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Licenciatura em Ciências Sociais

Igualdade, Exclusão Social e Cidadania – Apontamentos tendo por base apontamentos de colegas de
anos anteriores – 2020/2021
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TEMA 2
Como as desigualdades têm evoluído no tempo e variado no espaço?

1. Texto 1 – Poder, hierarquia e estrutura social em diferentes sociedades e tempos históricos (P. Abrantes):
• Comunidades primitivas, tribais e tradicionais
➢ O modelo mais simples de comunidade tende a caracterizar-se por um tipo de poder baseado nas relações interpessoais.
➢ É comum encontrarmos um líder, que toma as principais decisões relativas à vida do grupo, tendo maior poder que os
restantes, forma-se uma hierarquia, com vários níveis, caso a comunidade tenha uma dimensão significativa.
✓ Em volta líder pode formar-se uma hierarquia, com vários níveis, caso a comunidade tenha uma dimensão
significativa.
➢ Este modelo está associado a estruturas familiares, por exemplo o clã: + complexo. Ou seja, é comum que os membros
destas comunidades estejam unidos por laços de consanguinidade e aliança, sendo as posições hierárquicas definidas
pelas relações e papéis familiares.
✓ estes critérios de distribuição de poder variam muito consoante as comunidades estudadas, pelo que não devem
ser entendidas como resultantes da natureza
➢ Em muitas destas comunidades observa-se um ascendente dos pais sobre os filhos, dos mais velhos sobre os mais novos
ou dos homens sobre as mulheres.
➢ A coerção física e psicológica constitui o principal modo de imposição do poder, aqueles que desafiam a autoridade
arriscam-se a pesadas sanções, que podem chegar à morte.
➢ este tipo de sociedade não dispensa a existência de sistemas morais e estatutários que reforçam esta distribuição de
poder, os indivíduos são socializados, desde a nascença, em normas, valores e crenças que sublimam a autoridade dos
líderes vigentes
➢ Os indivíduos são socializados, em normas, valores e crenças. Formam-se modelos tradicionais de distribuição do poder,
transmitidos entre gerações que contribuem para uma coesão e estabilidade dos grupos.
➢ Existem mecanismos de reciprocidade, os indivíduos apoiam-se mutuamente, com base nos seus recursos, sendo
fundamentais para a subsistência dos vários membros, atenuando as desigualdades.
➢ Não é verdade que os indivíduos que têm pouco poder apenas obedeçam aos líderes e se conformem com a posição que
lhes é atribuída, consoante as suas ações, podem alcançar um lugar mais elevado ou até destronar o líder e fundar uma
nova hierarquia. Existem frequentemente conflitos internos ou guerras com outras comunidades transformando o
sistema de desigualdades.
➢ Em algumas zonas do mundo como os Estados Unidos, a Austrália ou o Brasil têm-se, inclusivamente, criado enclaves (ou
reservas) territoriais de modo a preservar estas comunidades, com as suas culturas e estruturas sociais.
➢ Estas comunidades são frequentemente assoladas por conflitos internas e/ou por guerras com outras comunidades, o
que conduz a transformações do sistema de desigualdades, os vencedores desses confrontos ampliam significativamente
o seu poder, enquanto os derrotados, caso sobrevivam, são submetidos.
➢ Este modelo é apanágio das comunidades caçadoras-recoletoras, pastoris e agrárias.

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➢ (algumas zonas do mundo como os Estados Unidos, a Austrália ou o Brasil têm-se criado enclaves (ou reservas) territoriais
de modo a preservar estas comunidades, com as suas culturas e estruturas sociais
➢ Este tipo de organização do poder está presente nas sociedades modernas, sob novas formas e coexistindo com outras
estruturas. (Um ex: é o das famílias, sobretudo da elite económica, em que o enorme poder continua a distribuir-se com
base em hierarquias familiares complexas, estatutárias e tradicionais)
➢ Por seu lado, um ex: ilegítimo é o dos grupos associados ao narcotráfico, em que o poder é mantido e ampliado, tanto
internamente como face aos territórios em que atuam, com base na violência e no terror.

