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UFRN/ NOVEMBRO 2018

PRINCÍPIOS DE SELEÇÃO
DE MATERIAIS METÁLICOS
Annelise Zeemann
Engenheira Mecânica,
M.Sc. e D.Sc. em Engenharia Metalúrgica
e de Materiais pela UFRJ, sócia da
empresa TECMETAL, idealizadora do site
www.materials.life
www.tecmetal.com.br
www.materials.life

Curso: Princípios de Seleção de Materiais Metálicos 0


O MELHOR MATERIAL A SER
SELECIONADO PARA UMA DADA
APLICAÇÃO É AQUELE ADEQUADO
AO USO, QUE ATENDE AOS
REQUISITOS DE SOLICITAÇÕES
IMPOSTAS, COM NÍVEL DE
QUALIDADE SATISFATÓRIO E
OBTIDO NO MENOR CUSTO.

1
LCC
LIFE CYCLE COST ADEQUADO É O MATERIAL QUE APRESENTA BOM
COMPORTAMENTO (SEM FALHAS) DURANTE
TODA A SUA VIDA ÚTIL PROJETADA

MODELOS
CÓDIGOS PREMISSAS

MÉTODOS DE CONDIÇÕES DE SERVIÇO


CONSTRUÇÃO T, meio, esforços

projeto fabricação operação

teste ou comissionamento VIDA ÚTIL

CAPEX OPEX

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É MUITO IMPORTANTE AVALIAR O CUSTO DO CICLO DE VIDA AO INVÉS DE
AVALIAR O CUSTO DE CAPITAL INICIAL POIS O MATERIAL SELECIONADO EM UM
PROJETO PODE TER UM PESO GRANDE E SER CONSIDERADO CARO,
MAS PARAR UMA UNIDADE PARA TROCAR UM MATERIAL QUE
FALHOU PODE SER MUITÍSSIMO MAIS CARO ...

CAPEX / OPEX
capital / operational

LCC em
indústria
química

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APÓS 15 ANOS EM OPERAÇÃO
Mariloy pipes without painting: more
than 30 years
Carbon steel pipes with painting:
Mariloy x carbon steel sometimes less than 8 year

LCC (LIFE CYCLE COST)

Quando se adota um aço com cromo (que


forma um óxido protetor e reduz a taxa de
corrosão) ao invés de um aço ao carbono
pintado está sendo utilizado o conceito de
LCC pois o valor de CAPEX aumenta um
pouco mas se reduz muito o custo de
manutenção que entra no OPEX.

MARILOY S-400
Pipes, Ballast Pipe in No.4 C.O.T.
1%Cr Steel for
Cargo Oil and Water
Ballast Pipes

Corrosion Loss
(mm)
Nippon Steel Corporation
Mitsui &Co.,Ltd
Corrosion loss in wall thickness is estimated
to be about 4 mm after 30 years.
FERROS
AO CARBONO
FUNDIDOS
sem elementos de liga (Mn)
Estruturais, construção mecânica , tubulações METAIS E
AÇOS CARBONO LIGAS DE
BAIXA LIGA CARBON STEEL APLICAÇÃO
somatório dos elementos de liga < 5% COMERCIAL
ferríticos de granulometria refinada (Mn, Nb,V,Ti)
martensíticos revenidos (Cr, Mo, Ni)
AÇOS
estruturais, vasos de pressão, construção mecânica
AÇOS LIGA
MÉDIA LIGA ALLOY STEEL
somatório dos elementos de liga entre 5 e 8% Baixa temperatura
Cr-Mo, Ni Alta temperatura

ALTA LIGA
somatório dos elementos de liga > 8% • austeníticos 316
RESISTENTES • ferríticos 405
• à corrosão • martensíticos 410, F6NM
• ao calor AÇOS INOX • duplex 2205, 2507
• ao desgaste STAINLESS STEEL
PRE – Duplex
LIGAS • COBRE
Austeníticos NÃO • NÍQUEL
Martensíticos CUSTO da FERROSAS • TITÂNIO

CAPEX matéria-prima • COBALTO

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SELEÇÃO ESPECIFICAÇÃO QUALIFICAÇÃO

