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ESTUDO SOBRE MEDICAMENTOS ANSIOLÍTICOS


FITOTERÁPICOS PARA O TRATAMENTO DA ANSIEDADE

INDALECIO, Michele Cristina 1


Faculdades Integradas Maria Imaculada – FIMI
michelecristinaindalecio@gmail.com

MARINI, Danyelle Cristine2


Faculdades Integradas Maria Imaculada – FIMI
danymarini@gmail.com

RESUMO

A ansiedade tornou-se um problema de saúde pública e no Brasil existe uma


taxa significativamente alta envolvendo este transtorno que afeta inúmeras
pessoas, sendo o quinto país em casos de depressão. A ansiedade configura-
se como um problema que agrega inúmeros graus de desconforto. O Brasil é
o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade do mundo,
9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade. Os medicamentos
que são produzidos a partir de partes de plantas são chamados de
fitoterápicos, e já possuem eficácia comprovada no tratamento de certas
doenças, pois a maioria das pessoas procura um tratamento que venha da
natureza, que não provoque tanta agressividade no organismo. Segundo a
legislação sanitária brasileira, RDC nº 26 de 13 de maio de 2014, os
medicamentos fitoterápicos são aqueles obtidos através do uso exclusivo de
matérias-primas ativas vegetais, com a segurança e qualidade baseado em
evidências clínicas. Esse trabalho teve como objetivo analisar pessoas que
fazem ou já fizeram uso de medicamentos fitoterápicos para o tratamento da
ansiedade. A pesquisa foi realizada por meio de aplicação de um
questionário contendo 23 questões aplicadas a 100 voluntários maiores de
18 anos, destes, 47% tiveram melhoras com o uso de medicamentos
fitoterápicos para o tratamento da ansiedade, 50% obteve conhecimento
sobre medicamento fitoterápico conversando com terceiros, 91% acreditam
na eficácia do uso de medicamentos fitoterápicos Conclui-se que os
medicamentos fitoterápicos melhoram a ansiedade dos pacientes, sendo
importante o acompanhamento de um profissional adequado sobre a
orientação de seu uso.
Palavras-chave: 1. Ansiolíticos. 2. Fitoterápicos. 3. Plantas medicinais

1 Graduanda em Farmácia pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada


2 Doutora em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP); Mestre em Biologia Celular e
Molecular pelas Universidade Júlio Mesquita de São Paulo (UNESP); Especialista em Docência do Ensino
Superior pela Gama Filho; Especialista em Cosmetologia pela UNIMEP; Graduada em Farmácia Bioquímica
pela UNIMEP. Atua como docente e Coordenadora nas Faculdades Integradas Maria Imaculada; conselheira
pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP); Membro do Comitê de Educação
Permanente do CRF-SP e da Comissão de Educação do CRF-SP
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1. INTRODUÇÃO

A ansiedade faz parte dos sentimentos normais de uma pessoa, porém ela se torna
patológica quando não é proporcional à situação que a desencadeia, interferindo na qualidade
de vida do indivíduo, tornando-se um transtorno de ansiedade, caracterizado por preocupação
excessiva e crônica sobre diferentes situações (GUIMARÃES et al., 2015).
O Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é, recordista mundial no
transtorno de ansiedade, onde 18,6 milhões (9,3%) da população, sofre com esse problema se
tornando um problema de saúde pública (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2017).
No caso da depressão, o Brasil ocupa o quinto lugar. Alguns desconfortos causados
pela ansiedade são: sudorese, aceleração do pensamento, insônia, dificuldade de se
concentrar, problemas cardíacos (ZANUSSO, 2019).
Segundo análise da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que a prevalência
mundial do transtorno de ansiedade (TA) é de 3,6%. No continente americano esse transtorno
mental alcança maiores proporções e atinge 5,6% da população (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE, 2017).
Os transtornos que a ansiedade gera são: Transtorno do Pânico, Fobia Específica,
Transtorno de Ansiedade Social (TAS) e Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
(FERNANDES et al., 2017).
O tipo mais comum é o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), no qual o
indivíduo sofre por sintomas de ansiedade persistentes afetando vários comportamentos do
mesmo em situações cotidianas. Os sintomas incluem incapacidade de respirar, fadiga e
cefaleia, hiperatividade, palpitação, sudorese, tontura, calafrios, falta de ar, irritabilidade e
dificuldades de concentração. O tratamento desta doença consiste na farmacológica associada
à psicoterapia (BRASIL, 2015)
Foram constatados que os transtornos de ansiedade são frequentes em adultos,
principalmente entre as mulheres. Conforme a intensidade da ansiedade, pode prejudicar o
funcionamento psíquico e corporal. Acredita-se, que esse tipo de transtorno está diretamente
relacionado a alguns neurotransmissores (FAUSTINO; ALMEIDA; ANDREATINI, 2010).
Foram verificados através de testes com animais, que as drogas que bloqueiam os
receptores da serotonina diminuem o comportamento ansioso. O Ácido gama-aminobutirico
(GABA) é um outro neurotransmissor envolvido com os processos de ansiedade, o principal
neurotransmissor inibitório do Sistema Nervoso Central (SNC). Nos transtornos de ansiedade
há uma alteração nesses receptores do Ácido gama-aminobutirico (GABA), estando em
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número reduzido ou a afinidade pelo neurotransmissor está reduzida. No transtorno de


