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Aula 02

Curso Preparatório para Residências em Psicologia


Professores: Lucas Magalhães, Verena Dalton

05366601312 - KAREN MIKAELLY NASCIMENTO SANTOS


Residência Multiprofissional 2017
O atendimento em diferentes espaços e fases da vida
Prof. Lucas Magalhães e Profª. Verena Dalton Aula 02

AULA 02: O ATENDIMENTO EM DIFERENTES ESPAÇOS E FASES DA VIDA

SUMÁRIO PÁGINA

1. Informações Iniciais 01

2. A atuação em diferentes espaços 06

2.1 Ambulatório 06

2.2 Emergência ou Pronto-Socorro 07

2.3 Unidade de Internação ou Enfermaria 11

2.4 Unidade de Terapia Intensiva (UTI) 13

3. Pacientes em diferentes fases da vida 18

3.1 Crianças (0 a 11 anos) 19

3.2 Adolescentes (12 a 17 anos) 30

3.3 Pessoas idosas (Acima de 60 anos) 33

4. A morte e o morrer 34

5. Questões comentadas 37

6. Lista de questões apresentadas 55

7. Gabarito 68
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8. Referências 69

INFORMAÇÕES INCIAIS

Olá, pessoal! Preparad@s para mais uma aula? A aula de hoje é


bem especial e já começamos com uma dica de ouro.

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Para evitar surpresas desagradáveis na hora das provas, é
fundamental que tod@ candidat@ Psi a uma vaga num programa de
Residência esteja a par do seguinte:

Pelo que pudemos notar, ao estudar os editais e provas dos mais


diferentes programas de Residência em Psicologia do país,
independente do “recorte” do programa escolhido, sua prova pode
conter questões sobre outras áreas, unidades de saúde e etapas do
desenvolvimento humano.

O que isso quer dizer?

Quer dizer que, se você tiver interesse numa residência em Saúde


Mental, tendo como campos de prática apenas CAPS, não se
surpreenda com um edital que aponte que você precisa estudar sobre
Psicologia Hospitalar e detalhes da atuação na Média e Alta
Complexidades. Também não estranhe se você se candidatar a uma
residência em Urgências e Emergências e, em sua prova de conteúdos
específicos de Psicologia, houver questões sobre o atendimento em
UTI e Ambulatório. 05366601312

Seguem mais exemplos, para que fique bem claro:

Nada impede que, na prova de Psicologia de um programa de


residência voltado à saúde da pessoa idosa, haja questões sobre o
atendimento a crianças e adolescentes. Nem seria absurdo que, na
seleção para Residência Multiprofissional em Saúde da Família,
visando atuar apenas em unidades básicas de saúde, você se deparasse

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com bibliografia e prova abordando o atendimento hospitalar de
pacientes cardiopatas e oncológicos.

Por isso, é importantíssimo que o edital seja lido atentamente e


conheçamos a real abrangência do conteúdo previsto para as provas.
E, geralmente, os programas procuram por profissionais que tenham
conhecimento sólido a respeito do sistema de saúde como um todo,
da atuação em equipe multiprofissional e do potencial que sua
categoria profissional dispõe para contribuir para a saúde,
ultrapassando as fronteiras daquele programa de residência. Por isso,
essas questões de áreas diversificadas nas provas.

Tendo isso em mente, façam bom proveito do material que lhes


trazemos para se prepararem para as provas!

Nas aulas anteriores, pudemos estudar um pouco mais sobre a história


da Psicologia da Saúde e da Psicologia Hospitalar, sobre seus diferentes
conceitos e a tarefa d@ Psicólog@ Hospitalar. Vamos continuar aprofundando
na tarefa d@ Psicólog@ Hospitalar, trazendo mais detalhes de sua atuação e
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do seu contexto. Vamos em frente!

Vimos que a vivência da hospitalização é permeada pelo adoecer, pela


morte e o morrer e, frente a essa situação, é importante que @ profissional de
Psicologia Hospitalar ofereça condições para a elaboração desse processo e
que traga a oportunidade de certo alívio em um contexto de tanta tensão e
sofrimento psíquico.

Nesse contexto, a adaptação d@ paciente a situação de adoecimento e


hospitalização é influenciada por vários fatores. Romano destaca a “idade,

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sexo, tipo e prognóstico da doença, suporte familiar, escolaridade, fase
da vida produtiva, entre outras” como variáveis que influenciam na vivência
do adoecimento e que precisam ser consideradas na avaliação psicológica.

Outro elemento importantíssimo a se considerar é o ambiente físico da


unidade de saúde em que @ paciente está – Pronto Socorro, Ambulatório,
Enfermaria, Terapia Intensiva. Elementos concretos desses espaços irão
influenciar significativamente, tanto na vivência d@ paciente quanto na
metodologia utilizada pel@ Psicólog@.

Um exemplo disso é a inadequação de realizar um trabalho grupal


com pacientes de uma UTI, dadas as condições do espaço e dos
pacientes.

Nesta aula, vamos trazer especificidades de diferentes espaços do


hospital, bem como discorrer sobre o atendimento a pacientes nas diferentes
fases da vida. Por fim, também abordaremos o luto e suas etapas.

Se o programa de residência em que você


está de olho é direcionado à atuação
específica em algum desses espaços e/ou
com pacientes de certa faixa etária, não
deixe de complementar e aprofundar seus
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estudos com o apoio de bibliografia


específica da área.

Antes de mergulharmos na aula, vocês já sabem que, primeiro, temos


um aviso trazido por nossa corujinha:

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legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Esse curso é um investimento em material fruto do trabalho dos


profissionais do site Estratégias Concursos!

Valorize o trabalho do seu professor e exerça seu papel de


cidadão não contribuindo com grupos de rateio e pirataria que
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são práticas ilegais.

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A ATUAÇÃO EM DIFERENTES ESPAÇOS

Vamos iniciar falando das principais portas de entrada dos pacientes: o


ambulatório e a emergência.

Ambulatório

O ambulatório é o espaço utilizado para atender pacientes que buscam


os serviços de diagnóstico e tratamento, quando não há necessidade de
internação. As ações são de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação
para paciente, família e meio.

É pertinente diferenciar o ambulatório integrado ao hospital e um


ambulatório do posto de saúde. Este último faz parte da atenção primária à
saúde e em muitas situações tem um déficit em termos de ações diagnósticas,
enquanto que o ambulatório ligado ao hospital tem um aparato tecnológico
que o capacita a atender os casos mais complexos e, geralmente, está ligado a
uma universidade ou hospital-escola, pois permite acompanhar todo o ciclo
da doença e tratamento, tendo grande importância pedagógica.

Como o perfil d@ paciente atendido no ambulatório não é aquele que


ficará internado, ou seja, estará presente no cotidiano de sua comunidade,
indo ao ambulatório do hospital algumas vezes no mês ou na semana, este
pode ter condições de buscar atendimento psicológico em outros espaços e,
como geralmente não dá para atender toda a demanda psicológica, @
Psicólog@ que trabalha no ambulatório deve atender aqueles em que as
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questões emocionais estejam diretamente relacionadas à doença


orgânica em questão.

Raramente no ambulatório haverá procura a partir de demanda


espontânea d@ paciente. Normalmente os casos são encaminhados pela
equipe e por isso é importante que @ Psicólog@ esclareça os motivos de
encaminhamento.

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Uma opção interessante no ambulatório é fazer um trabalho
multiprofissional por programas. Por exemplo: “Programa de
acompanhamento de pessoas com endocrinopatias e obesidade” “Programa
para adolescentes cardiopatas”; “Programa de autoajuda para mulheres
mastectomizadas”; “Programa de sensibilização de crianças para o tratamento
odontológico”; etc. Esse tipo de ação otimiza a tarefa, deixa os objetivos da
intervenção claros, permite ações multiprofissionais em torno de objetivo
comum e permite clarificar as questões emocionais que se relacionam com a
doença orgânica.

Emergência ou Pronto-Socorro

As unidades de Emergência, segundo o Manual de Organização e


Procedimentos Hospitalares, destinam-se ao “atendimento diagnóstico e
tratamento de pacientes acidentados ou acometidos de mal súbito com ou
sem risco iminente de vida”, o que exige uma intervenção rápida para
estabilizar seu quadro e aliviar possíveis dores. Porém, não é só isso
que acontece no cotidiano desse espaço.

As Unidades de Emergências se transformaram em verdadeiras


portas de entrada e resolução de todo o tipo de problema. Não só de
pacientes agudos (condições de início súbito, desenvolvimento rápido e
duração curta), mas também crônicos (condições de evolução lenta e
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duração prolongada ou recorrência frequente) e envolvendo problemas


sociais, familiares, ou seja, distorce-se o seu objetivo, muitas vezes se
assemelhando ao atendimento ambulatorial.

Além dos casos de uso inadequado do serviço que pode gerar mal-
estar na equipe, a tarefa nessa unidade necessita ser realizada com rapidez de
raciocínio e abertura para o contato constante com o desconhecido. Na
Emergência, é cinco vezes maior a ocorrência de casos de mortalidade em
relação à enfermaria.

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@ paciente agud@ que chega à Emergência teve uma experiência
súbita que pode ter acontecido pela piora de um quadro de doença que já
tinha ou de outra mudança aguda do estado de saúde. O que esse(a) paciente
vivencia é uma ruptura, uma transformação brusca de seu estado que traz
sensações de descontinuidade, de não saber sobre si, de perdas.

Também cliente da Unidade de Emergência, a família precisa ser


acolhida, informada, cuidada. Ela pode se tornar colaboradora do processo
do cuidado ao familiar doente, mas para isso, é preciso que ela elabore e
integre essa experiência abrupta.

Nesse contexto, existem importantes colaborações d@ Psicólog@.


Para Romano, “Se o Psicólogo é uma presença constante e rotineira,
trabalhando integralmente com a equipe, sua colaboração:

i. Poderá diminuir a procura inadequada desta Unidade,


principalmente ao identificar e atuar nos casos crônicos que para lá
acorrem;
ii. Dessa forma, libera o pessoal para a dispensação dos cuidados
efetivos e para melhor avaliação das necessidades de cada caso;
iii. Apontando e mantendo entrosamento com os recursos da
comunidade pertinentes (fruto de um primeiro diagnóstico
correto), otimiza recursos tanto para o paciente e seus familiares
quanto para a sociedade.
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Prestar serviços psicológicos constantes e rotineiros em Unidade de


Emergência permite, portanto:

I. Identificação correta do problema e uma contra-referência efetiva


e eficaz;
II. Identificar e acompanhar os casos, conhecendo as histórias
pregressas dos doentes;
III. Colaborar, lato sensu, com o tratamento médico, porque:

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a. Sensibiliza a equipe para aspectos psicossociais que impeçam ou
dificultem a comunicação com o paciente;
b. Facilita ao paciente sua maior participação em seu tratamento e
reabilitação;
c. Interage com os familiares, capacitando-os para sua participação
nos esquemas de tratamento e reabilitação;
d. Alivia o estresse do paciente e do familiar causado pelos
problemas médicos e outras situações próprias deste local de
atendimento”

É importante estar atento aos pontos elencados por Romano e


compreender que @ Psicólog@ na Emergência também precisa de rapidez de
raciocínio. É preciso saber que @ paciente pode estar utilizando as suas
defesas mais arcaicas e é importante que a intervenção d@ Psicólog@
contribua para possibilitar a emergência de recursos mais adaptativos à
situação.

Segundo Perez, “O trabalho deve desenvolver-se num atendimento


único, pois a tendência é a permanência na unidade ser muito breve”. Por isso,
as técnicas e recursos utilizados são próprios de intervenções breves.
Falaremos mais sobre esse assunto na Aula 04.
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E, como em qualquer outro espaço hospitalar, @ Psicólog@ deve


permitir a expressão d@ paciente e oferecer condições para o
desenvolvimento do seu posicionamento ativo enquanto sujeito, favorecendo
assim a sua participação no seu próprio cuidado.

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QUESTÃO COMENTADA

1. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). Entende-se por emergência,


as situações clínicas em que a vida do paciente encontra-se em risco
imediato, sendo o objetivo primordial a estabilização das funções vitais do
paciente e alívio da dor (SIMONETTI, 2004). Para Romano (1997), na unidade
de emergência, a pessoa internada vivencia sentimentos e reflexões que são
multiplicados por uma constante impossível de precisar, a qual varia segundo
a história de cada um. Esta constante é influenciada pela introdução abrupta
em um ambiente adverso, com exposição ao seu sofrimento e ao do outro,
perturbando seu equilíbrio dinâmico (ROMANO, 1997).