SELECIONAR UM ESPECIFICAR UM MATERIAL QUALIFICAR O MATERIAL


MATERIAL METÁLICO INCLUI DEFINIR QUALQUER PODE SER NECESSÁRIO
SIGNIFICA DEFINIR CONDIÇÃO QUE SEJA QUANDO NÃO EXISTE
QUAIS AS OBRIGATÓRIA PARA OBTER A HISTÓRICO DE
CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICA QUE O FORNECIMENTO (DE UM
BÁSICAS SÃO PROJETISTA ADOTOU. DETERMINADO TIPO DE
NECESSÁRIAS PARA COMPONENTE, OU VINDO
UMA DADA Pode ser necessário “amarrar “: DE UM DETERMINADO
APLICAÇÃO E • limites de composição química (%C) FORNECEDOR OU
• limites de propriedades (mínima e
VERIFICAR QUAL O máxima)
FABRICADO POR UM
MATERIAL ATENDE, • métodos siderúrgicos de obtenção DETERMINADO PROCESSO)
NO MENOR CUSTO. (desgasificado) PARA UTILIZAÇÃO EM
• limites de dimensões e formas (tubo APLICAÇÕES NÃO
com ou sem costura)
Exemplos de • parâmetros de tratamentos térmicos TRADICIONAIS.
características adotadas (temperatura mínima de revenimento)
pelo projetista: • necessidade de simular a fabricação TAMBÉM SE ADOTA O
• tensão limite de escoamento (tipo TTAT) e testar para avaliar a
capacidade do componente ser
TERMO QUALIFICAR PARA
mínima
• PRE mínimo fabricado posteriormente CONTROLAR A
• mínima temperatura de • testes de controle de qualidade do QUALIDADE.
OPERAÇÃO/PROJETO produto

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GALVANIZADO
Para um revestimento anti-corrosivo 12 m
tipo proteção catódica (onde o
revestimento se sacrifica pelo
substrato, por exemplo o zinco) a
Interface lisa e isenta de descontinuidades
proteção contra corrosão depende
da quantidade de Zn (anodo) ligada
à espessura e da capacidade do ZINCO ELETROLÍTICO
revestimento “selar” a superfície SOBRE AÇO
(efeito de barreira física).

Interface rugosa
Interface rugosa

2000 m 200 m

GALVANIZADO
ASPERSÃO TÉRMICA DE HOT DIP SOBRE AÇO
ZINCO SOBRE AÇO

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CLIENTE
PROJETO experiência e histórico de
SELEÇÃO DO MATERIAL falhas

ESPECIFICAÇÃO OPERAÇÃO

Evitar, minimizar ou
REQUISITOS retardar a formação dos
DANOS / FALHAS
Composição química
Limpeza histórico da aplicação e
Tratamento Térmico $ dos danos
Fabricação
$$
$$$ Facilitar a
Somente exigir o
fabricação
que de fato será
necessário ... e SOLDAGEM
avaliar o que exigir
... se não tomar
FABRICAÇÃO
para cada tipo de
cuidado até o
produto.
material mais simples MONTAGEM
pode ser destruído

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EM QUE MOMENTO É FEITA A
QUEM SELECIONA ? QUEM ESPECIFICA ?
SELEÇÃO DO MATERIAL E
PROJETISTA BÁSICO DEPENDE ...
MÉTODOS DE PROTEÇÃO ?

VIABILIDADE PROJETO
FEED
CONCEITUAL

ESTRUTURAS
TUBULAÇÕES,
“Feasibility “Concept “Front End INSTRUMENTOS,
Phase” selection Phase” Engineering EQUIPAMENTOS
A preliminary Several concepts Design (FEED)
concept is are evaluated Phase”
chosen and and the best The selected MATERIALS
studied to show chosen and concept is further SELECTION
the profitability. studied. Cost developed. Cost PHILOSOPHY
A feasibility estimation for estimation for
study will such a phase will such a phase will MATERIALS
typically define normally have - normally have - SELECTION
the cost to - 20%/+30% 15%/+20% DIAGRAM
30%/+40% accuracy. accuracy.
accuracy.
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Sabendo quais são as condições de operação para equipamentos, tubulações,
válvulas, instrumentos, etc.; é possível decidir sobre os materiais adequados a cada
condição, tendo em mente que a melhor seleção é aquela baseada na experiência.
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PREMISSAS TÉCNICAS PARA A SELEÇÃO
E ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS seleção e especificação de materiais
para atendimento a uma aplicação

