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PROCEDIMENTO OPERACIONAL POP LAB HEM - 016

PADRÃO

TÍTULO: REALIZAR EXAMES NO LÍQUIDO SINOVIAL

I - CONTROLE HISTÓRICO

Nº HISTÓRICO
REVISÃO DATA ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO
PÁGINAS ALTERAÇÃO
Emissão Clébia Caires Ana Marina Campas
00 13/03/2018 1 de 8 Ricardo Lacerda
inicial Giovanna Angeli de Faria

1. Introdução
O líquido sinovial (LS) tem como função lubrificar, proteger, transportar nutrientes e remover
impurezas do espaço articular. Existe pequena quantidade de LS nas articulações, sendo este
um dializado do plasma, acrescido de uma substância chamada de ácido hialurônico,
responsável pela alta viscosidade deste liquido. Esta substância é produzida pelo sinoviócito,
célula de revestimento bastante semelhante às células mesoteliais das membranas serosas.
A análise do líquido sinovial (LS) é um importante exame laboratorial para o diagnóstico das
artropatias.

2. Objetivo
 Este procedimento operacional padrão (POP) foi elaborado pela seção de Hematologia e
tem como produto final a realização de exames de líquido sinovial.

3. Campos de aplicação
 Setor de Hematologia.

4. Referências normativas
 Resolução n° 302, de 13 de outubro de 2005: dispõe sobre regulamento técnico para
funcionamento de laboratórios clínicos.

5. Responsabilidade / competência
 Médico patologista: análise citológica, avaliação e verificação do resultado do exame.
 Biomédico: análise citológica, avaliação e verificação do resultado do exame.
 Bioquímico: análise citológica, avaliação e verificação do resultado do exame.
 Técnico de patologia clínica: realização do exame.

ASSINATURA E CARIMBO 1
PROCEDIMENTO OPERACIONAL POP LAB HEM - 016
PADRÃO

TÍTULO: REALIZAR EXAMES NO LÍQUIDO SINOVIAL

I - CONTROLE HISTÓRICO

Nº HISTÓRICO
REVISÃO DATA ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO
PÁGINAS ALTERAÇÃO
Emissão Clébia Caires Ana Marina Campas
00 13/03/2018 2 de 8 Ricardo Lacerda
inicial Giovanna Angeli de Faria

6. Definições
 Não se aplica.

7. Conteúdo do padrão
7.1 Recursos necessários
 Mão de obra especializada
 Reagente
 Amostra

7.2 Principais passos


A. Mnemônico:
LISI

B. Sinonímia:
Derrame articular.

C. Princípio:
Os protocolos de rotina da análise do líquido sinovial incluem cuidados que vão desde o
acondicionamento da amostra, aspectos físico-químicos, exames citológicos, bioquímicos e
microbiológicos.
No setor de Hematologia são feitas as análises físicas e citológicas. A análise citológica do
líquido sinovial é composta de duas etapas distintas: a citometria, em que é feita a análise
quantitativa das células, e a citologia, em que é feita a contagem diferencial em lâmina
corada. As avaliações da morfologia das células devem ser observadas em no máximo 1
hora após a artrocentese, para evitar a degeneração e a distorção das células.

ASSINATURA E CARIMBO 2
PROCEDIMENTO OPERACIONAL POP LAB HEM - 016
PADRÃO

TÍTULO: REALIZAR EXAMES NO LÍQUIDO SINOVIAL

I - CONTROLE HISTÓRICO

Nº HISTÓRICO
REVISÃO DATA ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO
PÁGINAS ALTERAÇÃO
Emissão Clébia Caires Ana Marina Campas
00 13/03/2018 3 de 8 Ricardo Lacerda
inicial Giovanna Angeli de Faria

D. Aplicação Clínica:
A análise do liquido sinovial (derrame articular) tem como objetivo:
i. Avaliar o estado da membrana sinovial;
ii. Determinar o grau de atividade inflamatória articular;
iii. Investigação da etiologia da doença;
iv. Orientação para o tratamento

E. Fase Pré-Analítica:
1. Preparo do paciente:
A punção sinovial (artrocentese) é um procedimento médico, podendo ser realizada em
quaisquer articulações. Porém, a mais fácil é a articulação do joelho, o volume do
liquido sinovial não ultrapassando, em condições normais, a 3 ou 5 mL;

2. Material e amostra:
i. As amostras devem ser coletadas idealmente em três frascos identificados com nome,
número de registro do paciente e data da coleta. O primeiro, para a contagem global e
diferencial. O segundo, é utilizado para as análises bioquímicas, e o terceiro se
destina à microbiologia e deve ser estéril.

ii. Na prática o liquido sinovial é recebido, habitualmente, em um só frasco (devendo


ser untado com heparina) que, se houver exames bacteriológicos, deverá ser
aliquotado assepticamente na bacteriologia, e enviado as demais seções para os
demais procedimentos;
iii. Armazenamento e estabilidade de amostras: Vide POP LAB HEM 014 – “REALIZAR
EXAME DE LÍQUOR”
iv. Critérios para rejeição de amostras: Segue os mesmos preceitos do POP LAB HEM
014 – “REALIZAR EXAME DE LÍQUOR”.

ASSINATURA E CARIMBO 3
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00 13/03/2018 4 de 8 Ricardo Lacerda
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F. Fase Analítica:
A amostra de LS é analisada da mesma forma que as amostras de líquor, delineado no
POP LAB HEM - 014 “REALIZAR EXAME DE LÍQUOR”.