Sobre a atuação do psicólogo nesse contexto, é correto afirmar que:

A) nas situações de emergência, deve-se distinguir o “sujeito na urgência” do


“sujeito da urgência”. O primeiro corresponde àquele que demanda e solicita
atendimento em caráter de urgência e o segundo é o sujeito que se torna
foco das atenções terapêuticas.

B) o psicólogo cria condições para que as simbolizações do paciente se


instalem, o que dificulta o enfrentamento das situações estressoras
vivenciadas neste contexto.

C) é notório que, nas situações de emergência, a dimensão física do


adoecimento encontra-se em destaque,
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sendo o aspecto subjetivo
indiferente, o que torna a presença do psicólogo dispensável ou muito
esporadicamente solicitada.

D) tanto a psicoterapia de emergência quanto as intervenções em crise


possuem como características o uso de técnicas breves, com específicas
adaptações, no nível estratégico, para situações de emergência e/ou crises.

E) a intervenção psicológica, no contexto de urgência e emergência, visa levar


o paciente a compreender os aspectos mais profundos que o levaram a se

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desorganizar, buscando vias inconscientes para lidar com sua vida.

Resolução:

 A primeira alternativa inverte os conceitos. O sujeito na urgência é


aquele que recebe o tratamento e o sujeito da urgência é o que
demanda. Um exemplo para explicitar: uma filha que pede
atendimento para o pai desacordado numa unidade de Emergência. O
pai é o sujeito na urgência, afinal é ele que irá receber o tratamento. O
sujeito da urgência é a filha que demanda o atendimento. Em alguns
casos, o sujeito pode ser tanto “na” como “da” urgência, nas
situações onde ele, ao mesmo tempo, demanda e é o foco das
ações. Conceitos para memorizar!
 A simbolização não dificulta o enfrentamento das situações estressoras.
Se fosse assim, não haveria razão para a presença d@ Psicólog@ no
hospital.
 Outra assertiva que diminui a importância dos aspectos subjetivos. Ler
esse tipo de coisa é incômodo. Urgh!
 Vamos discutir com mais detalhes as técnicas em outra aula, mas já
vimos nessa aula que técnicas breves são as mais adequadas para esse
contexto.
 Essa descrição talvez se aproxime mais do objetivo de algumas
psicoterapias de longa duração onde se trabalha aspectos mais
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profundos. Lembre-se que no hospital as intervenções são breves e


visam trazer um alívio para a situação de sofrimento!
Alternativa correta: D)

Unidade de Internação ou Enfermaria

De acordo com o Manual de Organização e Procedimentos


Hospitalares, essas unidades são destinadas a “receber pacientes que

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necessitam de assistência médica e de enfermagem por 24 horas, em
regime de internação”. Ou seja, é um local onde os pacientes “residem”
durante um tempo que varia de acordo com cada caso.

Foram essas as unidades que originaram o hospital, sendo que as


demais foram acrescentadas posteriormente a esse núcleo. Ainda hoje
existem hospitais que só tem a unidade de internação. Nessas espaços, os
pacientes passam por certas vivências típicas, descritas por Romano:

“Ocupam involuntariamente seus papéis – fruto de um


comprometimento orgânico. Submetem-se a rotinas e normas pouco ou
nada individualizadas. Compartilham seu espaço físico, intimidade,
emoções com outras pessoas que nem ao menos conhecem – tanto
membros da equipe quanto outros pacientes. Estão afastados tanto das
tarefas para quais estão socialmente designados, quanto de pessoas
significativas, de suas prioridades pessoais. Apesar de o hospital cada vez
mais humanizar-se e particularizar ao indivíduo sua dispensação de
cuidados, seu compromisso é com a comunidade, com um grupo de
pessoas”.

Segundo Romano, o âmago da sua tarefa é a mesma do


consultório: avaliar personalidade; modificar comportamento, e ter
acesso a paciente, família e até outros profissionais.
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Mas há especificidades e variáveis que não podem ser dissociadas do


trabalho no hospital. Portanto, podemos citar como diferenças que o
consultório apresenta em relação ao hospital:

 O paciente reside em sua casa;


 Dirige-se voluntariamente ao atendimento e pode dispensá-lo quando
quiser;
 Formula sua demanda, identificando a sua necessidade de apoio
psicológico e procurando um profissional da Psicologia.

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No hospital, a identificação da demanda geralmente vem da


equipe e/ou d@ Psicólog@. Para não haver resistência à atenção
psicológica, @ Psicólog@ precisa ser presença constante na rotina da
enfermaria. “Precisa estar onde os acontecimentos estão”.

Como falamos na aula passada, nesse contexto, @ Psicólog@ fará


intervenções focais, em aspectos relacionados com o processo de
adoecer e a hospitalização. Além disso, é necessário pensar sobre a
“otimização do tempo, racionalização da tarefa e número de pessoas
atendidas” para @ Psicólog@ Hospitalar organizar melhor a sua tarefa.
Considerando estas variáveis, a preferência é ocorram atendimentos em
grupo.

Na internação, @ Psicólog@ deverá ser flexível, pois o seu trabalho está


sujeito a interrupções e outras interferências que ele não pode controlar. Isso
não deve ser interpretado como se não dessem importância ao trabalho d@
Psicólog@, pois isso faz parte do contexto, é o “imponderável”. É importante
que @ Psicólog@ organize as suas tarefas tendo em consideração a rotina do
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hospital, como a hora do banho, refeições, visitas, etc. Mas, ainda assim,
provavelmente os imprevistos ocorrerão.

Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Segundo o Manual de Organização e Procedimentos Hospitalares,


essas unidades destinam-se “a receber pacientes em estado grave, com a
possibilidade de recuperação, exigindo permanentemente assistência

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médica e de enfermagem, além da utilização eventual de equipamento
especializado”. O monitoramento é constante, o diagnóstico é rápido, os
procedimentos são invasivos e o tratamento é imediato para pacientes
que se encontram em estado crítico, muitos com risco de morte iminente.

Essa unidade, como o próprio nome já diz, traz uma intensidade que
diz respeito não apenas a natureza dos cuidados, mas a toda a rotina e
vivências que acompanham as equipes, os familiares e os pacientes. Junto
com a unidade de Emergência, a UTI é o contexto que mais gera
problemas emocionais nos profissionais. Os sentimentos experienciados
pelos profissionais são intensos: desde a sensação de heroísmo e salva-
vidas, até vivências de impotência e perdas.

Nesse ambiente, o limite entre vida-morte está presente


cotidianamente. De maneira diferente da Emergência, a quantidade de
problemas sociais presentes não é tão grande, salvo por situações de
pacientes com doença crônico-degenerativas (perdas paulatinas e
irreversíveis) que precisam de cuidado durante um tempo maior em um
espaço que se caracteriza pela rotatividade.
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As crenças religiosas podem ser muito importantes nesse


momento se aliadas ao processo para significar a ruptura que @
paciente está vivenciando, contudo, também pode se tornar
estereotipadas quando se tenta, a partir da religião, negar as
vivencias.

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Há diversos estudos que mostram os efeitos danosos ou


iatrogênicos da UTI. Houve grandes modernizações na arquitetura desse
espaço para reduzir os efeitos negativos, mais do que qualquer outro
ambiente do hospital. Mas o fato é que esse ambiente físico ainda gera
grandes problemas aos pacientes.

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Um dos grandes problemas é a interferência no ciclo circadiano normal,


gerando fenômenos que aconteceriam com qualquer outra pessoa que tivesse
privada de sono. Segundo Romano, essa interferência gera: “mudança no
estado mental, irritabilidade, fala desconexa, desorientação, alucinação,
delírios paranoicos”. Para Romano, essas interferências no ciclo circadiano são
geradas pelos seguintes fatores:

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 Fatores ligados aos pacientes: severidade da doença, medicações,
dor, febre, perda de controle, medo, ansiedade, estresse.
 Fatores ligados à equipe: exames diagnósticos, procedimentos
de enfermagem, procedimentos invasivos.
 Fatores ambientais: luzes, barulhos e odores.

Dá para perceber, portanto, na UTI quadros de estresse, ansiedade, e,


também algo muito comum que é o delírio, que é “um prejuízo global
reversível dos processos cognitivos (...) manifesta-se através da desorientação,
prejuízo da memória de curto prazo, distúrbios de atenção e concentração,
alucinações, fala e pensamentos desorganizados”. Aparece, em maior parte,
nos pacientes pós-cirúrgicos.

Outro quadro presente no contexto da UTI é o de depressão que


aparece com mais frequência nos casos de cronificação da internação. Alguns
autores falam de Síndrome da UTI quando se referem a esses estados
confusionais, reversíveis e secundários à UTI.

Faz parte das ações humanizadoras, atuar nesse ambiente


proporcionando a redução de barulhos, acesso a janelas, calendários,
relógio que podem facilitar na orientação d@ paciente em relação ao
tempo e espaço.

Além disso, é relevante pontuar que o adoecer de maneira súbita


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e grave traz uma grande desorganização psíquica. Os pontos de


certezas que @ paciente se sustentava são questionados e surge uma
série de reações, como Torres comenta: “desde o afastamento da
realidade, negação, raiva até o conformismo e aceitação dos próprios
limites”.

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Logo no ingresso d@ paciente ao hospital, há frequentes reações de


ansiedade e desamparo, e após a adaptação, sentimento de alívio da angústia.
Contudo, quando a internação é prolongada, o desequilíbrio psicológico
aumenta.

A inserção d@ Psicólog@ na equipe da UTI tem um efeito de


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autorização da subjetividade e Romano descreve que, ao invés da


complexidade da situação na UTI paralisar @ Psicólog@, ele “deve maravilhar-
se com a grande mobilização de conteúdos internos e com a sensibilização
para o atendimento que ocorre nesse lugar”. Acontece que nesse ambiente,
pel@ paciente/familiares/equipe se encontrarem diante da finitude, há uma
grande possibilidade de ressignificação e reposicionamento diante da
vida.

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@ Psicólog@ pode atuar nesse contexto criando condições para
elaborar as vivencias diante da finitude. É importante que @ paciente
possa se expressar e se relacionar para que ele não se sinta solitário e
confinado. Além disso, é pertinente facilitar a comunicação entre @ paciente,
a família e a equipe: @ paciente precisa de informações, a família precisa
de informações e a equipe precisa saber da importância de fornecer
informações. Dessa maneira, fantasias prejudiciais podem dar lugar a uma
perspectiva mais realística do adoecimento.

É papel d@ Psicólog@ perceber qual dos membros da família está com


mais condições de receber informações. Esse é um momento que a família
também se desorganiza, revisa seus papeis e precisa de um canal de
expressão. O próprio espaço da UTI pode ser um lugar de elaboração dos
vínculos familiares.

Para atuar nesse espaço, falamos isso na aula passada e reforçaremos


mais adiante, é importante que @ Psicólog@ trabalhe a própria relação com a
morte e o morrer. Profissionais de saúde na UTI pode se encontrar com certa
frequência numa situação de evitação em relação a pacientes que não podem
curar. Por isso é importante trazer para o hospital a dimensão do cuidar e
não apenas do curar.
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Lembra quando falamos da intervenção que gera um alívio


diante do sofrimento no ambiente hospitalar? Isso faz parte da lógica
do cuidado e mostra que @ Psicólog@ tem muito a contribuir nesse
espaço da UTI!

PACIENTES EM DIFERENTES FASES DA VIDA

É uma informação tão óbvia que, somente em momentos como


este, nos damos conta de que o sistema de saúde e as práticas em

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Psicologia são “adultocêntricas”, ou seja, tiveram seus fundamentos
construídos tendo como eixo central as características e demandas da
população na fase adulta da vida.

Por conta disso, nesta aula, as etapas do ciclo de vida


trabalhadas serão as que possuem peculiaridades que, geralmente,
não são contempladas nos tópicos das aulas. A fase adulta ficará de
fora, neste momento.

