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ÍNDICE

INTRODUÇÃO

ANTROPOLOGIA E APRENDIZADO
I - Raça
II - Breed – características principais de um grupo
III - A significação das diferenças raciais
IV - O Background da mentalidade humana
V - Antropologia e aprendizado – Conclusão

COMUNICAÇÃO
I – Comunicação
- Etimologia
- Conceito
- História
II – Linguagem
- Linguagem – fenômeno humano
- Linguagem – caráter vocal
- Unidades lingüísticas básicas
III – Processo de estabelecer comunicação
IV – Barreiras na comunicação
V – Tipos de barreiras
- Barreiras pessoais
- Barreiras físicas
- Barreiras semânticas
- Barreiras espirituais
VI – Mensagem
- Conceito
- Requisitos da mensagem
VII – Feedback
- Recursos do feedback
- Você sabe ouvir?
- Você sabe falar?
Explicações adicionais

RELAÇÕES HUMANAS
A) A base essencial de relacionamentos – “o amor”
I – Conceito gramatical e literário
II – Emprego no Antigo Testamento
III – Emprego no Judaísmo Helenístico
IV – Emprego no Novo Testamento
V – Deus é Amor
VI – Explanação de I Coríntios 13
B) A falta de amor
I – Ajustes a realidades dolorosas
II – Comportamentos
III – Requisitos para um bom relacionamento
IV – Habilidades
- Contextos e demandas de habilidades sociais
- Habilidades de auto-monitoramento
- Habilidades de comunicação
- Habilidades sociais de civilidade
- Habilidades sociais empáticas
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- Habilidades sociais assertivas de enfrentamento
- Habilidades sociais de trabalho
- Habilidades sociais de expressão de sentimento positivo

GERENCIAMENTO DE CONFLITOS
I – Conflitos interpessoais
II – Causa dos conflitos
- Causa pessoal
- Causa doutrinária
- Causas circunstanciais
- Causa carnal – pecado
- Causa diabólica
III – Administrando os conflitos
IV – Confronto
- Definição
- Requisitos para quem confronta
- Requisitos para o confronto
- Discernimento em oposição ao julgamento
V – Receptividade
- Definição
- Importância
- Reações
- Repreensões injustas

TIPOS PESSOAIS NOS RELACIONAMENTOS


I – Relacionamento da adolescência ao homem adulto
– suas deformações:
Rejeição – Jefté e José
- Como tratar o rejeitado
- Aplicação prática
Complexo de Inferioridade – Saul, Jeroboão e Gideão
- Como tratar o complexado
- Aplicação prática
Mimo – Reoboão
- Como tratar o mimado
- Aplicação prática
II – Relacionamentos familiares
- Relacionamento conjugal e com os filhos
- Relacionamento com pais e sogros
- Outras áreas
- Tempo para a família
III – Relacionamentos eclesiásticos
- Pastor com Co-Pastor
- Esposa de Pastor com Co-Pastor
- Estruturação e reestruturação ministerial
- Culto à personalidade
- Eclesiástico com a sociedade

LIDERANÇA
I – Princípios básicos da formação de um líder
- Os três C’s
II – Características pessoais de um líder eficaz

GERENCIAMENTO DE TEMPO
I – Princípios para gerenciar o tempo
II – Atitudes que nos impedem de administrar melhor o nosso tempo
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- adiar
- delegar
- realizar
- no corpo
- na alma
- no espírito
III – Como administrar o tempo

ÉTICA
I – Para que serve a Ética?
II – Ética Cristã
1) Tipos de Ética
- Absoluta
- Relativa
- De valores
2) Natureza da Ética Cristã
3) O Positivo e o Negativo
4) O aspecto metafísico da Ética

ETIQUETA
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INTRODUÇÃO

Trataremos do assunto de relacionamentos humanos com base na Antropologia como ciência sem com
isso contradizer a palavra de Deus.

É importante saber que os homens de Deus escreveram segundo uma bagagem de aprendizado
cultural de acordo com a época em que viveram.
Ex.: Moisés, diante da bagagem que possuía de conceitos e aprendizado, recebeu do Espírito Santo
orientação para escrever o Pentateuco, sem deixar de levar em conta a bagagem do povo de Israel com
quem tencionava se comunicar, atuando como um canal de Deus com esse povo, para lhes comunicar
a Sua vontade.

Essa bagagem de conhecimentos e as experiências adquiridas eram também a causa da diferença


entre Moisés e o restante do povo, tornando-o um exímio comunicador. A bagagem de conhecimentos
ele adquiriu com a educação que recebeu como filho da princesa egípcia que o encontrou num cesto,
boiando num rio, nas adjacências de seu palácio, e o adotou; as experiências, ele adquiriu quando
perambulou por 40 anos sozinho no deserto, aprendendo como sobreviver em situações adversas de
clima, de perigo e de necessidade.

Essas bagagens somadas o capacitaram para que pudesse ser o líder de seu povo e orientá-lo em sua
caminhada.

1 – ANTROPOLOGIA E APRENDIZADO

A antropologia é comumente definida como a ciência natural que se ocupa do homem e tem por objeto
o estudo e a classificação dos caracteres físicos dos grupos humanos. Assim definida, deveria incluir
algumas das ciências naturais e todas as ciências sociais; mas por uma espécie de acordo tácito, os
antropólogos tomaram como campos principais o estudo das origens do homem, a classificação de
suas variedades e a investigação da vida dos chamados povos “primitivos”.

Se a Antropologia conseguiu provar alguma coisa, essa verdade é que os povos e raças são, em
essência, muito aproximadamente os mesmos.
O cientista social nunca poderá estudar sociedades ou culturas em condições–teste predeterminadas,
mas poderá observá-las numa grande variedade de condições, sendo que a finalidade da Antropologia
é descobrir os limites dentro dos quais os homens podem ser condicionados e quais os padrões de vida
social que parecem impor o mínimo de tensão ao indivíduo.

AS ORIGENS DO HOMEM

Anatômica e fisiologicamente, o homem é simplesmente um mamífero e nem sequer um mamífero


altamente especializado. Mesmo seu cérebro e seu sistema nervoso são apenas ligeiramente mais
complexos, ao passo que as qualidades psicológicas que lhe deram sua posição única parecem diferir
das dos outros mamíferos mais em grau do que em natureza.

I – RAÇA

Em primeiro lugar, de acordo com o mais elementar dos testes biológicos, a hidridação, todas as
variedades humanas existentes são membros de uma espécie única. Todas produzem, ao se cruzar,
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híbridos (resultantes do cruzamento de espécies diferentes) férteis que, ainda que apresentem
diferenças, parecem ser mais férteis que os contingentes raciais genitores e, pelo menos, igualmente
vigorosos.

Mesmo sem o teste de hidridação, é esmagadoramente evidente que todos os seres humanos
pertencem a uma única espécie.

O horizonte social dos grupos não civilizados é sempre muito restrito. Estes grupos só conhecem os
membros de seu próprio bando e, talvez, os dos bandos cujos territórios estão imediatamente contíguos
ao seu. Ex.: Tribos que vivem em Madagascar ou na Selva Amazônica ou em Bornéo são povos
isolados que têm características específicas e vivem num espaço restrito.

A própria Bíblia registra a hostilidade existente entre os povos primitivos, que viviam em cidades
fechadas como fortalezas, e isoladas umas das outras. O resultado dessa situação é um
intracruzamento (reprodução apenas entre os próprios membros do grupo) bastante restrito e contínuo
dentro do próprio grupo. Embora todas as tribos proíbam o casamento entre parentes em certos graus,
os membros de uma tribo pequena, casando-se dentro dessa própria tribo, chegam ao fim de algumas
gerações a ter todos muito aproximadamente a mesma hereditariedade.

Assim, num grupo como o dos esquimós do cabo York, (cujo número provavelmente nunca ultrapassou
o de 500 indivíduos e que, pelo menos durante 300 anos se tinha reproduzido entre seus próprios
membros), a tribo toda se havia tornado uma única linha familiar. Do ponto de vista genético, haveria
pouca diferença entre um indivíduo casar-se com sua prima em primeiro grau ou com a pessoa menos
aparentada que pudesse encontrar.

Esta condição é especialmente favorável à fixação de mutações. Uma variação física de qualquer
espécie, se hereditária, tornar-se-á logo parte da hereditariedade de cada indivíduo do grupo e terá
dupla probabilidade de aparecer nos filhos de qualquer dos casais. Geneticamente falando, a tribo toda
é, na verdade, uma grande família e todos os seus membros vêm a apresentar uma semelhança
familiar.

Se estivermos certos em nossa crença de que todos os homens atuais pertencem a uma única espécie,
descendente de um grupo de ancestrais comum, estes ancestrais devem ter sido seres humanos
generalizados, portadores da capacidade de transformar-se em todas as variedades que atualmente
existem.

Os vários grupos se achariam em ambientes diversos e estariam, por conseguinte, sujeitos a diferentes
influências ambientais e de seleção natural.

A segunda maneira pela qual se acredita que ambientes influenciam o tipo físico, é através de seus
efeitos diretos sobre o indivíduo em desenvolvimento. Toda pessoa herda certos potenciais de
crescimento e desenvolvimento, mas o ambiente pode estimular ou contrariar a plena manifestação
desses potenciais. Assim, um homem pode ter herdado potenciais de estatura elevada, mas, ao mesmo
tempo, ser reprimido pela subalimentação ou encontrar condição desfavorável durante o período de
crescimento.

Se as influências do meio são de maneira a afetar o grupo todo, podem, dentro de uma única geração,
produzir modificações em suas características físicas.

É curioso verificar que de todas as variações que se tornaram fixas em grupos humanos, apenas as
relacionadas à cor da pele pareçam ter significação relativa ao ambiente natural. Têm-se reconhecido,
desde a época clássica, que no Velho Mundo, os povos de pele escura ocupam as regiões tropicais e
os de pele branca, as regiões temperadas ou frias.

Apenas recentemente se descobriu a explicação possível para este fato, explicação que parece residir
em diferenças de intensidade luminosa e não de temperatura: em pequena quantidade, os raios
actínicos do Sol são benéficos aos sistemas humanos; em grande quantidade, são maléficos. A
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pigmentação de pele parece agir como filtro dos raios luminosos, tendo eficiência proporcional à
intensidade de sua cor.
Há, porém, nesta situação, outro fator cuja importância não pode ser negligenciada. É a seleção social,
que surge da preferência do grupo por certo tipo físico.

Assim, entre os Tanala, de Madagascar, há dois grupos que diferem pronunciadamente entre si na cor
da pele, embora pareçam muito semelhantes quanto às outras características físicas e, quase idênticos,
em cultura e língua. Estes grupos são conhecidos por termos que podem ser traduzidos como “clã
Preto” para os de pele escura e “clã Vermelho” para os de pele clara.

Se nascer uma criança escura, de ascendência indiscutível quanto ao clã Vermelho, acredita-se que se
tornará feiticeira, ladra, culpada de incesto ou leprosa e, por isso, matam-na. O clã Preto mantém
exatamente a mesma crença em relação à criança clara que porventura venha a nascer entre eles, e
elimina-a da mesma maneira sumária. Desta forma, é formado um grupo fechado, com características
repetitivas tanto de aparência física como de costumes sociais e culturais.

II – BREED – CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DE UM GRUPO

Breed é um grupo de indivíduos (casta) onde todos variam ao redor de uma certa norma em relação a
cada uma das suas características físicas.
O uso desta expressão corresponde ao uso do termo inglês breed, que tem, também, exatamente a
mesma significação quando aplicado aos animais domésticos, por exemplo, o breed dos cães Scotch
Terriers.

Breed são diferenças de inteligência e diferenças psicológicas que caracterizam um grupo fechado em
relação a outros grupos.
Ex: Homens-avestruz: grupo fechado caracterizado por uma anomalia congênita nos pés,
deformando a parte posterior do pé, dividindo-a em duas partes como um pé de ave. Eles vêm se
procriando há mais de duzentos anos, e é uma deformação tão horrenda que não conseguem se
relacionar com outros grupos, formando, assim, um breed.

III – A SIGNIFICAÇÃO DAS DIFERENÇAS RACIAIS

Antes do século XVI, não havia no mundo a consciência de raça, nem incentivo algum para que essa
consciência surgisse. O mundo antigo era pequeno e, devido à gradativa transição de tipos físicos
encontrados nas áreas geográficas contíguas, as diferenças físicas entre os povos clássicos e bárbaros
não eram muito acentuadas.

Mesmo no dilatado Império Romano, a maioria dos povos vassalos apresentava mistura de breeds tão
semelhante a de seus conquistadores, que só podiam ser diferenciados pelo vestuário, língua e
costumes.

Na realidade, os povos clássicos conheciam apenas um grupo de tipo físico acentuadamente diferente
do seu: os negros nilóticos, cujo território ficava a distância demasiado grande para que lhes dessem
importância, fosse como inimigos, fosse como fonte de escravos. E, comumente, se referiam a eles
como “os etíopes”.

Esta situação persistiu durante a Idade Média. Nem as Cruzadas conseguiram dar à Europa
consciência de raça, pois que seria difícil distinguir muitos cruzados europeus meridionais de seus
inimigos sarracenos, quando uns e outros estivessem despojados de sua indumentária.

Só com o descobrimento do Novo Mundo e dos caminhos marítimos para a Ásia é que a raça assumiu
significação social. A partir do século XVI, os europeus estavam em toda parte, conquistando povos
nativos e estabelecendo-se como aristocracias dominantes. Neste contexto, ambos os lados se
tornavam, cada vez mais, conscientes de suas diferenças físicas.
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O surto do comércio de escravos africanos e a importação, pela América e pela Europa, de grande
número de negros (que logo vieram a constituir uma casta distinta, no baixo degrau social), estimularam
ainda mais essa consciência de raça.

Como os europeus eram cristãos, e a maioria dos povos dominados não o era, parecia natural que o
Deus Todo-Poderoso dos cristãos recompensasse seu próprio povo.

A falta de uma perspectiva mundial do europeu médio obstava que ele verificasse quão recente era
esse domínio e o levava a complicadas tentativas para provar que as outras raças estavam realmente
mais abaixo na escala da evolução física. Uma característica que marcava a supremacia era a força
física, mas isso não interfere como diferencial de raça.

A esquematização das características raciais, baseada em seus respectivos graus de adiantamento


evolutivo, mostra tal equilíbrio entre as várias raças e breeds, que somos forçados a concluir que todas
elas estão eqüidistantes de seu ancestral comum.

Só existe um grupo humano, o dos aborígines australianos, que parece menos evoluído, no sentido de
ser mais primitivo e generalizado que os outros.

Somos originários de três raças: branca (caucasianos), amarela e negra e cremos que todos os
investigadores que conhecem diretamente grupos não europeus concordarão que a distribuição total
dos tipos psicológicos nesses grupos é muito aproximadamente a mesma que existe entre nós.

Depois que o investigador tiver conseguido perscrutar através da cortina cultural, poderá destacar de
qualquer grupo de nativos, uma série de indivíduos cujas personalidades correspondem quase
exatamente às de vários grupos europeus seus conhecidos. Poderá reconhecer, não só uma série de
tipos extremos como os paranóicos e megalomaníacos, mas também, os diversos tipos mistos que
constituem o grosso de qualquer comunidade européia.