• Ordens e castas
➢ Emergiram sistemas de diferenciação e desigualdade, em que os indivíduos são circunscritos à nascença a um
determinado segmento da sociedade, com direitos e deveres específicos, ditados por prescrições e crenças religiosas.
➢ O regime de castas na Índia, cuja origem é milenar, continua a existir ainda que tenha perdido nas últimas décadas uma
grande parte do seu poder.
➢ Consiste numa divisão dos indivíduos por segmentos com direitos e deveres desiguais, representando a sociedade através
do corpo da divindade Brahma.
✓ A cabeça representa a casta dos sacerdotes, filósofos e professores;
✓ os braços representam os militares e os governantes;
✓ as pernas representam os comerciantes e os agricultores;
✓ os pés representam os artesãos e os camponeses.
➢ Assente num princípio sagrado de pureza das castas, qualquer indivíduo é integrado na casta a que pertencem os seus
pais, herdando e sendo preparado, desde o nascimento, para desempenhar as mesmas funções. Também os casamentos
ocorrem dentro de cada casta, reforçando a segregação.
➢ Na Europa medieval, vigorou uma divisão profunda entre nobreza, clero e povo, os direitos e condições de vida eram
muito desiguais, sendo praticamente impossível transitar entre estes grupos.
✓ A nobreza era detentora das terras e uma grandes quantidades de recursos, tinham uma relação próxima com as
estruturas político-militares e cuidava de que os seus filhos casassem entre si.
✓ O povo constituía a força de trabalho, vivendo em condições de miséria e sem quaisquer direitos.
✓ O clero, recrutando pessoas tanto da nobreza como do povo, cuidava da estrutura cultural e moral, regendo-se por
normas, hierarquias e instituições próprias.
➢ Este sistema foi removido com as revoluções liberais do século XIX, na Europa, tendo ainda permanecido, nos seus
impérios coloniais.
➢ Em África, na América Latina e em algumas zonas da Ásia, vigorava um sistema racista em que os colonizadores europeus
dominavam, enquanto as populações autóctones eram subjugadas, sobrevivendo com recursos e direitos muito
diminutos.
➢ A crença na existência de uma raça (ou civilização) pura e superior era utilizada para justificar as enormes desigualdades,
bem como os atos frequentes de violência praticados para manter a ordem.

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➢ Embora este sistema tenha sido desmantelado com o surgimento de estados constitucionais e liberais, em que todos os
indivíduos têm formalmente direitos e deveres semelhantes, podem encontrar-se ainda alguns traços deles nas
sociedades modernas.
➢ As ordens religiosas, militares e profissionais estão associadas à definição de segmentos da população que desempenham
funções específicas na sociedade, protegem-se mutuamente e têm direitos e deveres específicos. A Ordem dos Médicos
é um organismo criado e gerido por médicos, define quem pode exercer esta profissão, qual o código ético que deve
pautar o seu exercício e quais as sanções para aqueles que o violam.
➢ Uma diferença é que a integração de novos membros é geralmente voluntária e depende das capacidades,
conhecimentos e méritos dos candidatos. No entanto, não deixa de ser um sistema que produz desigualdades nas
sociedades modernas.