ansiedade ocorre uma ansiedade ininterrupta, que se caracteriza por ter uma duração e
intensidade desproporcionais às situações, a qual, além de não ajudar, dificulta as reações de
defesa ao perigo. Pode vir acompanhada de irritabilidade, tensões musculares, falta de sono,
taquicardia, tremores, inquietação, entre outros. Três plantas podem ser utilizadas no
tratamento da ansiedade, já que elas têm ações ansiolíticas, com eficácia comprovada e
aprovada pela legislação de fitoterápicos (BRAGA; PORDEUS; SILVA, 2010).
Os medicamentos que são produzidos a partir de partes de plantas são chamados de
fitoterápicos, e já possuem eficácia comprovada no tratamento de certas doenças. Os
fitoterápicos passam por testes de qualidade e precisam ser registrados na ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) antes de serem comercializados. Já as plantas medicinais,
também utilizadas para o tratamento de enfermidades, não passam por um processo de
fabricação e controle de qualidade, geralmente são utilizadas em chás (CRF SP, 2019).
A fitoterapia é a utilização de plantas medicinais no tratamento e prevenção de
doenças, sendo a forma terapêutica mais antiga. Pode-se ser apresentada de três maneiras:
substâncias in natura, manipuladas ou industrializadas. Atualmente, o tratamento com plantas
medicinais tem sido muito utilizado pela população, pois a maioria das pessoas procura um
tratamento que venha da natureza, que não tenha tanta agressividade no organismo e seja
“natural”, porém, muitas pessoas não sabem que há tantos perigos e interações
medicamentosas quanto os medicamentos alopáticos (CRF, 2019).
O tratamento de enfermidades baseado no uso de fitoterápicos eficazes para
determinado fim chama-se fitoterapia. Segundo a legislação sanitária brasileira, RDC nº 26 de
13 de maio de 2014, os medicamentos fitoterápicos são aqueles obtidos através do uso
exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, com a segurança e qualidade baseada em
evidências clínicas (HARAGUCHI, CARVALHO, 2010; ANVISA, 2014).
A grande diferença dos fitoterápicos para as plantas medicinais é que para usá-las é
preciso conhecer, saber onde colher e como preparar a planta, a qual geralmente é utilizada na
forma de chás e infusões. No entanto, quando a planta medicinal é industrializada para a
obtenção de um medicamento, temos o fitoterápico. Este processo de industrialização evita
contaminações, padroniza a posologia e permite maior segurança de uso (ANVISA, 2020).
As terapias à base de produtos naturais utilizadas para o tratamento ou prevenção de
doenças têm incluído estes produtos na pesquisa científica, por causa do fácil acesso e da
crença de eventual diminuição dos efeitos colaterais. As origens de produtos que apresentam
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propriedades farmacologicamente ativas são das mais variadas e, as plantas, fazem parte dessa
imensa fonte de recursos naturais (ALZOHAIRY, 2016).
O fato de utilizar uma planta medicinal no tratamento de uma doença não diminui os
riscos de intoxicação e as doses e posologias devem ser avaliadas de acordo com a substância
utilizada para cada caso. Além de grandes aliadas desde os primórdios as plantas medicinais
são efetivas tanto pelo seu baixo custo como pelo seu rico potencial de ação derivadas do seu
extrato. (SARRIS et al., 2011).
Devido a isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) criou uma política para proteger a
população que deseja utilizar esse tipo de tratamento. Assim, o governo tem como objetivo
proteger o paciente, e fazer um tratamento mais voltado para a criação de hortos
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
As plantas medicinais apresentam elevada importância para a saúde na saúde mental e
seus componentes ativos ajudam na cura e no tratamento de diversas patologias, ajudando
assim na diminuição dos possíveis efeitos provocados com a utilização de drogas sintéticas.
Sua utilização atravessa gerações, oriundas do conhecimento popular e passadas adiante como
forma de benefício no tratamento e cura. O estudo das plantas ajuda na compreensão dos seus
princípios ativos e formas de farmacêutica, dose e posologia corretas, evitando dessa forma
intoxicação indireta por meio dessa aplicabilidade (CALIXTO, 2005; VEIGA; MELLO,
2008).
A utilização de plantas medicinais vem se destacando nos últimos anos. Em 2006,
duas importantes políticas foram publicadas para a área de plantas medicinal e fitoterápica, a
Política Nacional de Práticas Integrativas (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS) e a
Política Nacional de Plantas Medicinal e Fitoterápico (PNPMF). Essas políticas visam ter
mais opções terapêuticas com acesso às plantas medicinais e fitoterápicas, com garantia,
segurança e eficácia aos usuários do SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Algumas plantas medicinais podem ser utilizadas no tratamento da ansiedade, como a
Kava kava (Piper methysticum G. Forst), Maracujá (Passiflora incarnata) e a Valeriana
(Valeriana officinalis). Essas plantas têm ação ansiolítica e atuam no sistema nervoso central
(FAUSTINO; ALMEIDA; ANDREATINI, 2010).
Entre as plantas calmantes, a erva-cidreira e a flor do maracujá são plantas naturais
que podem ajudar a tratar a ansiedade. Nenhum efeito colateral foi encontrado nos estudos
que as envolveram. A Melissa officinalis possui reação cognitiva no efeito do humor
reduzindo assim consideráveis níveis de estresse (ZANUSSO, 2019).
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A Camomila ou Matricaria chamomilla L: Indicações terapêuticas: Antiespasmódico,