Assim, os membros de um grupo podem ser predominantemente paranóicos, os de outro,


predominantemente megalomaníacos, etc.

Estas diferenças de normas psicológicas entre os grupos podem, em parte, ser explicadas pela cultura.
Toda sociedade aprova certos tipos psicológicos e desaprova outros, favorecendo ou prejudicando os
possuidores desses tipos, conforme o caso. É natural que as pessoas que não tenham predisposições
muito acentuadas para qualquer tipo assumam, inconscientemente, o tipo aprovado pela sua sociedade.

A única solução real daquilo a que chamamos problemas raciais está na modificação da atitude do
branco em relação aos outros grupos.

Para as raças não brancas é muito mais penoso o desprezo do branco do que sua exploração
econômica, a qual só pode ser transitória. A difusão da civilização, agora em progresso, removerá
finalmente a exploração econômica, mas para remover o desprezo, é preciso algum esforço consciente
por parte do branco. Se ele falhar no conceder igualdade aos outros grupos raciais, terá, certamente,
um rude despertar.

A presente geração já está assistindo à ascensão de um grupo asiático ao poder mundial, e pouco se
pode duvidar de que outros se seguirão.
O branco está, cada vez mais, sendo colocado numa posição em que faz parte da prudência capitular
de boa vontade.

Podemos definir ANTROPOLOGIA como “a ciência que estuda o homem e a sua origem, costumes,
formação e desenvolvimento em sociedade, desde sua origem até os dias de hoje”.

Os antropólogos estudam os povos isolados com características primitivas, pois acreditam que os
mesmos são como “o homem na sua origem”. Ex.:Aborígenes - tribo de índios que vive na Austrália -
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com características muito primitivas; Ilha de Madagascar, localizado no Ocidente da África, onde vivem
muitos povos isolados (pela própria condição da natureza) com costumes e características próprias.

A Antropologia visa, através destes estudos, proporcionar equilíbrio na análise das condições sociais
num âmbito geral e comprova o que a palavra de Deus diz: somos descendentes de uma espécie única.
Embora a ciência considere como nosso ancestral um animal com características semelhantes às do
macaco, está cientificamente comprovado que os primatas (tidos como nossos ancestrais) que foram
encontrados e pesquisados, não são descendentes da mesma espécie. Através destes estudos, tentam
desvendar o mistério do “Elo Perdido”.

Evidentemente, jamais encontrarão este elo, pois sabemos que somos descendentes de Adão.

Não podemos afirmar a origem (tempo) do ser humano. De acordo com o cronograma judeu, seria algo
em torno de 5.900 anos, mas isto não corresponde à realidade, já que foram encontrados fósseis bem
mais antigos.

Com relação à raça, é interessante notar como as características físicas podem se alterar pelas
condições de ambiente, mutações e, principalmente, em organizações fechadas. Ex: Os homens-gabiru
(Nordeste brasileiro): são homens anões, com 1,25m / 1,30m de altura, com cabeça e tórax
proporcionais à altura - conseqüência de sub-alimentação. Por outro lado, caso tais pessoas venham a
mudar de ambiente, futuramente, suas gerações poderão transformar-se, não portando mais estas
anomalias.

Quanto à seleção social, fica evidente o preconceito em relação a algumas pessoas. A sociedade, de
um modo geral, discrimina alguns, considerando suas características físicas, ideológicas, estilo de vida.
Enfim, todos os que não se enquadram aos padrões ditos normais, são discriminados.

Não podemos nos deixar influenciar pelo preconceito, pois o Evangelho deve se manifestar em qualquer
tipo de cultura, raça ou breed: podemos falar com punks, roqueiros, idosos, jovens etc. A linguagem é
fundamental para a comunicação.

Devemos considerar a cultura de cada povo sem deformá-los, adquirindo bagagem de conhecimento,
principalmente das culturas com que vamos conviver, e ter ciência de que o Espírito Santo de Deus nos
tem constituído para levar o Evangelho aos Reis da Terra e à menor criatura, a exemplo de Paulo - sem
qualquer tipo de preconceito.

É preciso entender, também, o “background” (pano de fundo) do povo. Para levar a palavra de Deus
devemos conhecer profundamente as culturas, aceitando as diferenças, e não agir segundo a ótica
humana, mas de acordo com o Espírito Santo de Deus.

Fazendo uma análise em toda a História, podemos notar como o preconceito sempre predominou: os
povos dominados tornavam-se escravos, ficando socialmente em condição inferior. Por outro lado, os
povos dominantes cresciam em conhecimento e bagagem, deixando bem claro que o que caracteriza
predominância e liderança está mais ligado à condição social do que, propriamente, à questão de raça.

Existem, no entanto, exceções marcantes de preconceito racial, como o ocorrido na 2ª guerra mundial,
onde Hitler, considerando a raça ariana (alemã) pura, tentou exterminar os judeus e negros. Na época,
os judeus representavam o poder econômico: neste caso, o que predominou não foi a condição social,
mas a força física.

IV – O BACKGROUND DA MENTALIDADE HUMANA

A diferença marcante entre a matéria viva e a matéria inanimada é que a matéria viva reage a
estímulos, de maneira a aumentar suas probabilidades de sobrevivência. O ser vivo apreende seu
ambiente e age para adaptar-se a ele.
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Nos organismos unicelulares, como a ameba, todas as partes do indivíduo são sensíveis a todas as
espécies de estímulos e o indivíduo todo lhes responde. Em organismos ligeiramente mais complexos,
as células superficiais recebem e transmitem os estímulos, enquanto as células internas reagem para
produzir as modificações necessárias à sobrevivência do organismo. Em organismos ainda mais
complexos, inclusive o nosso, a especificação de funções ainda é maior.

Todos esses organismos começam como simples agregações de células que se tornam diferenciadas,
formando uma camada superficial, altamente sensível aos estímulos, e uma camada interior, menos
sensível.
Nos animais organizados sobre um princípio radial (os reflexos saem de uma fonte nervosa, emitem
uma reação e um retorno direto), tais como as medusas e formas congêneres, os nervos formam uma
rede contínua.

Nos organizados sobre linhas axiais, onde se incluem todos os seres longos, bilateralmente simétricos,
desde os vermes até os homens, existe um sistema nervoso axial, ou seja, um feixe principal de nervos
que percorre a linha central do animal, com ramificações que se desviam para os vários órgãos.

Estes órgãos podem ser divididos em duas classes:


os receptores, (como os olhos, nariz e ouvido, que estão em contato com o mundo exterior e dele
recebem os estímulos) e
os eferentes, (como os músculos) que agem para produzir modificações que adaptam o indivíduo a seu
ambiente imediato.
Os nervos são os condutores que agem para reproduzir impulsos que ligam o indivíduo desde os
receptores até os eferentes, aproximadamente da mesma maneira pela qual uma linha telefônica leva
mensagens de uma a outra pessoa.

A ligação entre receptores, condutores e eferentes é conhecida por arco reflexo. Os nervos que ligam
receptores e eferentes são compostos de uma série de células especializadas, os neurônios, cujas
extremidades se aproximam, mas não se ligam umas às outras. Os intervalos entre os neurônios são
chamados sinapses e desempenham papel vital em todas as formas mais complicadas de
comportamento.

Os neurônios estão organizados de maneira a levar impulsos em uma única direção. Tocando em um
dos receptores, o impulso provocado por um estímulo passa pelo neurônio de ligação à velocidade de
cerca de cento e vinte metros por segundo até chegar a uma sinapse, que ele salta, passando para
outro neurônio: e assim por diante, até alcançar o órgão eferente (reação).

Nas sinapses existe uma espécie de resistência que afeta o impulso, o qual pode ser diminuído, ou
mesmo, interrompido nesse ponto. Pode, também, ser desviado para qualquer um dos vários neurônios,
se suas extremidades estiverem suficientemente próximas, ou pode desdobrar-se de maneira a
continuar percorrendo simultaneamente vários neurônios para chegar a vários eferentes.

Mas, a resistência oferecida pelas sinapses aos impulsos diminui com a continuidade de uso. Quanto
mais facilmente tiver sido saltada uma sinapse, tanto mais fácil para o impulso seguinte saltá-la. Esta
repetição de passagem através das sinapses é a base neurológica da aprendizagem e da formação de
hábitos.

Nos animais axialmente organizados, um destes centros reflexos superiores está sempre situado na
extremidade anterior do feixe principal de nervos na cabeça, onde fica em contato estreito com os
órgãos especializados dos sentidos, também ali situados. Nos vertebrados, este centro reflexo anterior,
o encéfalo, domina os outros.

Nos vertebrados inferiores, o encéfalo funciona principalmente na recepção direta dos estímulos vindos
dos órgãos sensoriais e na formação de ajustamentos automáticos a estes estímulos.
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No nível anfíbio aparece nova divisão no encéfalo, o cérebro, que se especializa em reações mais
complexas e seletivas e, à medida que avançamos na escala evolutiva, o cérebro aumenta de tamanho
em relação a outras partes do encéfalo e assume, cada vez mais, a função de orientar o indivíduo.

Nos primatas, e especialmente no homem, o cérebro tem muito mais importância do que o resto do
encéfalo e cuida das atividades do organismo com exceção de algumas atividades simples e
necessárias como a respiração, a deglutição e a modificação do tamanho da pupila ocular.

O cérebro é constituído por inúmeros neurônios assentados num leito de tecido conjuntivo. Existem,
pelo menos, 10.000.000.000 neurônios no encéfalo de um ser humano normal, cada um deles separado
de seus vizinhos pelas sinapses. Os caminhos percorridos pelos impulsos através deste labirinto de
neurônios e sinapses não estão organizados por ocasião do nascimento, mas se estabelecem pelo
processo, já descrito, de repetição do percurso.

V – ANTROPOLOGIA E APRENDIZADO

CONCLUSÃO

Como vimos, o que diferencia o homem de outros animais é a sua psique (PSYQUE) ou sua alma e o
que diferencia um grupo de outro é a sua cultura e seus hábitos, ou melhor, sua bagagem de
aprendizado armazenado e, para que possamos ter relacionamentos interpessoais eficazes, é
necessário que conheçamos qual é a bagagem de/com quem nós estamos nos relacionando.

E nada melhor do que fazer uma análise de como o ser humano adquire bagagem de aprendizado.
Vejamos a proporção de retenção do que nos é ensinado através de nossos sentidos:

Aprendemos: 83% Vendo


11% Ouvindo
3,5% Cheirando
1,5% Tocando
1,0% Provando

Retemos: 10% do que lemos


20% do que ouvimos
30% do que vemos
50% do que vemos e ouvimos
70% do que dizemos quando conversamos
90% do que dizemos quando fazemos algo
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2 – COMUNICAÇÃO

I - COMUNICAÇÃO

a) Etimologia
O vocábulo latino communicatio,onis (ação de repartir, de dividir, de comunicar, de conversar), que se
origina do verbo communicare (repartir, dividir, comunicar, conversar), corresponde ao vocábulo
português comunicação.

b) Conceito
Comunicação é o processo de troca de mensagens entre duas ou mais pessoas ou entre dois ou mais
sistemas diferentes e implica, portanto, na existência de dois pólos, a saber,

um emissor (ou transmissor, ou fonte) e


um receptor (ou destinatário, ou público),

em processo que ocorre através de um meio chamado canal podendo ser natural (ex: aparelho fonador)
ou industrialmente concebido, como imprensa, rádio e televisão...

Contudo, para que as mensagens possam ser efetivadas, é preciso que repousem sobre um sistema
simbólico comum ao emissor e ao receptor.

Esse sistema simbólico se formula através de um código, dentro do qual são concebidas as
mensagens. Na acepção científica do termo, a comunicação não é um processo natural porquanto exige
o conhecimento prévio de um código cultural, o da língua ou o da linguagem, em que se formulam as
mensagens.
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Logo, comunicação é o estabelecimento de uma corrente de pensamentos ou mensagens dirigida de
um indivíduo a outro com o fim de informar, persuadir ou divertir, tornado-se desta forma a função
essencial da linguagem.

Um renomado agrônomo, excelente mestre em Jornalismo Agrícola, formado pela Universidade de


Wisconsin (EUA) e Phd em Comunicação pela Universidade de Michigan (EUA) compara a
Comunicação ao crescimento de uma grande árvore: as duas se originaram de uma pequena semente.

Especificamente, a Comunicação surgiu da criação dos signos lingüísticos e em Mt 13:31,32 (ou Mc


4:30-32) observamos a associação do reino de Deus à menor das sementes.

Logo, evidenciamos a importância da Comunicação no serviço cristão.

c) História
Nos primórdios da comunicação humana, o homem procurou comunicar-se como ser social, pois sentia
a necessidade de exteriorizar seus sentimentos e pensamentos, fazendo com que outros participassem
de sua realidade interior.

Esta exteriorização o homem fez não somente na época em que viveu, como também, deixou
informações a seus posteriores: através da língua, idealizou a escrita, desenhando em paredes e
cavernas.

Alguns estudiosos discutiram durante bastante tempo a origem da fala humana. De um lado, os que
afirmavam que os primeiros sons usados para criar uma linguagem eram imitações dos sons da
natureza, como o cantar dos pássaros ou a queda d’água, por exemplo. De outro lado, a corrente dos
que sustentavam que os sons humanos surgiram das exclamações espontâneas como “Ai” da pessoa
ferida ou “Ah” de admiração ou “Grrrr” de fúria.

Nada impede também o pensamento de que o homem primitivo usava sons produzidos pelas mãos e
pés, além da boca. Haveria ainda a possibilidade de ter obtido sons através de objetos como pedras ou
troncos.

O certo é que, seja qual for o caso, a História mostra como os homens descobriram atos de associar
sons ou gestos a um objeto ou ação. Em decorrência da descoberta surgiram signos que significam
qualquer coisa que faça referência a outra coisa ou idéia e a significação, ou seja, o uso social dos
signos.

Em resumo, a base da comunicação e da linguagem em particular, é a atribuição de significados aos


signos (Gênesis 2:19,20).

Se o homem possuir um repertório de signos, teoricamente poderia combina-los de diferentes modos.


Se cada pessoa combinasse seus signos a seu modo, seria muito difícil comunicar-se com outros.

Criou-se, então, a gramática, o conjunto de regras para relacionar os signos entre si.

II – LINGUAGEM

Linguagem – fenômeno humano

A linguagem é um fenômeno dinâmico, constituindo atividade própria do agir do ser humano, enquanto
consciente de sua individualidade e dos outros membros de sua comunidade.

O homem, nas relações com outros indivíduos e realizando atividades comuns ao grupo a que pertence,
com finalidades determinadas, constituiu-se em sociedades.
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Em todas as sociedades, desde as mais primitivas às mais “evoluídas”, o homem age intencionalmente,
com fins específicos. A linguagem é uma atividade cultural e mais ainda, condição para a existência de
qualquer comunidade.

As relações mantidas entre os membros do grupo fundamentam-se em atos de comunicação e


manifestação, onde são utilizados objetos materiais concebidos para esse fim: signos lingüísticos,
gestos, sinais de trânsito, símbolos matemáticos, lógicos ou químicos, formas nas artes plásticas ou na
arte musical etc.