FUNÇÃO FORMA
(normas) (fabricação)

TEMPERATURAS
AMBIENTES
(AGRESSIVOS)

PRESSÕES
ESFORÇOS

seleção de materiais para


atendimento às solicitações
impostas
RISCO DIMENSÕES
(inspeção) (estado de tensões)

11
FUNÇÃO X FORMA x DIMENSÕES X RISCO
TROCADOR TUBULAÇÃO
DE CALOR ESTRUTURA TUBOS
Suportes com costura,
RISER Skids sem costura
tubo e estrutura Olhais FLANGES
parafusos, gaxetas
EQUIPAMENTOS
VÁLVULAS
ESTÁTICOS
corpo, haste
vaso (CHAPAS, FORJADOS)
elemento móvel
internos (estruturais, funções)
vedação

INSTRUMENTOS
BOMBAS
na linha
corpo (FUNDIDOS)
com transmissores
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Importantíssimo é entender o que é o
risco de falha pois os requisitos mais
ou menos apertados na especificação RISCO

dependem das consequências que


uma falha poderia causar.

ESTRUTURAS
PRESSURIZADOS (níveis de pressão)
+ críticos
MEDIDORES E CONTROLADORES
EQUIPAMENTOS DE SUSTENTAÇÃO
FIXADORES

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Estruturas Offshore. RISCO
Como a seleção do material e os requisitos de qualidade são afetados pelo risco.

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RISCO

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RISCO

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RISCO

Aço C

Aço baixa liga

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RISCO

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O comportamento dos materiais em serviço (em
estruturas, equipamentos, tubulações, válvulas,
instrumentos ...) depende de dois fatores básicos:
• resistência às solicitações impostas (seleção)
• integridade (especificação e plano de qualidade)
(ausência de defeitos)
Fabricação
Acúmulo de danos em uso

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SOLICITAÇÕES SELEÇÃO DO MATERIAL
MECÂNICAS
a FABRICAÇÃO ADEQUADO AO USO,
não pode destruir COM MENOR CUSTO
Resistência Mecânica o material
POSSÍVEL
tensão limite de escoamento (LE) selecionado
Resistência à Fadiga disponibilidade no mercado
limite de resistência à fadiga
facilidade de fabricação
Tenacidade
energia acumulada
CLIENTE
experiência e
histórico de falhas
Resistência ao Calor MEIO
Tenacidade Resistência à Resistência à Corrosão
propagação de trincas taxa de corrosão (proteção)
Charpy V, CTOD efeito no material
não susceptível à fragilização
Controle de Dureza, Inclusões
TEMPERATURA Resistência ao Desgaste

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PROPRIEDADES MECÂNICAS
AS TENSÕES LIMITE DE
ESCOAMENTO E TENSÃO
ADMISSÍVEL E SUA VARIAÇÃO COM
A TEMPERATURA
CHARPY V E CTOD COM A
TEMPERATURA
MATERIAIS x RESISTÊNCIA À FADIGA

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RESISTÊNCIA MECÂNICA NO ENSAIO DE TRAÇÃO
A curva força x
deslocamento do ensaio é
convertida em tensão x
deformação e são obtidos:

• tensão limite de
escoamento (LE) ou Yield
Strenght (YS), que é a
tensão acima da qual o
material começa a sofrer
deformação permanente
(plástica)

• tensão limite de
resistência (LR) ou Ultimate
Strenght (US) ou Tensile
Strenght, que é a máxima
tensão;

• alongamento %
RELAÇÃO LE/LR
• redução de área %

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EXEMPLOS DE PROPRIEDADES MECÂNICAS (DE AÇOS INOXIDÁVEIS)
COM DIFERENTES TIPOS DE ESTRUTURAS

Materiais de mais alta resistência


mecânica deixam de apresentar um
escoamento muito nítido e a relação
LE/LR vai aumentando.