Só não esqueçam que é fundamental se instrumentalizar de


maneira complementar com a bibliografia específica das práticas em
Psicologia da Saúde com pessoas da fase da vida correspondente ao
programa de Residência, caso o que você escolheu possua esse recorte
(como UTI Neonatal, Saúde da Criança e do Adolescente, Saúde da
Pessoa Idosa).

Crianças (0 a 11 anos)

O adoecimento e hospitalização na infância é algo que causa grande


impacto tanto na criança, quanto em sua família, e um dos maiores problemas
que aparecem nesse contexto é a separação da criança de sua família no
hospital.

Visando minimizar o sofrimento psíquico das crianças aos possíveis


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malefícios da hospitalização, Chiattone sugere atividades humanizadoras a ser


implementadas pelas equipes, nos hospitais:

Indicação correta de internação: É importante que a internação surja de


uma necessidade real, devido aos possíveis impactos que ela pode
trazer.

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Preparação da criança para a hospitalização: A criança precisa
compreender a necessidade da hospitalização e ter as
informações, considerando o seu nível de entendimento. Enganar a
criança ou vincular a hospitalização ao divertimento pode trazer
consequências negativas.

Chegada ao hospital: A equipe de saúde, à chegada da criança ao hospital,


deve estar preparada para recebê-la. Não se deve separar
imediatamente a criança do seu acompanhante. A situação de
chegada deve ser o mais agradável possível, o ideal é que
crianças menores de cinco anos de idade não fiquem sozinhas no
hospital. Outra estratégia boa é que a família traga de casa um
objeto que a criança goste muito.

Prazo de internação / Licenças: A internação deve ser a menor


quantidade de dias possíveis. O tratamento, se possível, deve ser
continuado no ambulatório. Caso não se consiga fazer isso, o
hospital pode dar licenças temporárias para as crianças ficarem o
final de semana com a família ou alguma data importante.

Visitas: As visitas são um direito da criança e os hospitais devem facilitar


esse processo, ao invés de criar justificativas alegando que os
familiares atrapalham o tratamento.

Preparo da alta: o processo de alta também deve ser trabalhado com a


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criança, para que ela elabore esse momento de afastamento do


ambiente hospitalar e das pessoas que ela conheceu nesse
contexto.

No entanto, os elementos que influenciam a vivência da doença e da


hospitalização pela criança não se extinguem com essa lista de atividades. Há
outros, que fogem ao controle dos profissionais de saúde, mas que podem e
devem ser identificados. Chiattone elenca os seguintes:

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I. Idade da criança – A fase que traz mais consequências negativas fica
entre os dois e cinco anos.

II. Situação psico-afetiva da criança – A estrutura psicológica e afetiva


da criança no momento do surgimento da doença e da hospitalização
também influenciam sobre as consequências nocivas da hospitalização.

III. Relacionamento prévio com a mãe e/ou substituta – Se a criança


vem recebendo um bom suporte afetivo no relacionamento com a mãe
ou substituta, sente-se segura e amada, isso influenciará positivamente
em como ela vivenciará o novo contexto.

IV. Personalidade da criança – A criança não é uma folha em branco. A


sua personalidade e características individuais irão também influenciar
as suas vivencias.

V. Capacidade de adaptação – O hospital, sendo uma situação nova,


exigirá uma adaptação por parte da criança. A sua personalidade e
relacionamento prévio com a mãe e/ou substituta tem influência nesse
aspecto e determinará sua segurança ou insegurança em sua adaptação.

VI. Atitudes de equipe hospitalar – A equipe também tem um importante


papel em como a criança irá vivenciar o contexto. Uma equipe
extremamente profissional, fria e rigorosa, que não dá carinho e
acolhimento às crianças, podem causar efeitos negativos e sequelas.

VII. Rotinas hospitalares – As rotinas hospitalares precisam incluir a


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transmissão de informações às crianças para que compreendam o que


está acontecendo. Rotinas extremamente rígidas e que não consideram
importante a comunicação com a criança também pode trazer efeitos
danosos.

VIII. Experiências vividas durante a hospitalização – O que foi vivido na


hospitalização estará ligado ao grau de sofrimento e as possíveis
sequelas.

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IX. Duração da hospitalização – O tempo que a criança fica hospitalizada
também é um fator que determina as consequências da hospitalização.
O que se discute é que após quatorze dias de hospitalização a criança
começa apresentar ansiedade e mal estar.

X. Tipo de internação – Uma internação abrupta, via pronto socorro gera


consequências diferentes de uma internação programada via
ambulatório. A primeira pode gerar muito mais sofrimento.

XI. Natureza da doença – Uma criança com uma doença terminal tem uma
vivência diferente de uma criança com uma patologia mais simples.
Portanto, a natureza da doença também influencia na vivência.

Considerando o que foi levantado pelo primeiro elemento, a idade da


criança, podemos partir para reflexões sobre características específicas de
algumas subetapas da infância.

De 0 a 6 meses é uma fase da vida que se caracteriza por extrema


dependência, sendo uma época muito importante para o contato entre a mãe
e o bebê. O processo de maternidade é marcante, envolve muitas expectativas
e pode gerar um grande aprendizado, mas também podem surgir transtornos
psicológicos na família.

A relação mãe e bebê se desenvolve em um relacionamento vincular


que gera gratificações recíprocas, mas quando o bebê nasce com algum tipo
de má formação, esse processo pode sofrer interferências. Nessas situações o
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choque entre as expectativas e a realidade pode gerar muito sofrimento


e desorganização.

O relacionamento entre os pais pode entrar em crise, podem


surgir sentimentos de negação, culpa e frustração, inclusive, a mãe e

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o pai podem tentar procurar culpados entre eles. Além disso, a UTI
como discutimos acima é um ambiente que pode gerar muitos efeitos
negativos. Estar na UTI neonatal e o contato com a situação do bebê
pode produzir o luto antecipatório, que se caracteriza por reações de
perdas, mesmo antes de alguma ter ocorrido.

A separação da mãe pode causar sensações de abandono e por


isso, as ações devem visar minimizar essa sensação, facilitando o
acesso da família ao contato com o bebê. Além disso é importante
que o ambiente físico tenha estímulos que passem a sensação de um
ambiente alegre, colorido, com vida. Uma prática simples, como tirar
o bebê do berço e passear um pouco faz muito bem.

Como nessa faixa etária a criança é muito pequena, a maior parte da


atuação d@ Psicólog@ é com os pais, sensibilizando-os, trabalhando os
sentimentos de culpa, hostilidade, agressividade, desestruturação,
negação, medo, depressão. É importante trabalhar a estrutura dessa família,
pois a participação deles é um dos elementos principais no tratamento da
criança. Diante de tanto sofrimento, é relevante permitir a expressão desses
pais e dos seus sentimentos ambíguos como, por exemplo, o desejo reprimido
da morte do filho.

Os atendimentos em grupos com os pais são muito importantes na


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neonatologia, pois eles podem diminuir a angústia compartilhando sobre a


sua situação e escutando os outros pais, bem como trocar informações
importantes.

Um ponto de atenção são os outros filhos do casal: eles também sofrem


com a crise na família. É importante que os pais sejam verdadeiros com os
filhos saudáveis, pois as fantasias que podem ser geradas em torno dessa
situação pode gerar mais angústias e dificuldades de relacionamento.

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O ideal é que as crianças, mesmo neonatos, estejam sempre com


acompanhantes presentes! Contudo, se os bebês não estiverem com
familiares presentes, é interessante no ambiente hospitalar que as mães de
outras crianças também possam oferecer um pouco de seu carinho e atenção
para elas.

Podemos pensar que para crianças maiores (7 meses a 11 anos) é


desorganizador entrar num hospital: envolve medo e ansiedade. Além disso,
não só exposição à doença e ao ambiente hospitalar traz esses sentimentos,
muitas vezes a criança é afastada dos seus familiares, o que gera rupturas nos
vínculos e processos como regressões no desenvolvimento psicomotor,
anorexia, febre, etc. Inclusive, muitas crianças podem vivenciar esse processo
como se fosse uma punição e sentir culpa, pois pode surgir o pensamento
que errou e teve a doença como castigo.

Por outro lado, algumas crianças, por condições socioeconômicas ou


vivências de mal-estar no ambiente familiar, podem ter ganhos secundários,
pois no hospital elas terão alimentação, atenção, entre outros elementos que
podem servir como proteção à criança que se encontra em situação de
vulnerabilidade. 05366601312

É importante que a abordagem em relação à criança seja


ludoterápica, propiciando condições para conhecer a criança, facilitar sua
expressão e orientá-la com base nos conteúdos que surgir.

Nos grupos se utiliza a Caixa Lúdica que, entre outros brinquedos,


existem aqueles que se aproximam dos utilizados no cotidiano do serviço
hospitalar como seringas, estetoscópio, etc. Isso é importante para facilitar
as condições para a elaboração das vivências hospitalares a partir do recurso
lúdico.

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Em relação às crianças que estão na fase de bebê (7 a 24 meses), a
atuação se dá principalmente com os pais e @ Psicólog@ fornece orientações
sobre como agir com o bebê a partir da estimulação: toques, conversas com
ele enquanto se faz os procedimentos, músicas suaves.

O trabalho com os familiares é importante, pois eles podem estar


desorganizados frente à experiência de adoecimento da criança, e são
partes fundamentais para a sustentação e o cuidado desse membro da
família. É importante que se inicie o trabalho com eles, em grupo, antes
da cirurgia da criança e que haja continuidade no processo na
enfermaria. Assim, se esclarecem informações, trabalha angustias e
fantasias em torno do adoecimento e faz com que eles ajudem a criança
nesse processo difícil. De acordo com Favarato e Gagliani, pode-se fazer:

a. Grupo informativo de pais ou responsáveis pré-internação –


Conhecer sentimentos, fantasias, fazer esclarecimentos, fornecer
informações;

b. Atendimento psicológico individual aos pais/responsáveis


durante a internação - Expressão de angústias; conhecimento do
contexto familiar da criança, entendimento do papel da criança doente
dentro da família;

c. Grupo Multiprofissional com pais/responsáveis durante


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internação – Discussão de dúvidas com vários profissionais.

Para as crianças, de maneira geral, prioriza-se o enfoque grupal, sendo


que nos grupos pré-operatórios, trabalha-se as fantasias, o que ela já sabe
sobre o que está vivenciando, faz-se preparação para o momento da cirurgia,
fornece informações e, em caso de distorções, faz esclarecimentos.

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Nos grupos pós-operatórios, trabalha-se a integração e organização das
vivências pré e pós operatórias. Segundo Favarato e Gagliani, “no período em
que está na recuperação pós operatória imediata (UTI), o objetivo do
atendimento é favorecer a criança em termos de
tempo/espaço/acontecimentos, além de estabelecer uma ligação com a
experiência pré e pós operatória. A equipe que presta atendimento na UTI é
diferente da equipe da enfermaria, sendo o psicólogo o profissional que
acompanha a criança em todo seu percurso”.

Os atendimentos individuais são para crianças com dificuldade de


locomoção, surdez ou cegueira. Os recursos utilizados também são lúdicos e
trabalha-se as fantasias, esclarece-se as informações, etc. Mesmo as crianças
recebendo medicação endovenosa podem participar de atividades em
salas de recreação. Apenas aquelas que estão com movimentos limitados
recebem as intervenções apenas no leito, com atividades específicas.

QUESTÃO COMENTADA

2. (Residência Multiprofissional UFRN 2016). Assinale a alternativa que


melhor corresponde ao descrito por Calvetti e colaboradores (2008), sobre a
internação infantil.
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A) Na internação infantil, a autenticidade do profissional de saúde é


fundamental com a família, porém deve ser evitada com a criança, a fim de
preservá-la de futuro trauma psíquico.

B) A autenticidade na relação entre o profissional de saúde, a criança


internada e sua família, é fundamental para construção da entrega
participativa do paciente, onde este confia e autoriza a equipe de saúde a
cuidá-lo, otimizando o tratamento e a sua recuperação.

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C) O vínculo entre a equipe de saúde e a criança internada fica
comprometido quando a equipe não preserva a criança de questões difíceis e
informa o quadro clínico para a criança.

D) Na internação infantil é fundamental que o psicólogo oriente a equipe de


saúde e familiares sobre o que deve ser omitido à criança, a fim de não a
traumatizar e para construir um ambiente adequado para a sua recuperação.