É a essa faculdade humana, intra ou interindividual, através da qual o homem se manifesta ou


manifesta algo a outros integrantes de seu grupo, que se chama linguagem.

Existe, no entanto, nesse fenômeno humano, um aspecto que se apresenta mais característico e é
utilizado mais constantemente, podendo-se dizer que constitui o meio por excelência de que o homem
dispõe para satisfazer sua necessidade de relacionar-se. Esse aspecto da linguagem é o que se realiza
através de sinais vocais. É a chamada “linguagem verbal”, “vocal”, “falada” ou “articulada”.

A linguagem é uma expressão codificada, é a bagagem adquirida, expressada em sinais, é um


fenômeno dinâmico, constituindo atividade própria do agir do ser humano, quando consciente da sua
individualidade e da dos outros membros de sua comunidade.

Por outro lado, a linguagem humana é um fenômeno universal e uno na essência, mas diverso em sua
realização concreta. Cada grupo social utiliza um instrumento particular de comunicação, com
características e combinações próprias - a “língua” - que, por sua vez, apresenta variações de indivíduo
para indivíduo - o “dialeto“.

Exemplos de Linguagem: fala, escrita, braile (para cegos), linguagem de sinais (para surdos), pintura,
dança, expressão corporal, artes em geral, mímica, figuras, símbolos, música, etc...

Linguagem – caráter vocal

Nas várias definições de linguagem stricto sensu, sempre existem referências ao caráter vocal desse
fenômeno: trata-se de um meio de comunicação puramente humano, e não instintivo, para as idéias, as
emoções e os desejos, por intermédio de um sistema de símbolos criados diferentemente em diferentes
culturas, símbolos realizados pelos chamados “órgãos da palavra”.

Na fala corrente, “linguagem” designa, propriamente, a faculdade de que os homens dispõem para se
compreenderem por meio de signos ou sinais vocais, atividade simultaneamente cognitiva
(conhecimento) e manifestativa (expressiva), realizada pela utilização de um sistema de duplos sinais
(signos), que se apresentam fisicamente como objetos sonoros produzidos pelo aparelho fonador do
homem.

Daí ser a linguagem, em essência, vocal ou oral, a manifestação da voz humana, o desentranhar da fala
ou conjunto de emissões vocais significativas.

Unidades Lingüísticas básicas

Quando um objeto leva ao conhecimento de outro que não ele mesmo, quando significa algo distinto
dele mesmo, esse objeto é um “sinal”.

“Sinais instrumentais” são sinais externos de objetos materiais (visuais, acústicos, olfativos),
apreendidos pelos sentidos; “sinais formais” são sinais internos, presentes no interior do sujeito
conhecido, puras formas de conhecer os objetos da realidade (conceitos e imagens psíquicas).

A comunicação se dá através de objetos sonoros - sinais instrumentais – produzidos pelo aparelho


fonador e captados pelo sentido auditivo do homem; esses objetos sonoros se referem a
representações internas, instrumentais - sinais formais - da realidade.
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O aspecto constituído pela cadeia sonora emitida e passível de ser representado graficamente - sinal
instrumental - é o “significante” do sinal lingüístico.

A representação interna do objeto é o “significado”.

O duplo aspecto significante / significando vem a constituir o “signo (ou sinal) lingüístico”.

SIGNIFICANTE  SIGNIFICADO  REALIDADE  SIGNO

Toda palavra ou signo lingüístico é constituída por um significante (a forma) e um significado (a idéia,
conceito).
Exemplos:
Significante:
Rasguei a manga da camisa/ Adoro sorvete de manga. As duas palavras grifadas têm o mesmo
significante, porém, 2 significados perfeitamente distintos.

Significado:
Ele ficou pálido ao receber a notícia / Ele ficou lívido ao receber a notícia. As duas palavras grifadas têm
o mesmo significado, porém, 2 significantes diferentes.

É próprio da comunicação contribuir para a modificação dos significados que as pessoas atribuem às
coisas. E, através da modificação de significados, a comunicação colabora na transformação das
crenças, dos valores e dos comportamentos.

A comunicação é a função essencial da linguagem. Não existe comunidade sem comunicação. É


necessário que seus integrantes levem a outros, conteúdos de consciência formados em seu interior e
que esses outros se tornem participantes de uma realidade que é de um e de todos e realizada por
cada um e por todos.

O homem, como ser social, sente necessidade de exteriorizar esses seus conteúdos e de fazer com
que outros participem de sua realidade interna. Sem a linguagem, bem poucos homens teriam em
comum o que pudesse originar uma sociedade. Através da língua, esse sistema de sinais externos, que
na forma material e em seu valor significativo é comum a todos, é que cada um manifesta suas
experiências.

A linguagem é, portanto, o instrumento que determina uma sociedade e congrega seus membros. Pode-
se dizer que nada existe que não possa ser expresso em qualquer língua que seja, exceção feita
quando, na experiência das pessoas, nada corresponda à realidade que se quer comunicar.

III – PROCESSO DE ESTABELECER COMUNICAÇÃO

Existem três conceitos preliminares que são importantes para a perfeita compreensão da comunicação:
dado, informação e comunicação.

DADO: é um registro ou anotação a respeito de determinado evento ou ocorrência. Um banco de dados,


por exemplo, é um meio de acumular e armazenar conjuntos de dados para serem posteriormente
combinados e processados. Quando um conjunto de dados possui um significado (um conjunto de
números ao formar uma data ou um conjunto de letras ao formar uma frase) temos uma informação.

INFORMAÇÃO: é um conjunto de dados com determinado significado, ou seja, que reduz a incerteza a
respeito de algo ou que permite o conhecimento a respeito de algo.

COMUNICAÇÃO: é quando uma informação é transmitida a alguém, sendo então compartilhada


também por esse alguém.
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Para que haja comunicação é necessário que o destinatário da informação a receba e compreenda. A
informação simplesmente transmitida, mas não recebida, não foi comunicada.

Comunicar significa tornar comum a uma ou mais pessoas determinada informação e se constitui num
processo composto de cinco elementos fundamentais, a saber:

Emissor ou fonte:
É a pessoa, coisa ou processo que emite a mensagem para alguém, isto é, para o destino. É a fonte de
comunicação.

Transmissor ou codificador:
É o equipamento que liga a fonte ao canal, isto é, que codifica a mensagem emitida pela fonte para
torna-la adequada e disponível ao canal.

Canal:
É a parte do sistema que separa a fonte do destino, que estão fisicamente próximos ou distantes.

Receptor ou decodificador:
É o equipamento situado entre o canal e o destino, isto é, que decodifica a mensagem para torna-la
compreensível ao destino.

Destino:
É a pessoa, coisa ou processo para o qual a mensagem é enviada. É o destinatário da comunicação.

O ato da fala supõe, no mínimo, dois sujeitos:


o emissor ou fonte (locutor, falante) e
o destino ou destinatário (ouvinte).

Basicamente, comunicar é trocar mensagens entre emissor e destino, e vice-versa, conforme o ponto
de referência a ser tomado, com base nos elementos constitutivos de todo ato de comunicação verbal:
emissor ou fonte, transmissor ou codificador, canal receptor ou decodificador e destino.

O pensamento exteriorizado é dirigido a outro indivíduo, podendo este se encontrar efetivamente


presente ou não no momento do ato da fala. O emissor, ao expressar seus conteúdos de consciência,
quer ser ouvido e compreendido.

Mesmo o monólogo pressupõe, implicitamente, a existência de ouvintes e pode ser considerado como
uma forma imperfeita de diálogo.

A função de “informação” (referencial) da linguagem é aquela em que o emissor se dirige ao outro para
transmitir alguma coisa, sendo a finalidade do ato da fala a exteriorização de conteúdos cognitivos de
natureza predominantemente intelectual.
Quando, ao emitir uma mensagem, o emissor tem em vista modificar o comportamento (interno ou
externo) dos ouvintes, a função que prevalece é de “apelo”. Ao pedir ou ordenar, ao elogiar ou
repreender, e ao argumentar, ele tem a intenção de atuar na maneira de agir ou de pensar da pessoa a
quem se dirige. Os conteúdos cognitivos (conhecimento) manifestados na função de apelo são,
sobretudo, de caráter volitivo (variável).

O emissor também utiliza a linguagem para manifestar conteúdos cognitivos de natureza


eminentemente emotiva. Em certas ocasiões, o ato da fala não tem como finalidade informar ou atuar
sobre o outro, mas objetivar exteriormente a emoção de que está possuído o sujeito no momento. A
simples descarga emotiva lhe traz alívio.

Na “expressão” ou “pura exteriorização”, o emissor não se preocupa necessariamente em ser ouvido ou


compreendido por outros (embora muitas vezes a expressão desempenha eficazmente a função de
apelo); basta-lhe manifestar externamente a perturbação interna produzida por algum choque.
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O grito, o gemido, a lágrima, o riso, o gesto, o jogo fisionômico são manifestações naturais e
espontâneas que servem o homem nessas ocasiões.

São manifestações involuntárias e não intencionais, em grande parte.

A “expressão” se dá quando o sujeito exterioriza conteúdos de consciência de natureza emotiva,


prevalentemente em momentos de tensão.

As funções de informação, apelo e expressão não se encontram isoladamente na manifestação


lingüística. Elas se dão simultaneamente.

Toda manifestação lingüística é:

 Informativa:
na medida em que deve encerrar conteúdos de caráter objetivo para que o ouvinte possa apreendê-los
intelectualmente.

 Expressiva:
porque o sujeito manifesta sempre uma atitude emotiva no ato de falar.

 Apelativa:
porque o transmissor espera sempre que a exteriorização de seus conteúdos de consciência venha
modificar, de alguma maneira, a realidade ou o comportamento de seus ouvintes.

No uso cotidiano, predominam as funções apelativas e expressivas na comunicação.

Como o processo de comunicação funciona como um sistema aberto, é comum ocorrer certa
quantidade de ruído, que significa uma perturbação indesejável que tende a deturpar, distorcer ou
alterar de maneira imprevisível a mensagem transmitida.

Geralmente, dá-se o nome de ruído a alguma perturbação interna do sistema, enquanto se dá o nome
de interferência a alguma perturbação externa vinda do ambiente.
Nas pessoas, toda informação provinda do ambiente é recebida e coordenada pelo sistema nervoso
central, o qual seleciona, arquiva e ordena os dados, enviando ordens aos músculos, as quais voltam
recebidas pelos órgãos de movimentação, passando a combinar com o conjunto de informações já
armazenadas para influenciar as ações atuais e futuras. Assim, o conteúdo daquele que as pessoas
permutam com o ambiente ao se adaptarem a ele é a própria informação.

O processo de receber e utilizar-se de informações é, justamente, o mesmo processo de ajustamento


do indivíduo à realidade e o que lhe permite viver e sobreviver no ambiente que o rodeia.

O processo de comunicação pode ser abordado matematicamente, não do ponto de vista


determinístico, mas probabilístico, pois nem todo sinal emitido pela fonte de informação percorre o
processo de modo a chegar incólume ao destino.

O sinal pode sofrer perdas, mutilações, distorções; pode também sofrer ruídos, interferências,
vazamentos e, ainda, ampliações ou desvios. O boato é um exemplo típico de comunicação distorcida,
ampliada e, muitas vezes, desviada.

Em um sistema de comunicações, toda fonte de erros ou distorções está incluída no conceito de ruído.
Em uma conversa telefônica, por exemplo, o ambiente barulhento, as interferências, os cruzamentos de
linhas, as interrupções e a impossibilidade de ver o interlocutor provocam ruídos. Daí a necessidade de
recorrer-se à repetição – redundância – para superar os vários tipos de ruído.
O conceito de comunicação está, porém, sujeito a algumas complicações adicionais quando se trata de
comunicação humana. É que cada pessoa tem seu sistema conceitual próprio, isto é, seu padrão de
referência que age como filtro codificador, condicionando a aceitação e o processamento de qualquer
informação.
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Esse filtro seleciona e rejeita toda informação não ajustada a esse sistema ou que possa ameaça-lo. Há
uma codificação perceptiva (percepção seletiva) que atua como defesa, bloqueando informações não
desejadas ou não relevantes. Assim, cada pessoa desenvolve seu próprio conjunto de conceitos para
interpretar o ambiente externo e interno e para organizar suas múltiplas experiências de vida cotidiana.

Os padrões pessoais de referência são importantes para o entendimento do processo de comunicação


humana. Existe uma profunda relação entre cognição, percepção, motivação e comunicação.

Aquilo que duas pessoas comunicam é determinado pela percepção de si mesmas e de outra pessoa
na situação, graças a seus diferentes sistemas cognitivos e sua motivação naquele momento.

IV – BARREIRAS À COMUNICAÇÃO

O processo de comunicação humana está sujeito a chuvas e tempestades. É que existem também
certas barreiras que servem como obstáculos ou resistências à comunicação entre as pessoas: são
variáveis que intervêem no processo de comunicação e que o afetam profundamente, fazendo com que
a mensagem tal como é enviada se torne diferente da mensagem tal como é recebida.

Os ruídos produzem barreiras na comunicação, obstáculos muito sutis, que constituem fortes barreiras;
citaremos algumas de caráter pessoal:

Opiniões e atitudes

- o receptor só entende a mensagem que quer entender; neste caso a pessoa assume posturas pré-
determinadas e não se abre para a mensagem que está sendo transmitida.

Egocentrismo

– que impede de enxergar ou entender o ponto de vista do emissor, pois no instinto de superioridade
existe uma tendência de rebater aquilo que o emissor diz, prevalecendo assim aquilo que o receptor
possui como informação e não aquilo que o emissor quer transmitir.

Percepção

– certas palavras apresentam conotação que predispõe o receptor a ouvir ou ver com atenção a
mensagem ou, ainda, a desinteressar-se dela.

Competição

– ao transmitir a mensagem há uma concorrência; corta-se a palavra e cada um dos receptores deseja
que se entenda o que se pretende dizer; neste caso prevalece o desejo de ser ouvido, de expressar
suas idéias e opiniões, independente do que o outro está tentando comunicar e, desta forma, ocorre um
lapso na comunicação porque a idéia é “vencer” a discussão e não chegar a um denominador comum.
Em resumo, as duas partes acabam não entendendo nada, a comunicação fica infrutífera e podem
ocorrer até resultados piores como mágoa, indisposição ou apatia.

Frustração

– fato que leva a pessoa a não entender a mensagem, por despertar lembranças passadas
desagradáveis.

Transferência

– inconscientemente, os sentimentos que se tem por pessoa parecida com o interlocutor podem ditar
uma predisposição favorável ou não para entender a mensagem.
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Ex: um professor que na infância gerou muitas situações de constrangimento no aluno por causa de
erros cometidos em classe (piadas, apelidos, chacotas, humilhações, repreensões...) ou mesmo o fato
do aluno não gostar da matéria ensinada e que gerou no inconsciente desta criança uma associação
com o tipo físico, gestual ou até mesmo verbal do professor e que sempre que este aluno, mesmo
depois de adulto, encontrar alguém parecido com o professor da infância, mesmo que apenas em
algumas partes, inconscientemente haverá um tipo de barreira a ser enfrentada.

Projeção

– emprestamos a outrem a intenção que nunca teve, mas que teríamos em seu lugar.

