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Diversas funções sintáticas podem ser constituídas por grupos preposicionais e, portanto,
podem ser introduzidas por preposição:
• complemento indireto • complemento oblíquo • complemento agente da passiva
• complemento do nome • complemento do adjetivo • modificador do nome • modificador
O reconhecimento da função sintática introduzida pela preposição requer a identificação
dos elementos que a selecionam («exigem») ou com que se relaciona.
Na frase «O teletrabalho, com que os portugueses têm contactado nos últimos meses, nem
sempre é conciliável de forma harmoniosa com a vida familiar.», a preposição «com» introduz
(A) modificador e complemento oblíquo, respetivamente.
(B) complemento do nome e complemento do adjetivo.
(C) modificador apositivo do nome e complemento do adjetivo.
(D) complemento oblíquo, em ambos os casos.
Lê o excerto de uma crónica de Ricardo Araújo Pereira e identifica a função sintática das
expressões sublinhadas, iniciadas por preposição.
A profissão de influencer levanta […] um problema de filosofia da linguagem (a). Exercer influência
sobre outros (b) é uma coisa que se faz, não uma coisa que se diz. É como, por exemplo, a sedução. «Eu
agora estou a seduzir-te muito com este meu sensacional encanto (c)» não seduz ninguém. Anunciar
«vou seduzir-te» costuma inviabilizar a sedução. O encanto precisa de ser demonstrado com palavras (d),
5 mas não enunciado. Ora, o requisito prévio para influenciar pessoas (e) costumava ser omitir o facto
de estarmos a tentar influenciá-las (f). Quando uma pessoa desconfiava de que estavam a querer
influenciá-la (g), resistia a ser influenciada (h). Ser influenciável não era exatamente uma qualidade.
Portanto, chamar a uma profissão (i) influencer não parece ser boa ideia. É o mesmo que identificar-
se como «explorador de marias-vão-com-as-outras», mas em inglês (j). É como colocar no cartão de
10 visita (k): espertalhão que manobra pessoas no sentido de fazerem o que ele quer. Futuras profissões
como manipulators, condicionators e dissimulators deveriam ter isto em consideração.
PEREIRA, Ricardo Araújo, 2018. «Influencers na minha cabeça». In Estar vivo aleija. Lisboa: Tinta da China (pp. 137-138)
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