Onde utilizar materiais de mais alta


resistência ?
Condições onde são necessárias
menores espessuras para grandes
carregamentos (tubos de alta
pressão) e onde são necessários
requisitos de dureza (linhas pigáveis,
internos que sofrem desgaste).

Onde utilizar materiais cuja resistência


máxima seja limitada ?
Condições onde o material deve
amassar (selos).
DUREZA NÃO DIZ NADA SOBRE A
TENSÃO QUE AMASSA.

Quando controlar o LE/LR ?


Quando o projeto envolve
plastificação.

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EM CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO DE ÓLEO NÃO É USUAL TRABALHAR
COM MATERIAIS RESISTENTES À FLUÊNCIA, POIS AS TEMPERATURAS
SÃO BAIXAS, MAS O ESCOAMENTO CAI COM A TEMPERATURA E CADA
MATERIAL TEM UMA PERDA DIFERENTE ...

24
RESISTÊNCIA MECÂNICA X DIMENSÕES ??
Propriedades em TRAÇÃO são
confiáveis de serem diretamente
utilizadas em projetos com
estados de tensões complexos ?

CONDIÇÕES QUE
ESTADO UNIAXIAL EXIGEM TENACIDADE ...
DE TENSÕES
Espessura
Concentradores de tensão
em condições reais de Temperatura
operação um material pode
Taxa de carregamento
se encontrar em um estado
de tensões diferente daquele
testado em tração e seu ESTADO TRIAXIAL DE TENSÕES NÃO PERMITE O
comportamento pode ser DESLIZAMENTO DE PLANOS E INIBE A
diferente do testado ... DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
25
RESISTÊNCIA AO
OS MATERIAIS E A TENACIDADE IMPACTO
MEDIDA NO ENSAIO CHARPY V, Capacidade de
E SUA VARIAÇÃO COM A um material
absorver energia
TEMPERATURA antes de romper
mesmo estando
ductil em condições
austeníticos críticas de
carregamento
(dinâmico),
ferríticos temperatura
(baixa) e com a
Granulometria mais fina
presença de um
Redução no %C
concentrador de
Estrutura austeno-ferrítica
tensões
(entalhe).

Redução no %C
martensíticos (Rev) Aumento no % Ni
Aumento na T de revenimento
frágil

CHARPY V X CTOD

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QUANDO UM MATERIAL ENTRA EM
ESTADO TRIAXIAL, MESMO TENDO
FRATURA DÚCTIL NO ENSAIO DE TRAÇÃO,
PODE ROMPER DE FORMA FRÁGIL ...
A FALHA POR FALTA DE TENACIDADE
É INSTANTÂNEA E CATASTRÓFICA, POIS
ACONTECE COM BAIXO TENSIONAMENTO
EXTERNO E SEM EVIDÊNCIAS DE QUE VAI
FALHAR.

FRATURA FRÁGIL
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TENACIDADE CTOD
RESISTÊNCIA À
PROPAGAÇÃO DE
TRINCAS
CHARPY V, CTOD

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COMPORTAMENTO SEGURO DE UM MATERIAL EM UMA
DADA APLICAÇÃO DEPENDE DE VÁRIOS FATORES

Tensões residuais (SOLDAGEM)


NÍVEL DE
Estados triaxiais de tensão criados por maiores espessuras
TENSÕES

TENACIDADE
DO MATERIAL Forma de medir a tenacidade
CTOD, Charpy V

TAMANHO DE
DEFEITO
ECA Detecção de defeitos
Engineering critical analysis
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Tensões 1943 - Primeira fratura ocorre u em um navio que navegava entre a Sibéria e Alasca.
Mais 400 falhas foram observadas desde então, sendo que 90 navios partiram
ao meio.
Falha Resultado das investigações: trincas em soldas; maioria das trincas iniciaram
no convés em concentradores de tensão; material de baixa tenacidade.

