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princesa gorila
por Robert Hamill Nassau
O Rei Gorila teve uma filha cuja beleza era
enaltecida por todos. Quando a menina atingiu a
idade de se casar, o rei mandou avisar a todas as
tribos que não aceitaria dotes comuns para
oferecê-la em casamento. Somente aquele capaz de
cumprir a seguinte tarefa seria seu genro: havia um
novo tipo de água, nunca antes vista, e quem fosse
capaz de beber um barril inteiro dessa água seria
merecedor do prêmio cobiçado por tantos.
Então todos os animais se reuniram na floresta do
rei para competir pela jovem. Todos os caminhos
que levavam à nação Njambi se encheram com os
ansiosos pretendentes.
O primeiro candidato seria o Elefante, em razão de
seu tamanho. O paquiderme caminhou até o barril
com pesada solenidade, suas estrondosas patas
ecoando a cada passo, tam dam, tam dam. Mesmo
na presença do rei, mal conseguia esconder sua
indignação, pois julgava aquele um teste ofensivo
de tão fácil.
Um barril de água? Que afronta! Quando eu, Njâgu, tomo
meu banho diário, sugo o equivalente a vários barris de água
com minha tromba e jogo tudo sobre mim. Além disso, bebo
meio barril a cada refeição. E é esse o teste?
Vou acabá-lo em dois goles!
Colocou sua tromba dentro do barril, determinado a sorver uma grande quantidade.
Retraiu-se logo que tocou o líquido. A “nova água” ardeu em suas entranhas. O
gigante ergueu sua tromba e bramiu um grito de fúria, dizendo que aquela era uma
prova impossível.
Muitos dos presentes julgavam o grande elefante um adversário invencível e
secretamente se alegraram ao ver seu fracasso. Agora teriam uma chance.
O Hipopótamo então se apresentou, passando à frente de todos
com passos atrapalhados. Estava afoito e certo de que seria o
vencedor. Não era tão grande e pesado como o Elefante, mas
era mais desajeitado. Mesmo assim, não hesitou em bradar o
mais alto que pôde:
FIM
CRÉDITOS
Referência do Conto:
BATEMAN, George W. Os pretendentes da princesa gorila. In: DAYRELL, Elphinstone; BATEMAN,
George W.; NASSAU, Robert Hamill (Org.). Contos folclóricos africanos. v. 1. Tradução de Gabriel
Naldi. São Paulo: SESC; Mojo. p. 16-21.
INSTITUTO DE
HUMANIDADES E LETRAS
Campus dos Malês