G. Fase Pós-Analítica:
1. Valores de referência:
O LS normal é amarelo-claro, estéril, viscoso, incoagulável, contendo menos de 200
leucócitos/mm3 e um número de polimorfonucleares inferior 25%. Possui, ainda, em
proporções variáveis, plasmócitos, linfócitos, monócitos, células sinoviais, fagócitos não
classificáveis e células não identificadas.
O LS contém eletrólitos, glicose, uréia, ácido úrico, com concentrações aproximadas à do
sangue. A concentração protéica é aproximadamente um terço daquela do plasma.
O fibrinogênio, bem como os outros fatores de coagulação do plasma, está ausente do LS
normal, portanto este não se coagula em condições normais. A presença de coágulos
sempre está correlacionada com processos patológicos.

i. Características normais ou valores de referências para líquido sinovial:


a. Cor: Amarela palha;
b. Aspecto: Transparente, límpido;
c. Viscosidade: elevada;
d. Coágulo de mucina: Bom (grumo firme em liquido claro);
e. Ph: 7.3 a 7.8.
f. Leucometria: 0 a 200 mm³
g. Neutrófilos: 0 a 25 %
h. Glicose diferencial: 0 a 10% (diferença entre glicemia e liquido sinovial).
i. Proteínas totais: 2.5 a 3.5 g/dl;
j. LDH: inferior a 120 U/L (30°C);
k. ADA (tuberculose): Até 30 U/L (30°C);

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l. Fator reumatóide (Látex): até 80 UI/mL;


m. Colesterol: comparável ao sangue periférico;
n. Lactato: até 2.0 mMol/L.

2. Notas interpretativas:
A realização da artrocentese tem como propósito diagnóstico ou terapêutico. A realização
do exame do líquido sinovial tem como objetivo a diferenciação dos possíveis diagnósticos,
sendo artrite, artropatias infecciosas e microcristalinas, tumores, amiloidose, entre outros.
Através do exame clinico e laboratorial o liquido sinovial pode ser classificado em 5
categorias:

i. Grupo não inflamatório:


a. Amarela palha, leucometria < 3.000 mm³, neutrófilos < 30%, glicose diferencial
<10%;
b. Osteoartrite, artrite traumática não hemorrágica, artrite reumatóide precoce.
ii. Grupo inflamatório:
a. Amarelo turvo ou hemorrágico, Leucometria: 3.000 a 75.000/ mm³, neutrófilos >
75 %, glicose diferencial 0 a 40 %.
b. Artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico, febre reumática, artrite soriática.

iii. Grupo infeccioso


a. Amarelo ouro, purulento, Leucometria: 50.000 a 200.000 mm³, neutrófilos > 90%,
glicose diferencial 20 a 100 %, Gram diagnóstico.
b. Bacteriana, fúngica, tuberculosa, virótica.

iv. Grupo Artrites microcristalinas:


a. Esbranquiçado, turvo, leucometria: 500 a 200000 mm³, neutrófilos < 90 %,
glicose diferencial 0 a 80 %, presença de cristais.

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b. Gota.

v. Hemorrágico:
a. Vermelho, xantocrômico, leucócitos 50 a 10.000 mm³, neutrófilos < 50 %, glicose
diferencial 0 a 20 %
b. Artrite traumática, artropatia hemofílica, uso de anticoagulantes, hemangioma,
trombocitopenia

3. Controle da qualidade:
Realizado conforme descrito no POP LAB HEM 014 – “REALIZAR EXAME DE
LÍQUOR”.

7.3 Cuidados especiais


 Os cuidados habituais de segurança devem ser aplicados na manipulação da amostra e
dos reagentes conforme o Manual de Biossegurança do Laboratório.
 Os reagentes utilizados em condições técnicas adequadas e armazenados nas condições
especificadas são estáveis até a data de validade expressa na etiqueta.

8. Siglas

 LS: Líquido Sinovial


 SNA: Solicitação de Nova Amostra

9. Indicadores
 Recoleta (geral, por material impróprio, para confirmação, por acidente e diversas)
 TAT (Turnaround Time) para testes imediatos e de emergência - HEMATOLOGIA

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inicial Giovanna Angeli de Faria

10. Gerenciamento de riscos


Falhas
Categoria de potenciais Ações de Ações frente ao
Evento
risco geradoras de prevenção evento
riscos
Assistencial Acidente com o Desatenção Atenção ao SNA
tubo/frasco manusear a
amostra

Assistencial Identificação Troca de Atenção ao Refazer exame


manual do resultado do realizar a
paciente/analito paciente/não identificação da
incorreta realização do amostra
exame solicitado

Assistencial Identificação Liberação de Atenção ao Refazer o exame


errada de lâminas exame incorreto realizar a
identificação da
amostra

Assistencial Erro de diluição Liberação de Treinamento, Refazer o exame


exame incorreto atenção ao
realizar a diluição,
manter a
calibração das
pipetas
atualizadas

ASSINATURA E CARIMBO 7
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00 13/03/2018 8 de 8 Ricardo Lacerda
inicial Giovanna Angeli de Faria

Assistencial Reagente Liberação de Verificação do Refazer o exame


inadequado: Troca exame incorreto reagente antes de
de iniciar a rotina
reagente/reagente
vencido

Assistencial Leitura da reação Liberação de Atenção ao tempo Refazer o exame


fora do tempo exame incorreto de leitura

Assistencial Não comunicação Atraso na Treinamento para Uma vez


de resultado crítico assistência ao que seja detectada a não
paciente grave comunicado o comunicação do
resultado crítico. resultado crítico,
este deve ser
comunicado
imediatamente.

11. Referências
 Body Fluids: C. Kjeldaberg., J. Knight. ASCP Press - 2º Ed. 1993.
 Castro, D. e Rosa, R. F. Os aspectos básicos da análise do líquido sinovial. RBM, Revista
Brasileira De Medicina, 2002.

12. Anexos
 Não se aplica.

ASSINATURA E CARIMBO 8

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