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PIETÀ (1498-1499)
Considerada uma das obras-primas não somente de Michelangelo, mas da Renascença como
um todo, Pietà é uma escultura que representa a Virgem Maria em seu momento mais
sombrio, onde Jesus encontra-se morto em seus braços. É interessante notar que, a despeito do
episódio em questão, o artista opta por não conceder à Virgem um ar sofredor, mas inova ao
fornecer-lhe uma atmosfera de resignação até então incomum em representações de tristeza e
abatimento da alma.
Não bastando, Michelangelo vai além e resolve idealizar a imagem de Maria,
transformando-a de tal modo que se vê jovial e mesmo maior que seu próprio Filho adulto
sem vida. A essa aparência quase divina da mulher, somada à incrível precisão de detalhes ao
longo das vestes e corpos esculpidos na pedra, pode-se creditar tamanha fama e aprazimento
pela obra. De fato, ao observar Pietà é possível sentir a vida incorrente para além do mármore,
desde as pequenas dobras de tecido ao grande véu que a recobre em sua composição
piramidal.
Outro ponto a se considerar reside na forma como ambos os corpos se posicionam, com a
Virgem debruçada sobre o Salvador em sentido vertical, que por sua vez desfalece na
horizontal em seu colo. Tal armação confere sincronia harmônica ao momento, detonando a
perfeita ligação intrínseca de ambos enquanto mãe e Filho (que apenas é reforçada pelo
aumento da figura da mulher em função da citada idealização).
Sua beleza aqui presente, portanto, transcende o material no qual se projeta a criação,
representando o movimento não apenas dos corpos em si, mas da vida que escorre por entre
seus braços e apaga juntamente com o semblante de dor, deixando tão somente a serenidade
de quem já aceitou o seu destino.
A obra pode ser hoje encontrada no acervo da Basílica de São Pedro, Vaticano, Itália.
PRISIONEIROS (1519-1534)