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Os 07 passos para

dimensionar
tubulações de água fria
// 19 de agosto de 2020 // 16:45

Dimensionar tubulações de água fria de forma que elas


proporcionem aos equipamentos hidráulicos e sanitários pressão de
utilização adequada é imprescindível.
Caso isso não seja feito, alguns problemas como chuveiros e pias
com pouca pressão, equipamentos que apresentam uma queda
grande de pressão ao utilizá-los em conjunto, ruídos e barulhos
incômodos e excessivamente altos, além de infiltrações e
vazamentos podem vir a ocorrer.  
Para se evitar os problemas citados e fazer com que estudantes e
profissionais entendam de forma simples como funciona o
dimensionamento das tubulações de água fria, preparamos um
roteiro de cálculo com o passo a passo do que deve ser feito.
Dá uma olhada nos 07 passos para dimensionar tubulações de
água fria!

Os 07 passos para dimensionar


tubulações de água fria
1º Passo: Determinar trechos
Sempre que houver uma mudança de vazão ou do diâmetro da
tubulação um novo trecho deve ser criado. É possível entender
melhor na imagem:
 
2º Passo: Somar pesos de cada trecho
Somar os valores dos pesos de cada peça. Os pesos são valores
tabelados que auxiliam a dimensionar alguns itens como a vazão e
o diâmetro do tubo.
Atenção, pois os pesos são acumulativos, o ideal é começar pelo
último trecho e seguir até o início.  De acordo com a NBR 5626 os
pesos relativos de cada aparelho são os seguintes:
3º Passo: Estimar vazão
A vazão é determinada por fórmula, basta saber a soma dos pesos
dos aparelhos no trecho.

Q – VAZÃO (L/s)
P – PESO DOS APARELHOS
4º Passo: Determinar o diâmetro mínimo e diâmetro usado
O diâmetro mínimo é calculado através do uso do ábaco. O ábaco é
uma tabela que relaciona a soma dos pesos de cada trecho e o
diâmetro mínimo a ser utilizado.
No ábaco os números em destaque são o resultado da soma dos
pesos, ao lado estão os diâmetros mínimos a serem adotados em
milímetros.
Cada faixa de valores da soma dos pesos corresponde a adoção de
um diâmetro especifico da tubulação.
Em um exemplo prático, se a soma dos pesos resulta em um valor
de 2, o diâmetro mínimo é o de 25 mm.
Se a soma dos pesos resultar em um valor de 8, o diâmetro mínimo
adotado é o de 32 mm e assim por diante.
5º Passo: Verificar velocidade nos trechos
A velocidade de escoamento em cada trecho deve obedecer a duas

inequações, que são:


É importante atender as duas inequações. A equação para o cálculo
da velocidade é:

D – DIÂMETRO ADOTADO (mm)


V – VELOCIDADE (m/s)
Q – VAZÃO (l/s)
Caso a velocidade não atenda as duas inequações, escolher
uma tubulação de maior diâmetro (A velocidade dá água é
inversamente proporcional ao diâmetro da tubulação).
6º Passo: Determinar perdas de carga
6.1. Perda de carga unitária
A perda de carga unitária representa a perda de pressão a cada
metro da tubulação. Ela pode ser calculando usando a seguinte
equação:

J – Perda de carga unitária (Kpa/m)


Q – Vazão (l/s)
D – Diâmetro (mm)
6.1. Perda de carga total
A perda de carga total refere-se a soma das perdas de cargas e é
representada pela seguinte equação: 

Onde:
ΔH é a perda de carga total (Kpa);
Lr é o comprimento real das tubulações (m);
La é o comprimento equivalente dos acessórios (m).
O comprimento equivalente (La) são valores dados a conexões das
tubulações para auxiliar e facilitar no momento do cálculo, a ideia
básica é que cada conexão proporciona uma perda de carga igual a
um comprimento de tubulação.
Esses comprimentos são dados por tabela e de forma simplificada
são valores em metros correspondentes a cada tipo de conexão.
Para se obter o valor do comprimento equivalente das conexões de
cada trecho basta somar os valores correspondente a cada
conexão de acordo com o diâmetro usado no trecho. A tabela a
seguir foi retirada da NBR 5626 e relaciona esses valores. 

 
7º Passo: Determinar as pressões
A NBR 5626 delimita as pressões máximas e mínimas de utilização,
a pressão máxima admitida nas tubulações é de 400 Kpa. Já a
pressão mínima depende do tipo de elemento de cada trecho, de
forma geral temos:
·        Bacia sanitária com válvula ≥ 15 Kpa
·        Bacia sanitária com caixa acoplada ≥ 5Kpa
·        Outros pontos de utilização ≥ 10 Kpa
·        Tubulações ≥ 5 Kpa
Sabendo disso, a pressão de cada trecho deve ser calculada a
partir da seguinte equação: 

Onde:
P(x) – É a pressão disponível no trecho que está sendo
dimensionado.
P(x-1) – É a pressão disponível no trecho anterior (Assim como na
soma dos pesos, a pressão disponível também depende da pressão
dos trechos anteriores, caso o trecho venha direto do reservatório
assume-se essa parte da expressão como igual a zero.)
Cota – A cota, também chamada de desnível geométrico, é
simplesmente a diferença de “altura” do início e do fim do trecho.
Se a tubulação “desce”, ou seja, se o desnível é a favor da
gravidade, atribui-se um valor positivo igual ao valor do desnível em
metros.
Se a tubulação “sobe”, ou seja, se o desnível é contra a gravidade,
atribui-se um valor negativo igual o valor do desnível em metros.
ΔH – Perda de carga total (Tratada no tópico anterior)
Velocidade de escoamento da água, pressões máximas e mínimas
e diâmetro adotado. Se todos esses pontos estiverem dentro dos
valores estipulados por norma, acaba aí o dimensionamento.
Caso algum desses pontos apresentem problemas o
dimensionamento deve ser revisto. 

Considerações finais
É de extrema importância que todas as edificações apresentem o
dimensionamento de tubulações de água fria de forma detalhada.
Geralmente, dimensionamentos empíricos podem causar problemas
na pressão da rede, podendo gerar patologias indesejáveis.
Apesar de ser um pouco trabalhoso, devemos sempre seguir o
caminho mais técnico.
E para facilitar a sua vida, desenvolvemos uma super planilha de
cálculo e dimensionamento de tubulações de água fria!
Clica aqui para baixar e assiste o vídeo aí em baixo:

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