ansiolítico, sedativo leve e anti-inflamatório em afecções da cavidade oral. Contraindicações:
As gestantes e Pacientes com hipersensibilidade ou alergia a plantas da família Asteraceae e
suas formas farmacêuticas são: Infuso, Cápsula ou comprimido contendo extrato seco
(padronizado em 1,2% de apigenina). (15) Extrato fluido (1:1): em solução hidroetanólica a
45% (ANVISA, 2020).
A Cimicífuga ou Actaea racemosa L. Indicações terapêuticas: Ansiedade e depressão,
Alívio dos sintomas do climatério, como rubor, fogachos, transpiração excessiva, palpitações,
alterações do humor. Contraindicado para pacientes com histórico de hipersensibilidade a
qualquer um dos componentes do fitoterápico. Pacientes portadoras de insuficiência hepática.
Esse fitoterápico é contraindicado durante a gravidez e as suas formas farmacêuticas são:
Cápsulas e comprimidos contendo a droga vegetal, extrato seco etanólico ou isopropílico.
Armazenar ao abrigo da luz em local fechado (ANVISA, 2020).
A Erva-cidreira ou Melissa officinalis L.: indicado para o tratamento dos estados
depressivos leves a moderados, contraindicado para pacientes com histórico de
hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico não devem fazer
uso. Não usar em episódios de depressão grave. Esse fitoterápico é contraindicado para
crianças abaixo de seis anos (ANVISA, 2020).
A Erva-de-são-joão ou Hypericum perforatum L.: Indicações terapêuticas: Indicado
para o tratamento dos estados depressivos leves a moderados. Contraindicações: Pacientes
com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico
não devem fazer uso. Não usar em episódios de depressão grave. Esse fitoterápico é
contraindicado para crianças abaixo de seis anos. Não existem dados disponíveis sobre o uso
de Hypericum perforatum L na gravidez e na lactação, porém há relatos que o extrato pode
inibir a secreção de prolactina, portanto, não se recomenda seu uso em mulheres grávidas e
lactantes e as formas farmacêuticas são: Cápsulas e comprimidos contendo extrato seco e
tintura. (ANVISA, 2020).
A planta Kava-kava ou Piper Methysticum Forst: Indicações terapêuticas: indicado
para o tratamento sintomático de estágios leves a moderados de ansiedade e insônia, em curto
prazo (1-8 semanas de tratamento). Contraindicações: Para pacientes com afecções hepáticas
(hepatite, cirrose, icterícia e outros) e/ou que utilizam medicamentos que possam causar
hepatotoxicidade, tais como acetaminofeno, inibidores da HMG-CoA redutase, isoniazida,
metotrexato, entre outros e as formas farmacêuticas são Cápsulas ou comprimidos contendo a
droga vegetal e extratos secos para uso oral. (ANVISA, 2020).
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O maracujá ou Passiflora incarnata L.: indicações terapêuticas: Ansiolítico e sedativo


