Royal Collection (Real Alcázar), Madrid

• Após 10 anos de serviços prestados
para a Coroa Espanhola, o rei Felipe II
lhe recompensa com um vantajoso
casamento, em 1573, com Fabrizio
Moncada;
• Após o casamento, Sofonisba se muda
para Sicília, onde viveria por 5 anos.
Sofonisba Anguissola
Ela se casa aos 38 anos. Fabrizio era
filho do príncipe de Palermo, o vice-rei
da Sicília. O casamento foi grandioso e
Sofonisba recebeu um belo dote.
Somente em 1578 Sofonisba recebe a
permissão do rei da Espanha para
deixar o país e se mudar para Sicília.
No ano seguinte, seu marido morre.
 Sofonisba Anguissola
A Artista

• Seu marido morre afogado durante um

ataque pirata em 1579;
• Sofonisba resolve voltar para
Cremona. Durante a viagem, conhece
Orazio Lomellino, capitão do navio, seu
próximo marido.

Catalina Micaela of Spain 1577-80,

62.5 x 48.9 cm, Óleo sobre tela,
Glasgow Museum The Stirling Maxwell Collection,
Pollock House
(Por algum tempo se conferiu a autoria para El Greco )

• Seu marido morre afogado durante um
ataque pirata em 1579;
• Sofonisba resolve voltar para
Cremona. Durante a viagem, conhece
Orazio Lomellino, capitão do navio, seu
próximo marido.
Sofonisba Anguissola
Em apenas 5 anos de casamento, Sofonisba
ficou viúva.
Resolve viajar para Cremona, para rever os
parentes que ainda estavam vivos e
encontra aquele que seria seu futuro
marido.
Orazio Lomellino era o capitão do navio, de
família rica e consideravelmente mais
jovem que a artista.
Durante a viagem ele a trata tão bem que
ao final da viagem, ela aceita seu pedido
de casamento. Se casam em janeiro do ano
seguinte.
 Sofonisba Anguissola
A Artista

• Nos próximos anos, a pintora viveu

entre Gênova e Palermo.
• Com a idade, teve sua visão
enfraquecida e então passou a atuar
como uma rica patrona das artes.
• Morreu em 1625 (93 anos), em
Palermo.

Van Dyck, A.
Retrato de Sofonisba Anguissola, 1624
Óleo sobre tela
Dulwich Picture Gallery, Londres, Inglaterra.
 Sofonisba Anguissola

Nos próximos anos, a pintora viveu entre

Gênova e Palermo.

• Nos próximos anos, a pintora viveu A fortuna de Ozario e uma pensão generosa de
Felipe II permitiram a Sofonisba pintar
entre Gênova e Palermo. livremente e viver confortavelmente.

• Com a idade, teve sua visão
enfraquecida e então passou a atuar
como uma rica patrona das artes.
• Morreu em 1625 (93 anos), em
Palermo.
Sua casa foi sempre frequentada por certa
intelectualidade local, e ela permaneceu
pintando e talvez lecionando pintura por muito
tempo
Quando já ficou difícil continuar a pintar por
conta da visão reduzida, passou a atuar como
uma rica patrona das artes.

Em 1624, Anthony Van Dyck a visitou e observou que “embora sua visão estivesse
enfraquecida, Sofonisba ainda estava bastante alerta mentalmente”.
Ele fez o último retrato da artista.

Morreu em 1625 em Palermo. (estima-se que ela tinha 93 anos),

 Sofonisba Anguissola
Legado

• À ela são atribuídas pelo menos 50 obras.

• O Historiador de arte Giorio Vasari escreveu sobre Sofonisba:

“Anguissola demonstrou maior aplicação e melhor graça do que qualquer outra
mulher de nossa idade em seus esforços de desenho; ela conseguiu não apenas
desenhar, colorir e pintar da natureza, e copiar excelentemente dos outros, mas
por si mesma criou pinturas raras e muito bonitas”
 Sofonisba Anguissola

Sofonisba também é importante para os historiadores de arte feministas.

Ela foi a primeira mulher italiana a se tornar uma celebridade internacional como artista e a primeira
para quem uma quantidade substancial de trabalhos é conhecido. Como tal, ela é uma figura de
considerável importância histórica. A publicidade que sua carreira espetacular e romântica atraiu, deve
ter incutido nas mentes de outras jovens talentosas a ideia de que uma carreira artística era possível.
Significativamente, várias de suas sucessoras imediatas vieram da mesma parte da Itália.

