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Resumo: Este texto tem por objetivo apresentar o urbano da Cidade de Limoeiro do
Norte, no interior do Ceará, a partir de recortes e mapeamentos de alguns bairros. Com o
intuito de encontrar semelhanças e diferenças, tendo em vista que há bairros mais
humildes e periféricos e mais elitizados. Para situar melhor o leitor no passeio etnográfico
em imagens que será feito pela cidade é importante informar que Limoeiro do Norte tem
uma população estimada de 59.890 pessoas e completará 124 anos em 2021. A cidade,
que tem por codinome Princesinha do Vale, está situada no Vale do Jaguaribe e tem forte
influência comercial. Já foi considerada a terra das bicicletas pela grande quantidade que
havia no séc. XX. Limoeiro está localizada a 200 km de Fortaleza - CE e a 100 km da cidade
de Mossoró RN, ambas com importantes vínculos acadêmicos e mercadológicos.
Palavras-chave: Limoeiro do Norte – CE, Passeio etnográfico, Imagens
Abstract: This text aims to present the urban area of the city of Limoeiro do Norte, in the
countryside of Ceará, based on clippings and mappings of some neighborhoods. To find
similarities and differences, considering that there are more humble and peripheral and
1 Graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2019). E-mail:
ceciliasmaia11@gmail.com.
more elite neighborhoods. To better situate the reader on the ethnographic tour of the
city, it is important to inform that Limoeiro do Norte has an estimated population of
59,890 people and will turn 124 years old in 2021. The city, code-named Princessinha do
Vale, is located in the Jaguaribe Valley and has a strong commercial influence. It was once
considered the land of bicycles due to the large amount that existed in the century. XX.
Limoeiro is located 200 km from Fortaleza - CE and 100 km from the city of Mossoró RN,
both with important academic and market links.
Keywords: Limoeiro do Norte – CE, Ethnographic tour, Images
INTRODUÇÃO
Este texto tem por objetivo apresentar o urbano da Cidade de Limoeiro do Norte,
no interior do Ceará, a partir de recortes e mapeamentos de alguns bairros. Com o intuito
de encontrar semelhanças e diferenças, tendo em vista que há bairros mais humildes e
periféricos e mais elitizados. Para essas delimitações será apontada a Escola Pública de
Ensino Fundamental Municipal e um local de lazer do bairro. Para situar melhor o leitor
no passeio etnográfico que será feito pela cidade é importante informar que Limoeiro do
Norte tem uma população estimada de 59.890 pessoas e completará 124 anos em 2021.
Seu nome ainda é um enigma, pois existem duas possíveis origens: de que seja pelas
plantações de pés de limões que tinha na cidade e a outra que seja em referência ao sítio
pertencente a um padre vindo de Pernambuco no século XVIII.
A cidade, que tem por codinome Princesinha do Vale, está situada no Vale do
Jaguaribe e tem forte influência comercial. Já foi considerada a terra das bicicletas pela
grande quantidade que havia no séc. XX. Limoeiro está localizada a 200 km da Capital
cearense Fortaleza e a 100 km da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, ambas com
importantes vínculos acadêmicos e mercadológicos. A cidade não conta com transporte
coletivo, mas é possível percorrer a maioria dos bairros da cidade de bicicleta ou mesmo
caminhando. Limoeiro do Norte tem por volta de 32 bairros e o texto pretende mapear 4
deles: o Luís Alves de Freitas, o Bom Nome, o João XXIII e o Centro. Dois destes bairros são
considerados periféricos por apresentarem condições sociais mais humildes e pela maior
incidência de violência urbana.
Imagem 01: Mapa da cidade de Limoeiro que inclui os bairros citados.
O seguinte bairro a ser analisado é o João XXIII: este se localiza mais distante do
Centro e é mais elitizado, com algumas ruas asfaltadas, havendo casas simples, mas muitas
casas sofisticadas. Nesse bairro tem um grande supermercado, o campo florestal, que é
um parque ecológico muito utilizado para fazer atividades físicas, o ginásio poliesportivo,
a AABB da cidade, a Policlínica estadual e o Fórum Municipal. A escola municipal do bairro
EEMF Evaldo Holanda Maia está localizada em meio a todos esses pontos citados, e
estando vizinho a uma praça, não muito estruturada, mas com espaço para crianças
brincarem e adultos caminharem.