leve. Contraindicações: Seu uso é contraindicado durante a gravidez. Não utilizar em casos de
tratamento com sedativos e depressores do sistema nervoso e as formas farmacêuticas são
Planta fresca (in natura), droga vegetal (encapsulada), extrato fluido e tintura (ANVISA,
2021).
A Valeriana ou Valeriana officinalis: Indicações terapêuticas: Usado como sedativo
moderado, hipnótico e no tratamento de distúrbios do sono associados à ansiedade.
Contraindicações: Contraindicado para menores de 12 anos, grávidas, lactantes e pacientes
com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico e
as formas farmacêuticas são: Cápsulas ou comprimidos contendo a droga vegetal (raízes
secas) ou extratos (hidroetanólico 40-70% (v/v); extratos aquosos) e tintura. Armazenar em
frascos hermeticamente fechados, ao abrigo da luz e em local sob controle de temperatura.
(ANVISA, 2021).
A Passiflora incarnata L e a Valeriana officinalis são os fitoterápicos mais utilizados
como alternativa no tratamento de distúrbios do sono associados à ansiedade, que é um
sintoma que pode ser definido pela dificuldade em iniciar, ou em manter o sono, e que
necessita de diagnóstico específico para o tratamento ideal (OLIVEIRA; CERQUEIRA,
2016).
Mesmo com o grande número de medicamentos alopáticos no mercado para
tratamento da ansiedade, podemos encontrar inúmeros tratamentos na literatura a base de
medicamentos fitoterápica como alternativa menos agressiva, sobretudo para aquelas pessoas
que fazem uso contínuo de medicamentos que trazem sérios efeitos colaterais para o
organismo (ZANUSSO, 2019).
O objetivo do trabalho foi analisar pessoas que fazem ou já fizeram uso de
medicamentos fitoterápicos para o tratamento da ansiedade, verificar se o paciente obteve
melhoras com o uso ou a apresentou reações adversas.

2. METODOLOGIA

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades
Integradas Maria Imaculada CAAE: 57976122.5.0000.5679. Este estudo seguiu as exigências
para pesquisas que envolvem seres humanos, de acordo com a Resolução nº 466 de 2012 do
Congresso Nacional de Saúde. A pesquisa foi realizada por meio de questionário que foi
disponibilizado para voluntários por meio da plataforma Google. O link para acesso de
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voluntários ao questionário foi disponibilizado via e-mail e redes sociais. Para a realização da
pesquisa foi utilizado como instrumento de coleta um questionário com 23 perguntas. Foram
respondidas por 100 voluntários sobre o uso de medicamento fitoterápicos no tratamento da
ansiedade.
Os participantes responderam ao questionário após aceitar o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Os dados coletados foram analisados por meio de prevalência e os
resultados apresentados em formato de gráficos e tabelas por questão respondida, onde foi
gerado um gráfico diferente a cada questão, dando assim a possibilidade da apuração e
conclusão dos resultados.

3. RESULTADOS

A pesquisa analisou 100 participantes, dos quais 64 eram mulheres (64%) e 36 homens
(36%), com idades variando entre 18 e 60 anos, 40 participantes (40%) declara ter ensino
superior completo; 33 participantes (33%) com ensino superior incompleto; 22 participantes
(22,0%) com ensino médio completo; 3 participantes (3,0%) com ensino médio incompleto; 1
participante (1,0%) com ensino fundamental incompleto e 1 participante (1%) com ensino
fundamental completo, segundo a Figura 1, 57 participantes (57%) utilizam ansiolíticos
fitoterápicos para o tratamento da ansiedade, 41 participantes (41%) não utilizam ansiolíticos
fitoterápicos para o tratamento da ansiedade, 6 participantes (6,0%) tiveram reações adversa e
51 participantes (51%) não tiveram reações adversa.