Inibição (timidez)

fato prejudicial em todos os sentidos, quando há a desvalorização pessoal; assim, mesmo que a pessoa
entenda a mensagem transmitida, por causa de suas deformações, ele não corresponde: ou acredita
que não é capaz, que é indigno ou que sua participação é dispensável.

V – TIPOS DE BARREIRAS

Podemos classificar a ocorrência de quatro principais tipos de barreiras à comunicação humana:


humanas, físicas, semânticas e espirituais:

Barreiras humanas (ou pessoais)


São interferências que decorrem das limitações, emoções e valores humanos de cada pessoa. As
barreiras mais comuns em situações de trabalho são os hábitos deficientes de ouvir, as emoções, as
motivações, os sentimentos pessoais. As barreiras humanas podem limitar ou distorcer as
comunicações com as outras pessoas. Ex: Ex 9:11; 4:10-14; Jo 1:10; Mt 13:15.

Barreiras Físicas
São as interferências que ocorrem no ambiente em que acontece o processo de comunicação. Um
trabalho que possa distrair, uma porta que se abre no decorrer da aula, a distância entre as duas
pessoas, canal saturado, paredes que se interpõem entre a fonte e o destino, ruídos estáticos na
comunicação por telefone etc... Ex.: Lc 8:43-47; Mc 2:4

Barreiras semânticas
São as limitações ou distorções decorrentes dos símbolos através dos quais a comunicação é feita. As
palavras ou outras formas de comunicação (gestos, sinais, símbolos etc...) podem ter diferentes
sentidos para as pessoas envolvidas no processo e podem distorcer seu significado. As diferenças de
linguagem constituem fortes barreiras semânticas entre as pessoas. Ex.: Jo 3:1-15; At 19:23; Jo 3:15.

Barreiras espirituais
Satanás, desde o início da criação, age para impedir que o homem tenha consciência do quanto a
comunicação com Deus é importante para sua vida e sua atuação desde o início dos tempos é para que
este desejo de Deus não se cumpra na vida do Homem.

Podemos ler em Gênesis um exemplo disto, quando Abel ofertou a Deus junto com Caim. Neste caso, a
oferta de Abel comunicou a Deus um desejo sincero de se relacionar com Ele e, por isso foi aceita, ao
contrário da oferta de Caim, que foi rejeitada. Quando Satanás viu que o Homem (Abel) conseguiu
novamente retomar um canal de comunicação com Deus, lançou sobre Caim seu desejo de impedir a
continuação dessa comunicação com Deus.
Em outras palavras, quando Caim matou Abel, ele estava destruindo seu irmão, mas Satanás estava
tentando destruir qualquer princípio que pudesse restabelecer a comunicação do homem com Deus
depois da queda; seu objetivo era, mais uma vez, separar o homem de seu Criador. Ex.: Dn 10:12-13; I
Jo 4:2; II Co 4:4;At 20:9,11.
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Concluímos, então, que a comunicação constitui a primeira área a ser focalizada quando se estudam as
interações humanas e os métodos para mudança do comportamento humano; trata-se de uma área em
que cada pessoa pode fazer grandes progressos na melhoria de sua própria eficácia e em seu
relacionamento interpessoal. É também o ponto de maiores desentendimentos e conflitos entre duas ou
mais pessoas, entre membros de um grupo, entre grupos e dentro da organização como um sistema.

VI – MENSAGEM

a) CONCEITO
A natureza da linguagem se relaciona intimamente com as funções para que serve. Essas funções
podem ser comuns a todas as culturas, ou específicas de um grupo - os recursos de linguagem não são
os mesmos em grupos sociais de graus de desenvolvimento diversos. Os integrantes de uma
comunidade utilizam-se da linguagem para transmitir informação, pedir, ordenar, interrogar, influenciar
outros, manifestar seus pensamentos etc.

Portanto, mensagem é a organização de pensamentos e sentimentos em sinais lingüísticos, vocais ou


gestuais visando comunicá-los ao receptor.O emissor precisa entender os limites do receptor e não sair
fora deles, pois basicamente a comunicação se estabelece quando há troca de mensagens entre
emissor e receptor e vice-versa conforme o ponto de referência.

A mensagem tem por objetivo atingir o receptor que, com sua própria bagagem, a decodificará sendo,
então, influenciado por ela (mensagem) e dando (ele) um retorno favorável ou não (Feed Back).
O segredo da mensagem é codifica-lá segundo a bagagem que você tem a respeito do seu receptor,
para que o conteúdo seja absorvido o máximo possível e você tenha retorno favorável.

A mensagem e sua influência variam de acordo com três funções básicas da linguagem: “referencial”,
“expressão” e “apelo”, na medida em que predomina uma dessas funções.

A “referencial” concentra-se predominantemente em conteúdos de consciência de natureza intelectual


profundo.

A “expressão” é aquela em que o sujeito exterioriza primordialmente conteúdos de natureza emotiva em


momentos de perturbações internas.

No “apelo” o locutor procura, sobretudo ao emitir uma mensagem, atuar sobre o receptor, tenciona
modificar o comportamento - interno ou externo - daquele a quem se dirige.

A mensagem está presente nos diversos tipos de comunicação, a saber:


comunicação verbal: mensagem transmitida por palavras (meios de comunicação: TV, rádio...)
comunicação escrita: mensagem transmitida por caracteres gráficos ou desenhados (cartas, jornais,
arte...)
comunicação gestual: mensagem visual, transmitida através do corpo (mímica, olhar, postura, gestos...)

Toda mensagem na comunicação verbal pode ser:


 consciente:
onde gestos e posturas acompanham aquilo que se diz;
 inconsciente:
onde postura e gestos não condizem com o que se fala.

b) REQUISITOS DA MENSAGEM

O segredo da mensagem é codificá-la segundo a bagagem que se tem a respeito do destino ou


destinatário para que o conteúdo proporcione o retorno desejado (feed-back).
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Portanto, a mensagem deve:
estar ajustada ao destino ou destinatário;
possuir conteúdo significativo;
apresentar sentido claro;
estar completa;
ser objetiva;
ser oportuna.

VII – FEEDBACK

Feedback é um termo anglo-saxônico introduzido nas relações vivenciais para definir um processo
muito importante na vida do grupo. Traduzido do inglês como “realimentando” ou “observação
interpretativa” ou “mecanismo de revisão”, consiste em verificar o próprio desempenho e corrigi-lo, caso
seja necessário.

Para que nossos relacionamentos interpessoais não sejam desviados, é necessário usar o feedback na
nossa convivência: essa é a forma de ajudar a outra pessoa ou o grupo, considerando uma mudança de
proceder e de interagir. Pode ser verbal ou não-verbal, dirigida à outra pessoa ou grupo, tornando-a
ciente de como sua conduta está nos afetando ou afetando a situação do momento.

Todo bom emissor deve estar atento ao comportamento dos destinatários, bem como a suas ações,
principalmente se notar que eles demonstram não estar entendendo a mensagem. Essa realimentação
pode ocorrer através da expressão física de seus ouvintes ou destinatários. Ex: bocejos, olhares
dispersos, olhos fechados, semblante franzido de atenção etc...

A) RECURSOS PARA O FEED BACK

- Você sabe ouvir?

A questão não é apenas ouvir: é importante compreender o que a outra pessoa está tentando transmitir
para que não haja perda de tempo e oportunidade. Jesus Cristo é um exemplo marcante de quem sabe
ouvir os outros.

Ouvir não é apenas escutar passivamente; é uma experiência ativa de participação em que você presta
verdadeira atenção àquilo que a outra pessoa está dizendo. A mente de um bom ouvinte deve estar
alerta, seu rosto e sua postura devem refletir esse fato.

O bom ouvinte pode demonstrar seu interesse através de perguntas e comentários que encorajam o
locutor a expressar inteiramente suas idéias.
A boa comunicação parte desse princípio essencial que é escutar refletidamente e, dentro dos
relacionamentos, ouvir é um instrumento simples, porém, eficaz.

Para ser um bom ouvinte, devemos obedecer aos seguintes princípios:

- não interrompa a conversação com comentários do tipo: “Isto não foi nada, comigo
aconteceu ...”, ou “É, mas veja só o que aconteceu comigo...”
- não desvie o seu olhar da outra pessoa a não ser momentaneamente. Dê a ela atenção total.
Não atravesse a pessoa com o olhar, mas deixe, através do seu olhar, um contato agradável.
- valorize os sentimentos dos outros. É recomendável dizer algo como: “sim, eu percebo o que
você quer dizer...” ou “posso ver porque você se sente assim...” ou “deve ter sido uma grande
experiência. Diga-me mais a respeito.” Procure não competir com a história ou piada da outra
pessoa. Quando ela estiver contando algo, não deixe sua mente divagar em busca de outro que
você possa contar, pois seus olhos se desviariam da pessoa e sua atenção de dispersaria,
centralizando-se em si mesmo.
- não critique; você pode estar atacando o melhor amigo da outra pessoa, sua convicção religiosa
ou partido político.
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- faça perguntas apropriadas: “Que aconteceu depois?” ou “Como você se sentiu?”
- não discuta. As discussões dificilmente resolvem alguma coisa e levam a outra pessoa a se
defender e a discutir mais ainda. Se alguém pedir sua opinião, apresente, mas não transforme a
conversa em debate. Isso não significa que você não tenha bons argumentos, seja fraco ou
insensível, mas, sim que tem bom senso.
- demonstre interesse através de sua expressão corporal; deixe acontecer a linguagem do seu
corpo.
- nunca demonstre estar com sono.

Enquanto a pessoa estiver falando, não interrompa, não dê sua opinião nem sua posição até que ela
termine de falar.

Tão importante quanto ouvir é saber dar uma palavra oportuna.

- Você sabe falar?

É muito difícil falar demais e não pecar. Para que sua comunicação seja uma bênção, é necessário
pensar antes de falar; afinal, nossa língua mostra quem somos (Mt 12:34,35).

“No muito falar há transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente”
Pv 10:19
Alguns acreditam que falar muito é sinal de inteligência, mas a verdade é que no silêncio é que se
mostra sabedoria e auto-controle. Nossos relacionamentos podem ser determinados pelo que falamos e
as dificuldades são proporcionais às palavras; por isso é necessário prudência para que a comunicação
não traga transtornos mas a bênção de relacionamentos felizes e equilibrados.

Pessoas que falam muito acabam gerando incômodo e desconforto aos ouvintes que acabam se
afastando. E, o pior é que essas pessoas não reconhecem esse problema.

“Quem toma cuidado com o que diz está protegendo a sua própria alma, mas quem fala demais destrói
a si mesmo.”
Pv 13:03
Pessoas que falam sem pensar se comprometem com o que não podem cumprir, ferem os sentimentos
dos outros e se colocam em situações que não desejam.

“O insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar seu interior.”


(Pv 18:1)

“Quem retém as palavras, possui o conhecimento, e o sereno de espírito é homem de inteligência. Até o
estulto, quando se cala, é tido por sábio, e o que cerra os seus lábios, por entendido”
(Pv 17:27,28)
Pessoas que respondem antes de ouvir mostram a sua tolice e passam vergonha, pois entendem
mal.

“Quem responde antes de ouvir, mostra que é tolo e passa vergonha”


(???)
Pessoas que falam de maneira errada na hora errada criam situações desagradáveis e
inconvenientes; é necessário se desculparem por falar sem saber.

“Quando alguém acorda um amigo bem cedo com um grito de “bom dia!”, o seu cumprimento soa como
uma maldição”
(Pv 27:14)
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Bom é observar e aprender que a comunicação saudável e eficaz é aquela cheia de amor e
compreensão, onde o Espírito Santo nos ensina, debaixo de sabedoria e auto-controle. Dessa forma
será muito mais fácil se relacionar com o próximo.

“Todos nós sempre cometemos erros. Quem não comete nenhum erro no que diz é perfeito e é capaz
de controlar todo o seu corpo”
(Tg 3:2 / Pv 25:11)

EXPLICAÇÕES ADICIONAIS

Entendemos como comunicação a ação de repartir, de dividir, de conversar, ou seja, de dividir


experiências, através de um código comum entre o emissor e o destino.

A linguagem é basicamente uma expressão codificada, tendo como função “COMUNICAR”. Ex: punks
(alfinete no nariz), góticos (vestidos de preto). Ela varia de acordo com a cultura, portanto, é necessário
analisar o destino (cultura, necessidades) utilizando uma linguagem adequada. Para evitarmos conflitos
culturais, devemos estar preparados, sabendo nos relacionar com qualquer tipo de pessoa.

O segredo da comunicação é codificar a mensagem, considerando a bagagem do destinatário, visando


obter retorno (feed back) adequado.

Emissor Codifica a mensagem em uma linguagem comum ao receptor.


Receptor Decodifica a mensagem recebida.
MensagemA linguagem verbal, vocal, articulada, gestos.
Canal Meio pelo qual é transmitida a voz ou fala: pessoalmente, por telefone, rádio, TV.
Feed BackRetorno, resposta (reação do ouvinte).

Toda mensagem possui três fatores: Referencial, Expressão e Apelo.

Referencial - Notícia (jornalismo, TV): não expressa emoção; trazendo referencial do acontecimento
sem base de expressão emotiva ou apelo – apenas a nível informativo.

Expressão - Mensagem de amor. Exprime através de uma bagagem de conhecimento; expõe


sentimentos, emoções, tenta cativar.

Apelo - Visa alterar a concepção e idéia do ouvinte.

Os meios de comunicação são formadores de opinião e são capazes de induzir as pessoas a praticar os
tipos de ação que desejam. Podemos perceber a influência na propaganda: O sucesso com Hollywood
(marca de cigarro), acompanhado em letras minúsculas do Ministério da Saúde da seguinte informação
- “Fumar é Prejudicial à Saúde”.

As pessoas conseguem “filtrar”, em certas ocasiões, a manipulação da comunicação. Mas, em muitos


casos, a propaganda de determinada marca de produto com o nome similar a outro (reconhecido no
mercado), induz o consumidor a consumir tal produto, por associá-lo ao produto de marca famosa. Ex.:
Sony - Sanyo.

A comunicação não deve ser usada para manipulação e sim, visando a transformação do nosso
ouvinte, através do Espírito Santo de Deus. Temos que comunicar o que recebemos de Deus: Amor.

Recebemos diariamente uma carga muito grande de informações negativas através dos meios de
comunicação. Devemos quebrar os conceitos adquiridos nessas informações negativas, através da
meditação da palavra de Deus: é a única forma de nos reabilitarmos para não sofrermos influências do
meio em que vivemos, ou seja, valores distorcidos que os meios de comunicação, de um modo geral,
transmitem - prostituição, adultério, roubo – e, gradativamente, vão minando os valores espirituais.
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A palavra de Deus diz que aquele que comete pecado se torna escravo do pecado. Para ter a mente de
Cristo precisamos estar em comunhão com Ele, em oração, praticando a leitura da Bíblia e orientados
pelo Espírito Santo. Devemos ser o canal do Espírito Santo de Deus porque, através d’Ele saberemos o
que o receptor (ovelha) precisa, quais são suas deficiências e qualidades. O Pastor tem características
de Mestre, em quem as pessoas se espelham; portanto, devemos ser pessoas cheias do Espírito Santo
de Deus e vigiarmos naquilo que comunicamos.