O elogio de Vasari, ainda que breve, de suas conquistas também assegurou que sua fama era mais do
que local.
 Sofonisba Anguissola
Legado
• Alguns sucessores famosos do seu exemplo incluem Lavinia Fontana, Bárbara
Longhi, Fede Galizia e Artemisia Gentileschi

Sofonisba Anguissola Lavinia Fontana

Self-Portrait playing the spinet Auto-retrato no clavicórdio com uma Criada,
with a maid, 1561, óleo sobre tela 1577. 270 × 240 mm, óleo sobre tela
 Sofonisba Anguissola
Legado

Sofonisba Anguissola Alonso Sánchez Coello

Infanta Isabel Clara Eugenia y Catalina Micaela The Infantas Isabel Clara Eugenia and
(Doble retrato con perro) , 1570 Catalina Micaela, 1575, 3,051 × 2,801,
Óleo sobre tela Óleo sobre tela. Museo del Prado
 Sofonisba Anguissola

As pinturas de Sofonisba foram amplamente copiadas

por retratistas contemporâneos da corte, como Allonso
Sánchez Coelho, Joege de la Rua, Anthonis Moro e até
Rubens, anos mais tarde

Pela falta da assinatura, muitas obras de Sofonisba

foram anteriormente atribuídas a Ticiano ou a Sanchez
Coelho, situação que está se revertendo com
investigações que buscam descobrir as obras de artistas
mulheres na história.
 Sofonisba Anguissola
Legado
• O trabalho de Sofonisba teve uma
influência duradoura sobre gerações
subsequentes de artistas. Seu
retrato da rainha Elisabeth / Isabel
de Valois com um zibellino foi o
retrato mais amplamente copiado da
Espanha.

Os copiadores deste trabalho

incluem muitos dos melhores artistas
da época, incluindo Peter Paul Rubens.

Sofonisba Anguissola
Queen Elisabeth of Valois, third wife of Philip II, , 156?
Óleo sobre tela, 120.1 x 84 cm
Royal Collection of Spain
 Sofonisba Anguissola
obras

Sofonisba Anguissola
A partida de xadrez, 1555
72 X 97 cm, Óleo sobre tela
National Museum Poznan
 Sofonisba Anguissola
Um dos seus quadros mais famosos e, de resto, um dos mais interessantes do ponto de vista
temático é A partida de xadrez, retrato em grupo de suas irmãs, assinado e datado na borda do
tabuleiro segundo a inscrição “Sofonisba Anguissola, virgem, filha de Amilcare, a partir de efigie do
real, pinta três irmãs suas e serva, 1555”.)
A partida se situa em um jardim com abertura ao fundo para um rio, uma montanha e, na estreita
faixa superior, o céu. As três irmãs de Sofonisba são provavelmente, pela data do quadro e as idades
das retratadas, Elena à esquerda, Minerva ao centro e Lucia à direita. Elas estão situadas no primeiro
plano, muito deste momento de lazer representado.
A temática deste retrato de grupo é curiosa, pois representa um momento de intimidade e lazer das
irmãs, ao mesmo tempo em que revela o ambiente intelectual em que elas viviam. Ao representar
um jogo de xadrez – que nessa época se restringia aos ambientes de corte e aristocracia e, em larga
medida, ao sexo masculino – Sofonisba também demonstra que ela e suas irmãs dominavam esse
jogo. A mais velha, à esquerda, está movimentando uma peça quando pára para olhar o observador
– ou podemos relembrar, aquela que a retrata – com um leve sorriso, característico de outras obras
de Sofonisba, e confiante em sua jogada.
A figura da direita, representada em pleno perfil, ergue o braço e toma a palavra (ela está de boca
aberta) para comentar algum aspecto da jogada. A pequena Minerva que assiste a ambas se diverte,
já tomando consciência da discussão sobre este jogo, que era considerado por Castiglione como um
divertimento “prazeroso e engenhoso”. Toda a ação é observada pela serva, que também ri, mas não
do jogo e sim do divertimento da pequena. Sofonisba não deixa de estar atenta às vestes das irmãs,
às quais representa com atenção aos detalhes, texturas e brilhos, denunciando mais uma vez o
status social da família.
Os traços dos rostos são muito parecidos, mas ao mesmo tempo particularizados nos diferentes
formatos dos olhos e nos tons e brilhos da pele. Por todas essas razões esse quadro tem sido
admirado desde Giorgio Vasari e foi considerado por estudiosos como Bernard Berenson como um
dos primeiros “quadros de conversação”. Sobre esta tela Vasari escreve que as figuras “parecem
verdadeiramente vivas e que não lhes falta outra coisa, senão a palavra”.
 Sofonisba Anguissola
obras
 Sofonisba Anguissola
obras
 Sofonisba Anguissola
obras