Tenacidade em menor T
QUALIDADE ?
Atendimento aos requisitos ...
Operação segura

Tamanho de defeitos

LIBERTY SHIPS
2ª GUERRA MUNDIAL

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RESISTÊNCIA MECÂNICA E TENACIDADE
microestrutura: composição química e processamento
FERRÍTICO FERRÍTICO-PERLÍTICO FERRÍTICO-PERLÍTICO
baixo C (0,15%) - até 30Ksi normalizado ou laminado tratamento termo-mecânico
0,3% C - até 45 Ksi 0,1% C - até 80 Ksi

A 106 X-80

aumento de resistência mecânica boa tenacidade


FERRÍTICO-PERLÍTICO MARTENSÍTICO
normalizado ou laminado temperado e revenido
0,5% C - até 50 Ksi f (%C, %EL, T) 60Ksi a 140 Ksi AÇOS

31 6150 4130 - 75Ksi

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resumo

32
A falha por fadiga é uma forma de degradação mecânica que ocorre
quando um componente é submetido a tensões cíclicas por um
período de tempo, resultando em uma falha brusca, não prevista.
As tensões surgem tanto por carregamentos mecânicos ou ciclagem
térmica, em níveis bem abaixo da tensão LIMITE DE ESCOAMENTO.

FADIGA
CUIDADO COM :
• CONCENTRADORES DE TENSÃO E
• TENSÕES RESIDUAIS TRATIVAS .

CARREGAMENTO
CÍCLICO

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MICROMECANISMO DE FRATURA POR FADIGA, com
iniciação em regiões de concentração de tensões e
crescimento subcrítico de trincas.

ESTRIAS DE FADIGA EM FRACTOGRAFIA POR MEV

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ASPECTO
MACROSCÓPICO
DA FRATURA POR
FADIGA

ESTÁGIOS:
INICIAÇÃO
PROPAGAÇÃO
FRATURA FINAL ESTÁTICA

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RT 1336/11
Suportação ???

RUPTURA POR FADIGA EM


VALVULA AGULHA DE 316
PELO EXTERNO

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Tubo de X80 rompido por fadiga
em uma região que apresentava
vários suportes soldados.

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SOLDA EM FILETE ...

X80
tratamento
termomecânico

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DETALHE DA JUNTA TELESCÓPICA ORIGINAL

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TELESCOPIC JOINT APÓS POUCO TEMPO DE SERVIÇO

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RESISTÊNCIA AO MEIO AMBIENTE

O QUE SÃO AMBIENTES AGRESSIVOS ?


CAUSAM CORROSÃO OU DESGASTE
COMO O PROJETO CONSIDERA
A SELEÇÃO DO MATERIAL ?

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MEIOS AGRESSIVOS

A resistência de um componente a um meio que


apresente agentes agressivos depende das
características da SUPERFÍCIE do material e de sua
interação com o meio.
Nem sempre a proteção contra corrosão ou desgaste é
dada pela seleção do material. É usual prever em
projeto formas de minimizar a ação agressiva (evitar
frestas ou reduzir a velocidade de um fluido pela
configuração são exemplos), e muitas vezes pode-se
selecionar revestimentos que isolem o material do meio
(como uma barreira) ou que se sacrifiquem pelo
material, entre outras formas.

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MÉTODOS DE PROTEÇÃO
CONTRA CORROSÃO
. BARREIRA FÍSICA . MODIFICAÇÕES NO MEIO
proteção anódica Injeção química de inibidores
(óxido protetor) de corrosão, sequestrantes de
revestimento protetor oxigênio, desidratação
pintura
A INJEÇÃO DE PRODUTOS
metalização QUÍMICOS TEM LIMITES DE USO...
Além de ser um método caro, que
banho químico - Ni-P exige controle e monitoramento, e
que caso haja interrupção pode
deposição eletrolítica - Cr , Cd iniciar processos corrosivos e impedir
efetividade futuramente, quando as
plasma injeções retornarem.

soldagem
. PROTEÇÃO CATÓDICA Onde e em que tipo de
aplicação deve-se utilizar
anodos ou revestimentos de sacrifício (TSA) cada tipo de proteção ?
corrente impressa

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Tubos de perfuração (drill pipe) com
washout que trabalham com lama
pelo interno e cuja proteção contra
corrosão é dada por um sistema
especial de pintura.