Figura 1 – Distribuição dos participantes segundo a escolaridade, utilização dos medicamentos ansiolíticos
fitoterápicos.
Escolaridade Utiliza ansiolíticos % Não utiliza %
fitoterápicos ansiolíticos
fitoterápicos

Ensino fundamental incompleto 1 1% 0 0%


Ensino fundamental completo 1 1% 1 1%

Ensino médio incompleto 1 1% 2 2%

Ensino médio completo 9 9% 12 12%

Ensino superior incompleto 21 21% 10 10%

Ensino superior completo 24 24% 16 16%

Total 57 57% 41 41%


Fonte: AUTORES, 2022.
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Dos 100 entrevistados, 2 dos participantes não responderam essa questão, obtendo 98
respostas concedidas sendo que 25 participantes (25,5%) fizeram uso de Passiflora Incarnata
L., 11 participantes (11,2%) fizeram uso da Matricaria Chamomilla, 14 participantes (14,3%)
fizeram uso da Valeriana officinalis e 41 participantes (41,8%) não fazem uso de ansiolíticos
fitoterápicos como mostra na Figura 2.

Figura 2- Distribuição dos entrevistados que fizeram o uso medicamentos ansiolíticos fitoterápicos.

Fonte: AUTORES, 2022.

Dos 100 entrevistados, 2 dos participantes não responderam essa questão, obtendo 98
respostas concedidas, notou-se que 47 participantes (48%) tiveram melhoras com o uso de
medicamentos ansiolíticos fitoterápicos, 10 participantes (10,2%) responderam que não
obteve melhoras com o uso de medicamentos ansiolíticos fitoterápicos e 41 participantes
(41,8%) responderam que não fazem ou nunca utilizaram medicamentos fitoterápicos figura
3.

Figura 3- Distribuição dos entrevistados que relataram melhoras com o uso de medicamentos ansiolíticos
fitoterápicos.
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Fonte: AUTORES, 2022.


Observou- se de que dos 100 participantes que responderam a essa questão, 34
participantes (34,3%) responderam não sofrer da doença de ansiedade, desses participantes,
13 deles (13,0%) faz terapia com psicólogo, 12 participantes (12,0%) fazem terapia com
psiquiatra, 12 participantes (12,0%) fazem atividade física e 50 participantes (50%) não fazem
nenhum tipo de tratamento não medicamentoso. Figura 4.

Figura 4– Distribuição de pessoas que fazem tratamento não medicamentoso para tratar a ansiedade

Fonte: AUTORES, 2022.


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Dos 100 entrevistados, 3 dos participantes não responderam essa questão, obtendo 97
respostas concedidas sobre os medicamentos para auxiliar no tratamento da ansiedade, 38
participantes (39,2%) utilizam e conhecem o tratamento para tratar ansiedade com
antidepressivos tais como: (fluoxetina, paroxetina, sertralina, escitalopram, duoloxetina e
venfalaxina), 24 participantes (24,7%) da pesquisa utilizam e conhecem o tratamento para
tratar ansiedade com medicamentos fitoterápicos ansiolíticos, 12 participantes (12,4%)
utilizam e conhecem tratamento para ansiedade com os benzodiazepínicos tais como:
(diazepam, alprazolam), 1 (1,0%) utilizam e conhecem o tratamento para a ansiedade com
buspirona e 22 participantes (22,7%) não utilizam e nem conhecem os tais medicamentos
citados acima para tratamento da ansiedade, conforme mostra a figura 5

Figura 5– Distribuição de pessoas que utilizam e conhecem os medicamentos para o tratamento da ansiedade

Fonte: AUTORES, 2022.

Dentre os 100 participantes que responderam essa questão, 91 dos participantes (91%)
acreditam- se na eficácia do uso de medicamentos ansiolíticos fitoterápicos para tratamento da
ansiedade e 9 dos participantes (9,0%) não acreditam no uso do mesmo. Conforme a figura 6,
53 dos participantes (53%) não tiveram reações adversas pelo uso de medicamentos
ansiolíticos fitoterápicos sendo que somente 6 participantes (6%) tiveram reações adversas
pelo uso de medicamentos ansiolíticos fitoterápicos, vale ressaltar que 41 dos participantes
(41%) não fizeram uso dos medicamentos ansiolíticos fitoterápicos.
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Figura 6– Distribuição de pessoas que acreditam e não acreditam na eficácia dos medicamentos ansiolíticos
fitoterápicos para o tratamento da ansiedade.
53,0%
60
50 41,0%
40
30 53
20 41
6,0%
10
0 6

Quantidade Porcentagem

Fonte: AUTORES, 2022.