Sofonisba Anguissola
Bernardino Campi Painting Sofonisba Anguissola
1559, Óleo sobre tela, 110 x 110 cm
Pinacoteca Nazionale, Siena
• Antes de partir para a Espanha, porém, e provavelmente como um presente de despedida, ela pinta o seu auto-retrato mais
interessante. O quadro representa seu mestre, o de alguém (Campi) pintando outro retrato (sua aluna), que é, na verdade,
um auto-retrato daquela que pintou toda a obra e que não se mostra; mas que na verdade volta a aparecer no auto-retrato.
Ambas as figuras parecem estar quase na mesma realidade, os fundos das duas telas são igualmente neutros, há apenas um
pouco de luz no retrato da pintora. O que denuncia a anedota são as linhas leves que demarcam os limites da tela-dentro-
da-tela, e pela mão de Campi, com o pincel em ação, oposta à mão de Sofonisba, em repouso. Essa mão, na verdade, é um
pouco estranha, a manga parece ir tanto para cima quanto para baixo, mas como não tive oportunidade de ver essa obra
pessoalmente, não poderia avançar na interpretação.
• Nessa pintura, ela se torna maior e mais central na imagem e mostra a professora usando uma mahlstick (para firmar a
mão), que alguns estudiosos acham que retrata sua menor habilidade ou sua falta de confiança. No entanto, outros
apontam que ela mais tarde se pintou usando uma mahlstick. Assim, Anguissola pode ter simplesmente pretendido retratar
seu mestre como ajudando a "criá-la", enquanto ao mesmo tempo indicava que ela se tornaria maior que ele Analise de
Obras
• A pintura de Sofonisba de seu professor, pintando seu retrato - uma história dentro de uma história - demonstra como ela
negociou seu mundo dominado por homens. O olhar de Anguissola atrai o espectador da pintura, forçando a consideração
do que parece ser a inscrição da autoridade masculina no corpo da mulher. O olhar de Campi complica as coisas, no entanto,
uma vez que, enquanto pinta, também olha para fora da pintura em direção ao que a imagem indica que deve ser seu tema,
Anguissola. Assim, o espectador em frente à pintura desempenha um duplo papel: o do sujeito da pintura dentro da pintura,
a própria Anguissola, e de um espectador engajado - observado por Campi e Anguissola - tornado cúmplice na
desestabilização de Anguissola das normas sociais contemporâneas. .
• Descrição e análise das obras de arte: No estúdio artístico escuro, o primeiro professor de pintura de Anguissola, Bernadino
Campi, parece emergir das sombras. Ele se virou para fazer contato visual com o espectador por cima do ombro enquanto
pinta um retrato em grande escala de sua pupila, Anguissola Anguissola, que está vestida com um elaborado vestido
vermelho com gola aberta e enfeites de ouro - um estilo muito mais elegante e caro do que o habitual vestido preto que ela
usa em muitos de seus outros auto-retratos. Talvez porque, pela primeira vez, Anguissola se tornou tema de sua própria
pintura. Ao invés do artista estóico, estudioso e contemplativo, Anguissola se sente mais capaz de se retratar como elegante
e jovial.
• A ilustração mostra a pintura em meados da conservação, onde há um pentimento claro (isto é, uma parte da pintura que a
própria artista encobriu enquanto mudava de idéia sobre a composição). Importante, Anguissola pintou um segundo braço
esquerdo em seu corpo, que se estende e parece se fundir com a mão de Campi. Anguissola estava insatisfeita com essa
composição, encontrando uma maneira sutil de mostrar que ela era a pintora original do retrato, que o espectador pode
discernir pela peça entre a pintura dentro da pintura, o artista e o espectador. A maneira como os dois retratos são pintados
sugere que Anguissola era melhor pintora do que seu professor. A composição sugere que Anguissola está do lado de fora da
moldura, pintando a professora pintando-a. Seu rosto é naturalista e envolve o espectador de uma forma animada,
enquanto o Anguissola pintada, presumivelmente por Campi, que é simplificado e rígido. A maneira como Anguissola se
pintou como maior e mais brilhante que Campi também sugere que ela estava demonstrando a qualidade superior de sua
 Sofonisba Anguissola
obras
 Sofonisba Anguissola
obras
 obras
• Relações entre observador e
observado
• A mulher objeto e que ocupa posição
de sujeito
Autorretratos

8,3 x 6,4 cm

1554 1556 1556

Autorretratos

1557 1558 1559

Autorretratos

1561 1562 1610

Referencias bibliograficas
• HARRIS A. Sutherland. Women Artists, 1550-1950, Los Angeles, County
Museum of Art , 1981
• BARROS, L. Sofonisba Anguissola, Cindy Sherman: autorretratos, Curitiba, PR:
EMBAP, Revista Vernáculo, 2016
• HARGRAVE, I. Sofonisba Anguissola (1532/38-162550: Uma pintora no
Renascimento Espanhol, Campinas, SP: UNICAMP, 2010
• PEREIRA, F. Antnio Baptista. Pinturas de Capriccioso Indegno de Sofonisba
Anguissola e de Lavinia Fontana, Lisboa, Portugal. Faculdade de Belas Artes,
Universiade de Lisboa, 2012
• KING C. Looking a Sight: Sixteenth-Century Portraits of Woman Artists, Berlin,
Alemanha. Deutscher Kunstverlag GmbH Munchen Berlin, 1995
• KRYSTAL, B. 100 Artistas que Mudaram a História do Mundo, Nova Fronteira ,
SP, 2003
• KILROY-EWBANK, Dr. Lauren. Sofonisba Anguissola. Smarthistory, 2016.
https://smarthistory.org/sofonisba-anguissola/
• https://www.museodelprado.es
Obrigada!