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riscos no
revestimento
por
ferramentas
que passam
no interno
levam a
erosão do
material em
pouco tempo

sistema de pintura

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DANOS POR EFEITOS DO MEIO “CORROSIVO”
(somente aceita em taxas
CORROSÃO GENERALIZADA compatíveis com a vida útil,
utilizando sobreespessura de
(perda de espessura com taxa de corrosão, mm/ano) corrosão)
meios acidificados, (CO2, limpeza química, bactérias)
ativação (mudança de potencial) por ação galvânica
CORROSÃO LOCALIZADA (filme passivo mais ou menos estável,
quebra de filme passivo formado pelo meio ou pelo material)

por ação mecânica de riscos e frestas (crevice);


por ação de tensões estáticas – trincas corrosão sob tensão;
ou tensões cíclicas – trincas corrosão-fadiga; ou
por ação de agentes específicos (cloretos) pites;
por ação metalúrgica intergranular ou por ação de desgaste;
FRAGILIZAÇÃO
por entrada de hidrogênio (anódico ou catódico) em material susceptível

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CORROSÃO GENERALIZADA

PERDA DE ESPESSURA ACENTUADA


EM TUBO E VÁLVULA DE LINHAS
ÁCIDAS

RT 448/11

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CREVICE ?
OU FRETTING ?

Tubo de serpentina aquecedora de óleo em CORROSÃO GENERALIZADA,


tanque de óleo de navio que armazenou água LOCALIZADA?
produzida, sem tratamento.
DESGASTE
RT 124/13

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Equipamento que trabalha submerso
em água do mar, pintado e com
PROTEÇÃO
proteção catódica por anodos de
sacrifício.
CATÓDICA POR
ANODOS DE
SACRIFÍCIO
O2 + 2H2O + 4e- = 4 (OH -)

destacamento do
revestimento

2H+ + 2e- = H2

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PROTEÇÃO ANÓDICA BARREIRA
FÍSICA POR
A PROTEÇÃO POR ÓXIDO É ÓTIMA DEPENDENDO ÓXIDO
DA ESTABILIDADE DESTE ÓXIDO PROTETOR
SOMENTE
Aço ao carbono comum QUANDO
EXISTE A
PASSIVAÇÃO
TAXA DE CORROSÃO DE
AÇOS COM CROMO NA
TEMPERATURA
AMBIENTE, MEIO AMENO

PASSIVAÇÃO

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CORROSÃO LOCALIZADA

O QUE SÃO OS AÇOS INOXIDÁVEIS ?


AÇOS cuja composição química (a base de cromo e níquel, entre
outros elementos) permite a formação de um filme transparente de
óxido protetor, conhecido como FILME PASSIVO, que é indissolúvel e
impermeável e por isso impede que o material fique em contato com
o meio (BARREIRA FÍSICA).

tubos de aço inox tubos de aço ao carbono

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A passivação pode ocorrer no
PASSIVAÇÃO meio, mas em um aço inox
procura-se passivar na
Formação de um filme protetor em fabricação, para que ele entre
no meio já passivado. O
alguns tipos de metais (cromo, níquel, problema é quando o potencial
molibdênio, inoxidáveis, titânio), do material no meio assume um
que reduz a corrente de corrosão a valor que dá pites.
níveis desprezíveis.

Vicente Gentil
53
LIGAS RESISTENTES À CORROSÃO E APLICAÇÕES
INOX MARTENSÍTICO
liga Fe-Cr série 400 baixo %Cr (11 a 18%)
Alta resistência (alta pressão), alta dureza (vedações em internos)

INOX AUSTENÍTICO
liga Fe-Cr-Ni básico da série 300 % Cr variável, propriedades variáveis (em geral
baixa resistência), temperaturas altas ou baixas, resistência à meios corrosivos
(dependendo da composição, principalmente do Mo)

INOX DUPLEX
liga Fe-Cr-Ni-N 2205, 2507 , alto % Cr (22 ou 25%)
dureza variável, meios com cloretos (alto PRE)

LIGAS DE NÍQUEL
ótima resistência à SCC, pites, baixa temperatura, alta temperatura