3 – RELAÇÕES HUMANAS

A) A BASE ESSENCIAL DE RELACIONAMENTOS: “O AMOR”

I - Conceito gramatical e literário.

Em oposição ao Português, o Grego extra-bíblico tem um bom número de palavras para “amor” e
“amar” e delas, as mais importantes são: PHILEO, STERGO, ERAO e AGAPAO.

PHILEO é a palavra mais generalizada para “amar” ou “considerar com afeição”. As muitas palavras
derivadas mostram, com clareza, este fato:
- philosophia = amor ao conhecimento, filosofia (sabedoria);
- philoxenia = hospitalidade (estrangeiro, art. Xenos);

e nomes próprios tais como:


Philppos (lit. “o que ama cavalos”).

PHILEO denota, principalmente, a atração de pessoas entre si; quando estão estreitamente ligadas,
dentro e fora da família; inclui a preocupação, cuidado e hospitalidade, bem como o amor às coisas no
sentido de “gostar de”. As idéias que se vinculam com PHILEO não têm ênfase claramente religiosa.

STERGO, verbo usado menos freqüentemente, significa “amar, sentir afeição”, especialmente do
mútuo amor entre pais e filhos. Pode ser empregado, também, como o amor de um povo pelo seu
soberano, o amor de um deus tutelar pelo povo, e até dos cachorros por seu dono. É menos comum
para o amor entre os cônjuges, e não ocorre em parte alguma no NT, a não ser nos compostos astorgos
(Rm 1:31; 2 Tm 3:3) e philostorgos (Rm 12:10). Acha-se, no entanto, em alguns escritos cristãos
primitivos.

Por outro lado, o verbo ERAO e o substantivo EROS denotam o amor entre o homem e a mulher que
abrange o “anseio”, o “anelo” e o “desejo”. O deleite dos gregos na beleza do corpo e nos desejos
sensuais achavam expressão aqui, na abordagem dionisíaca à vida e sua sensação. A êxtase sensual
deixava muito para trás a moderação e a proporção, e os tragedianos conheciam o poder irresistível
que EROS - o deus do amor tinha o mesmo nome - e que, no caminho do êxtase, esquecia-se de todo o
raciocínio, vontade e discrição.

Havia, outrossim, um entendimento mais místico de EROS, mediante o qual os gregos procuravam
atingir e até ir além de todas as limitações humanas, a fim de chegarem à perfeição. Além dos cultos de
fertilidade, com suas influências orientais e sua glorificação do deus Eros, gerador da natureza, havia
também as religiões de mistérios, cujos ritos visavam unir o participante com a divindade.

Não está clara a etimologia AGAPAO e AGAPE. O verbo AGAPAO aparece freqüentemente na
literatura grega de Homero em diante, mas o substantivo AGAPE é uma construção que só aparece no
grego posterior. Foi achada apenas uma referência fora da Bíblia: aí, a deusa ISIS recebe o título de
AGAPE.

O AGAPAO é, freqüentemente, uma palavra descolorida em grego, e aparece com freqüência como
alternativa de sinônimo para ERAO e PHILEO, com significado de “gostar de“, “tratar com respeito”,
“estar contente com” e “dar boas vindas”, quando, em raras ocasiões, se refere a alguém que foi
favorecido por um deus. Fica claro que, diferentemente de ERAO, não se refere ao anseio humano por
24
posses ou valores, mas sim, a uma iniciativa generosa de uma pessoa por amor à outra. Tal fato se
expressa, sobretudo, no modo que se emprega Agapetos, mormente a respeito de uma criança, mas
especialmente quando se trata de um filho ao qual se dá todo amor dos pais.

II – Emprego no Antigo Testamento

Na Septuaginta, AGAPAO se emprega, de preferência, para se referir tanto a pessoas quanto a coisas
e denota, em primeiro lugar, o relacionamento de seres humanos entre si e, em segundo lugar, ao
relacionamento entre Deus e o homem.

Para a sensibilidade oriental, amor e ódio representam duas atitudes polarizadas, básicas à vida.

No Antigo Testamento, o fenômeno do amor se apresenta como força espontânea, que impele alguém a
uma coisa ou pessoa em contraste consigo mesmo.

O amor significa o impulso vital dos sexos entre si. Os profetas Oséias (3:1; 4:8), Jeremias (2:25) e
Ezequiel (16:37) não sentiam vergonha alguma em falarem do lado sexual do amor.

A percepção poderosa da diferenciação dos sexos e do amor conjugal como um dom enriquecedor, não
somente se deriva das narrativas da criação (Gn 2:18 e segs.), mas ainda de Cantares, que celebra a
força do amor apaixonado.

“O amor é forte como a morte e duro como a sepultura o ciúme e suas brasas são brasas de fogo, são
veementes labaredas”
(Ct 8:6).
Além do relacionamento entre os sexos, no entanto, o relacionamento de sangue com pai e mãe e o
vínculo espiritual entre amigos também pode ser amor. Como exemplo, podemos citar Hebreus (?),
onde não se consegue distinguir entre ARAO e AGAPAO.

Assim, ao falar do amor entre Jônatas e Davi, (1 Sm 18:1, 3 e 20:17), o salmista expressa-se em termos
de uma comunhão mais profunda do que o amor por mulher:

“Excepcional era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres”


(II Sm 1:26)
A palavra “amor” se usa menos comumente, e com maior cautela, para descrever o relacionamento
entre Deus e o homem.

Quanto a este assunto, o Antigo Testamento contrasta com a literatura grega ao ficar muito removido de
qualquer modo místico de pensar. No Antigo Testamento, o homem nunca pode subir até Deus; já no
modo grego de entender EROS, ele pode. Isto porque a totalidade do pensamento, do sentimento,
ação e adoração humanos são uma resposta a um movimento anterior da parte de Deus, que a
Septuaginta prefere utilizar no uso da palavra mais simples, AGAPE à palavra EROS, que é mais
carregada em sentido. A direção completamente diferente de pensamento torna facilmente
compreensível esta substituição.

Foram os profetas que, pela primeira vez, se aventuraram a desenvolver o tema de Deus como parte
principal da sua obra de eleição. Foi uma dificuldade de proporções sem igual para Oséias, cercado
pelo mundo cananita de cultos à fertilidade e festas de amor, ambos baseados no sexo, representar o
relacionamento de Javé e Seu povo como o de um marido traído e de uma prostituta (casamento).

No entanto, a despeito do fato de Israel violar a aliança, e assim se tornar em meretriz e adúltera, Javé
ainda atraia de volta Sua esposa infiel. Desta forma, Oséias retrata a luta que via ocorrer dentro do
próprio Javé entre a ira ciumenta de um pai traído e seu ardente amor:
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“Como te deixaria, ó Efraim ? Como te entregaria ó Israel ? ... Meu coração está comovido dentro de
mim as minhas compaixões à uma se acendem. Não executarei no furor da minha ira: não tornarei para
destruir Efraim, porque junto eu Sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não voltarei em ira”
(11:8-9)
Esta descrição, feita por Oséias, do amor apaixonado e zeloso de Deus é sem precedentes na sua
ousadia. Isto porque, segundo ele, a divindade de Deus não se expressa em poder destrutivo, mas em
amor terno e compassivo, que precede qualquer amor humano por causa da infidelidade do Seu povo
(6:4) e não o entrega à ruína final.

III – Emprego no Judaísmo Helenístico

No judaísmo helenístico e rabínico, o AGAPE ficou sendo o conceito central para descrever o
relacionamento de Deus com o homem e vice-versa. A despeito de matizes místicas que se derivavam
da Grécia e do Oriente, a palavra ainda mantinha suas implicações básicas do Antigo Testamento.

Deus ama Seu povo no meio de toda a aflição em que se encontra. A Torá é uma prova de Seu amor: o
fiel corresponde ao amor de Deus à medida que obedece aos mandamentos, imita a compaixão zelosa
de Deus e permanece leal a Ele até o ponto de martírio. Amar ao próximo é o mandamento supremo
para o judeu piedoso. Há até exemplos isolados de mandamentos no sentido de a pessoa ajudar o
inimigo, quando houver necessidade, seja um membro do povo escolhido ou não e, também,
observações ocasionais de que Deus permite que Seu amor perdoador predomine muito além das
exigências da justiça.

IV – Emprego no Novo Testamento

No Novo Testamento, o amor é uma das idéias centrais que expressam o conteúdo total da fé cristã (Jo
3:16). A atividade de Deus é o amor, que procura o amor recíproco no homem. (I Jo 4;8,16).

É significante que o uso de STERGO ocorre no Novo Testamento somente em Rm 12:10 no composto
philostorgos, “amando cordialmente” uma expressão na qual Paulo ressalta a necessidade por amor na
Igreja, por meio de amontoar palavras para amor e em Rm 1:31, 2 Tm 3:3 no composto astorgos, “sem
coração”, “desumano”, “sem afeição natural”, como ilustração de semelhante falta de afeição natural da
família.

Além disso, EROS não ocorre de modo algum e PHILEO, por outro lado, aparece comumente, embora
também apareçam palavras compostas. Em todos os casos, no entanto, permanece uma palavra mais
limitada e descolorida. Um exemplo típico seria PHILADÉLPHIA, “amor por um amigo ou irmão”
utilizado em 2 Pe 1:7.

A ênfase principal de PHILEO é o amor por pessoas que têm vínculos estreitos ou de sangue ou de
religião.

Em contraste com isso, AGAPE e AGAPAO são empregados, em quase todos os demais casos no
Novo Testamento, para expressar o relacionamento entre Deus e o homem - e isto não de modo
inesperado, tendo em vista o seu emprego no Antigo Testamento, onde AGAPE obviamente se dirige a
coisas (Lc 11:43).

O próprio emprego do verbo AGAPAO deliberadamente, torna claro que, aqui, o amor se dirige a fins
errados, isto é, não em direção a Deus. No caso do substantivo AGAPE, porém, não há uso negativo
correspondente no Novo Testamento. É sempre no sentido de HÊ AGAPÊ TOU THEOU, “o amor de
Deus”.

Paulo fica inteiramente dentro da linha da tradição do Antigo Testamento quando fala do amor de Deus.
Para ele, AGAPE é o amor que elege, conforme indica seu emprego de AGAPETOS, “o escolhido”.
Paulo emprega comumente este adjetivo, (que está totalmente ausente em João), como também o
verbo KALEO (chamar). Este amor se apresenta como uma atividade reveladora na obra salvadora de
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Jesus Cristo, (Rm 5:8, 8:35). Paulo, portanto, caracteriza o amor pelo próximo como sendo amor pelo
irmão na fé (Gl 5:6).
1 Co 13 resume tudo quanto se pode dizer neste ponto. Aqui, AGAPE é tanto o amor de Deus quanto o
amor do homem. O amor se destaca acima de todo o poder e autoridade, e introduz e abrange a
totalidade.

Em João, a natureza e a atividade de Deus se ilustram com especial clareza mediante seu emprego de
AGAPÊ, o que surge parcialmente do fato de que esta palavra é empregada aqui, (mais freqüentemente
do que em Paulo), na sua forma absoluta. O amor do Pai para o Filho é, portanto, o arquétipo de todo o
amor. Este fato fica visível no envio e auto-sacrifício do Filho (Jo 3:16 , I Jo 3:1,16). Para os homens,
“ver” e “conhecer” este amor é ser salvo. O propósito primário de Deus para o mundo é seu amor
compassivo e perdoador que se assevera a despeito da rejeição hostil dele pelo mundo.

Se a palavra de Paulo para descrever o modo de os homens se voltarem para Deus é PISTIS (Fé), a de
João é AGAPE; o relacionamento entre o Pai e Filho é de amor.

E, neste relacionamento de amor, os crentes são incluídos. Devem amar ao Pai e ao Filho com o
mesmo amor. A oscilação contínua entre o sujeito e o objeto do amor em João mostra que o Pai, o Filho
e os crentes todos se unem na única realidade do amor divino: a alternativa dele é a morte por amor a
eles.

V – Deus é Amor (I Jo 4:8)

Isso é o que ensinam as Escrituras em uma de suas grandes afirmativas e que quase todas as crianças
de Escola Dominical conhecem. Certamente é uma das mais bem conhecidas declarações da primeira
epístola de João.

O amor é um atributo natural de Deus, mas permeia todas as coisas e de tal modo, que é legítima a
declaração de que Deus é amor. As escrituras Sagradas declaram isso, e todas as demais qualificações
são atributos baseados no amor divino. Portanto, a bondade de Deus se baseia no Seu amor e Ele
expressa bondade porque ama.

Deus, como amor, é contrastado com outras noções religiosas, conforme se pode verificar nos pontos
abaixo:

Os antigos gregos imaginavam deuses tão imperfeitos como eles mesmos, porém, com imperfeições
em doses sobre humanas. Seus deuses eram supremamente invejosos, desprezíveis, destruidores,
vingativos, odiosos e estavam envolvidos em todas as formas de concupiscências. Quão impuro e
destruidor era Zeus, com sua resmungadora esposa Hera, que sempre procurava levá-lo a fazer algo
que ele não queria fazer!!

Além disso, Aristóteles fazia de Deus um “Impulsionador Inabalável”. Para ele, a deidade seria
pensamento puro, a contemplar-se a si mesmo, porque nada haveria digno de contemplação fora dele.

Nesta concepção, Deus não teria amor pelo Universo e, na realidade, nem teria consciência dele,
porquanto nem merecia ser conhecido por ele.

O Novo Testamento, entretanto, nega tais conceitos. Antes, ali se ensina que Deus contempla Seu
Universo e é levado a amá-lo; Seu amor ativo faz o mundo prosseguir.

Os agnósticos pensavam que Deus seria um ser totalmente transcendental. Ele teria contato com seus
universos somente através de uma longa linhagem de sombrias emanações angelicais ou medidores,
como eram os “aeons”. Deus seria elevado por demais para ter qualquer contato direto com este
mundo, ou mesmo para, ao menos, interessar-se pela sua criação.

Pontos de vista religiosos modernos, que exageram a vontade divina ou seu senso de vingança às
expensas de seu amor, também contradizem o quadro que o Novo Testamento faz d’Ele.
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Para aqueles que crêem em “reprovação ativa” e em amor limitado, Deus amaria não ao mundo, mas
exclusivamente aos “eleitos”: na realidade não acreditam que Deus seja amor.

Até mesmo o juízo de Deus é uma medida de seu amor, porque o juízo de Deus opera através de amor.
Primeiramente, mostra ao homem o quanto “custa” o erro de seu caminho.

Em seguida, mostra ao homem o próprio erro e, na seqüência, modifica a mente do homem acerca de
Cristo, de tal modo que até aqueles “debaixo da terra” (Fp 2:10 fala sobre o “Hades”, lugar de prisão e
do juízo de almas perdidas) virão a inclinar-se diante de Jesus (Salvador) e Cristo, que é Senhor.

Deus dá a todos uma vida espiritual (I Pe. 4:6), embora não seja o mesmo tipo de vida dos eleitos.

VI – Explanação de I Coríntios 13

13:1 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como o
bronze que soa ou como o címbalo que retine.

“... como bronze que soa ... “ Essas palavras não se referem a uma trombeta ou a um instrumento
musical de qualquer espécie, mas simplesmente a uma peça de metal, a qual, quando ferida por uma
pancada, produz um som qualquer. Poderia ser um “gongo”, o qual emite um som alto e longo, ainda
que não muito melodioso.