Imagem 08: Escola EEMF Evaldo Holanda Maia, no Bairro João XXIII.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para fazer o percurso pelos bairros, foi pensado de maneira estratégica, como um
círculo em torno da cidade, seguindo de um bairro para outro pela proximidade. Ao
observar os bairros, é possível indicar algumas semelhanças: no Luíz Alves/ Roçado e no
Bom Nome as pessoas se sentam mais em suas calçadas para ver o anoitecer, descansar e
pastorar as crianças ao brincarem. Já nos bairros João XXIII e Centro, esse costume é
menos recorrente. No entanto, nas ruas asfaltadas passa a ser ambiente para as pessoas
caminharem e pedalarem, quando o sol sai pela manhã e quando o sol esfria. Um quesito
notável é a falta de zelo e manutenção com todos os ambientes de lazer observados, tendo
lixo ao entorno e o mato crescido e as árvores com os galhos baixos, que dificulta na
iluminação para o uso noturno. Mesmo nos bairros mais elitizados não tem muitos
prédios verticais como condomínios fechados: os mais altos são hotéis. Na cidade tem
crescido o número de casas luxuosas, com dois andares e muitos metros quadrados; essas
ficam ao oposto dos bairros periféricos citados.
Outra semelhança detectável é o padrão das escolas das fachadas das escolas:
todas têm cores iguais, sendo azul e branco, e contam com árvores dentro de suas
instalações ou nos arredores. Mas uma destas escolas se destaca consideravelmente, a
escola EEMF Evaldo Holanda Maia, como se observa na Figura 08 do texto, tem uma
estrutura mais completa, com uma grande quadra esportiva. Essa também se destaca pelo
seu tamanho, que comporta metade de um quarteirão, enquanto as outras têm apenas
uma esquina.
Imagem 14: Mapa do percurso feito no texto.
escola fica ao lado de uma praça, enquanto nos bairros mais humildes a escola está a 2 km
de distância, em média, da área de lazer. Reflito que os ambientes de lazer mais próximos
das escolas favorecem o sentimento de pertencimento. Também fica o questionamento se
as crianças dos bairros mais elitizados estudam nas escolas dos seus bairros ou vão para
outras, sendo estas particulares muitas vezes. E no caso da escola EEF Pe. Joaquim de
Meneses, que está entre duas grandes escolas particulares da cidade, qual o público desta,
pensando a partir dos bairros?
Apesar dos atrasos que são possíveis notar e que houve problemas com o FNDE
dos professores, mas que foi resolvido, a cidade de Limoeiro do Norte está em um
momento favorável em relação ao ensino. Pois muitas escolas municipais foram
sucateadas e fechadas na gestão municipal anterior, sendo que uma delas foi a creche do
José Hamilton no bairro Luís Alves/ Roçado, que voltou com a nova gestão, e outras que
se localizam em comunidades mais próximas da zona rural. Algumas delas, contudo, não
voltaram com atividades.
Na gestão atual tem-se cumprido com o básico da educação, em relação a
pagamentos, suporte material e formativo, principalmente ao enfrentar a atual pandemia
da Covid-19. Os gestores também têm investido nas reformas das praças, duas que se
localizam no Centro, ou por higienização do espaço ou por gentrificação, mas que tiveram
resultados positivos ao melhorar as condições urbanísticas locais, pois pessoas de todos
os grupos sociais passaram a utilizar. Uma que é uma Brinquedopraça, que fica no Centro,
mas em limite com o bairro Luís Alves/ Roçado, e nesta as noites tem diversas crianças
brincando; a a outra, também no Centro, se localiza atrás da Igreja Matriz, com mesas que
dá para jogar xadrez e dominó. No início da noite é possível identificar casais, grupos de
adolescentes, roqueiros e com o tardar da noite as vezes tem grupos de jovens fumando e
bebendo.
A proximidade entre Ensino e Lazer dos bairros de Limoeiro do Norte, portanto,
tal como evidenciando nesse passeio etnográfico em imagens relato nesse texto, guarda
correlações com o público a que se destina. Marca, assim, questões como classe social e
renda na conformação do urbano local.
REFERÊNCIAS
PESAVENTO, Sandra Jatahy. Lugares malditos: a cidade do "outro" no Sul brasileiro (Porto
Alegre, passagem do século XIX ao século XX). Revista Brasileira de História, v.19, n.37,
1999.