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Trabalho de literatura-2º trimestre

Integrantes:
 Ana Luzia Rabelo
 Marlon Grampinha
 Myllena Costa
 Gabriela Rezende

Turma:
 2102

Tema:
 Vaidade – a necessidade humana de aprovação e de reconhecimento (Otelo e
Iago). Na contemporaneidade, o quanto necessitam do olhar do outro?
Necessidade de aprovação do Homem

Em nossa atualidade, observamos vários casos de auto cobrança excessiva,


ausência de aprovação ou insegurança. Um dos resultados gerados é a vaidade, que
porventura aproveita para traçar um dos piores sentimentos alocados no ser humano,
o vazio.  Seguindo a visão aristotélica, Matias Aires afirma que:
A vaidade é um vício que governa a razão e todas as outras paixões, concentrando-se
no espírito: “Se a vaidade fosse uma virtude, só nos havia de inspirar meios virtuosos;
mas como é vício, tudo nos ensina: por isso o ser cruel, traidor, tirano, não faz horror a
quem necessita de traição, da tirania e da crueldade” (AIRES, 2011:71)

Em reflexão de forma contínua, o ser pensante necessita a todo momento de


algo que o “inspire” a continuar. Sendo essa motivação tanto boa, quanto ruim. Pois
em sua essência carente, a audácia é proporcionada através de atitudes plausíveis a
ver seu próprio ganho. A vaidade que o domina, tira sua timidez, dando-lhe a confiança
e a certeza cercada de dúvida em seu pensar. A ilusão de qualidades que em sua alma
é vã e fútil.
Como uma forma atual de exemplo em série, temos Devi Vishwakuma. Uma
adolescente do ensino médio que luta diariamente para ser reconhecida em seu
colégio como popular, mas em sua realidade é conhecida por ser a “nerd” da escola,
sofrendo preconceito por sua cultura indiana e cor de pele. Em sua luta por
reconhecimento ela vira namorada de Paxton, o mais popular da escola. Mas por não
ter seu ego saciado, se desinteressa com a mesma facilidade com que se apaixona.  
Isso acontece por que o seu "objetivo" foi alcançado, logo, não precisa ser mais
disputado internamente. A meticulosidade do ego e da vaidade, fazem com que o
indivíduo se enjoe facilmente das suas atitudes, mas nunca dos seus resultados. Pois
com a conquista se vem a vitória, ainda que seja só para ele mesmo.
William Shakespeare retrata esse pensamento de forma contemporânea e real.
Em uma de suas obras denominada Otelo, temos como personagens Iago, um grande
vaidoso que não está satisfeito com seu cargo atual e sua vida amorosa. E Otelo, que
sendo manipulado por Iago, mata sua mulher por pensamentos de traição e
insuficiências pessoais.
Otelo e Devi necessitavam do olhar de seus amados porque eles nunca haviam
sido escolhidos antes, e por isso buscavam aprovação em seus relacionamentos
amorosos.
Outro exemplo, é a música “desconstrução” de Tiago Iorc. Aonde
contemplamos algumas semelhanças com Iago no trecho que fala;
“...vestiu um ego que não satisfez
Dramatizou o view da rotina
Como fosse dádiva divina
Queria só um pouco de atenção
Mas encontrou a própria solidão...”
(DESCONTRUÇAO/ TIAGO IORC)

Suas atitudes maldosas e inconsequentes foram todas por atenção, ele queria
ser reconhecido, queria ser um tenente, e não se conformou quando isso não
aconteceu. Sua vaidade era tão grande que ele achava um absurdo Otelo não ter
prestado atenção nele e escolhido outro para ocupar este cargo. E no final de tudo,
como consequência viveu em buscas de aprovações de outros. Ele acabou
encontrando a própria solidão quando foi condenado a pagar por seus crimes. .
“ ... inconformado o homem busca fama
Cria entidades, nela se proclama
Um ser notadamente genial

E até que se costume a transição


Ostentará no peito de um medalhão
Pensando, até morrer, que é imortal”.
(VAIDADE/ DJANIRA SILVA  -  15 de abril de
2016)

Em seu poema “vaidade”, a autora Djanira Silva, nos mostra o como a


imodéstia é traiçoeira e enganosa, onde o homem cria ilusão de uma imagem perfeita
e excelente de si para exibir para o próximo. A vaidade é como uma doença que afeta
a alma, onde ela adoece os seus princípios e seu caráter, matando o seu espírito
através da vanglória e do engano. É algo inato, movido pelo ego e o egoísmo de
mostrar algo superficial e de se sobressair a situações e pessoas. Pessoas que são
movidas por esse “sentimento” colocam uma vestimenta social onde todo tempo
querem mostrar a beleza e a perfeição para os outros sendo, essas qualidades
totalmente ilusórias e mentirosas.
Hoje em dia, a vaidade está em olhar várias vezes quantas curtidas tem seu
post no Instagram, algo imaterial e impalpável, redes sociais onde indivíduos querem
mostrar as partes mais belas de suas vidas. Partes estas que são de curto prazo, mas
são vendidas e/ou postadas como se fosse a verdade de longa duração, em querer
elogios e só se sentir bem quando os recebe.
No caso de Iago, um posto e sua reputação valiam mais do que a vida de sua
esposa, mais do que a confiança de um amigo. E no caso de Otelo, com sua baixa
autoestima, era necessária validação frequente e provas de amor, pois na sua mente a
aparência valia mais do que a personalidade que tinha.
Concluímos, portanto, que Iago e Otelo deixaram, assim como muitos deixam
atualmente, a vaidade e o desejo ser o centro das atenções, tomar o controle de suas
vidas. Suas ações e pensamentos começaram a ser pautados em “o que o outro vai
pensar de mim?” e não no real valor de suas atitudes e saúde emocional. A pessoa
vaidosa não tem noção do quanto suas atitudes só destroem a si e afastam pessoas
que os amam.

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