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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
A ansiedade faz parte dos sentimentos normais de uma pessoa, porém ela se torna
patológica quando não é proporcional à situação que a desencadeia, interferindo na qualidade
de vida do indivíduo, tornando-se um transtorno de ansiedade, caracterizado por preocupação
excessiva e crônica sobre diferentes situações (GUIMARÃES et al., 2015).
O Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é, recordista mundial no
transtorno de ansiedade, onde 18,6 milhões (9,3%) da população, sofre com esse problema se
tornando um problema de saúde pública (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2017).
No caso da depressão, o Brasil ocupa o quinto lugar. Alguns desconfortos causados
pela ansiedade são: sudorese, aceleração do pensamento, insônia, dificuldade de se
concentrar, problemas cardíacos (ZANUSSO, 2019).
Segundo análise da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que a prevalência
mundial do transtorno de ansiedade (TA) é de 3,6%. No continente americano esse transtorno
mental alcança maiores proporções e atinge 5,6% da população (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE, 2017).
Os transtornos que a ansiedade gera são: Transtorno do Pânico, Fobia Específica,
Transtorno de Ansiedade Social (TAS) e Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
(FERNANDES et al., 2017).
O tipo mais comum é o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), no qual o
indivíduo sofre por sintomas de ansiedade persistentes afetando vários comportamentos do
mesmo em situações cotidianas. Os sintomas incluem incapacidade de respirar, fadiga e
cefaleia, hiperatividade, palpitação, sudorese, tontura, calafrios, falta de ar, irritabilidade e
dificuldades de concentração. O tratamento desta doença consiste na farmacológica associada
à psicoterapia (BRASIL, 2015)
Foram constatados que os transtornos de ansiedade são frequentes em adultos,
principalmente entre as mulheres. Conforme a intensidade da ansiedade, pode prejudicar o
funcionamento psíquico e corporal. Acredita-se, que esse tipo de transtorno está diretamente
relacionado a alguns neurotransmissores (FAUSTINO; ALMEIDA; ANDREATINI, 2010).
Foram verificados através de testes com animais, que as drogas que bloqueiam os
receptores da serotonina diminuem o comportamento ansioso. O Ácido gama-aminobutirico
(GABA) é um outro neurotransmissor envolvido com os processos de ansiedade, o principal
neurotransmissor inibitório do Sistema Nervoso Central (SNC). Nos transtornos de ansiedade
há uma alteração nesses receptores do Ácido gama-aminobutirico (GABA), estando em
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propriedades farmacologicamente ativas são das mais variadas e, as plantas, fazem parte dessa
imensa fonte de recursos naturais (ALZOHAIRY, 2016).
O fato de utilizar uma planta medicinal no tratamento de uma doença não diminui os
riscos de intoxicação e as doses e posologias devem ser avaliadas de acordo com a substância
utilizada para cada caso. Além de grandes aliadas desde os primórdios as plantas medicinais
são efetivas tanto pelo seu baixo custo como pelo seu rico potencial de ação derivadas do seu
extrato. (SARRIS et al., 2011).
Devido a isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) criou uma política para proteger a
população que deseja utilizar esse tipo de tratamento. Assim, o governo tem como objetivo
proteger o paciente, e fazer um tratamento mais voltado para a criação de hortos
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
As plantas medicinais apresentam elevada importância para a saúde na saúde mental e
seus componentes ativos ajudam na cura e no tratamento de diversas patologias, ajudando
assim na diminuição dos possíveis efeitos provocados com a utilização de drogas sintéticas.
Sua utilização atravessa gerações, oriundas do conhecimento popular e passadas adiante como
forma de benefício no tratamento e cura. O estudo das plantas ajuda na compreensão dos seus
princípios ativos e formas de farmacêutica, dose e posologia corretas, evitando dessa forma
intoxicação indireta por meio dessa aplicabilidade (CALIXTO, 2005; VEIGA; MELLO,
2008).