“... ou como o címbalo que retine ...” Não é um instrumento como os címbalos modernos que é
enfocado aqui; antes, trata-se de uma bacia de metal. O instrumento original, entretanto, não era tão
melodioso como um sino, mas produzia um som agudo e trêmulo. O que Paulo queria dizer é que
aquele que fala em línguas, sem o acompanhamento do amor, isto é, sem ter por finalidade a
edificação, sem ter por propósito ajudar a outro, não passa de autoglorificação, não passa de ruído.

Esses dons espirituais, na realidade, não podem ser desenvolvidos em seu tencionado potencial, sem a
motivação e poder transformadores do amor cristão.

13:2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda
que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

Destacamos aqui os termos “... profetizar ... mistérios ... ciências ... fé ...”, onde são frisados os dons da
profecia, da sabedoria, do conhecimento e da fé. Agora, Paulo diz mesmo que alguém profetize no
Espírito, que interprete corretamente, devido à sabedoria divina, reconheça os mistérios profundos e,
como mestre, transmita todo o conhecimento espiritual possível, essa pessoa nada será, se toda a sua
atividade não for colorida pelo amor cristão.

O ensino, a fala, a revelação de mistérios desvendados, se forem levados a efeito com o propósito de
elevar o indivíduo acima dos outros, ou com a finalidade de auto-engrandecimento ou, ainda, para
fomentar o prestígio de uma seita ou grupo no seio de uma comunidade cristã, ou para a glorificação de
heróis, deixa de ter qualquer efeito “transformador” sobre os homens.

“... fé ... “ fala da capacidade de operar milagres, mas nada significará se não demonstrar a glória de
Cristo e o amor de Deus, conforme pode ser observado nos milagres de Jesus Cristo: todos eles tinham
uma função beneficente: Ele servia aos homens com suas curas e, com freqüência curava, sem ter
nada para provar, nem mesmo Sua autoridade messiânica, mas simplesmente por compaixão aos
homens, desejando aliviá-los de seus sofrimentos físicos.

O dom importa menos que a maneira de seu uso


28
Tudo isso também nos faz lembrar das experiências de Balaão e de Sansão. Eles possuíam dons
sobrenaturais; porém, moralmente falando, eram homens degradados. E a derrota recaiu sobre ambos
e se espalhou entre todos aqueles que mantiveram contato com eles.

13:3 - E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o
meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

Aqui são aludidos os dons de “socorro” e a dedicação suprema que devemos ter para com nossos
irmãos na fé. É louvável alguém dar esmolas, estar envolvido em programas de ajuda social ativa em
sua igreja, tudo o que visa aliviar o sofrimento da humanidade, mas fazer isso sem visar a auto-
exaltação, a vanglória ou o mero sentimento de dever.

Não obstante, na igreja cristã existe o dom de socorros. Esse dom é conferido a alguns para
proporcionar alívio à miséria física da humanidade.
Porém, até mesmo ao indivíduo que se torne conhecido como muito humanitário, cujas obras sociais e
de socorro sejam abundantes e vitais, se lhe falta a motivação apropriada do amor cristão, a
preocupação sincera pelo alívio da miséria alheia, de nada lhe adiantará.

“... nada disso me aproveitará ... “. Ainda que minha ação tenha proveito para outrem, e ainda que
pense que isso me dê direito a receber uma recompensa da parte de Cristo, para meu próprio bem-
estar espiritual, na realidade em nada sairia melhorado.

13:4 - O Amor é sofredor , é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se
ensoberbece,

O amor, quando é produto do Espírito de Deus, quando transforma os homens conforme a imagem
moral de Cristo, recebe dezesseis descrições diversas, nos versículos 4 a 8 deste capítulo.
Todas essas descrições são expressas, no original grego, por meio de verbos e não por meio de
adjetivos, talvez como indicação de que o amor é uma força dinâmica e não, estática.

1. O amor é paciente ou longânimo. É lento para irar-se, e não se ofende ante o insulto, recebe as
injúrias sem retalhar. “Sede, pois, irmãos pacientes até a vinda do Senhor...”.
E essa paciência nos é determinada em meio às perseguições que sofremos como justos.
Notamos em Gl 5:22 que a paciência é listada como um dos aspectos do fruto do Espírito Santo de
Deus. Não é produto da vontade e do produto humano “Tais pessoas (pacientes) são lentas em se
irarem quando delas se abusam, não se ressentem por qualquer coisa, e nem se prestam à vendeta,
quando são afrontadas, mas antes, exercem paciência, longanimidade, suportam muito e estão sempre
prontas a perdoar”.

2. O amor é benigno. Essa qualidade é igualmente alistada entre os aspecto do fruto moral do Espírito
Santo de Deus, em Gal. 5:22. É próprio do crente mostrar-se “tolerante”, exercer a restrição em tudo; e
também é próprio do seguidor de Cristo realizar feitos específicos de bondade em favor de outrem.
O vocábulo grego aqui usado significa “ser bondoso”, “ser misericordioso”, “demonstrar amor”. Esses
são os homens “bons” referidos no trecho de Rm. 5:7, os quais são considerados ainda mais dignos de
respeito do que os homens “justos”, religiosamente corretos, embora não tão frutíferos na forma de atos
de bondade.

3. O amor não tem inveja. O termo grego aqui é “dzeloo”, que pode ser usado em bom sentido, com a
significação de “esforçar-se por”, mostrar-se intenso, ou então, usado com a mesma idéia de
intensidade, mas orientada em direção ao despeito, à inveja e ao ciúme; a inveja sempre será
destrutiva.
“... porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme.”
(Ct 8:6)
O verbo grego aqui empregado significa “ferver”, “ser ebuliente”, podendo ter um bom ou mau sentido.
Tanto o ciúme como a inveja são vícios focalizados; aqueles que tinham poucos dons espirituais
invejavam os mais bem-dotados.
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4. O amor não se ufana. Essa idéia se deriva do vocábulo grego “perperos” que significa “vanglória”,
“auto-exaltação”, “fanfarronice”. O amor não se ostenta, não se ufana orgulhosamente, nem daquilo que
possui como natural, (a sabedoria, as riquezas, a honraria, a força ou os dons espirituais), e nem
daquilo que faz, visto que aquilo que faz, fá-lo com base no princípio do amor, tendo em vista a glória
de Deus, e não para ser visto pelos homens.

5. O amor não se ensoberbece. O amor impede a pessoa de inflar-se com o senso de sua própria
importância. Não se mostra altivo. O verbo grego, aqui usado significa literalmente “inchar-se”; mas
mediante uma aplicação moral, significa “ser orgulhoso”, ser arrogante”, “ser presunçoso”, “ser vaidoso”.

13:5 não se porta inconveniente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal;

6. O amor não é arrogante ou rude. O amor não se “comporta sem boas maneiras”. O verbo significa
“agir indecentemente, dando a entender tudo quanto causa vergonha”. Por isso sua forma nominal é
usada para indicar uma “ação vergonhosa”.

7. O amor não busca seus próprios interesses. O amor não é egoísta, mas sempre se mostra altruísta.
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu próprio Filho. É próprio do amor dar-se de si
mesmo.

8. O amor não se deixa provocar. Não é “irritável”. O amor não perde a compostura em vista das
ameaças aos seus “direitos”. Não se amargura ante as ofensas, reais ou imaginárias. A “contenda” que
houve entre Paulo e Barnabé (ver At 15:39) igualmente é indicada mediante essa palavra. A raiz de
muitas de nossas tribulações é a nossa “arrogância”, nosso temperamento irritadiço, a atitude da
exasperação fácil. A irritabilidade promove o ressentimento, e isso é uma forma de ódio. (I Pedro 2:23).

9. O amor não se ressente do mal. Essa idéia tem sido comumente interpretada como “não encontra o
mal onde o mal não existe” ou então, “não imagina o mal em face de pequenos indícios observados, em
informações insuficientes que tenham recebido”. Sim, o amor não se expressa como uma
contracorrente de méritos e deméritos, com base no que outros lhe tenham feito. Não guarda
ressentimentos, não se lembra do mal sofrido por parte de outrem. Também não cultiva malícia e não
se vinga. O amor não atribui mal a outrem, e nem se lembra de possíveis deméritos. O amor não fica
afagando na memória os males sofridos, mas sempre perdoa e esquece, conservando limpo o registro
da folha corrida de outros.

13:6 não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;

10. O amor não se regozija com a injustiça. O amor jamais se rejubila quando cometem maldades ou
erros; também não se regozija com a fraqueza de outros. Ao contarem histórias sobre outros,
usualmente em uma versão aumentada, os bisbilhoteiros se disfarçam em pessoas morais ultra-
sensíveis, extremamente chocados pelo que ficaram sabendo, como se fossem reformados que narram
suas histórias, a fim de corrigir aos ofensores. Mas tudo isso não passa de hipocrisia. O amor não pode
desfrutar do prazer sádico do fruto proibido, do prazer doentio do transgressor que pensa ser bem
sucedido.

11. O amor se regozija ante a verdade. Assim é que o amor, em contraste com o espírito odioso da
bisbilhotice, alegra-se por ouvir acerca do bem feito a outrem, o seu progresso espiritual, a sua pureza
moral. Sim, o amor se alegra ante o triunfo do bem e onde quer que esse triunfo possa ser encontrado.

13:7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

12. O amor tudo sofre. A palavra “sofre“ se deriva de um termo grego que significa “telhado, cobertura,
que protege, suporta a tempestade, conservando o bem-estar dos que estão no interior da casa”. Por
isso é que se pode dizer que o amor cobre, protege, sustenta todo o sofrimento e assédio. Esse mesmo
vocábulo é usado em I Pedro 4:8, onde se lê que o amor cobre multidão de pecados, as fraquezas e os
abusos dos outros.
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13. O amor em “tudo crê”. No entanto, o amor acredita no lado melhor das pessoas e não procura
aumentar seus defeitos, conforme costumam fazer os bisbilhoteiros e seus simpatizantes. Quando a
evidência é ao contrário, mesmo assim o amor continua esperando pelo melhor, encorajando o que há
de melhor na outra pessoa. O amor permanece como amigo, e ama a despeito do que sabe a respeito
das pessoas, percebe seu potencial, encoraja-os a cumprir os seus ideais.

14. O amor tudo espera. Mas o amor continua esperando e olhando para o que de melhor há nos
homens. A esperança em Deus (ver Rm 8:24,25), pode estar em foco, em segundo plano, mas a
esperança nos homens é que está em foco primeiramente.

15. O amor tudo suporta. Tolera os abusos alheios, os fracassos dos outros, bem como os seus
retrocessos; tolera as perseguições, jamais culpa a Deus em face da adversidade, mas busca propósito
para todas as coisas. Em suma, confia na providência de Deus.

13:8 O amor jamais acaba, mas havendo profecias, serão aniquiladas, havendo línguas, cessarão,
havendo ciência desaparecerá.

16. O amor jamais chega ao fim. O amor é eterno, em contraste com a expressão terrena dos dons
espirituais. Por essa razão, vemos que o fato de que os dons espirituais “cessarão”, não tem qualquer
vinculação a alguma era posterior ao período apostólico, como se essa suposta era (que seria a nossa)
marcasse o fim dos dons espirituais “miraculosos”. O único fim dos dons espirituais, em vista no
contexto dessa passagem, ocorrerá quando da inauguração do estado da “perfeição”.

Notamos a importância de estudarmos o grego religioso (nos conceitos gramatical e literário) traçando
um paralelo entre grego clássico (extra bíblico) e koinê (informal), que têm diferenças em suas
aplicações, porém, o mais importante é que essas diferenças não comprometam o sentimento principal
que o Espírito Santo deixa claro num contexto mais amplo.

Observamos que alguns termos clássicos foram usados pelos filósofos com conotação diferente em
relação ao religioso, variando sempre de acordo com o objetivo do autor. Portanto, a expressão é usada
conforme o modo de vida do autor, sem com isso alterar o sentido da palavra. Ex.: Paulo (formação
cultural judaica) expressa o sentimento “amor” de uma forma. João (pescador - apóstolo do amor)
expressa “amor” de forma diferente. Porém, ambos vivem e expressam o amor de Deus num contexto
mais amplo.

Em resumo, de uma forma geral:

Agape demonstra o amor de Deus (sacrificial);

Eros, o amor “paixão” homem / mulher;

Phileo, o amor “amizade, companheirismo”.

A tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego mostra que o verbo Agapao não tem
conotação do relacionamento entre Deus e o homem, sendo mais usado para outros tipos de
relacionamentos, dependendo do tempo, da condição literária, da própria língua (grego).

Os profetas do Antigo Testamento falavam claramente sobre amor e sexo; possuíam cultura, bagagem
e santidade para tratar desse tema de forma clara. Vemos, no entanto, que o Cristianismo, em algumas
épocas, se tornou “pietista”, o extremo da santidade humana, que considera tudo impuro.

Exemplo: Na tradução de alguns textos de Cantares, muitos termos foram substituídos. Cantares
relata o amor entre um homem e uma mulher. Porém, a tradução de João F. de Almeida oculta muitas
frases, porque foi traduzido numa época em que o pietismo dominava.

Entendemos que sexo é uma benção de Deus para depois do casamento,b numa aliança. Porque Deus
criou o homem e a mulher e, antes da queda, eles já tinham relacionamentos íntimos. Satanás tem
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deformado a comunicação em relação ao sexo como, por exemplo, quando coloca a “maçã vermelha”
como símbolo do pecado (e do sexo).

Por outro lado, restrições e barreiras comprometem, ou seja, não devemos tratar situações do ser
humano como tabus. Temos que trabalhar diante da santidade de Deus. Devemos ter abertura para que
as pessoas que têm problemas nesta área tenham a liberdade de procurar os pastores. Este assunto
deve ser tratado com prudência, seriedade, discernimento e muita santidade.

Exemplo: Num aconselhamento a um casal de solteiros que se relacionam intimamente, suponhamos


que o pastor afirme de forma taxativa: “Vocês estão em pecado!” “Deus não se agrada disso”.Isso não
vai surtir efeito, pois a mente já está cauterizada: o diabo potencializou este relacionamento de forma
terrível; na hora do prazer, a última pessoa lembrada é Deus ... O correto será conscientiza-los,
mostrando que se não é Deus que está agindo, é o diabo. E a conseqüência é o roubo, a morte, a
destruição. E essa atitude dá direito legal a satanás para minar e destruir o relacionamento deles. Se
porém, passarem a andar de acordo com os preceitos de Deus, através da aliança do casamento, serão
abençoados. É necessário saber trata-los com amor e não com pietismo acusador e castrador.

O amor é um sentimento espiritual e, principalmente, um aprendizado no Senhor. Para aprender a amar


é preciso exercitar e quando entendemos os limites das pessoas, podemos compreende-las. Ex.: uma
pessoa que sofre agressão na infância, passa a agredir. Quando aprendemos a amar, as agressões
não nos afetam, pois entendemos o limite das pessoas em seus afetos pelo que viveram e foram
marcadas.