• Estados e impérios
➢ O surgimento de estados ou impérios gerou uma transformação profunda dos sistemas de poder e desigualdades. Pela
sua extensão e complexidade: o império romano, no ocidente, e o império chinês, no oriente, são talvez os exemplos
mais conhecidos.
➢ O modo de distribuição do poder indicado no ponto anterior, ainda que não tenha desaparecido totalmente, afigura-se
insuficiente. Foi assim necessário o desenvolvimento de novos tipos de distribuição do poder, associados, sobretudo, à
expansão de estruturas políticas, administrativas, legais e militares do Estado.
➢ Assistimos ao desenvolvimento de estruturas de governação mais complexas, em que o líder supremo é complementado
pela existência de governadores regionais, ministros para diferentes áreas da vida social e parlamentos ou senados nos
quais se aprovam as leis.
➢ Desenvolvem-se complexos aparelhos militares, policiais e burocráticos que vigiam e regulam os comportamentos em
todo o território, de acordo com as referidas leis, bem como tribunais, responsáveis por julgar as possíveis violações.
➢ Estruturas tiveram um impacto decisivo na regulação das estruturas de poder na sociedade como um todo.
➢ A noção de estado está associada à noção de cidadania, no sentido da definição legal de direitos e deveres de todos os
membros da sociedade, constituindo um meio de prevenção de certas desigualdades extremas. Este tipo de organização
permite o desenvolvimento de sistemas de redistribuição, entendidos como a administração centralizada dos recursos,
de acordo com as necessidades e perfis dos diferentes grupos.
➢ Tem sido frequente que o estatuto de cidadania ou, pelo menos, a possibilidade de exercê-lo, não esteja distribuído de
forma equitativa por todos os membros da sociedade. O exemplo mais flagrante é a prática histórica de converter os
povos conquistados, não em cidadãos, mas em escravos, comercializados como objetos e sem quaisquer direitos, ficando
sujeitos ao poder absoluto dos seus amos.
➢ Mas é importante também referir os casos em que a cidadania era apenas atribuída aos homens adultos (“chefes de
família”), estando as mulheres e filhos submetidos ao seu poder absoluto.

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➢ Se estas situações têm sido superadas, nas sociedades contemporâneas, os imigrantes que não conseguem legalizar a
sua estadia, encontram-se numa situação de direitos muito limitados, o que gera grandes desigualdades nas sociedades
contemporâneas.
➢ As estruturas estatais, por um lado, reduziram e regularam as estruturas de poder pré-existentes, mas, por outro lado,
geraram novas fontes de desigualdade.
➢ Por seu lado, em várias regiões, tem-se assistido à consolidação de democracias, associadas à possibilidade de todos os
cidadãos participarem, de modo efetivo, livre e informado, nos modos como se organiza a sociedade e como se distribui
o poder.
➢ Poder dos indivíduos envolvidos nestas estruturas públicas é em princípio, atribuído com base na sua posição hierárquica
- Emerge o conceito de “mérito”, ou seja, o princípio de que a inclusão e a promoção dos indivíduos no interior destes
aparelhos devem ser reguladas com base na capacidade e contribuição de cada um para o bem comum. No entanto,
sabemos como estes sistemas são frequentemente povoados por lutas entre indivíduos e grupos movidos por interesses
particulares e pela designada “sede de poder”.
➢ EM SUMA
➢ As estruturas estatais, por um lado, reduziram e regularam as estruturas de poder pré-existentes, mas, por outro lado,
geraram novas fontes de desigualdade.
➢ Remontando a sua génese às cidades-estado gregas e fenícias, bem como aos impérios romano, chinês ou azteca, este
tipo de organização do poder mantém-se presente nas sociedades contemporâneas, tendo as estruturas estatais sido
alargadas por todo o mundo, ao longo dos últimos séculos, através de sistemas públicos de educação, saúde, segurança
social, etc., por vezes reunidos na noção de “estado-providência”.
➢ Em várias regiões, tem-se assistido à consolidação de democracias, associadas à possibilidade de todos os cidadãos
participarem, de modo efetivo, livre e informado, nos modos como se organiza a sociedade e como se distribui o poder.
➢ Neste sentido, os regimes comunistas foram, possivelmente, o ex: mais radical de tentativa de impor este tipo de
organização social, através da eliminação de todos os restantes.
➢ Mesmo associados a sistemas capitalistas, a consolidação dos Estados, por todo o mundo, constitui um dos grandes
adventos dos séculos XIX e XX, fundamental para compreendermos as sociedades de hoje e, em particular, as
desigualdades sociais contemporâneas.

