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MANUAL DO ARQUITETO DESCALÇO

Darlan José Buffon


Prof.ª Ana Claudia Lemes de Moraes
Universidade Estadual do Mato Grosso
Arquitetura e Urbanismo
15/10/2013

Manual do Arquiteto Descalço com seu olhar dinâmico e linguagem direta serve de
apoio para os leigos em arquitetura desenvolverem uma construção mais funcional,
e em harmonia com os condicionantes de localização e conforto ambiental
integrando diferentes métodos de construção e a esclarecer aos leitores a
importância da preocupação com a integração homem-construção na arquitetura e a
integração da edificação na paisagem. O desenvolvimento desse pensamento é de
suma importância para a solução de urbanização das ocupações desordenadas das
cidades atuais.

Palavras-chave: arquitetura, funcional, solução, homem-construção, condicionantes.

Com dizeres simples, porém poucos a obra anuncia a todos, mesmo que nas
entrelinhas, que o sentido da arquitetura não é a elaboração de lugares exuberantes
e de matérias requintados, a arquitetura que Lengel propõe com essa leitura é de
uma arquitetura em equilíbrio com o seu entorno, com seus limites, atendendo as
funções necessárias, ou seja, consentindo com seus condicionantes. Inicialmente, o
livro aborda uma explicação abrangente sobre os temas a serem abordados, mas
que já de início esclarece muito bem alguns conceitos e curiosidades sobre
construções. Algo que não pode ser deixado de lado também é a forma como o
autor desenvolve as suas ideias no livro. As imagens sobressaem se comparados
aos textos em quantidade e em significação, muitas vezes podemos proferir que as
mesmas são autoexplicativas dentro do assunto devido a sua clareza, o texto que as
acompanha e não ao contrário. Podemos ainda ousar dizer que neste contexto “uma
imagem diz mais que mil palavras” e é essa linha que o autor segue com as figuras
aparentemente feitas a mão e de grande importância na interpretação de seu
trabalho. É de grande valia as reflexões que são possíveis serem feitas quando
analisamos as interações homem-construção, uma vez que uma casa não é apenas
um lugar para se proteger do sol e da chuva. Esse é uma opinião muito retrógrada
de moradia, sendo que atualmente seguimos o preceito de que uma arquitetura bem
desenvolvida e executada amparada pela funcionalidade e beleza pode formar uma
paisagem arquitetônica se também inserida num conjunto de obras com o mesmo
intuito. A casa contemporânea é aquela que satisfaça as necessidades da família
moradora, que tenha conforto tanto espacial quando térmico-acústico e de
localização. A construção deve estar em conformidade com o seu entorno e não o
inverso e para isso podemos explorar inúmeras técnicas de aproveitamento de
terrenos e localização, identificar as melhores formas de janela, telhados, ventilação
e interação com a vegetação ao redor que proporcionará conforto térmico e
melhores condições de ocupação. Esse é um tipo de reflexão de extrema
importância em decisão prévia de projetos de construção e é essa sensibilidade que
o leitor começa a desenvolver no momento em que começa a explorar as páginas do
livro. Um estudo pertinente dos procedimentos de edificação em clima temperado,
clima tropical seco e tropical úmido de extrema valia é exposto na obra, reforçando a
importância de exploras as soluções a serem adotadas antes de se começar a
construir. Sobre paisagens arquitetônicas podemos conceituar como o conjunto de
obras que interferem na paisagem natural, que interagem entre si e assim o assunto
se aprofunda em urbanismo e os problemas atuais devido a ocupação
ocasionalmente desordenada de alguns lugares que acarretam nas doenças das
cidades como o aquecimento dos espaços com grande concreção e poucos
corredores verdes ou então a falta de circulação eólica, no desconforto visual e
térmico da alta densidade de materiais refletores e, o mais comum, a falta de
planejamento e distribuição do espaço ocupado e da distribuição das vias de acesso
e ruas. Assim quando se chega ao fim da leitura pode-se entender com segurança o
propósito do título do livro, pois o material tem mesmo finalidade de dar alicerce e
um apoio inicial a um descalço na área da construção, abrindo seu pensamento para
o pensamento primeiro da arquitetura que a de solucionar e promover funcionalidade
para a habitação e para as áreas a serem ocupadas.

Referência

LENGEN, Johan Van. Manual do arquiteto descalço. São Paulo: Editora Empório do
Livro, 2008.

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