Resolução:

 Pelo que vimos, a primeira, terceira e quarta alternativas estão bem


erradas, não é? É preciso de autenticidade com a criança, que também
precisa de informações. E @ psicólog@ deve facilitar o canal da
comunicação e não promover omissões.
Alternativa correta: B)

É importante que @ Psicólog@ compartilhe algumas informações com


a equipe, de modo que ajude aos profissionais a desenvolver uma visão
global do caso. Favarato e Gagliani cita sobre as informações que @
Psicólog@ deve fornecer:

a) Dinâmica familiar em relação a situação de doença e


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hospitalização;

b) Papel que a criança doente desempenha no meio familiar;

c) Estágio de desenvolvimento cognitivo e psicossocial em que a


criança se encontra;

d) Dinâmica psíquica e características individuais da criança


(habilidade para assimilar informações, forma de reagir quando
enfrenta situações de estresse);

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e) Experiências anteriores de hospitalização e cirurgia.

Para sintetizar as informações, vamos trazer a situação vivenciada pela


criança a partir das definições de Chiattone.

É importante saber os termos utilizados, pois essas definições caem


em muitas provas! Vamos lá:

I. Privação Materna – Situação de abandono: a separação da mãe é algo


prejudicial, mas infelizmente isso acontece em muitos hospitais.

II. Medo do desconhecido: o adoecimento e a hospitalização são


situações novas para a criança e isso junto a desinformação, que
muitas vezes é mantida pela equipe, faz a criança ter um aumento do
medo e das fantasias.

III. Sensação de punição/culpa: a criança pode vivenciar a situação de


doença a partir de um sentimento de estar sendo punido por algo que
ela fez ou deixou de fazer.

IV. Limitação de atividades e estimulação: a doença e o hospital podem


trazer perdas nas possibilidades de atividades que a criança tinha fora
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desse contexto. Isso pode trazer entristecimento pelos limites de


estimulação.

V. Aparecimento ou intensificação do sofrimento físico: os


procedimentos de exames e a própria doença pode ocasionar
sensações de dor e sofrimento na criança.

VI. Despersonalização: a nova situação pode ocasionar uma grande

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ruptura com o que a criança já vinha construindo em termos de
identidade. No hospital, com suas normas e regras, a criança tem que
fazer procedimentos que não faziam parte do seu cotidiano. Além
disso, a falta de visitas de familiares aumenta a sensação de
despersonalização.

QUESTÃO COMENTADA

3. (Residência Multiprofissional UFPB 2015). A criança hospitalizada pode


apresentar transtornos emocionais, físicos e intelectuais em resultado da
ausência da mãe ou da família no hospital. Sobre este tema, leia cada
assertiva que se segue marque [V] (verdadeiro) ou [F]. (Falso). Em seguida,
assinale a sequência correta:

[ ] Danos emocionais da privação materna não podem ser atenuados por


atitudes da equipe hospitalar, nem por experiências satisfatórias durante a
hospitalização.

[ ] Pesquisas indicaram que as visitas maternas às enfermarias pediátricas


estão associadas ao aumento do nível de infecções.

[ ] A privação parcial ou total dos cuidados maternos, quando da


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hospitalização, provoca na criança sensação de abandono e angústia.

[ ] Estudos mostram que a reação de bebês à hospitalização e à separação


das mães varia em função da idade e situação psicoafetiva com a mãe.

[ ] Os efeitos da privação materna podem ser suavizados se a criança passar


a receber cuidados de outra pessoa com quem já tenha algum vínculo
afetivo.

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A) VFFVF

B) VFVVV

C) FVFVV

D) VFFVF

E) FFVVV

Resolução:

 A primeira assertiva se mostra falsa, pois um cuidado humanizado e


acolhedor no ambiente hospitalar podem trazer vivências de satisfação
e alívio de sofrimento. O cuidado da mãe tem um papel
importantíssimo, mas isso não exime os profissionais da saúde de fazer
o seu papel enquanto cuidadores.
 Muitas vezes a segunda assertiva utilizada como argumento para privar
as crianças hospitalizadas de ser acompanhadas pelos familiares.
 Como falamos acima, o cuidado da materno é importantíssimo e as
três últimas assertivas são coerentes com nossos estudos. O vínculo é
sustentador e tem função fundamental no processo de cuidado.
Portanto, a sequência correta é F-F-V-V-V: Alternativa correta:
E)

Adolescentes (12 a 17 anos)


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Adolescentes se encontram em um processo de mudanças ocorridas


pela puberdade e vivenciam um período de perdas e lutos: luto pelo corpo
infantil, luto pela identidade infantil, luto pelos pais da infância.

A situação se caracteriza por mudanças do seu corpo, transformando


sua imagem corporal e, além disso, @ adolescente encontra-se numa situação
onde já não é mais criança, porém não é adult@. A relação com os pais muda,

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pois ele(a) precisa de uma individuação e nesse processo busca relação com
grupos que @ ajudam na construção de identidade.

Favarato e Gagliani trazem alguns pontos sobre elementos vivenciados


pel@s adolescentes: “Busca de si mesmo e da identidade (mudança de
papel social/busca de autonomia); Tendência grupal (período de
sociabilidade); Necessidade de intelectualizar e fantasiar (pensamentos
onipotentes); Crises religiosas (instabilidade de posicionamentos);
Deslocalização temporal (imediatismo); Evolução sexual manifesta (auto
erotismo para heterossexualidade); Atitude sexual reivindicatória (rebeldia);
Sucessivas contradições em todas as manifestações de conduta (acting
out/testa seus limites); Separação progressiva dos pais (independência
versus dependência); Constantes flutuações de humor (euforia versus
depressão)”

Na adolescência, por haver conflitos inerentes ao ciclo de vida, o


adoecimento traz uma potencialização do que já é vivenciado. A sua
imagem corporal, com o adoecimento e todos os procedimentos da
hospitalização pode ficar comprometida. O afastamento de seu convívio
com seus grupos de amizades na hospitalização, pode trazer problemas
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como auto estima baixa, transtornos depressivos e comportamentos


suicidas. Inclusive, a hospitalização prolongada pode prejudicar os seus
relacionamentos futuros.

Em relação a sua sexualidade, podem haver sentimentos de


impotência e incapacidade de sedução. E além desses fatores, @
adolescente pode ficar na ambivalência da necessidade de independência
dos pais e, ao mesmo tempo, o desejo de proteção oferecida pelos pais na

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hospitalização.

Tanto no trabalho com os pais, quanto no trabalho com a equipe,


é importante dar orientações sobre as particularidades da adolescência e o
quanto esse processo pode potencializar alguns conflitos. A partir de uma
avaliação de como esses pais estão vivenciando esse processo de
adoecimento do filho adolescente, se vê se é necessário um
acompanhamento individual.

De acordo com Favarato e Gagliani, é interessante orientar a equipe no


sentido de:

 “Valorizar os sentimentos e a preocupação especial que o jovem tem


com o seu corpo;

 Oferecer informações numa linguagem clara e inteligível, quantas


vezes forem necessárias, para evitar distorções a respeito de sua doença
e limitações. Essa transmissão de informações também é importante
para que o jovem participe ativamente de seu tratamento e assuma uma
postura mais responsável. Informações referentes ao procedimento
cirúrgico devem ser transmitidas com antecedência, para que o
adolescente possa elaborar a situação e tenha tempo para formular
questionamentos; 05366601312

 Trabalhos em grupos são sempre produtivos e eficientes junto aos


jovens. No Ambulatório do INCOR, a psicologia realiza semanalmente
um grupo informativo entre os adolescentes liberados pela equipe para
realização de cirurgia cardíaca. As questões abordadas nesse encontro
são as seguintes: internação, rotina institucional, procedimentos pré e
pós cirúrgico e alta hospitalar. Os grupos além de permitirem a
identificação e facilitarem a adaptação ao ambiente hospitalar,
propiciam o esclarecimento de dúvidas e novas formas de

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enfrentamento da doença. Também são excelentes formas de recrutar
aqueles pacientes que apresentam necessidade de atendimento
individualizado;

 Compreender que o comportamento rebelde, onipotente e


imediatista dos adolescentes é transferido para o ambiente hospitalar,
podendo ser observado nas seguintes situações: falta de aderência ao
tratamento, condutas de desafio, atitudes hostis, expectativas
fantasiosas com relação a cura, etc. Paradoxalmente o adolescente
também pode apresentar comportamentos regredidos e ambivalentes”.

Pessoas Idosas (Acima de 60 anos)

Em relação ás pessoas idosas, nota-se que é uma fase de perdas como a


perda do corpo jovem, perda de alguns vínculos, mas também há ganhos
como a sabedoria, apesar de que em nossa cultura é dado maior peso as
perdas. O olhar negativo sobre o envelhecimento traz impactos para as
vivencias das pessoas idosas: a queda da autoestima, a depressão, o
sofrimento, o aumento da dificuldade em lidar com as transformações da
visão, da audição, da locomoção.

Apesar dos estereótipos e da desvalorização que circula na sociedade,


em sua maioria as pessoas idosas podem viver de maneira autônoma e ser
idoso não é a mesma coisa que ser doente. Contudo nesse momento de vida
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a incidência de enfermidades é maior e alguns idosos vivem sob o


cuidado de familiares e/ou profissionais de saúde.

O adoecimento nessa etapa é um desafio e a sua vivencia vai depender


de sua estrutura interna e familiar. A pessoa idosa que tem uma família que o
apoia, que há um espaço para a sua participação ativa, vivenciará a situação
de adoecimento de maneira muito diferente de um que não esteja nessas
condições.

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@ psicólog@ hospitalar deve atuar além d@ paciente, com a família
que tem importância significativa no prognóstico d@ paciente e também com
a equipe. Em relação ao ambiente de cuidados, alguns idosos enfermos são
cuidados na própria casa e/ou em instituições especializadas.

O vínculo, a aproximação, a comunicação com a pessoa idosa é


muito importante. Mesmo que a fala dela esteja comprometida, o toque
e o olhar são importantes para o cuidado.

Para se cuidar da pessoa idosa é importante um conhecimento


especializado e, em muitas instituições de saúde, que muitas vezes estão
preparadas para o adulto, pode-se haver dificuldade em lidar com a pessoa
idosa. Segundo Pessini: “cuidar de idosos significa, antes de tudo, entrar em
contato com nosso próprio processo de envelhecimento”.

A pessoa idosa pode fazer com que os profissionais entrem em contato


com o próprio envelhecimento e, também, podem trazer o tema inconsciente
da morte e do morrer. Como nos hospitais esse processo não é tão bem
elaborado e muitas vezes evitado, isso pode gerar sérios prejuízos no cuidado.

A MORTE E O MORRER 05366601312

Ao olhar para a história da humanidade, nota-se o quanto a medicina


evoluiu trazendo a cura para muitas doenças e evitando as causas de muitas
mortes. Por outro lado, a ciência também trouxe um lado trágico, tanto em
termos de possibilidade de destruições em massa, como também, uma
desumanização dos cuidados em saúde.

Mas com todos esses avanços tecnológicos que trazem impactos sobre
o processo de vida/morte, a relação dos sujeitos com a morte continua sendo
vivenciada como um acontecimento medonho, pavoroso, medo universal.

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Houve, no entanto, uma mudança na maneira de lidar com ela: evita-se e
ignora-se. Remove-se de casa o parente à beira da morte e afasta-se as
crianças, inclusive, cria-se mentiras para elas sobre a situação.

Kübler-Ross fala da importância de admitir a possibilidade da própria


morte e refletir sobre ela. Para o tratamento em saúde isso é importantíssimo,
como discutimos na aula, entrar em contato com um paciente terminal,
também faz entrar em contato com a própria morte e como se relaciona com
ela.

Na área da saúde não se pode evitar esse tema:! Na comunicação


com um paciente, com um tumor maligno, ao invés do médico se perguntar
se deve falar isso para @ paciente, deve pensar em como compartilhar essa
informação com ele. É importante abrir os canais de diálogo e não “fechar as
portas” da esperança. Mas isso será influenciado por como o médico lida com
a própria morte.