Curso: Princípios de Seleção de Materiais Metálicos 54


RESISTÊNCIA À CORROSÃO
composição química
resistência à corrosão

AUSTENÍTICO DUPLEX MARTENSÍTICO


solubilizado até 30Ksi até 80Ksi até 120 Ksi

ótima
18-8 tenacidade
2205 ótima
410 - 13%Cr
tenacidade
AÇOS INOXIDÁVEIS

CRA
aumento de resistência mecânica

LIGAS DE NÍQUEL
solução sólida (In 625) até 80 Ksi
envelhecido (In 718) até 140 Ksi

Curso: Princípios de Seleção de Materiais Metálicos 55


CORROSÃO POR FRESTAS (CREVICE)
CUIDADO POIS FRESTAS
MODIFICAM A
COMPOSIÇÃO DOS
FLUIDOS ESTAGNADOS E
PODEM AINDA
FAVORECER
PROLIFERAÇÃO
BIOLÓGICA.
ALÉM DISSO A ADESÃO
DE MICROORGANISMOS E
SUA PROLIFERAÇÃO
CAUSA EFEITOS DE
FRESTAS.
A corrosão microbiológica
ocorre de forma muito
acelerada pela formação
ASM de frestas (aeração
Handbook
diferencial) associada a um
ambiente muito agressivo
PILHA DE AERAÇÃO DIFERENCIAL gerado pela bactéria.

Curso: Princípios de Seleção de Materiais Metálicos 56


OS MECANISMOS QUE ENVOLVEM DISSOLUÇÃO
ANÓDICA SÃO MUITO DEPENDENTES DO NÍVEL
DE TENSÃO - APLICADA E INTERNA

Tensões aplicadas ou concentradores de tensão.

Tensões internas de fabricação.

• encruamento (parafusos encruados, chapas


dobradas a frio, tubos curvados a frio)

• soldagem (material com alívio e sem alívio)

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CORROSÃO-SOB-TENSÃO (SCC)
• mecanismo de dissolução (anódico)
• tensões trativas aplicadas ou residuais (TTAT)
• MATERIAL SUSCEPTÍVEL ao meio
• muitas trincas ramificadas
•Intergranulares
•Transgranulares
dependendo do material e do nível de tensões ASM
Handbook

Por exemplo:
Inox austenítico em meios com
cloretos ou alcalino a quente

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SCC (Stress Corrosion Cracking)

ASM
Handbook

Curso: Princípios de Seleção de Materiais Metálicos 59


CORROSÃO-FADIGA
• mecanismo de dissolução (anódico)
• tensões trativas cíclicas
• qualquer MATERIAL
• muitas trincas paralelas associadas a pontos de corrosão

a - ao ar
b - em meio
limite de fadiga
corrosivo

Curso: Princípios de Seleção de Materiais Metálicos 60


resumo

61
MÉTODOS DE PROTEÇÃO
CONTRA DESGASTE
. MATERIAL RESISTENTE
Aços Martensíticos DESGASTE é o dano
sofrido por uma
superfície sólida,
. MATERIAL COM ENDURECIMENTO SUPERFICIAL envolvendo atrito, com
a remoção ou a
Tratamento térmico impregnação de
Têmpera Superficial a chama, por indução material, devido ao
contato com
Tratamento Termoquímico movimento relativo,
Cementação, Nitretação entre esta superfície e
outra superfície, ou com
Processo Mecânico (roleteamento) substâncias, que podem
ser sólidas, líquidas ou
gasosas.
. MATERIAL COM REVESTIMENTO DEPOSITADO
Processo Químico (Ni-P interdifusão) ou Eletrolítico (Cromo duro) Aspersão
Térmica (HVOF carbonetos de cromo, de tungstênio), Soldagem de
Revestimentos Duros (Hardface) mas que nem sempre são duros

Curso: Princípios de Seleção de Materiais Metálicos 62


ABRASÃO , EROSÃO , METAL-METAL
SELEÇÃO POR
metal-partículas duras abrasão HISTÓRICO ...
abrasão com
elevada tensão
por rolamento
abrasão com
baixa tensão por deslizamento
por pressão
abrasão com
impacto