A utilização de plantas medicinais vem se destacando nos últimos anos. Em 2006,
duas importantes políticas foram publicadas para a área de plantas medicinal e fitoterápica, a
Política Nacional de Práticas Integrativas (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS) e a
Política Nacional de Plantas Medicinal e Fitoterápico (PNPMF). Essas políticas visam ter
mais opções terapêuticas com acesso às plantas medicinais e fitoterápicas, com garantia,
segurança e eficácia aos usuários do SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Algumas plantas medicinais podem ser utilizadas no tratamento da ansiedade, como a
Kava kava (Piper methysticum G. Forst), Maracujá (Passiflora incarnata) e a Valeriana
(Valeriana officinalis). Essas plantas têm ação ansiolítica e atuam no sistema nervoso central
(FAUSTINO; ALMEIDA; ANDREATINI, 2010).
Entre as plantas calmantes, a erva-cidreira e a flor do maracujá são plantas naturais
que podem ajudar a tratar a ansiedade. Nenhum efeito colateral foi encontrado nos estudos
que as envolveram. A Melissa officinalis possui reação cognitiva no efeito do humor
reduzindo assim consideráveis níveis de estresse (ZANUSSO, 2019).
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2. METODOLOGIA
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades
Integradas Maria Imaculada CAAE: 57976122.5.0000.5679. Este estudo seguiu as exigências
para pesquisas que envolvem seres humanos, de acordo com a Resolução nº 466 de 2012 do
Congresso Nacional de Saúde. A pesquisa foi realizada por meio de questionário que foi
disponibilizado para voluntários por meio da plataforma Google. O link para acesso de
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voluntários ao questionário foi disponibilizado via e-mail e redes sociais. Para a realização da
pesquisa foi utilizado como instrumento de coleta um questionário com 23 perguntas. Foram
respondidas por 100 voluntários sobre o uso de medicamento fitoterápicos no tratamento da
ansiedade.
Os participantes responderam ao questionário após aceitar o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Os dados coletados foram analisados por meio de prevalência e os
resultados apresentados em formato de gráficos e tabelas por questão respondida, onde foi
gerado um gráfico diferente a cada questão, dando assim a possibilidade da apuração e
conclusão dos resultados.
3. RESULTADOS
A pesquisa analisou 100 participantes, dos quais 64 eram mulheres (64%) e 36 homens
(36%), com idades variando entre 18 e 60 anos, 40 participantes (40%) declara ter ensino
superior completo; 33 participantes (33%) com ensino superior incompleto; 22 participantes
(22,0%) com ensino médio completo; 3 participantes (3,0%) com ensino médio incompleto; 1
participante (1,0%) com ensino fundamental incompleto e 1 participante (1%) com ensino
fundamental completo, segundo a Figura 1, 57 participantes (57%) utilizam ansiolíticos
fitoterápicos para o tratamento da ansiedade, 41 participantes (41%) não utilizam ansiolíticos
fitoterápicos para o tratamento da ansiedade, 6 participantes (6,0%) tiveram reações adversa e
51 participantes (51%) não tiveram reações adversa.
Figura 1 – Distribuição dos participantes segundo a escolaridade, utilização dos medicamentos ansiolíticos
fitoterápicos.
Escolaridade Utiliza ansiolíticos % Não utiliza %
fitoterápicos ansiolíticos
fitoterápicos
Dos 100 entrevistados, 2 dos participantes não responderam essa questão, obtendo 98
respostas concedidas sendo que 25 participantes (25,5%) fizeram uso de Passiflora Incarnata
L., 11 participantes (11,2%) fizeram uso da Matricaria Chamomilla, 14 participantes (14,3%)
fizeram uso da Valeriana officinalis e 41 participantes (41,8%) não fazem uso de ansiolíticos
fitoterápicos como mostra na Figura 2.
Figura 2- Distribuição dos entrevistados que fizeram o uso medicamentos ansiolíticos fitoterápicos.
Dos 100 entrevistados, 2 dos participantes não responderam essa questão, obtendo 98
respostas concedidas, notou-se que 47 participantes (48%) tiveram melhoras com o uso de
medicamentos ansiolíticos fitoterápicos, 10 participantes (10,2%) responderam que não
obteve melhoras com o uso de medicamentos ansiolíticos fitoterápicos e 41 participantes
(41,8%) responderam que não fazem ou nunca utilizaram medicamentos fitoterápicos figura
3.
