Você está na página 1de 4

Universidade: Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Unidade de Ensino: Cidade Universitária, Reitoria Disciplina: História da Arte 2


Nome: Carlos Henrique Assis Inacio Matrícula: 122068203
Curso: Pintura - Escola de Belas Artes (EBA) Período: 2°
___________________________________________________________________________

Michelangelo Buonarroti (1475-1564) esculpiu seu nome na história através de magnífico


trabalho, seja nas belas esculturas em mármore, nos afrescos admirados pelo mundo, na
poesia que encanta ao se ouvir, dentre tantos outros. Apesar de numeroso talento o italiano se
considerava um escultor por natureza, projeção evidenciada em muitas de suas obras, das
quais duas serão abordadas a seguir.

PIETÀ (1498-1499)
Considerada uma das obras-primas não somente de Michelangelo, mas da Renascença como
um todo, Pietà é uma escultura que representa a Virgem Maria em seu momento mais
sombrio, onde Jesus encontra-se morto em seus braços. É interessante notar que, a despeito do
episódio em questão, o artista opta por não conceder à Virgem um ar sofredor, mas inova ao
fornecer-lhe uma atmosfera de resignação até então incomum em representações de tristeza e
abatimento da alma.
Não bastando, Michelangelo vai além e resolve idealizar a imagem de Maria,
transformando-a de tal modo que se vê jovial e mesmo maior que seu próprio Filho adulto
sem vida. A essa aparência quase divina da mulher, somada à incrível precisão de detalhes ao
longo das vestes e corpos esculpidos na pedra, pode-se creditar tamanha fama e aprazimento
pela obra. De fato, ao observar Pietà é possível sentir a vida incorrente para além do mármore,
desde as pequenas dobras de tecido ao grande véu que a recobre em sua composição
piramidal.
Outro ponto a se considerar reside na forma como ambos os corpos se posicionam, com a
Virgem debruçada sobre o Salvador em sentido vertical, que por sua vez desfalece na
horizontal em seu colo. Tal armação confere sincronia harmônica ao momento, detonando a
perfeita ligação intrínseca de ambos enquanto mãe e Filho (que apenas é reforçada pelo
aumento da figura da mulher em função da citada idealização).
Sua beleza aqui presente, portanto, transcende o material no qual se projeta a criação,
representando o movimento não apenas dos corpos em si, mas da vida que escorre por entre
seus braços e apaga juntamente com o semblante de dor, deixando tão somente a serenidade
de quem já aceitou o seu destino.
A obra pode ser hoje encontrada no acervo da Basílica de São Pedro, Vaticano, Itália.
PRISIONEIROS (1519-1534)

O Escravo Jovem, o Escravo que Desperta, o Escravo Barbudo e Atlas. Concebidos


originalmente no seio de um projeto papal, as quatro esculturas em mármore denominadas em
conjunto como Os Prisioneiros ou Os Escravos deveriam fazer parte da ambiciosa tumba do
Papa Giulio II della Rovere, num grupo escultório composto por mais de 40 figuras em
diferentes níveis na Basílica de São Pedro. A encomenda, no entanto, foi descontinuada pelo
papa no ano de 1506 em função de outros projetos.
Retorcidos em poses agonizantes e não-humanas, os bustos se contraem ante o peso das
rochas sobre seus corpos como quem tenta em desespero se ver livre das mesmas. O aspecto
incompleto observado nas esculturas é proposital, sendo um exemplo da prática
“não-completo” do artista, recorrente na tentativa de exprimir o eterno, aquilo que não tem
fim - prática esta que viria a se tornar mais forte no fim de sua vida.
Ademais, é possível enxergar um segundo sentido na estruturação inacabada, logrando de
sugestão à própria aflição humana. Aqui os blocos de pedra, que parecem consumir os corpos
envoltos, se concretizam numa metáfora à forma como estamos presos ao corpo e sua matéria.
De igual modo, a figura inerente a eles tipifica a alma que anseia pelo transcender. Com
efeito, Michelangelo encarava seu trabalho como o ato de libertar a obra de sua prisão, sendo
estas em particular vítimas de uma eterna luta pela liberdade e, num sentido maior, pelo
alcance do próprio Deus. Desse modo fica evidente a essência energética que se dá pelo
movimento das figuras em particular, cada qual em seu sofrimento solitário apesar de unidas
por um propósito maior.
Atualmente, o conjunto encontra-se disposto no corredor da Galleria dell'Accademia em
Florença, o mesmo que leva ao conhecido Davi de Michelangelo.
Bibliografia:
(Pietà)
https://www.culturagenial.com/pieta-de-michelangelo/#:~:text=Piet%C3%A0%20%C3%A9
%20uma%20c%C3%A9lebre%20escultura,e%20impressionantes%20do%20g%C3%AAnio
%20renascentista.
https://totenart.pt/blog/noticias/10-obras-importantes-michelangelo/
(Prisioneiros)
https://totenart.pt/blog/noticias/10-obras-importantes-michelangelo/
https://www.florence-tickets.com/br/Blog/floren%C3%A7a/os-prisioneiros-de-michelangelo-
na-galleria-dell'accademia#:~:text=Ao%20longo%20do%20corredor%20da,esbo%C3%A7ad
as%20em%20blocos%20de%20m%C3%A1rmore.

Você também pode gostar