metal-fluido erosão
velocidade do fluido
erosão abrasiva

metal-metal
sem partículas com partículas

+ impacto
+ temperatura
+ meio agressivo cavitação “ impingment”
ASM
Handbook

63
Zona de sub
pressão de
palheta de
turbina
hidráulica

Curso: Princípios de Seleção de Materiais Metálicos 64


FILOSOFIA DE SELEÇÃO DE MATERIAIS
A correta seleção do material a ser utilizado em uma
estrutura, equipamento, tubulação ou componente faz parte
do projeto, que deve ter o suporte da engenharia de
materiais.
No entanto mais do que selecionar corretamente o material o
projetista deve se questionar sobre os fatores que influenciam
na vida do material, principalmente:
1, a seleção tomou como base quais premissas de projeto, em
relação a “esforços”, “temperatura” e “meio “?
2, foram considerados os detalhes de projeto (FUNÇÃO,
RISCO, FORMA e DIMENSÕES) ?
3. a aquisição do material pode ser facilmente obtida através
da especificação proposta ?
4. a fabricação e a inspeção requerem cuidados especiais?
5. existe risco da operação não atender às premissas ?
6. qual o custo e a frequencia de manutenção requeridas ?
65
A SELEÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS SE CARACTERIZAM COMO ATIVIDADES
MULTIDISCIPLINARES, FEITAS EM PROJETO, E QUE ENVOLVEM ...

Entender junto ao CLIENTE Acompanhar com Interagir com o Escutar o


• o que é o projeto ? (É uma o PROJETISTA FORNECEDOR COMPRADOR
unidade ? É um sistema ? É os requisitos que para buscar sobre
uma estrutura ? É um ele pretende • quais as formas são • quais as
componente ?) adotar no projeto. possíveis de se obter alternativas
• quais as normas de projeto Principalmente as propriedades disponíveis
e de construção? Quais as quais, e onde, as requeridas e como dentro dos
características são propriedades são estabelecer uma critérios
“desejadas” de uma forma requeridas ? especificação que anteriores.
geral ? e de uma forma permita controlar o
específica ? material dentro do
• como o cliente pretender que o projetista
operar com seu precisa?
equipamento/estrutura ?

Conhecer a FÁBRICA/CANTEIRO onde será ... e dentro de TODAS as condições


construído o equipamento/estrutura e ter plena anteriores, selecionar e especificar o
ideia de quais as possíveis formas de destruir o “MELHOR MATERIAL” que é sem dúvida
material na hora de construir (SOLDAGEM ...) para o que minimamente atende aos requisitos,
estabelecer cuidados obrigatórios. NO MENOR CUSTO POSSÍVEL.

Curso: Princípios de Seleção de Materiais Metálicos 66


CORROSION 2012
REFERÊNCIAS: PAPER 2268
MATERIALS SELECTION FOR
OIL AND GAS PRODUCTION
SYSTEMS – USE OF ISO
NORSOK standard M-001 21457
MATERIALS SELECTION Stein Olsen
Scope Jan Ivar Skar
Provide general principles, engineering
guidance and requirements for materials
selection and corrosion protection for ISO/CD 21457 CORROSION 2012
hydrocarbon production and processing Petroleum, petrochemical PAPER 1632
facilities and supporting and natural gas industries - MATERIAL SELECTION AND
systems for fixed offshore installations. Materials selection CORROSION CONTROL FOR
This NORSOK standard also applies for and corrosion control for oil TOPSIDE PROCESS AND
onshore terminals, except and gas production systems UTILITY PIPING AND
for structural and civil works. This EQUIPMENT
document gives guidance and R.T. Hill,
CHEMICAL ENGINEERING F.A. Ramirez,
requirements for:
MAGAZINE - JULY 2013 A.L. Perez
• Corrosion and material selection
LIFECYCLE COSTS FOR B.A. Monty
evaluations.
CAPITAL EUQIPMENT IN THE
• Specific material selection where
CPI (CHEMICAL PROCESSING
appropriate. CORROSION 2012
INDUSTRY)
• Corrosion protection. PAPER 1649
Jeff Hoffmann
• Design limitations for candidate MATERIALS SELECTION FOR
Paul O. Abbe
materials. OFFSHORE PIPELINES -
• Qualification requirements for new EUROPEAN PERSPECTIVE
materials or new applications. + ASM HANDBOOK
Jonathan Marsh
CORROSÃO – VICENTE GENTIL

Curso: Princípios de Seleção de Materiais Metálicos 67

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