Informações sobre o Inconsciente

Kübler-Ross comenta que o nosso inconsciente não concebe


morrer de causa natural, mas atribui essa morte sempre ao outro, ao
ambiente, a uma força maligna.
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Pode haver uma crença inconsciente em nossa imortalidade, porém


isso não se aplica aos outros, podendo surgir o pensamento inconsciente
de “ainda bem que não fui eu” diante da morte do outro.

Outra vivencia a ser pontuada é que o inconsciente não distingue o


desejo da morte, da morte propriamente dita. Isso explica os sentimentos
de culpa, por exemplo, que crianças sentem se um dos seus pais morrem:
elas podem achar que foi por causa delas.

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Fique atent@ aos diferentes estágios elencados por Kübler-Ross
quando um paciente entra em contato com uma doença incurável, é questão
frequente de muitos processos seletivos de residência:

1º Estágio: Negação e Isolamento – Ao receber o diagnóstico de uma


doença incurável, muitas vezes de forma abrupta, é comum uma
reação de negação, a tentativa de encontrar erro no diagnóstico ou
procurar outro profissional. Frase: "Isto não pode estar a acontecer.";

2º Estágio: Raiva – O estágio da raiva surge quando não se consegue


mais sustentar a negação. Aí vem as perguntas “porque eu?” junto
com raiva, ressentimentos, inveja, etc. Nessa etapa, há muitas queixas.
Essas queixas e raivas precisam ser analisadas e não reagidas de
maneira pessoal pelos profissionais e família quando viram alvo do
comportamento hostil. Frase: "Por que eu? Não é justo.";

3º Estágio: Barganha – Quando se vê que os modelos anteriores não


funcionaram muito bem, pode surgir um estágio de negociação,
geralmente com Deus, com promessas para conseguir recompensas
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como o adiamento da morte ou diminuição do sofrimento. Frase:


"Deixe-me viver apenas até ver os meus filhos crescerem.";

4º Estágio: Depressão – Nesse momento o paciente entra em contato


com a realidade das perdas e por isso entra no estado de depressão.
Frase: "Estou tão triste. Porquê me hei de preocupar com qualquer
coisa?";

5º Estágio: Aceitação – Nesse estágio não se luta contra a realidade,

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mas se aceita a situação. Frase: "Vai tudo ficar bem.".

Agora, chegou o momento da aula em que vocês podem colocar em


prática o que aprenderam até aqui, revisar os conteúdos e até
aprender algo novo. Aproveitem!

QUESTÕES COMENTADAS

4. (Residência Multiprofissional UFJF 2013). O paciente, ao ser


hospitalizado, sofre um processo de total despersonalização. Deixa de ter seu
próprio nome e passa a ser um número de leito, ou, então, alguém portador
de determinada patologia. O estigma de doente irá criar a necessidade
premente de uma total reformulação, até mesmo de seus valores e conceitos
de homem, mundo e relação interpessoal de suas formas conhecidas.

Assim, de acordo com Camon (2004, p. 67), marque a opção CORRETA


relacionada à situação de hospitalização.

A) Algo corriqueiro enquanto vivência, havendo a possibilidade de previsão


anterior à sua própria ocorrência.
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B) Algo único enquanto vivência, não havendo a possibilidade de previsão


anterior à sua própria ocorrência.

C) Algo único enquanto vivência, havendo a possibilidade de previsão e


expectativas com relação à sua própria ocorrência.

D) Algo esperado, o paciente deve-se preparar para esse momento ao longo


de sua vida.

Resolução:

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 A hospitalização não costuma ser esperada nem corriqueira para a
maioria das pessoas. É algo único! Justamente por não ser algo
previsível, torna-se muitas vezes uma vivencia abrupta e
desorganizadora.

Alternativa correta: B)

5. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). Considerando que o


atendimento emergencial no Hospital Geral é caracterizado,
predominantemente, por doenças agudas, é correto afirmar que:

A) o tratamento implica disciplina diária e toma tempo do paciente,


tendendo a prolongar-se por muito tempo.

B) o tratamento é focado no essencial, sendo, este aspecto cuidado, exigindo


avaliações atualizadas constantemente.

C) os sinais e sintomas são evidentes e de instalação súbita, apesar disso


sabe-se que o progresso e velocidade são imprevisíveis e as doenças,
frequentemente, incuráveis.

D) o paciente precisa de alívio imediato estando, constantemente, em


contato com a equipe, uma vez que é necessário um tempo para a correção
biológica e somática de seu quadro.

E) o médico, frequentemente, inclui a família do paciente que é


detalhadamente interrogada, através da anamnese para coleta do passado
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clínico, profissional e do contexto social do paciente.

Resolução:

 Lembra que discutimos na aula sobre as mudanças bruscas e que a


emergência é voltada para casos agudos? A emergência não tem como
objetivo realizar tratamentos longos. Além disso, lembre-se que a
equipe está constantemente em contato com o desconhecido, o
ambiente envolve muita tensão e exige rapidez e perícia. O

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atendimento focado no essencial, com avaliações atualizadas para,
assim que possível, o paciente possa se restabelecer e, se necessário,
continuar o tratamento no nível ambulatorial.

Alternativa correta: B)

6. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). Os psicólogos são,


comumente, solicitados a prestar em atendimento às pessoas internadas em
situação de urgência e emergência. Trata-se de uma circunstância peculiar na
trajetória do indivíduo, que impacta agudamente em muitos âmbitos de sua
vida. Neste contexto, o atendimento psicológico deve:

A) ser norteado pela terapia breve e/ou de emergência, de apoio e suporte


ao paciente, sendo os atendimentos espaçados por uma semana.

B) ser conduzido apenas como um processo psicodiagnóstico, no intuito de


se fazer uma diferenciação entre a demanda emergencial orgânica e a
demanda emergencial psíquica.

C) caracterizar-se como um atendimento emergencial e focal, considerando-


se o momento de crise vivenciado pelo indivíduo em situação especial e
crítica de doença e hospitalização.

D) centrar-se, preferencialmente, nos membros da família, uma vez que estes


se encontram em desequilíbrio emocional maior que o paciente, fato que
pode prejudicar o tratamento do mesmo. 05366601312

E) ser caracterizado por uma postura mais ativa do psicólogo, maior


orientação no contexto do processo terapêutico e objetivos de tratamento
mais amplos e gerais, delineados por hipóteses diagnósticas definitivas.

Resolução:

 Na emergência, não há tempo para fazer atendimentos espaçados em


uma semana. Em muitos casos, só será possível realizar um único
atendimento.

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 Atendimento psicológico ser conduzido apenas como um processo
psicodiagnóstico? Não, né!?
 A terceira alternativa descreve corretamente o atendimento psicológico
na emergência.
 @ Psicólog@ Hospitalar não priorizará a família. Atuará na tríade
paciente-família-equipe!
 Na última alternativa, a parte que fala sobre “hipóteses diagnósticas
definitivas” deixa a questão falsa. @ Psicólog@ Hospitalar deve ser
flexível e não criar hipóteses definitivas.

Alternativa correta: C)

7. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). No contexto de emergência


e urgência, o psicólogo hospitalar deve:

A) trabalhar com foco na demanda mais emergente, propiciando


acolhimento ao paciente através da escuta e obtendo condutas mais realistas
e adequadas à situação de doença e hospitalização.

B) utilizar técnicas de intervenção breve, oferecendo atendimento apenas ao


paciente que é encaminhado, de modo a propiciar-lhe o contato com
vivências inerentes ao ser e estar doente.

C) atender, individualmente, o paciente, mesmo que sua presença seja mais


um vetor dentre os que tornam o processo de hospitalização difícil de ser
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vivido, pois seu objetivo é aliviar e remover os sintomas emocionais, o que


justifica tal invasão.

D) utilizar a abordagem terapêutica tradicional, pois, além do sofrimento


físico e psíquico vivido durante o período de internação, os pacientes tendem
a se beneficiar com intervenções interpretativas sendo, emocionalmente,
prejudicados, quando submetidos à psicoterapia breve.

E) reconhecer o paciente enquanto doente que necessita de apoio, atenção e


suporte, não sendo necessário o esclarecimento da evolução de seu quadro,

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uma vez que o mesmo pode apresentar piora no humor caso as informações
transmitidas não sejam de seu agrado.

Resolução:

 A primeira alternativa parece descrever muito bem o trabalho do


psicólogo hospitalar na urgência e emergência. Mas vamos conferir as
demais?
 @ Psicólog@ Hospitalar não trabalha apenas com o paciente que é
encaminhado. Se fosse assim, estaria repetindo o modelo da clínica
privada.
 Não se podem reproduzir as sensações invasivas no atendimento
psicológico. O atendimento não tem objetivo de tornar a
hospitalização mais difícil do que já é.
 Utilizar a abordagem terapêutica tradicional? Depois de tudo que
vimos, essa é facilmente descartada!
 Como vimos, a falta de informação gera fantasias e mal estar. No
contexto de hospitalização é importante que o paciente saiba
informações sobre o seu quadro.

Alternativa correta: A)

8. (Residência Multiprofissional UFU 2013). Sobre a atuação do psicólogo


hospitalar na situação de emergência, assinale a alternativa INCORRETA.
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A) A primeira tarefa a ser tomada para assistência psicológica à pessoa


enferma e sua família frente a uma situação de crise é de entender como os
processos de reação psicológica às crises se instalam nos indivíduos e quais
os desdobramentos.

B) O objetivo do psicólogo hospitalar nas situações de emergências é


restaurar a simbolização, buscando a palavra como forma de enfrentamento
da situação emergencial.

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C) O psicólogo hospitalar na situação de emergência trabalha com o sujeito
na Urgência, visto que a vida do paciente encontra-se em risco imediato.

D) Os profissionais de saúde no contexto de emergências estão expostos


intermitentemente a vários estímulos emocionais, podendo desencadear
inúmeros fenômenos patológicos.

Resolução:

 A questão é para identificar a alternativa falsa. O processo de


compreensão à situação de crise é importante para a Psicologia
Hospitalar, justamente porque o momento da hospitalização pode
gerar revisão da identidade, as certezas são questionadas, entra-se em
contato com o processo de morte e do morrer. Ou seja, é um momento
que pode se configurar como crise.
 É verdade o que se traz da importância da simbolização.
 Vimos numa questão da aula a diferença entre sujeito da urgência e
sujeito na urgência. @ Psicólogo hospitalar trabalha com o Sujeito
da Urgência.

Alternativa INcorreta: C)

9. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). Sobre o atendimento


ambulatorial, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com F
as falsas.
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( ) Uma vez que o psicológico é solicitado para avaliar um paciente, o


tratamento psicológico tem que ser realizado somente se o paciente
consentir.

( ) Em hospitais particulares, pacientes que recebem alta hospitalar e


necessitam continuar o atendimento psicológico, são encaminhados para
acompanhamento gratuito no ambulatório do próprio hospital.

( ) Em unidades ambulatoriais, apesar da existência de intervenções

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multidisciplinares, o psicólogo tende a discutir casos clínicos, especialmente,
com os médicos especialistas, tendo pouco contato com os demais
componentes da equipe.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é:

A) V V F

B) V F V

C) V F F

D) F V F

E) F F V

Resolução:

 Não se pode fazer um tratamento psicológico de maneira forçada.


Seria invasivo e ineficaz. @ Psicólog@ Hospitalar pode ser chamad@
pela equipe para fazer um atendimento, mas esse atendimento só
poderá ser realizado se a própria pessoa desejar.
 Não tem porque um hospital privado fazer atendimentos ambulatoriais
de graça.
 A atuação d@ Psicólog@ no ambulatório não deve ficar restrita à
relação com o médico, mas sim abranger toda a equipe.

Portanto, a sequência correta é V-F-F: Alternativa C).


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10. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). A Unidade de Terapia


Intensiva (UTI), de acordo com Sebastiani (2002), traz o estereótipo do
sofrimento e da morte iminente. A UTI representa um avanço da tecnologia
do século XX, objetivando um tratamento intensivo do enfermo, sendo uma
unidade indispensável ao tratamento de doenças graves.

Neste contexto, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com


F as falsas.

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( ) O profissional de saúde não se deixa ser assolado por sentimentos
ambivalentes de onipotência e impotência, refugiando-se no racionalismo,
pois é preparado, tecnicamente, para lidar com situações estressoras e sua
formação acadêmica contempla esta competência.