Dos 100 entrevistados, 6 dos participantes não responderam essa questão, obtendo 94
respostas concedida conforme mostra a figura 7, 40 participantes (42,6%) acreditam-se que
os usos de ansiolíticos fitoterápicos são mais eficazes no tratamento da ansiedade.
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Figura 7– Tratamentos medicamentosos que os participantes acreditam ser mais eficaz para o tratamento da
ansiedade.

Fonte: AUTORES, 2022.

Dos 100 entrevistados, 3 dos participantes não respondeu a essa questão, obtendo 97
respostas concedidas, conforme mostra a figura 8, 39 dos participantes (40,2%) acham que o
medicamento por ser de origem natural e por isto ser menos prejudicial à saúde, influencia na
hora da compra de medicamentos de fitoterápicos, 31 participantes (32%) acham que o
medicamento fitoterápico ser prescrito pelo médico, influencia na hora da compra do mesmo,
18 participantes (18,6%) acham que a orientação prestada pelo farmacêutico influencia na
hora da compra de medicamentos de fitoterápicos, 2 (2,1%) responderam que a confiança no
atendente de farmácia influencia na hora da compra de medicamentos de fitoterápicos, 7
participantes (7,2%) responderam que o custo e benefício influencia na hora da compra de
medicamentos de fitoterápicos.

FIGURA 8– Influência no momento da compra de um medicamento fitoterápico.


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Fonte: AUTORES, 2022.

4. DISCUSSÃO

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), define medicamento


fitoterápicos, os obtidos de derivados vegetais, feitos exclusivamente de matéria-prima, onde
os riscos, mecanismos de ação e onde agem em nosso corpo são conhecidos. Para que sua
ação seja comprovada, exige-se estudos farmacológicos e toxicológicos, além de se levantar
artigos publicados sobre o assunto. Depois de confirmadas sua ação, é registrado.
O Brasil é um país que tem a maior biodiversidade do mundo. Os medicamentos
extraídos de ervas, estão acessíveis e aceitas pela população. Os tratamentos realizados
através de plantas medicinais estão relacionados aos antepassados que foi transmitida por
gerações seguintes como remédios naturais que não fazem mal, mas sabemos que mesmo os
remédios naturais têm seus efeitos colaterais. (ZENI, et al, 2017).
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Esta pesquisa foi realizada com 100 pessoas, com idade entre 18 a 60 anos, onde a
maior porcentagem (40%) dos participantes concluiu o ensino superior completo, tendo
poucos participantes abaixo do nível básico da educação brasileira.
Comparando o estudo de Zeni et al, 2017, demonstrou que, das 701 pessoas
entrevistadas, 96% usam plantas medicinais como principal terapia. A própria OMS informa
que na busca do bem-estar, as plantas medicinais tornaram-se uma alternativa pela
credibilidade e baixo custo.
Quando se pergunta sobre o uso de fitoterápicos para ansiedade, verificou que dos 98
participantes, 56 desses entrevistados (57,1%) responderam que fazem uso ou já utilizaram
plantas medicinais para fim terapêutico no tratamento da ansiedade. Assim, Miranda;
Uhlmann, Apud Bruning et al, (2012), relatou que para ele a ação terapêutica dos fitoterápicos
tem sido comprovada, além das pessoas estarem insatisfeitas com o sistema de saúde oficial,
contribuindo assim para o aumento de utilização dos remédios.
Segundo o Ministério da Saúde, os tratamentos à base de plantas medicinais e
medicamentos fitoterápicos nos anos de 2013 e 2015, cresceu 161%, onde a população tem
buscado remédios fitoterápicos, através do SUS nos postos de saúde. (BRASIL, 2016).
Alguns fitoterápicos, como Passiflora incarnata L., Camomila (Matricaria
Chamomilla), Piper Methysticum Forst, Valeriana officinalis, Melissa officinalis, todos
usados para ansiedade, 25,5% dos que responderam à pergunta, a Passiflora incarnata L. foi
o mais utilizado. Segundo Almeida, Medicamentos fitoterápicos produzidos a partir da
Passiflora incarnata L. (passiflora, flores do maracujá) apresentam efeitos ansiolíticos
semelhantes ao midazolam, com uma vantagem de não comprometer o psicomotor, pois inibe
a atividade da monoamino oxidase (MAO) e promove a melhora da depressão, estresse,
ansiedade, distúrbios do sono e inquietação (ALMEIDA, 2017). Segundo Chaves et al, 2018,
após o levantamento de dados sobre a ação terapêutica da Passiflora incarnata, verificou-se
que pode ser uma alternativa para tratamento da ansiedade, porém com menos efeitos
colaterais não ocasionando dependência como os medicamentos sintéticos.
Quando se pergunta se há melhoras com a medicação fitoterápica, 47 participantes
declaram ter melhoras significativas com o uso de medicamentos ansiolíticos fitoterápicos e
somente 10 responderam que não obtiveram melhoras. Segundo Pereira (2014) o fitoterápico
que apresenta substâncias com ação farmacológica mais intensa é a Valeriana officinalis L.,
tratada no referencial teórico desse trabalho. Ela possui ação sedativa, hipnótica e ansiolítica,
usados também para insônia (SILVA, et al, 2020). Outro estudo diz que a Valeriana
officinalis L. pode ser uma alternativa que daria mais conforto para o paciente em pré, trans e
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pós-operatório em relação aos benzodiazepínicos, quando se opta pelo uso de um fármaco