• Capitalismo e classes sociais


➢ Com ascensão da burguesia, industrialização e as revoluções liberais, emerge um novo tipo de desigualdade, associada a
um novo sistema económico
➢ A base do capitalismo é o intercâmbio em que uma pessoa tem a liberdade de comprar bens e serviços a outra que os
queira vender, por um preço com o qual ambos concordam.
➢ Neste sentido, as desigualdades seriam apenas o reflexo da capacidade de produção de cada pessoa – ou seja, uma
pessoa que produza em grande quantidade ou com grande qualidade pode acumular mais recursos – assim como da
capacidade de, com uma parte desses recursos, fazer investimentos lucrativos, isto é, que produzam “mais-valias”.

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➢ Seja devido às suas características biológicas, herança, educação, estatuto social, relações familiares e de amizade… as
capacidades de produção e de investimento dos indivíduos perante o mercado são, à partida, muito assimétricas.
➢ Por seu lado, aqueles que não precisam de todos os seus recursos para a subsistência podem investir e ir acumulando
cada vez mais recursos
➢ Nos tempos modernos,
✓ se as formas tradicionais e raciais de distribuição do poder são combatidas por instituições públicas que atribuem,
formalmente, direitos e deveres semelhantes a todos os indivíduos, a própria dinâmica dos estados e dos mercados
produz grandes desigualdades, como se vê pelas enormes fortunas amealhadas por um pequeno número de
pessoas, em contraste com a miséria económica em que vive uma parte significativa da população mundial.
✓ (como é fácil de constatar pelas enormes fortunas amealhadas hoje por um pequeno número de pessoas, em
contraste com a miséria económica em que continua viver uma parte significativa da população mundial)
➢ Nas sociedades capitalistas,
✓ tem-se observado um importante fosso entre duas classes sociais: a burguesia, constituída pelos proprietários dos
meios de produção, e o proletariado, integrado por aqueles cuja subsistência depende da venda da sua força de
trabalho.
✓ Estas assimetrias resultam de processos complexos de exploração: a burguesia se apropria de uma parte significativa
da riqueza produzida pelo proletariado; exclusão, sempre que uma parte do proletariado não é necessário, pode ser
excluído do trabalho, ficando em risco a sua sobrevivência.
✓ Oposição entre burguesia e proletariado é insuficiente para compreender as desigualdades dentro dos sistemas
capitalistas. Isto porque, à semelhança das hierarquias que compõem os sistemas estatais, também as grandes
empresas – algumas delas hoje atuando à escala global (multinacionais) – tendem a constituir sistemas com diversos

níveis hierárquicos, cujos rendimentos, direitos e deveres são também muito diferentes .
✓ É importante hoje distinguir os gestores, trabalhando diretamente com os proprietários e auferindo geralmente de
grandes regalias, os profissionais técnicos, cujo conhecimento especializado lhes permite vender o seu trabalho a
um valor elevado e os trabalhadores desqualificados, com condições bastante precárias.
✓ Estas diferenças têm sido ampliadas e escondidas, por muitas das grandes empresas, ao reter apenas o setor de
controlo e ao subcontratar pequenas empresas anónimas, a preços baixos, para fazer a parte do trabalho duro,
rotineiro e desqualificado (outsourcing)
✓ Importa considerar que os mercados têm vindo a alargar-se, a cada vez mais regiões do mundo e setores da vida
social.
➢ Os mercados têm vindo a alargar-se, a cada vez mais regiões do mundo e setores da vida social. Dos mercados dependem
questões para a subsistência e o bem-estar dos indivíduos, como a habitação, a alimentação, o vestuário, a educação, a
saúde, os meios de transporte e comunicação, entre outros.
➢ As enormes desigualdades económicas convertem-se, rapidamente, em assimetrias de oportunidades, em todos os
campos da vida social, seja para o próprio ou para os seus descendentes.