( ) O psicólogo deve atuar como facilitador do fluxo de emoções dos


pacientes e familiares, mediando a relação com a equipe. Ademais, é notório
que ele tenha claro os limites de sua atuação para não se tornar um elemento
abusivo e invasivo, que agrida o processo de hospitalização.

( ) A família dos pacientes que se encontram na UTI, normalmente, apresenta-


se angustiada, sentindo-se impotente, uma vez que o internamento de seu
familiar a desorganiza. Neste sentido, a equipe deve sempre corresponder às
exigências a ela direcionadas, uma vez que o atendimento deve preconizar a
relação humanizada e horizontalizada entre profissionais e familiares.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é:

A) V V F

B) V F V

C) V F F

D) F V F

E) F F V

Resolução:
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 Vimos na aula que, no contexto da UTI, os sentimentos vivenciados


pelos profissionais, passam ora pelo heroísmo, ora pela impotência.
 @ psicólog@ hospitalar trabalha com as questões emocionais que
circulam na relação paciente-família-equipe e tem que ter cuidado para
não fazer com que o paciente se sinta mais invadido e vulnerável.
Sentimentos que surgem com frequência nesse contexto de UTI.
 Na UTI, os membros da família veem suas funções de proteção e

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cuidado deixando de ser suficientes para oferecer saúde e bem estar
d@ familiar hospitalizad@, pois essas funções passam a ser exercidas
pelos profissionais de saúde. Se a família se encontra desorganizada, é
importante que a equipe veja como pode colaborar para facilitar a sua
reorganização. E não se trata de dever “sempre corresponder às
exigências”.

Portanto, a sequência correta é F-V-F: Alternativa D).

11. (Residência Multiprofissional UFU 2013). Acerca do adoecimento e


hospitalização de crianças, assinale a resposta INCORRETA.

A) Para a criança, a hospitalização com seus procedimentos e a própria


doença podem ser percebidos como uma punição e castigo.

B) Manifestações de ansiedade são causadas por temores, alterações na


autoimagem, autoconceito e sentimento de desvalia.

C) Estudos comprovam que tanto as crianças adoecidas e hospitalizadas


como as que não vivenciaram estes processos lidam de forma similar com a
doença e com a hospitalização.

D) A regressão quase sempre está presente, configurando assim um retorno à


relação de cuidados corporais e de dependência.

Resolução:
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 A questão é para identificar a falsa. Atenção! A primeira alternativa traz


que a hospitalização pode ser vivenciada como uma punição ou
castigo, exatamente como vimos.
 As situações que foram elencadas na segunda alternativa como causas
de ansiedade também estão coerentes com a aula.
 Uma hospitalização anterior é algo que influencia a forma de lidar com
a doença e hospitalização, diferente de quem nunca foi hospitalizado.
 A última alternativa fala corretamente sobre a regressão.

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Alternativa INcorreta: C)

12. (Residência Multiprofissional HUUFMA 2011). A doença e a


hospitalização podem ser vivenciadas como uma crise na vida da criança. A
hospitalização é uma experiência estressante e traumática para a criança.
Sobre a inserção e atuação do Psicólogo em Unidade de Terapia Intensiva
Pediátrica (UTIP), junto ao paciente, equipe e família. Analise as afirmativas e
identifique a opção correta.

I) Durante a hospitalização, a criança pode verbalizar sentimentos contra a


doença e a própria hospitalização com atitudes antissociais e agressivas, não
sendo este o momento adequado para estabelecer disciplinas rígidas ou
restrições absolutas de seus desejos e sim, adotar atitudes de superproteção
e muitas gratificações;

II) O quadro clínico considerado como grave dos pacientes de UTIP faz com
que esses sejam automaticamente considerados como terminais, devendo
assim serem tratados pelo Psicólogo;

III) Os processos de adoecimento, hospitalização e internação em UTI, podem


levar pacientes e familiares a estados emocionais frágeis, sendo expressos por
um quadro de ansiedade;

IV) A comunicação entre a equipe, a família e a criança deve ser satisfatória a


fim de gerar um bom relacionamento, sentimentos de confiança e segurança.
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Estão corretas as afirmativas:

A) I apenas.

B) II e III, apenas.

C) I, II e III, apenas.

D) II, III e IV, apenas.

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E) III e IV apenas.

Resolução:

 As crianças podem sim ter esse tipo de reação, porém não seria o caso
de adotar uma atitude superprotetora e dar gratificações para trabalhar
essa demanda. Há que se analisar esse comportamento para se
trabalhar com ele.
 Não necessariamente uma situação grave é terminal. Isso pode ser
vivenciado por profissionais de saúde que não estejam lidando bem
com o processo da criança em situação grave, mas @ Psicólog@ não
deve seguir essa postura.
 A terceira e a quarta assertivas ilustram claramente o que já discutimos
nas aulas e são verdadeiras.

Portanto, a alternativa correta é E).

13. (Residência Multiprofissional UFPB 2015). Sobre a conduta a ser


adotada na hospitalização da criança, leia as afirmações que se seguem e
marque [V] (verdadeiro) ou [F]. (Falso). Em seguida, assinale a sequência
correta:

[ ] Durante o pré-operatório, não se deve transmitir à criança informações


sobre centro-cirúrgico, equipe de saúde, uso de máscara, aparelhos que serão
usados, para não aumentar sua ansiedade.05366601312

[ ] Antes da cirurgia, é importante que a criança esteja ciente que a mãe ou


outro acompanhante não entrarão no centro cirúrgico.

[ ] As informações à criança no pré-operatório devem ser dadas com muita


antecedência para redução do seus medos e fantasias.

[ ] É sempre aconselhável que a criança entre no centro cirúrgico já


anestesiada e que, se possível, acorde em seu leito com alguém da família ou
integrante da equipe do hospital.

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[ ] No pós operatório a criança deve ser acompanhada por um familiar ou
alguém da equipe de saúde que lhe informará sobre seu estado.

Escolha e marque a sequência correta:

A) VVFVV

B) VFFVV

C) FVFFV

D) FVFVV

E) FFFVV

Resolução:

 O ambiente hospitalar é um espaço novo e a criança precisa saber de


informações sobre esse novo contexto. Isso ajuda a reduzir o nível de
ansiedade. Isso é abordado nas duas primeiras assertivas.
 A terceira se equivoca sobre “muita antecedência”. O excesso de
informações também pode prejudicar. É necessário fornecer as
informações em momentos onde haja necessidade de recebê-las.
 As duas últimas assertivas estão corretas.

Portanto, a sequência correta é F-V-F-V-V: Alternativa D).

14. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). F. é um adolescente de 16


anos que foi internado em hospital especializado em infectologia com
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sintomas da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). A família de F.


encontra-se desesperada, uma vez que nunca explicou claramente ao mesmo
que ele é portador do vírus HIV, apenas que tinha que tomar as medicações
por um “problema no sangue”. A tia de F. conta que, aos poucos, ele
começou a mentir quanto ao uso das medicações antirretrovirais, além de
questionar, com veemência, a necessidade do tratamento, agora que já era
um adolescente. A mãe de F. faleceu quando ele tinha 7 anos, em decorrência
de complicações também devido à AIDS, pois ela também não tomava as

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medicações por não aceitar sua sorologia, contudo sempre foi cuidadosa
quanto ao tratamento de F.

Sobre a intervenção/avaliação que pode ser feita pelo psicólogo nesta


situação, é correto afirmar que

A) o psicólogo deve fortalecer os familiares no sentido da revelação do


diagnóstico a F., sendo o principal porta-voz de tal notícia, assim como
escolher o momento ideal para realizá-la.

B) a não adesão de F. ao tratamento configura-se em rebeldia e transgressão,


atitudes próprias da adolescência, cabendo ao psicólogo instruir a família a
ser autoritária e rígida com ele em relação ao uso dos medicamentos.

C) o psicólogo deve intervir somente junto ao adolescente, visto que seus


familiares omitiram a verdade sobre sua sorologia, uma atitude negligente e
que só fez prejudicar o seu desenvolvimento emocional, não havendo
demanda a ser trabalhada com os mesmos.

D) o psicólogo deve orientar os familiares a manter a mesma justificativa


quanto à necessidade das medicações (problema no sangue), visto que, pela
sua idade, F. ainda não tem condições emocionais e cognitivas de
compreender a gravidade de sua condição sorológica.

E) os questionamentos de F. se coadunam com a etapa de desenvolvimento


em que se encontra, pois, na adolescência, a capacidade de estabelecer
relações mentais aumenta, podendo realizar análises e deduções mais
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complexas, permitindo compreender e criticar certas posições dos adultos.

Resolução:

 Lembra a importância da criança e do adolescente saberem sobre o


adoecimento? A falta de informação aumenta as fantasias e pode
prejudicar. Porém não é @ Psicólog@ que será porta voz dessa
informação e nem decidirá o melhor momento de revelar.

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 O autoritarismo e a rigidez só iriam prejudicar o tratamento.
 Pelo contrário. Esse caso fez perceber que há uma possibilidade de
trabalho com os familiares. Há uma questão, por parte da família,
relacionada a ocultação de informações importantes sobre a doença e
isso precisa ser trabalhado. Falsa.
 Claramente falsa, pelo que já discutimos acima.
 Lembre-se do que falamos sobre os ciclos de vida, eles têm impactos
nas relações com a família, com a hospitalização e com o adoecimento.

Alternativa correta: E)

15. (Residência Multiprofissional UFRN 2016). De acordo com Elisabeth


Kübler-Ross, no livro “Sobre a Morte e o Morrer”, é correto afirmar:

A) No caso de uma doença grave e consequente hospitalização do marido,


uma esposa não sentirá ressentimento, pois ela sempre contará com a ajuda
dos parentes e vizinhos próximos

B) A pessoa doente também pode ajudar seus familiares, fazendo com que
encarem sua morte, participando seus pensamentos e sentimentos aos
membros da família e incentivando-os a proceder assim também

C) A família do paciente sempre entende quando ele, em fase terminal, pede


para ser visitado somente por poucos amigos, depois só por seus filhos e
somente só pela esposa, pois compreende que esta atitude é essencial para o
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desapego e aceitação da morte

D) A única forma de encarar a perda é encará-la de frente, sem recorrer a


subterfúgios e fantasias como falar com o falecido como se ele ainda
estivesse vivo ou conversar com parentes e pessoas próximas do falecido
sobre seus últimos bons momentos

Resolução:

 O ressentimento é algo que frequentemente está presente nessa

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situação de morte do marido.
 A pessoa doente traz um impacto no sistema familiar e pode fazer com
que os familiares vivenciem e ressignifiquem as suas próprias relações
com a morte e o morrer.
 Nem sempre a família entende esse processo e tende a vivenciar esse
momento com muita ansiedade.
 Faz parte do processo de elaboração a utilização dos mais diversos
recursos subjetivos, não é apenas “encarando de frente” que se lida
com a perda.

Alternativa correta: B)

16. (Residência Multiprofissional UFRN 2016). De acordo com Klübber-


Ross (1996), no que diz respeito ao paciente com uma doença grave, a
questão não deveria ser contar ou não sobre a doença ao paciente, mas em
como partilhar com este o que a equipe sabe sobre a doença. Assinale a
alternativa consistente com o desenvolvido pela autora sobre esta temática.

A) A equipe multidisciplinar deve reunir as informações objetivamente e de


forma resumida e omitir as que não forem relevantes, para não causar
depressão no paciente já debilitado

B) A equipe de saúde deve, sem deixar de comunicar o diagnóstico, mascarar


a gravidade da doença, para que o conhecimento desta não produza angústia
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ao paciente

C) A equipe de saúde deve partilhar o diagnóstico, mas manter uma atitude


positiva quando na presença do paciente, evitando que este perceba a
gravidade da doença

D) A equipe de saúde deveria examinar sua atitude pessoal frente à morte, de


modo a ser capaz de falar com seus pacientes, assuntos tão penosos sem
excessiva ansiedade

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Resolução:

 Esse processo de omissão e mascaramento pode aumentar as fantasias


e a ansiedade. A alternativa correta é sobre examinar a própria atitude
em relação à morte, pois isso tem influencia direta na comunicação
com o paciente. Alternativa correta: D).

17. (Residência Multiprofissional PUCPR 2014). Elizabeth Kübler-Ross,


pioneira no estudo da tanatologia, em sua obra Sobre a morte e o morrer, faz
algumas afirmativas sobre o temor da morte.