Figura 3- Distribuição dos entrevistados que relataram melhoras com o uso de medicamentos ansiolíticos
fitoterápicos.
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Figura 4– Distribuição de pessoas que fazem tratamento não medicamentoso para tratar a ansiedade
Dos 100 entrevistados, 3 dos participantes não responderam essa questão, obtendo 97
respostas concedidas sobre os medicamentos para auxiliar no tratamento da ansiedade, 38
participantes (39,2%) utilizam e conhecem o tratamento para tratar ansiedade com
antidepressivos tais como: (fluoxetina, paroxetina, sertralina, escitalopram, duoloxetina e
venfalaxina), 24 participantes (24,7%) da pesquisa utilizam e conhecem o tratamento para
tratar ansiedade com medicamentos fitoterápicos ansiolíticos, 12 participantes (12,4%)
utilizam e conhecem tratamento para ansiedade com os benzodiazepínicos tais como:
(diazepam, alprazolam), 1 (1,0%) utilizam e conhecem o tratamento para a ansiedade com
buspirona e 22 participantes (22,7%) não utilizam e nem conhecem os tais medicamentos
citados acima para tratamento da ansiedade, conforme mostra a figura 5
Figura 5– Distribuição de pessoas que utilizam e conhecem os medicamentos para o tratamento da ansiedade
Dentre os 100 participantes que responderam essa questão, 91 dos participantes (91%)
acreditam- se na eficácia do uso de medicamentos ansiolíticos fitoterápicos para tratamento da
ansiedade e 9 dos participantes (9,0%) não acreditam no uso do mesmo. Conforme a figura 6,
53 dos participantes (53%) não tiveram reações adversas pelo uso de medicamentos
ansiolíticos fitoterápicos sendo que somente 6 participantes (6%) tiveram reações adversas
pelo uso de medicamentos ansiolíticos fitoterápicos, vale ressaltar que 41 dos participantes
(41%) não fizeram uso dos medicamentos ansiolíticos fitoterápicos.
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Figura 6– Distribuição de pessoas que acreditam e não acreditam na eficácia dos medicamentos ansiolíticos
fitoterápicos para o tratamento da ansiedade.
53,0%
60
50 41,0%
40
30 53
20 41
6,0%
10
0 6
Quantidade Porcentagem
Dos 100 entrevistados, 6 dos participantes não responderam essa questão, obtendo 94
respostas concedida conforme mostra a figura 7, 40 participantes (42,6%) acreditam-se que
os usos de ansiolíticos fitoterápicos são mais eficazes no tratamento da ansiedade.
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Figura 7– Tratamentos medicamentosos que os participantes acreditam ser mais eficaz para o tratamento da
ansiedade.
Dos 100 entrevistados, 3 dos participantes não respondeu a essa questão, obtendo 97
respostas concedidas, conforme mostra a figura 8, 39 dos participantes (40,2%) acham que o
medicamento por ser de origem natural e por isto ser menos prejudicial à saúde, influencia na
hora da compra de medicamentos de fitoterápicos, 31 participantes (32%) acham que o
medicamento fitoterápico ser prescrito pelo médico, influencia na hora da compra do mesmo,
18 participantes (18,6%) acham que a orientação prestada pelo farmacêutico influencia na
hora da compra de medicamentos de fitoterápicos, 2 (2,1%) responderam que a confiança no
atendente de farmácia influencia na hora da compra de medicamentos de fitoterápicos, 7
participantes (7,2%) responderam que o custo e benefício influencia na hora da compra de
medicamentos de fitoterápicos.
4. DISCUSSÃO
Esta pesquisa foi realizada com 100 pessoas, com idade entre 18 a 60 anos, onde a
maior porcentagem (40%) dos participantes concluiu o ensino superior completo, tendo
poucos participantes abaixo do nível básico da educação brasileira.
Comparando o estudo de Zeni et al, 2017, demonstrou que, das 701 pessoas
entrevistadas, 96% usam plantas medicinais como principal terapia. A própria OMS informa
que na busca do bem-estar, as plantas medicinais tornaram-se uma alternativa pela
credibilidade e baixo custo.