B) A FALTA DE AMOR

I - AJUSTES A REALIDADES DOLOROSAS

Aprendemos que o organismo humano é extremamente hábil em ajustar-se às várias situações que ele
enfrenta dia a dia tentando compensar as perdas e/ou recuperar o que foi perdido.
A falta de amor dentro de um lar ou enfrentada em qualquer situação de adversidade na vida de uma
pessoa poderá gerar alguns tipos de comportamento padronizados e que servirão para esta pessoa
como estratégias que têm como fim evitar o sofrimento ou ganhar o amor que não foi conseguido.

Já que desde a infância, inconscientemente, foi-nos colocada a idéia errônea de que o amor depositado
em nós depende daquilo que nós fazemos e não daquilo que nós realmente somos, estas pessoas
procuram adotar esses padrões com o desejo de serem compensadas em suas carências.

Desta forma, poderemos observar alguns tipos de comportamentos “padronizados” e facilmente


identificáveis em qualquer tipo de relacionamento interpessoal.

A função deste tópico não é gerarmos clichês ou estereótipos taxativos, mas sim facilitarmos a
identificação de alguns “padrões” de comportamento que serão encontrados em nossos
relacionamentos e que precisarão ser identificados para melhor podermos trabalhá-los.

É importante lembrar que o fator mais primordial para cada um deles é que O AMOR DE DEUS É
ABSOLUTAMENTE INCONDICIONAL, pois Ele nos amou sem que tivéssemos feito algo
suficientemente bom para que isso acontecesse. Este é o lado extremamente contrário do amor
humano que, muitas vezes, (e na maior parte delas) depende de algo para que seja efetivo.

Portanto, a cura para todas estas posturas apresentadas a seguir é o Amor demonstrado por Deus e a
entrega de Jesus Cristo na cruz. (Jo 3:16)
32
II - COMPORTAMENTOS

Desta forma, encontraremos aquele que se comporta com postura de:

1) Atitude crítica: exalta os erros dos outros para ocultar os dele.


Ex: Mical (II Sm 6:16) Ela não sabia o que era adorar a Deus e qualquer que o fizesse de maneira
genuína seria foco de julgamento e depreciação.

2) Timidez: tudo o que refere a imprevistos gera uma reação básica: MEDO
A timidez se torna um casulo psicológico onde a pessoa se esconde e gera uma falsa proteção.

3) Exagerar ou contar vantagem.


Deseja inconscientemente reafirmar seu valor próprio para si mesmo ou para os outros. Há casos de
pessoas que mentem tanto a elas mesmas que acabam acreditando em suas próprias mentiras.
Discurso: Eu fiz, Eu faço, Eu sou ... Ex: Marta (Lc 10:39-42) Marta queria ser valorizada pelo que estava
fazendo; possivelmente deveria estar lavando as louças, batendo as panelas, fazendo barulho com o
intuito de chamar a atenção, mas quando percebeu que não conseguia, resolveu perguntar: Senhor,
não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? ... Em outras palavras, “Senhor, não
vês que eu estou fazendo..., sou eu quem sirvo..., estou fazendo tudo sozinha..., Maria fica aí sentada e
eu é que trabalho...

4) Perfeccionismo: todo seu empenho é direcionado no sentido de satisfazer às


exigências daqueles que podem aceita-lo ou rejeita-lo, ou mesmo para satisfação própria.
Através desta postura, a pessoa constrói (ou tenta construir) o seu mundo exterior de maneira perfeita,
para compensar seu sentimento interno de deficiência, falta de adequação às cobranças. Desta forma,
ela busca sarar as feridas causadas pelas recriminações, humilhações e repreensões recebidas na
infância ou tenta evitar que outras sejam criadas.
Discurso: Estou no controle... Ex: Mancebo de qualidade (Mc 10:17-22) “ E Jesus, olhando para ele, o
amou e lhe disse: uma coisa te falta; vai, vende tudo quanto tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro
no céu; e vem, segue-me” Em outras palavras,
Jesus disse “Filho, você é muito esforçado, reconheço tua boa vontade... mas, você confia muito no que
você faz (guarda os mandamentos) e no que você tem.

5) Racionalização: sempre existe um culpado que, geralmente não é ela própria.


Torna-se muito doloroso reconhecer que ela errou e, então, tenta encontrar um culpado.
Discurso: Fulano não foi ou não fez... O carro quebrou... Ex: Adão: “A mulher que me deste”

6) Auto depreciação: a imagem de “vítima desprotegida” não apresenta ameaças,


portanto, pode conseguir apoio e pessoas que se “compadeçam” de sua lástima.
Discurso: Eu não presto para nada mesmo... Eu não sou mesmo um coitadinho?... Ninguém me ajuda...
Ex: Paralítico no Tanque de Betesda (Jo 5:1-8) 38 anos “esperando” a cura e quando Jesus lhe
perguntou o que ele queria, ao invés de dizer prontamente “QUERO SER CURADO!!!”, começou a dar
desculpas; na verdade, já estava acostumado com a situação e já havia se tornado “confortável” culpar
as circunstâncias.

7) Retraimento: perigo do fracasso e de ser rejeitado leva à paralização. Não experimenta


algo novo porque tem medo de errar.
Ex: Pedro (Gl 2:11-15) Pedro preferiu ser agradável aos judeus; na verdade, sua auto-estima era ainda
instável; aparentemente buscava aprovação (quando negou a Jesus teve medo não só de ser
crucificado com ele mas de ser discriminado pelos outros, como de fato foi); ser aceito, nesta situação,
foi mais importante do que servir a Deus. Como resultado, seu ministério sofreu retraimento enquanto
que o de Paulo foi expandido.

8) Amabilidade absoluta: “bonzinho” – concorda com qualquer coisa, em qualquer


momento, somente para obter algum reconhecimento ou aprovação.
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Discurso: Se alguém precisa, eu não sei dizer não. Ex.: Eli (I Sm 2:22-24) perdeu a vida de seus filhos
por sua falta de postura.

9) Campeão: acredita que o FAZER compensa o NÃO SER. Na verdade, cumpre apenas
“um papel” no palco da vida porque conhece suas fraquezas.
Ex: Pedro (Mt 14:28 / Jo 18:10) Você precisa ter uma história.

10) Cinismo, desconfiança: não acredita e não confia em ninguém.


Como sua própria vida se constitui de uma imagem falsa, projeta-se sobre os outros através da
desconfiança.
Ex: Eliabe (I Sm 17:28,29)

É importantíssimo fixar a questão de que o amor de Deus cura e restaura toda deformação que possa
ocorrer nas vidas e as cura para que elas sejam canal de bênçãos para outras vidas.

Em cada situação destas nós, como servos de Deus, devemos fazer como Jesus fez: olharmos estas
vidas com amor e buscarmos de Deus para que estas vidas sejam curadas.

III - REQUISITOS PARA UM BOM RELACIONAMENTO

QUANDO DEUS CRIOU OS SERES HUMANOS, ELE NOS FEZ CRIATURAS SOCIAIS (GN 2:18 E
1:28)

Somos criação singular de uma continuidade divina de três Pessoas que apreciam a companhia umas
das outras mais que qualquer outra coisa.

Ansiamos por intimidade: não podemos evitar. É mais forte do que nós.

Sempre que duas ou mais pessoas se reúnem, surgem relações por vezes suaves, de apoio mútuo, e
caracterizadas por uma comunicação clara e eficiente. Mais freqüentemente, porém, essas relações
interpessoais são tensas e marcadas por conflitos.

Os encontros sociais não ocorrem no vazio, pois se dão em determinados contextos e situações
específicos e são regidos por normas da cultura mais ampla ou da subcultura. Então, além da dimensão
pessoal (conhecimentos, sentimentos, crenças, vivências...), o uso competente das habilidades sociais
depende também da dimensão situacional (contexto onde ocorrem os encontros, status dos
interlocutores, presença/ausência de outras pessoas etc...) e da cultura (valores e normas do grupo).

O desempenho socialmente competente é aquele que, fundado na coerência entre os subsistemas


afetivo, cognitivo e conativo (inato), expressa uma leitura adequada do ambiente social, ou seja,
decodifica corretamente os desempenhos esperados, valorizados e efetivos para o indivíduo em sua
relação com os demais.

Isto se aplica à noção de timing, essencial nas relações interpessoais e que diz respeito à sensibilidade
para identificar o momento apropriado para a ação de determinado desempenho ou para omiti-lo
quando as condições de contexto assim indicarem.

Os objetivos de uma interação social podem ser os mais variados: transmitir ou obter conhecimentos,
informações ou compreensão; solicitar mudança de comportamentos, atitudes, crenças ou estado
emocional do outro; obter produtos desejados; supervisionar atividades; manter conversação trivial.

A manutenção ou melhoria da qualidade das relações interpessoais é um indicador de competência


social associado, também, ao compromisso com a relação.
34
O compromisso com a relação se resume a: as pessoas aceitam a continuidade da relação ou dirigem
seu comportamento no sentido de assegurar essa continuidade ou otimizar suas prioridades.

A relação que é pautada pela honestidade garante confiança mútua e troca de estimulação positiva,
fortalecendo-a. O apóstolo Paulo, em Ef 41:3, nos adverte para a necessidade de humildade, mansidão
e paciência para conservar o Espírito no vínculo da paz.

PARA UM BOM RELACIONAMENTO INTERPESSOAL PRECISAMOS:

1) Desenvolver o Senhorio de Cristo em nossas vidas, pois lembramos que Jesus é o Príncipe da
Paz. Quando O conhecemos e estamos sujeitos ao Seu controle, buscando conhecer a mente de
Cristo, os frutos do Espírito (amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão,
domínio próprio e liberdade do egoísmo e da inveja – Gl 5:22,23) estão crescendo em nós. Quando o
interior das pessoas muda, surge uma mudança em seu comportamento exterior.

2) Determinação, Esforço e Habilidades. A Bíblia e a moderna psicologia concordam que, em boas


relações interpessoais, as pessoas sentem o desejo de entender-se bem, acompanhado pelo
desenvolvimento constante e aplicação de habilidades como ouvir cuidadosamente, observar,
compreender a si mesmo e aos outros, evitar comentários maldosos ou explosões emocionais,
demonstrar cortesia, e comunicar-se corretamente. Tudo isso pode ser aprendido.

IV – HABILIDADES

c) Contextos e demandas de habilidades sociais.

Os diferentes contextos dos quais participamos contribuem, de algum modo, para a aprendizagem de
desempenhos sociais que, em seu conjunto, dependem de um repertório de habilidades sociais.

A decodificação dos sinais sociais para determinados desempenhos, a capacidade de seleciona-los e


aperfeiçoa-los e a decisão de emiti-los ou não, são alguns dos exemplos de habilidades aprendidas
para lidar com as diferentes demandas das situações sociais a que somos cotidianamente expostos.

As demandas são produto da vida em sociedade regulada pela cultura dos subgrupos (ex.: família,
escola, trabalho etc...)

A relevância de uma habilidade não está relacionada à sua complexidade, mas sim ao seu valor
funcional para um desempenho socialmente competente. Porém, é importante considerar a
complementaridade de algumas habilidades para garantir os efeitos que caracterizam a competência
social e a qualidade das relações interpessoais.

Por exemplo: considerando-se o desempenho de manter conversação, não basta a habilidade de falar
de si mesmo: é importante que esta seja acompanhada da habilidade de fazer perguntas e ouvir o
outro, demonstrando interesse; caso contrário, estaríamos diante de pessoa que fala muito de si mesma
e pouco se importa com o interlocutor.

Alguém altamente assertivo, porém com falta de habilidades empáticas e de expressão de sentimentos
pode ter dificuldade no estabelecimento de relações de amizade. Outro pode emitir competentemente
habilidades empáticas, de comunicação e de civilidade mas, se não consegue emitir as assertivas, pode
dar a impressão de pouca sinceridade, dificultando relações mais estáveis e duradouras.

b) Habilidades de auto monitoramento (domínio próprio)

As relações entre pessoas provêm oportunidades freqüentes para a aprendizagem de habilidades


sociais importantes no ajustamento do indivíduo. As pessoas que aprendem monitorar a si próprias são,
geralmente, conscientes de suas emoções e pensamentos, conhecem suas potencialidades e pontos
35
vulneráveis, planejam metas pertinentes aos seus recursos e alteram seu desempenho quando
necessário.

Existem quatro requisitos para o desempenho dessa habilidade de auto monitoramento: controle da
impulsividade, observação do outro, introspecção e reflexão.
Essa habilidade possibilita:
- melhoria no reconhecimento das emoções próprias e dos outros;
- experiência direta da relação emoção-pensamento-comportamento;
- melhoria no enfrentamento de situações adversas;
- melhoria na auto-estima e auto-confiança;
- ajuda para outras pessoas na solução de problemas interpessoais.

c) Habilidades de comunicação

As habilidades de comunicação interpessoal podem ser classificadas como verbais e não verbais.

A comunicação verbal é mais consciente, explícita e racional dependendo, entre outros fatores, do
domínio da língua e das normas sociais de seu uso. A comunicação não verbal complementa, ilustra,
regula, substitui e, algumas vezes, se opõe à verbal.

Pessoas com boa competência social conseguem articular, de maneira coerente, os significados da
comunicação não verbal aos da comunicação verbal.

Podemos considerar as seguintes habilidades de comunicação:


- fazer perguntas
- responder perguntas
- gratificar/elogiar
- pedir e dar feedback
- iniciar, manter e encerrar conversação

d) Habilidades sociais de civilidade

O senso comum utiliza uma sábia expressão para valorizar as reações adequadas à demanda de
civilidade: a boa educação não ocupa espaço.

Em cada cultura, um conjunto de normas sociais estabelece o que usualmente se denomina de “bons
modos “.

Juntamente com algumas habilidades de comunicação, expressam cortesia e incluem entre outras:

- dizer por favor


- agradecer
- apresentar-se
- cumprimentar
- despedir-se

Dificuldades nessa área provêm do desconhecimento das norma e cultura do grupo e de falhas na
aprendizagem prévia dessas habilidades no próprio grupo (modelos inadequados, isolamento social,
convivência restrita a um tipo de cultura).

e) Habilidades sociais empáticas

Empatia é definida como a capacidade de compreender e sentir o que alguém pensa e sente em uma
situação de demanda afetiva, comunicando-lhe adequadamente tal compreensão e sentimento.
36
Alguém que recebe uma expressão de empatia sente-se, geralmente, apoiado, confortado e consolado
em suas necessidades de compreensão e afeto.

As reações empáticas são muito importantes para consolar ou reduzir o sofrimento:

- parafrasear
- refletir sentimentos
- expressar apoio

f) Habilidades sociais assertivas de enfrentamento (Direitos e Cidadania)

A competência social nas situações que demandam enfrentamento requer uma compreensão clara das
noções de direitos e de cidadania.

Trata-se de um conjunto de habilidades bastante elaboradas; no cotidiano, muitas das pequenas


violações aos direitos das pessoas não recebem acolhida nas instâncias da justiça e precisam, portanto,
ser resolvidas no âmbito das relações, o que requer um desempenho socialmente competente.