para controle de ansiedade (SOLDATELLI; RUSCHEL; ISOLAN, 2010).
Um estudo clínico analisou 32 pacientes com Transtorno de Ansiedade Generalizada,
utilizando extrato de Valeriana officinalis L. com composto ativo de valepotriato 81 mg,
placebo e diazepam 6,5 mg, na proporção de 80,1% e 5%, por quatro semanas. Na Valeriana
os pacientes apresentaram diminuição considerável da ansiedade, entre o placebo e o
diazepam, apresentou-se uma diferença no fator psíquico ((FAUSTINO; ALMEIDA;
ANDREATINI, 2010)
Dentre os participantes da pesquisa, 35,1% acreditam na eficácia do uso dos
medicamentos ansiolíticos fitoterápicos para tratamento da ansiedade e 20% não tiveram
reações adversas da medicação. Resultado encontrado por Tomazzoni et al., 2006 onde 100%
dos entrevistados na área da saúde responderam favoravelmente entendendo que as plantas
têm menos efeitos colaterais e são muito eficazes, não comunicando assim o médico, podendo
ocorrer interações medicamentosas com fármacos alopáticos. E 78% no estudo de Esteves,
2017, acreditam que os medicamentos são seguros no tratamento da ansiedade e que não tem
efeito colateral por ser natura.
Outra constatação realizada durante esta pesquisa, foi que 31 participantes (32%)
acham que o medicamento fitoterápico pode ser prescrito pelo médico, influencia na hora da
compra do mesmo, 18 participantes (18,6%) acham que a orientação prestada pelo
farmacêutico influencia na hora da compra de medicamentos de fitoterápicos. Segundo
revisão bibliográfica de Barberato; Scherer; Lacourt, 2019, o farmacêutico presta serviços
assistenciais, obtém, avalia e difunde informações sobre os medicamentos.

5. CONCLUSÃO

Diante do estudo e das pesquisas realizadas, concluiu –se que a ansiedade em excesso
é prejudicial para a vida do indivíduo, tornando o seu convívio social difícil;
A maioria dos participantes responderam que fazem uso ou já utilizaram plantas
medicinais para fim terapêutico no tratamento da ansiedade, devido ter menos efeitos
colaterais e economicamente mais acessível. Isso mostra também que, numa situação de crise
em nossa saúde em termos governamental, a população se volta para as plantas medicinais.
A utilização de plantas medicinais e fitoterápicos deve ser orientado por um
profissional da saúde, visto que o uso incorreto pode ocasionar problemas a saúde, ineficácia
terapêutica ou reações adversas;
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Conclui-se que é importante também que haja um controle sanitário dos fitoterápicos e
que a população esteja consciente dos seus riscos, pois muitos ainda acreditam que por se
tratar de produtos de origem natural não fazem mal à saúde.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALZOHAIRY, M.A. Papel terapêutico da Azadirachta indica (Neem) e seus constituintes


ativos na prevenção e tratamento de doenças. Disponível em:
https://www.hindawi.com/journals/ecam/2016/7382506/. Acesso em: 20 janeiro 2022.

ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA. Registro de


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