Quando se pergunta sobre o uso de fitoterápicos para ansiedade, verificou que dos 98
participantes, 56 desses entrevistados (57,1%) responderam que fazem uso ou já utilizaram
plantas medicinais para fim terapêutico no tratamento da ansiedade. Assim, Miranda;
Uhlmann, Apud Bruning et al, (2012), relatou que para ele a ação terapêutica dos fitoterápicos
tem sido comprovada, além das pessoas estarem insatisfeitas com o sistema de saúde oficial,
contribuindo assim para o aumento de utilização dos remédios.
Segundo o Ministério da Saúde, os tratamentos à base de plantas medicinais e
medicamentos fitoterápicos nos anos de 2013 e 2015, cresceu 161%, onde a população tem
buscado remédios fitoterápicos, através do SUS nos postos de saúde. (BRASIL, 2016).
Alguns fitoterápicos, como Passiflora incarnata L., Camomila (Matricaria
Chamomilla), Piper Methysticum Forst, Valeriana officinalis, Melissa officinalis, todos
usados para ansiedade, 25,5% dos que responderam à pergunta, a Passiflora incarnata L. foi
o mais utilizado. Segundo Almeida, Medicamentos fitoterápicos produzidos a partir da
Passiflora incarnata L. (passiflora, flores do maracujá) apresentam efeitos ansiolíticos
semelhantes ao midazolam, com uma vantagem de não comprometer o psicomotor, pois inibe
a atividade da monoamino oxidase (MAO) e promove a melhora da depressão, estresse,
ansiedade, distúrbios do sono e inquietação (ALMEIDA, 2017). Segundo Chaves et al, 2018,
após o levantamento de dados sobre a ação terapêutica da Passiflora incarnata, verificou-se
que pode ser uma alternativa para tratamento da ansiedade, porém com menos efeitos
colaterais não ocasionando dependência como os medicamentos sintéticos.
Quando se pergunta se há melhoras com a medicação fitoterápica, 47 participantes
declaram ter melhoras significativas com o uso de medicamentos ansiolíticos fitoterápicos e
somente 10 responderam que não obtiveram melhoras. Segundo Pereira (2014) o fitoterápico
que apresenta substâncias com ação farmacológica mais intensa é a Valeriana officinalis L.,
tratada no referencial teórico desse trabalho. Ela possui ação sedativa, hipnótica e ansiolítica,
usados também para insônia (SILVA, et al, 2020). Outro estudo diz que a Valeriana
officinalis L. pode ser uma alternativa que daria mais conforto para o paciente em pré, trans e
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5. CONCLUSÃO
Diante do estudo e das pesquisas realizadas, concluiu –se que a ansiedade em excesso
é prejudicial para a vida do indivíduo, tornando o seu convívio social difícil;
A maioria dos participantes responderam que fazem uso ou já utilizaram plantas
medicinais para fim terapêutico no tratamento da ansiedade, devido ter menos efeitos
colaterais e economicamente mais acessível. Isso mostra também que, numa situação de crise
em nossa saúde em termos governamental, a população se volta para as plantas medicinais.
A utilização de plantas medicinais e fitoterápicos deve ser orientado por um
profissional da saúde, visto que o uso incorreto pode ocasionar problemas a saúde, ineficácia
terapêutica ou reações adversas;
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Conclui-se que é importante também que haja um controle sanitário dos fitoterápicos e
que a população esteja consciente dos seus riscos, pois muitos ainda acreditam que por se
tratar de produtos de origem natural não fazem mal à saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAGA, J.E.F.; PORDEUS, L.C.; SILVA, A.T.M.C. Ansiedade Patológica: Bases Neurais e
Avanços na Abordagem Psicofarmacológica. Revista Brasileira de Ciências da Saúde,
Paraíba, v. 14, n. 2, p.90-100, 2010. Disponível em:
https://periodicos.ufpb.br/index.php/rbcs/article/view/8207 Acesso em: 20 janeiro 2022.
CASTILLO, A.R. et al. Transtornos de ansiedade – São Paulo 2000 Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbp/a/dz9nS7gtB9pZFY6rkh48CLt/ - acesso em: 30 outubro 2022
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