É CORRETO afirmar que, segundo a autora:

I. Quando retrocedemos no tempo e estudamos culturas e povos antigos,


temos a impressão de que o homem sempre abominou a morte.

II. Em nosso inconsciente, a morte nunca é possível quando se trata de nós


mesmos.

III. A morte está ligada a uma ação má, a um acontecimento medonho, a algo
que em si clama por recompensa ou castigo.

IV. O homem basicamente não mudou. A morte constitui ainda um


acontecimento pavoroso, medonho, um medo universal, mesmo sabendo que
podemos dominá-lo em vários níveis.

V. Os antigos índios americanos falavam dos espíritos do mal e atiravam


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flechas ao ar para afugentá-los. A tradição do túmulo pode advir do desejo


de sepultar bem fundo os maus espíritos.

Assinale a alternativa CORRETA.

A) Estão corretas apenas as afirmativas I, III, IV e V.

B) Estão corretas apenas as afirmativas II, III, IV e V.

C) Estão corretas as afirmativas I, II, III, IV e V.

D) Estão corretas apenas as afirmativas I, II, III e IV.

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E) Estão corretas apenas as afirmativas I, II, e IV.

Resolução:

 Essa questão utiliza os conhecimentos do livro de Kübler-Ross. Para


respondê-la, é importante saber que, no estudo realizado, discutiu-se
sobre a abominação da morte em vários períodos da história,
constituindo reações de pavor e medo. Vários comportamentos ou
rituais em torno da morte pode estar envolvidos por essa situação de
abominação. As cinco alternativas trazem essa perspectiva, sendo
portanto I, II, III, IV e V verdadeiras. Alternativa correta C).

18. (Residência Multiprofissional SESAB 2014). Elizabeth Kübler-Ross


caracterizou, em fases, as reações emocionais provocadas pela proximidade
da morte em pacientes com ameaça de perder a vida.

A respeito dessas fases, é correto afirmar que

A) Nas fases, há uma ordem cronológica de aparição que facilita a


identificação: negação, complicação, depressão, barganha e aceitação.

B) Na fase da barganha, o paciente acredita que se fizer promessas, poderá


ter em troca benefícios como mais tempo de vida ou menos sofrimento.

C) Na fase da aceitação, tudo que é proposto pela equipe médica ao paciente


ele aceita, como a distanásia que lhe garantirá mais qualidade de vida.
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D) Quando o paciente adulto rejeita o tratamento, na fase de complicação, a


equipe de saúde deve impedi-lo de sair do hospital.

E) Quando entra na fase de depressão, o paciente perde completamente a


esperança, e a negociação sobre como será sua morte é feita sem seu
consentimento.

Resolução:

 Para resolver essa questão é importante lembrar os diferentes estágios

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que abordamos na aula. Segundo a definição de Kübler-Ross, não
existe este estágio de complicação.
 A segunda alternativa expõe corretamente o significado do estágio de
barganha.
 A fase de aceitação quer dizer aceitar o adoecimento e não qualquer
coisa que a equipe oferecer.
 Como falamos acima, não existe fase de complicação.
 Essa alternativa destoando muito do que a humanização preza.

Alternativa correta: B)

Complemento do aluno

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LISTA DE QUESTÕES

1. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). Entende-se por emergência,


as situações clínicas em que a vida do paciente encontra-se em risco imediato,
sendo o objetivo primordial a estabilização das funções vitais do paciente e
alívio da dor (SIMONETTI, 2004). Para Romano (1997), na unidade de
emergência, a pessoa internada vivencia sentimentos e reflexões que são
multiplicados por uma constante impossível de precisar, a qual varia segundo
a história de cada um. Esta constante é influenciada pela introdução abrupta
em um ambiente adverso, com exposição ao seu sofrimento e ao do outro,
perturbando seu equilíbrio dinâmico (ROMANO, 1997).

Sobre a atuação do psicólogo nesse contexto, é correto afirmar que

A) nas situações de emergência, deve-se distinguir o “sujeito na urgência” do


“sujeito da urgência”. O primeiro corresponde àquele que demanda e solicita
atendimento em caráter de urgência e o segundo é o sujeito que se torna
foco das atenções terapêuticas.

B) o psicólogo cria condições para que as simbolizações do paciente se


instalem, o que dificulta o enfrentamento das situações estressoras
vivenciadas neste contexto.

C) é notório que, nas situações de emergência, a dimensão física do


adoecimento encontra-se em destaque, sendo o aspecto subjetivo indiferente,
o que torna a presença do psicólogo dispensável ou muito esporadicamente
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solicitada.

D) tanto a psicoterapia de emergência quanto as intervenções em crise


possuem como características o uso de técnicas breves, com específicas
adaptações, no nível estratégico, para situações de emergência e/ou crises.

E) a intervenção psicológica, no contexto de urgência e emergência, visa levar


o paciente a compreender os aspectos mais profundos que o levaram a se
desorganizar, buscando vias inconscientes para lidar com sua vida.

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2. (Residência Multiprofissional UFRN 2016). Assinale a alternativa que
melhor corresponde ao descrito por Calvetti e colaboradores (2008), sobre a
internação infantil.

A) Na internação infantil, a autenticidade do profissional de saúde é


fundamental com a família, porém deve ser evitada com a criança, a fim de
preservá-la de futuro trauma psíquico.

B) A autenticidade na relação entre o profissional de saúde, a criança


internada e sua família, é fundamental para construção da entrega
participativa do paciente, onde este confia e autoriza a equipe de saúde a
cuidá-lo, otimizando o tratamento e a sua recuperação.

C) O vínculo entre a equipe de saúde e a criança internada fica comprometido


quando a equipe não preserva a criança de questões difíceis e informa o
quadro clínico para a criança.

D) Na internação infantil é fundamental que o psicólogo oriente a equipe de


saúde e familiares sobre o que deve ser omitido à criança, a fim de não a
traumatizar e para construir um ambiente adequado para a sua recuperação.

3. (Residência Multiprofissional UFPB 2015). A criança hospitalizada pode


apresentar transtornos emocionais, físicos e intelectuais em resultado da
ausência da mãe ou da família no hospital. Sobre este tema, leia cada assertiva
que se segue marque [V] (verdadeiro) ou [F]. (Falso). Em seguida, assinale a
sequência correta:
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[ ] Danos emocionais da privação materna não podem ser atenuados por


atitudes da equipe hospitalar, nem por experiências satisfatórias durante a
hospitalização.

[ ] Pesquisas indicaram que as visitas maternas às enfermarias pediátricas


estão associadas ao aumento do nível de infecções.

[ ] A privação parcial ou total dos cuidados maternos, quando da


hospitalização, provoca na criança sensação de abandono e angústia.

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[ ] Estudos mostram que a reação de bebês à hospitalização e à separação
das mães varia em função da idade e situação psicoafetiva com a mãe.

[ ] Os efeitos da privação materna podem ser suavizados se a criança passar a


receber cuidados de outra pessoa com quem já tenha algum vínculo afetivo.

A) VFFVF

B) VFVVV

C) FVFVV

D) VFFVF

E) FFVVV

4. (Residência Multiprofissional UFJF 2013). O paciente, ao ser


hospitalizado, sofre um processo de total despersonalização. Deixa de ter seu
próprio nome e passa a ser um número de leito, ou, então, alguém portador
de determinada patologia. O estigma de doente irá criar a necessidade
premente de uma total reformulação, até mesmo de seus valores e conceitos
de homem, mundo e relação interpessoal de suas formas conhecidas.

Assim, de acordo com Camon (2004, p. 67), marque a opção CORRETA


relacionada à situação de hospitalização.

A) Algo corriqueiro enquanto vivência, havendo a possibilidade de previsão


anterior à sua própria ocorrência.
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B) Algo único enquanto vivência, não havendo a possibilidade de previsão


anterior à sua própria ocorrência.

C) Algo único enquanto vivência, havendo a possibilidade de previsão e


expectativas com relação à sua própria ocorrência.

D) Algo esperado, o paciente deve-se preparar para esse momento ao longo


de sua vida.

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5. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). Considerando que o
atendimento emergencial no Hospital Geral é caracterizado,
predominantemente, por doenças agudas, é correto afirmar que:

A) o tratamento implica disciplina diária e toma tempo do paciente, tendendo


a prolongar-se por muito tempo.

B) o tratamento é focado no essencial, sendo, este aspecto cuidado, exigindo


avaliações atualizadas constantemente.

C) os sinais e sintomas são evidentes e de instalação súbita, apesar disso


sabe-se que o progresso e velocidade são imprevisíveis e as doenças,
frequentemente, incuráveis.

D) o paciente precisa de alívio imediato estando, constantemente, em contato


com a equipe, uma vez que é necessário um tempo para a correção biológica
e somática de seu quadro.

E) o médico, frequentemente, inclui a família do paciente que é


detalhadamente interrogada, através da anamnese para coleta do passado
clínico, profissional e do contexto social do paciente.

6. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). Os psicólogos são,


comumente, solicitados a prestar em atendimento às pessoas internadas em
situação de urgência e emergência. Trata-se de uma circunstância peculiar na
trajetória do indivíduo, que impacta agudamente em muitos âmbitos de sua
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vida. Neste contexto, o atendimento psicológico deve:

A) ser norteado pela terapia breve e/ou de emergência, de apoio e suporte ao


paciente, sendo os atendimentos espaçados por uma semana.

B) ser conduzido apenas como um processo psicodiagnóstico, no intuito de


se fazer uma diferenciação entre a demanda emergencial orgânica e a
demanda emergencial psíquica.

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C) caracterizar-se como um atendimento emergencial e focal, considerando-
se o momento de crise vivenciado pelo indivíduo em situação especial e
crítica de doença e hospitalização.

D) centrar-se, preferencialmente, nos membros da família, uma vez que estes


se encontram em desequilíbrio emocional maior que o paciente, fato que
pode prejudicar o tratamento do mesmo.

E) ser caracterizado por uma postura mais ativa do psicólogo, maior


orientação no contexto do processo terapêutico e objetivos de tratamento
mais amplos e gerais, delineados por hipóteses diagnósticas definitivas.

7. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). No contexto de emergência


e urgência, o psicólogo hospitalar deve:

A) trabalhar com foco na demanda mais emergente, propiciando acolhimento


ao paciente através da escuta e obtendo condutas mais realistas e adequadas
à situação de doença e hospitalização.

B) utilizar técnicas de intervenção breve, oferecendo atendimento apenas ao


paciente que é encaminhado, de modo a propiciar-lhe o contato com
vivências inerentes ao ser e estar doente.

C) atender, individualmente, o paciente, mesmo que sua presença seja mais


um vetor dentre os que tornam o processo de hospitalização difícil de ser
vivido, pois seu objetivo é aliviar e remover os sintomas emocionais, o que
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justifica tal invasão.

D) utilizar a abordagem terapêutica tradicional, pois, além do sofrimento


físico e psíquico vivido durante o período de internação, os pacientes tendem
a se beneficiar com intervenções interpretativas sendo, emocionalmente,
prejudicados, quando submetidos à psicoterapia breve.

E) reconhecer o paciente enquanto doente que necessita de apoio, atenção e


suporte, não sendo necessário o esclarecimento da evolução de seu quadro,

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uma vez que o mesmo pode apresentar piora no humor caso as informações
transmitidas não sejam de seu agrado.

8. (Residência Multiprofissional UFU 2013). Sobre a atuação do psicólogo


hospitalar na situação de emergência, assinale a alternativa INCORRETA.

A) A primeira tarefa a ser tomada para assistência psicológica à pessoa


enferma e sua família frente a uma situação de crise é de entender como os
processos de reação psicológica às crises se instalam nos indivíduos e quais os
desdobramentos.

B) O objetivo do psicólogo hospitalar nas situações de emergências é


restaurar a simbolização, buscando a palavra como forma de enfrentamento
da situação emergencial.

C) O psicólogo hospitalar na situação de emergência trabalha com o sujeito


na Urgência, visto que a vida do paciente encontra-se em risco imediato.

D) Os profissionais de saúde no contexto de emergências estão expostos


intermitentemente a vários estímulos emocionais, podendo desencadear
inúmeros fenômenos patológicos.

9. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). Sobre o atendimento


ambulatorial, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com F
as falsas.

( ) Uma vez que o psicológico é solicitado para avaliar um paciente, o


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tratamento psicológico tem que ser realizado somente se o paciente


consentir.

( ) Em hospitais particulares, pacientes que recebem alta hospitalar e


necessitam continuar o atendimento psicológico, são encaminhados para
acompanhamento gratuito no ambulatório do próprio hospital.

( ) Em unidades ambulatoriais, apesar da existência de intervenções


multidisciplinares, o psicólogo tende a discutir casos clínicos, especialmente,

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com os médicos especialistas, tendo pouco contato com os demais
componentes da equipe.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é:

A) V V F

B) V F V

C) V F F

D) F V F

E) F F V

10. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). A Unidade de Terapia


Intensiva (UTI), de acordo com Sebastiani (2002), traz o estereótipo do
sofrimento e da morte iminente. A UTI representa um avanço da tecnologia
do século XX, objetivando um tratamento intensivo do enfermo, sendo uma
unidade indispensável ao tratamento de doenças graves.

Neste contexto, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com


F as falsas.

( ) O profissional de saúde não se deixa ser assolado por sentimentos


ambivalentes de onipotência e impotência, refugiando-se no racionalismo,
pois é preparado, tecnicamente, para lidar com situações estressoras e sua
formação acadêmica contempla esta competência.
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( ) O psicólogo deve atuar como facilitador do fluxo de emoções dos


pacientes e familiares, mediando a relação com a equipe. Ademais, é notório
que ele tenha claro os limites de sua atuação para não se tornar um elemento
abusivo e invasivo, que agrida o processo de hospitalização.

( ) A família dos pacientes que se encontram na UTI, normalmente, apresenta-


se angustiada, sentindo-se impotente, uma vez que o internamento de seu
familiar a desorganiza. Neste sentido, a equipe deve sempre corresponder às

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exigências a ela direcionadas, uma vez que o atendimento deve preconizar a
relação humanizada e horizontalizada entre profissionais e familiares.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é:

A) V V F

B) V F V

C) V F F

D) F V F

E) F F V

11. (Residência Multiprofissional UFU 2013). Acerca do adoecimento e


hospitalização de crianças, assinale a resposta INCORRETA.

A) Para a criança, a hospitalização com seus procedimentos e a própria


doença podem ser percebidos como uma punição e castigo.

B) Manifestações de ansiedade são causadas por temores, alterações na


autoimagem, autoconceito e sentimento de desvalia.

C) Estudos comprovam que tanto as crianças adoecidas e hospitalizadas como


as que não vivenciaram estes processos lidam de forma similar com a doença
e com a hospitalização.

D) A regressão quase sempre está presente, configurando assim um retorno à


relação de cuidados corporais e de dependência.
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12. (Residência Multiprofissional HUUFMA 2011). A doença e a


hospitalização podem ser vivenciadas como uma crise na vida da criança. A
hospitalização é uma experiência estressante e traumática para a criança.
Sobre a inserção e atuação do Psicólogo em Unidade de Terapia Intensiva
Pediátrica (UTIP), junto ao paciente, equipe e família. Analise as afirmativas e
identifique a opção correta.

I) Durante a hospitalização, a criança pode verbalizar sentimentos contra a


doença e a própria hospitalização com atitudes antissociais e agressivas, não

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sendo este o momento adequado para estabelecer disciplinas rígidas ou
restrições absolutas de seus desejos e sim, adotar atitudes de superproteção e
muitas gratificações;

II) O quadro clínico considerado como grave dos pacientes de UTIP faz com
que esses sejam automaticamente considerados como terminais, devendo
assim serem tratados pelo Psicólogo;

III) Os processos de adoecimento, hospitalização e internação em UTI, podem


levar pacientes e familiares a estados emocionais frágeis, sendo expressos por
um quadro de ansiedade;

IV) A comunicação entre a equipe, a família e a criança deve ser satisfatória a


fim de gerar um bom relacionamento, sentimentos de confiança e segurança.

Estão corretas as afirmativas:

A) I apenas.

B) II e III, apenas.

C) I, II e III, apenas.

D) II, III e IV, apenas.

E) III e IV apenas.

13. (Residência Multiprofissional UFPB 2015). Sobre a conduta a ser


adotada na hospitalização da criança, leia as afirmações que se seguem e
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marque [V] (verdadeiro) ou [F]. (Falso). Em seguida, assinale a sequência


correta:

[ ] Durante o pré-operatório, não se deve transmitir à criança informações


sobre centro-cirúrgico, equipe de saúde, uso de máscara, aparelhos que serão
usados, para não aumentar sua ansiedade.

[ ] Antes da cirurgia, é importante que a criança esteja ciente que a mãe ou


outro acompanhante não entrarão no centro cirúrgico.

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[ ] As informações à criança no pré-operatório devem ser dadas com muita
antecedência para redução do seus medos e fantasias.

[ ] É sempre aconselhável que a criança entre no centro cirúrgico já


anestesiada e que, se possível, acorde em seu leito com alguém da família ou
integrante da equipe do hospital.

[ ] No pós operatório a criança deve ser acompanhada por um familiar ou


alguém da equipe de saúde que lhe informará sobre seu estado.

Escolha e marque a sequência correta:

A) VVFVV

B) VFFVV

C) FVFFV

D) FVFVV

E) FFFVV

14. (Residência Multiprofissional SESAB 2015). F. é um adolescente de 16


anos que foi internado em hospital especializado em infectologia com
sintomas da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). A família de F.
encontra-se desesperada, uma vez que nunca explicou claramente ao mesmo
que ele é portador do vírus HIV, apenas que tinha que tomar as medicações
por um “problema no sangue”. A tia de F. conta que, aos poucos, ele começou
a mentir quanto ao uso das medicações antirretrovirais, além de questionar,
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com veemência, a necessidade do tratamento, agora que já era um


adolescente. A mãe de F. faleceu quando ele tinha 7 anos, em decorrência de
complicações também devido à AIDS, pois ela também não tomava as
medicações por não aceitar sua sorologia, contudo sempre foi cuidadosa
quanto ao tratamento de F.

Sobre a intervenção/avaliação que pode ser feita pelo psicólogo nesta


situação, é correto afirmar que

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A) o psicólogo deve fortalecer os familiares no sentido da revelação do
diagnóstico a F., sendo o principal porta-voz de tal notícia, assim como
escolher o momento ideal para realizá-la.

B) a não adesão de F. ao tratamento configura-se em rebeldia e transgressão,


atitudes próprias da adolescência, cabendo ao psicólogo instruir a família a
ser autoritária e rígida com ele em relação ao uso dos medicamentos.

C) o psicólogo deve intervir somente junto ao adolescente, visto que seus


familiares omitiram a verdade sobre sua sorologia, uma atitude negligente e
que só fez prejudicar o seu desenvolvimento emocional, não havendo
demanda a ser trabalhada com os mesmos.

D) o psicólogo deve orientar os familiares a manter a mesma justificativa


quanto à necessidade das medicações (problema no sangue), visto que, pela
sua idade, F. ainda não tem condições emocionais e cognitivas de
compreender a gravidade de sua condição sorológica.

E) os questionamentos de F. se coadunam com a etapa de desenvolvimento


em que se encontra, pois, na adolescência, a capacidade de estabelecer
relações mentais aumenta, podendo realizar análises e deduções mais
complexas, permitindo compreender e criticar certas posições dos adultos.

15. (Residência Multiprofissional UFRN 2016). De acordo com Elisabeth


Kübler-Ross, no livro “Sobre a Morte e o Morrer”, é correto afirmar:
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A) No caso de uma doença grave e consequente hospitalização do marido,


uma esposa não sentirá ressentimento, pois ela sempre contará com a ajuda
dos parentes e vizinhos próximos

B) A pessoa doente também pode ajudar seus familiares, fazendo com que
encarem sua morte, participando seus pensamentos e sentimentos aos
membros da família e incentivando-os a proceder assim também

C) A família do paciente sempre entende quando ele, em fase terminal, pede


para ser visitado somente por poucos amigos, depois só por seus filhos e

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somente só pela esposa, pois compreende que esta atitude é essencial para o
desapego e aceitação da morte

D) A única forma de encarar a perda é encará-la de frente, sem recorrer a


subterfúgios e fantasias como falar com o falecido como se ele ainda estivesse
vivo ou conversar com parentes e pessoas próximas do falecido sobre seus
últimos bons momentos

16. (Residência Multiprofissional UFRN 2016). De acordo com Kübler-Ross


(1996), no que diz respeito ao paciente com uma doença grave, a questão não
deveria ser contar ou não sobre a doença ao paciente, mas em como partilhar
com este o que a equipe sabe sobre a doença. Assinale a alternativa
consistente com o desenvolvido pela autora sobre esta temática.

A) A equipe multidisciplinar deve reunir as informações objetivamente e de


forma resumida e omitir as que não forem relevantes, para não causar
depressão no paciente já debilitado

B) A equipe de saúde deve, sem deixar de comunicar o diagnóstico, mascarar


a gravidade da doença, para que o conhecimento desta não produza angústia
ao paciente

C) A equipe de saúde deve partilhar o diagnóstico, mas manter uma atitude


positiva quando na presença do paciente, evitando que este perceba a
gravidade da doença
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D) A equipe de saúde deveria examinar sua atitude pessoal frente à morte, de


modo a ser capaz de falar com seus pacientes, assuntos tão penosos sem
excessiva ansiedade

17. (Residência Multiprofissional PUCPR 2014). Elizabeth Kübler-Ross,


pioneira no estudo da tanatologia, em sua obra Sobre a morte e o morrer, faz
algumas afirmativas sobre o temor da morte.

É CORRETO afirmar que, segundo a autora:

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I. Quando retrocedemos no tempo e estudamos culturas e povos antigos,
temos a impressão de que o homem sempre abominou a morte.

II. Em nosso inconsciente, a morte nunca é possível quando se trata de nós


mesmos.

III. A morte está ligada a uma ação má, a um acontecimento medonho, a algo
que em si clama por recompensa ou castigo.

IV. O homem basicamente não mudou. A morte constitui ainda um


acontecimento pavoroso, medonho, um medo universal, mesmo sabendo que
podemos dominá-lo em vários níveis.

V. Os antigos índios americanos falavam dos espíritos do mal e atiravam


flechas ao ar para afugentá-los. A tradição do túmulo pode advir do desejo de
sepultar bem fundo os maus espíritos.

Assinale a alternativa CORRETA.

A) Estão corretas apenas as afirmativas I, III, IV e V.

B) Estão corretas apenas as afirmativas II, III, IV e V.

C) Estão corretas as afirmativas I, II, III, IV e V.

D) Estão corretas apenas as afirmativas I, II, III e IV.

E) Estão corretas apenas as afirmativas I, II, e IV.

18. (Residência Multiprofissional SESAB 2014). Elizabeth Kübler-Ross


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caracterizou, em fases, as reações emocionais provocadas pela proximidade


da morte em pacientes com ameaça de perder a vida.

A respeito dessas fases, é correto afirmar que

A) Nas fases, há uma ordem cronológica de aparição que facilita a


identificação: negação, complicação, depressão, barganha e aceitação.

B) Na fase da barganha, o paciente acredita que se fizer promessas, poderá


ter em troca benefícios como mais tempo de vida ou menos sofrimento.

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C) Na fase da aceitação, tudo que é proposto pela equipe médica ao paciente
ele aceita, como a distanásia que lhe garantirá mais qualidade de vida.

D) Quando o paciente adulto rejeita o tratamento, na fase de complicação, a


equipe de saúde deve impedi-lo de sair do hospital.

E) Quando entra na fase de depressão, o paciente perde completamente a


esperança, e a negociação sobre como será sua morte é feita sem seu
consentimento.

GABARITO

1) D 2) B 3) E 4) B

5) B 6) C 7) A 8) C

9) C 10) D 11) C 12) E


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13) D 14) E 15) B 16) D

17) B 18) B

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REFERÊNCIAS

2008. Manual de Psicologia Clínica para Hospitais. Romano.

2005. Princípios para a Prática da Psicologia Clínica em Hospitais. Romano.

1996. Sobre a Morte e o Morrer. Kübler-Ross.

1988. A Psicologia no Hospital. Angerami-Camon.

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