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➢ A violência deste processo é apenas parcialmente mitigada nas regiões em que o estado assegura sistemas consistentes
de regulação, redistribuição e bem-estar para todos os seus cidadãos (ver 2.3).
➢ No entanto, a enorme concentração de poder nas grandes empresas e a sua pressão constante sobre os governos,
sobretudo dos países mais vulneráveis, são hoje uma séria ameaça às democracias e aos serviços públicos

• O poder: questão universal e diversidade histórico-geográfica


➢ Os modos de distribuição do poder são diversos e têm-se transformado ao longo dos tempos, o que tem um impacto
decisivo nas desigualdades sociais. Existem três dimensões principais do poder: a coerciva-política; a persuasiva-cultural
e a económica.
✓ Coerciva-política: Falamos da existência de um centro de poder que define os direitos e distribui uma parte
significativa dos recursos pelos diferentes grupos da sociedade.
✓ Persuasiva-cultural: Referimo-nos à existência de uma estrutura cultural que define um conjunto de valores, normas
e crenças que regulam a vida da comunidade, incluindo os tipos de desigualdade desejáveis, aceitáveis ou
intoleráveis.
✓ Económica: Referimo-nos às desigualdades que se reportam diretamente da produção e do consumo de bens e
serviços, cada vez mais, gerados pelos mecanismos de mercado.
➢ Em sociedades complexas, consolidam-se várias hierarquias em torno destas diferentes dimensões. Isto é, o poder
político de um indivíduo nem sempre corresponde ao poder cultural e/ou económico. O que gera muitos conflitos dentro
das sociedades, podendo também ser entendido como um princípio importante de redução das desigualdades.
➢ As modalidades de imposição da autoridade - poder legítimo: aceite pelas comunidades. Tem-se observado que a
tradição, o carisma pessoal e a racionalidade-burocracia são fontes distintas de autoridade, embora também se possam
combinar numa mesma sociedade.
➢ Enquanto as tradições prevêem o poder dado a cada indivíduo, de acordo com o seu estatuto, enquanto o modelo
racional-burocrático distribui o poder com base em critérios legais e funcionais.
➢ Entre estes dois modelos, é importante ainda notar que características intrínsecas de certos indivíduos (o seu carisma)
podem também constituir um poder importante e, frequentemente, imprevisível na vida social.
➢ Vários sociólogos têm também vindo a questionar esta ideia de pluralidade:
✓ Se ao nível da classe média, ela é evidente, por seu lado, nos dois extremos da sociedade, tende a observar-se a
existência de uma elite que concentra o poder nestas várias dimensões e, na base, uma parte da população cujo
poder é exíguo em todas elas.
✓ Tem-se observado que, na atual etapa da globalização, o poder económico tem vindo a impor-se perante os
restantes, em várias regiões do mundo.
✓ Neste sentido, o funcionamento dos mercados depende sempre da existência de estruturas político-administrativas
autónomas, precisamente para regularem esses mercados.
✓ Outra tipologia tem a ver com as modalidades de imposição da autoridade, entendida como o poder legítimo, isto
é, aceite pelas comunidades.

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✓ Neste caso, tem-se observado que a tradição, o carisma pessoal e a racionalidade-burocracia são fontes distintas de
autoridade, embora também se possam combinar numa mesma sociedade. Enquanto as tradições preveem o poder
dado a cada indivíduo, de acordo com o seu estatuto, enquanto o modelo racional-burocrático distribui o poder
com base em critérios legais e funcionais.
✓ Entre estes dois modelos, é importa ainda notar que características intrínsecas de certos indivíduos (o seu carisma)
podem também constituir um poder importante e imprevisível na vida social.
✓ Há sociedades, em que as tradições são a forma dominante, enquanto noutras será a racionalidade e, noutras ainda,
o carisma. Em muitos casos, na busca de líderes efetivos procuram-se articular estes vários elementos.

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