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Arquétipos Femininos na Animação - Ocidente (CASSETA)

Falando sobre personagens femininos nas animações, podemos dividir em alguns pontos.
Primeiro é interessante falar sobre as representações desses personagens.

Primeiro, mais como uma menção honrosa, temos as personagens femininas infantis. Nas
animações ocidentais as crianças não são consideradas mulheres, portanto não se encaixam na
maioria dos clichês dessas personagens. Aqui temos alguns exemplos de personagens infantis.

Agora sim começamos com a 1ª Fase de personagens: As Coadjuvantes, Donzelas, Megeras


etc., durante os anos 20 a 50.

 · Essas personagens estão nas animações com o único intuito de servir de par
romântico do protagonista masculino. Alguém que sempre tem que ser resgatado ou,
que muitas vezes, acaba sendo um dificultador dos objetivos do protagonista.
 ·         - As personagens dessa época coincidem com os primeiros movimentos feministas,
onde as mulheres buscavam a luta pela igualdade. Isso acabou sendo representado
nas animações com essas personagens sendo versões "femininas" de suas
contrapartes masculinas. Duplicatas com roupas diferentes e que não agregam em
nada no enredo e importância da história a princípio.
 ·         - Um dos primeiros exemplos disso é a animação "Eveready Harton in Buried
Treasure", uma das primeiras animações pornográficas. Aqui a mulher também é
mostrada no estereótipo de não ter desejos sexuais, sendo como um objeto usado
pelo protagonista masculino. Isso mostra a recusa aos relacionamentos românticos.
 ·         - Temos mais exemplos de personagens assim como a Olivia Palito de Popeye, que
sempre tinha que ser resgatada das mãos do Brutus, inimigo do heroico marinheiro.
Temos a Minnie, parceira romântica de Mickey, da qual é quase que uma
representação dele, porém com traços que diferenciariam o masculino do feminino,
como as roupas.
 - É bom ressaltar que, ao se casarem com o prota, essas personagens se tornam um
"fardo" para o marido, sendo retratadas como preguiçosas e que só querem se
aproveitar dos ganhos do prota. Isso reforça mais a ideia de personagens-objeto,
fazendo assim a misoginia ser algo muito presente nessas animações e, de origem, na
sociedade da época.

Princesas da Disney: Vou falar também de um adicional relevante para as personagens


femininas aqui. Saindo mais do geral vou abordar um pouco as fases das princesas da Disney,
que em cada momento histórico vem se alterando em decorrência de seu contexto. Primeiro
temos a fase Classica, onde as personagens eram passivas e sem um papel muito relevante
para a história, somente sofrendo as consequências de atos de terceiros, sejam ajuda ou
empecilhos. Estão sempre à procura de um príncipe encantado para tirar elas das práticas
tradicionalmente femininas, como os cuidados com a casa. Estão inseridas no padrão
eurocêntrico de beleza.

Já na 2ª Fase: Mães e Esposas, durante os anos 50 a 70, temos a representação das


personagens femininas de maneira mais comportada e conservadora.

 ·         - Isso vem em decorrência do Hays Code, uma série de normas criadas durante os
anos 30 para ditar o que poderia ou não ser feito no cinema. Portanto, a maioria das
personagens femininas dessa época são mães e esposas. Porém elas não deixam de ter
as características femininas que já tinham antes, símbolos da sexualização;
 ·         - Um dos principais exemplos é a Wilma Flinstone da série Os Flinstons. No seriado
ela é uma mãe comportada de acordo com os padrões da época, que quase nunca
questiona o seu marido e sempre preza pelo bem-estar da casa e da família.
 Com um ponto positivo disso é a mudança na visão do casamento que, agora, é
retratado de forma leve e mais romântica, diferentemente da fase passada.

Partindo para a 3ª Fase: as Femme Fatales e Intelectuais, durante os anos 70 até 2000,
porém se estendendo até atualmente em algumas obras.

 ·         - Nessa época estava começando uma segunda onda feminista onde as mulheres
ainda lutavam por direitos. Desta vez elas começaram a ser representadas de maneira
mais feminina diante da visão masculina da época, com roupas apelativas e curvas
novamente, porém agora mantendo suas competências humanas e não totalmente
sem personalidade. Infelizmente isso ainda estava inserido em uma indústria
majoritariamente masculina.
 ·         - Também houve a dicotomia dessas personagens, as femme fatales, expressao de
cunho misogino para denotar mulheres que “seduzem” e exploram os protagonistas,
frequentemente resultando na ruina dos mesmos, para as intelectuais, que não eram
vistas como objeto de desejo masculino, mas sim como somente inteligentes, mas sem
sua devida importância. Tinham características menos femininas e eram mais
comportadas.
 ·         - Podemos citar diversos exemplos aqui, porém tem alguns mais conhecidos que
são bem importantes. Um deles são as personagens Velma e Daphne de Scooby-Doo,
sendo a primeira uma personagem intelectual e a segunda uma Femme Fatale. Temos
também personagens vindas dos quadrinhos para a animação como as vilãs Hera
Venenosa e Mulher-Gato.
 ·         - É interessante ressaltar que muitas femme fatales dessa época eram,
majoritariamente, vilãs ou anti-heroínas, que utilizavam de sedução para manipular os
personagens masculinos, e nas narrativas só era priorizado as perdas dos personagens
masculinos, mas não as motivações das personagens femininas e seu estado
sentimental com profundidade.

Princesas da Disney: Segundo temos a fase Renascentista, por assim dizer, as personagens
Rebeldes, onde elas tinham maior poder narrativo e buscavam a realização de seus desejos
pessoais, portanto, a narrativa surge desse conflito entre sua identidade atual e o que ela quer
ser, e os sentimentos e espaço envolvidos nisso. Surgem as primeiras princesas que não são
brancas, como a Jasmine, Pocahontas e Mulan. Apesar desse grande desenvolvimento, essas
personagens ainda estão ligadas a uma figura masculina, seja para impressioná-la, ajudá-la ou
como interesse amoroso.

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