O exercício da cidadania requer conhecimento dos desequilíbrios de oportunidades como o acesso à


educação, por exemplo, e o conhecimento das ações coletivas que buscam uma reparação para tal:

- manifestar opinião, discordar, concordar


- fazer, aceitar e recusar pedidos
- desculpar-se, admitir falhas
- interagir com autoridade
- estabelecer relacionamento afetivo
- encerrar relacionamento
- expressar desagrado e pedir mudança de comportamento
- interagir com autoridades
- lidar com críticas

g) Habilidades Sociais de Trabalho

As habilidades sociais profissionais são aquelas que atendem às diferentes demandas interpessoais do
ambiente de trabalho, objetivando o cumprimento de metas, a preservação do bem-estar da equipe e o
respeito aos direitos de cada um.

Essas habilidades vêm sendo disseminadas através de conceitos como sensibildade para o trabalho em
equipe, assertividade, inteligência emocional, entre outros:

- coordenar grupo
- convencer e negociar
- falar em público
- resolver problemas, tomar decisões e mediar conflitos
- ensinar

h) Habilidades sociais de expressão de sentimento positivo

Estas são as habilidades que mais dependem dos componentes não verbais e exige menor
complexidade dos verbais.

Elas são relacionadas com valores e atitudes das pessoas e são as que mais requerem coerência entre
sentimento, pensamento e ação.

- fazer amizade
- expressar solidariedade
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- cultivar o amor

NOSSAS MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS

Segundo o Prof. Howard Gardner, psicólogo que vem desenvolvendo o estudo das múltiplas
inteligências, todos nós somos seres dotados de diferentes capacidades ou habilidades, chamadas de
inteligências.

Percebe-se como um ser inteligente, apesar das diferenças individuais, traz a todos confiança em si
mesmos, alta auto-estima e certeza de que sempre existe a capacidade para novos aprendizados.

Seguem abaixo as 8 inteligências já comprovadas cientificamente pelo Prof. Gardner.

- Lógico matemática
Capacidade de raciocínio lógico e compreensão de modelos matemáticos, científicos. Habilidade de
compreender novos conceitos e enfrentar novas situações.

- Verbal lingüística
Capacidade de se expressar de forma escrita e oral. Habilidade de compreender textos, falar em
público.

- Espacial
Sentido de movimento, localização e direção. Habilidade de formar imagens mentais.

- Musical
Capacidade de dominar os sons, perceber ritmos, criar através da música.

- Corporal cinestésica
Domínio dos movimentos do corpo para expressar-se no esporte, na dança, nas obras teatrais ou para
expressar sentimentos.

- Intrapessoal
Capacidade de compreender seus próprios sentimentos e emoções e saber administrá-los.
Conhecimento das próprias fraquezas e potencialidades. Habilidade de automotivar-se.

- Interpessoal
Capacidade de relacionar-se e criar empatia. Habilidade de trabalho em equipe e de administrar
conflitos.

- Naturalista
Capacidade de compreender os processos da natureza e respeitá-los. Preocupação com o meio
ambiente.

... que legal!!! Então o que eu faço bem feito é uma forma de inteligência? Em qual delas sou melhor?
Será que tenho mais de uma?

Identifique suas inteligências e anote. Comente com o grupo.

PENSE NISSO!

Você já percebeu que tem qualidades, valores, diferentes inteligências?


Você percebeu que sua identidade é maior do que aquela que você conhecia?
Pense sobre isso e que agora você está iniciando um novo caminho.

AÇÕES INTERPESSOAIS
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“Nenhum de nós nasce com habilidades naturais para o relacionamento humano. E, no entanto, agimos
tão seguros de que sabemos fazê-lo de forma correta!!”

(Leo Buscaglia)

Relacionamentos e qualidades positivas:

- Comunicação
- Afeição
- Honestidade
- Aceitação
- Senso de Humor
- Compaixão
- Paciência
- Colaboração
- Ética
- Saber ouvir
- Não valorizar defeitos
- Perceber qualidades
- Respeitar as diferenças
- Ser flexível
- Trocar experiências para crescer junto
- Não guardar mágoas e ressentimentos
- Saber perdoar

Estas e outras tantas qualidades são base para qualquer tipo de relacionamento: em casa, com nossos
familiares, na vizinhança, no trabalho, na escola, enfim, onde quer que estejamos compartilhando tempo
e espaço.

Na vida, como praticamente em todas as profissões, na maior parte do tempo, estamos envolvidos em
relacionamentos com outras pessoas. Nas empresas, o trabalho em equipe é muito valorizado hoje em
dia, onde se somam os talentos em busca de resultados mais produtivos.

A relação interpessoal é o exercício da troca. Desde o nascimento o ser humano se relaciona,


aprendendo e ensinando de forma natural.

Hoje, a capacidade de melhorar as relações interpessoais recebe o nome de inteligência emocional.


Daniel Goleman, autor do livro Inteligência Emocional, resume em 5 as habilidades principais que
compõem esta inteligência. São elas:

Auto-conhecimento emocional = reconhecer seus sentimentos.


Lidar com as emoções = ter habilidade de controla a si próprio.
Auto-motivação = manter-se sempre otimista.
Reconhecer emoções nos outros = empatia, perceber como os outros se sentem.
Habilidade nos relac.interpessoais = capacidade de lidar com as emoções dos outros.

Ninguém nasce com a inteligência emocional desenvolvida. Esta depende de aprendizado e parte
principalmente do auto-conhecimento, que é a primeira habilidade requerida para o seu
desenvolvimento.

O mundo do trabalho pede pessoas conscientes de si mesmas, responsáveis pelas próprias atitudes,
criativas, cordiais, inovadoras; quem perceber a importância desta preparação para o mercado de
trabalho estará, na verdade, se moldando para um novo modelo de vida, pois suas relações em família,
na vizinhança e comunidade também serão mais harmoniosas e felizes.
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Sem equilíbrio da razão, da emoção e do entendimento mútuo entre as pessoas, nada se constrói,
principalmente no mundo atual, em que se exige cooperação, trabalho em equipe, flexibilidade e
criatividade.

Mas essas qualidades só prevalecerão se houver o firme propósito de aprimoramento da inteligência


emocional de cada um, apoiado pela intervenção do Espírito Santo de Deus.

CONCLUSÃO
Homem algum é uma ilha; pessoas não vivem no vácuo social; ninguém se basta a si
mesmo

Viver tem o significado de preservar e de modificar.

Conviver – viver com – é um processo natural de agregação de todos os seres vivos.

O desenvolvimento das relações entre as pessoas pode ser estabelecido como meta das mudanças em
nossa maneira de ver o mundo.

Uma nova visão do mundo implica, também, em novos relacionamentos entre as pessoas, o que vai
permitir e exigir uma sociedade renovada¸preocupada com a vida em toda a sua extensão.

Se soubermos olhar em profundidade e com fé as nossas relações humanas, veremos que nelas os
desígnios de Deus acontecem. Não é por mero acaso que encontramos essa ou aquela pessoa, que
trabalhamos junto com tais colegas, que moramos com alguém.

DEUS CONTA COM ISSO E ELE TEM TUDO A VER COM TODOS OS NOSSOS
RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS, POIS TUDO ACONTECE POR SUA VONTADE E
PERMISSÃO.

4 – GERENCIAMENTO DE CONFLITOS

I – Conflitos interpessoais

Dentro das relações humanas é natural que ocorram conflitos e esse é um dos maiores problemas que
enfrentamos no dia a dia. É importante entender que Deus, em sua sabedoria e poder criou-nos como
seres individuais; portanto, temos opinião, gosto, visão, perspectivas e ideais diferentes. Diante dessas
diferenças, alguns se inibem e concordam com tudo, bloqueando as suas emoções; outros partem para
as discussões, para extravasar e outros para medir força.

A verdade é que tais conflitos são prejudiciais, acarretando desgaste emocional: ansiedade, tristeza,
amargura, rancor, ódio etc...

Para algumas pessoas é muito difícil lidar com os conflitos, por isso vamos tratar das causas para que
sejam resolvidos e não conduzam a comportamentos auto-destrutivos e compulsivos como, por
exemplo, mergulhar nas guloseimas ou perder o apetite, dores no corpo etc...

Existem aspectos fundamentais num relacionamento que, se forem tratados, funcionam como
verdadeiras regras do bem viver. O importante é saber lidar com os conflitos e transforma-los em
oportunidades de enriquecer o convívio e o conhecimento do outro.

Devemos encarar da seguinte forma a questão dos conflitos: as engrenagens de um motor sofrem
constante atrito, o que é necessário para gerar energia. Se separarmos todas as peças, não teremos o
atrito mas, também perderemos os benefícios gerados pelo motor; para que não haja desgaste das
peças é necessário usar óleo: assim também são as relações humanas que precisam de óleo, ou seja,
a ação do Espírito santo; precisamos uns dos outros e é necessário vivermos em comunhão, harmonia
e paz.
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“Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.”
(Rm 12:18)

II – Causa dos conflitos

d) Causa pessoal ou psicológica

São os conflitos gerados por diferenças de gosto, opinião, opção ou estilo. Precisamos aprender a
respeitar a individualidade das pessoas. Somos diferentes e essas diferenças não podem se tornar
motivo de conflito.

Geralmente são conflitos cotidianos sobre questões simples e tolas. É super dimensionar os motivos.
P.ex.: vimos que Paulo e Barnabé entraram em divergência quanto à ida de Marcos na viagem:

“ ... Houve entre eles tal desavença, que vieram a separar-se.”


(At 15:39)

“O iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as transgressões.”


(Pv 29:22)

e) Causa de má formação doutrinária

Ao longo dos anos, o caráter e a personalidade do indivíduo são formados, principalmente durante a
infância e a adolescência. A tendência é projetar todas as experiências na vida adulta, e a má formação
pode acarretar dificuldades no convívio com outras pessoas, gerando conflitos.

“ E, assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; e as coisas antigas já passaram; eis que se
fizeram novas.”
(2 Co 5:17)

f) Causas circunstanciais

São as mais comuns, resultantes de situações como desemprego, dívidas, consumismo, omissão,
traição, acomodação, ciúmes, enfermidades etc...

“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia N’Ele, e o mais Ele fará.”


(Sl 37:05)

g) Causa carnal – pecado

São conflitos gerados por comportamentos carnais, inclinações de natureza pecaminosa, diretamente
ligada a desejos físicos e egoístas.

“Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais
temam.”
(I Tm 5:20)

h) Causa diabólica

Satanás é o idealizador dos conflitos. Prova disso foi a sua ação no céu,
semeando discórdia e rompimento. Ele aproveita da nossa lenha para fazer uma fogueira que provoca
grandes estragos. Devemos estar sempre atentos às ciladas e confusões arquitetadas por ele.
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III – Administrando os conflitos

O primeiro passo é analisar a causa do conflito e concluir com a ajuda do Espírito Santo a necessidade
de levantar uma polêmica. Em muitos casos, é melhor o cristão sofrer danos do que criar uma disputa
( 1 Co 6:7). Isso porque o Senhor nos ensinou a dar a outra face, caminhar a segunda milha. Muitos
problemas seriam evitados se analisássemos as situações antes de agir.

“ Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado.”


( Pv 19:2)
Um conflito mal conduzido pode gerar uma contenda que, se for alimentada, pode se transformar numa
guerra.
Temos o direito de expor as nossas opiniões, por mais divergentes que sejam, sem usar agressividade,
respeitando sempre a opinião alheia e jamais abandonando o padrão de comportamento que Cristo
espera de nós: equilíbrio e moderação.

IV - Confronto

i) Definição

“Melhor a repreensão aberta do que o amor encoberto. Fiéis são as feridas feitas pelo que ama, mas os
beijos do que aborrece são enganosos.”
(Pv 27:5-6)

Confronto é o ato de expor uma atitude ou situação em que a pessoa está envolvida e que comprometa
a sua integridade física, emocional ou espiritual.

Confrontar é desencorajar as atitudes erradas, tanto a nível interior como exterior; é convencer que
aquela atitude está fora dos padrões de Deus, contrária à Sua Palavra e tem por conseqüência
situações desastrosas. Confrontar é levar a pessoa a perceber o seu erro e mudar de atitude.

Encontramos várias palavras que se referem ao conceito de confrontar, tais como:

- Repreender – HB 8:8; Lc 4:35; Pv 19:25

“Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.”
(Lc 9:55)
- Aconselhar – Dn 4:27; Jr 18:18; Pv 27:9

“Tu guias com o teu conselho e depois me recebes na glória.”


(Sl 73:24)
- Exortar – Hb 13:22; At 20:7; 2 Co 5:20

“E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos a que não recebais em vão a
graça de Deus.”
( 2 Co 6:1)
- Reprovar – Rm 1:28

“E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as.”
(Ef 5:11)

- Admoestar – Cl 3:16; Gl 6:1


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“Não repreendas asperamente os anciãos, mas admoesta-os como a pais; aos jovens, como a irmãos.”
(1 Tm 5:1)
Para exercer esse ministério precisamos ter um sério compromisso com a pessoa envolvida, um
compromisso de amor. O alvo do confronto é o pecado, aquilo que pode comprometer a vida da pessoa
e levá-la à morte espiritual e física. Jamais o confronto deve ser gerado por opinião, visão, gosto ou
qualquer outro motivo que não seja o pecado. Muitas pessoas de bom coração e servos de Deus em
algumas situações não conseguem enxergar claramente e por isso a necessidade de serem
confrontadas, alertadas e ministradas.

Não é muito agradável confrontar; por outro lado, ver alguém salvo porque a sua repreensão o livrou de
um grande laço, é um grande presente de Deus. Só podemos confrontar quando nos importamos com
alguém, é o conhecido “uns aos outros” que Cristo nos ensinou. O princípio para o confronto é o amor e
o amor é desejar sempre o melhor para o próximo. Através do confronto evitamos que o relacionamento
da pessoa com deus seja danificado e que se torne um mal testemunho.

“Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares,para desviar o ímpio do seu
caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade e o seu sangue eu o demandarei da tua mão.”
(Ez 33:8)

Pesa sobre nós a responsabilidade de confrontar, caso contrário a responsabilidade do sangue. O


confronto pode ser chamado de “a bênção indesejada”, visto que ninguém gosta de ser repreendido,
porém é a palavra que pode salvar a própria vida.

Exemplos:

“ O Senhor enviou Natã a Davi. Chegando Natã a Davi, disse-lhe:Havia numa cidade dois homens, um
rico e outro pobre.Tinha o rico ovelhas e gado em grande número; mas o pobre não tinha coisa
nenhuma, senão uma cordeirinha que comprara e criara, e que em sua casa crescera, junto com seus
filhos; comia do seu bocado e do seu copo bebia; dormia nos seus braços, e a tinha como filha.Vindo
um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao
viajante que viera a ele; mas tomou a cordeirinha do homem pobre e a preparou para o homem que lhe
havia chegado.Então, o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã:
Tão certo como vive o Senhor, o homem que fez isso deve ser morto.E pela cordeirinha restituirá quatro
vezes, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu.Então disse Natã a Davi: Tu és o homem.
Assim diz o Senhor,Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eute livrei das mãos de Saul; dei-te a
casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e
Judá; e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas. Por que, pois, desprezaste a palavra
do Senhor, fazendo o que era mal perante ele?
( 2 Sm 12:1-9)

... Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. Disse Natã a Davi: Também o Senhor te perdoou
o teu pecado; não morrerás...
( 2 Sm 12:13)

Neste texto vemos a importância do confronto que livrou o rei Davi da morte. Mesmo sendo servo, o rei
Davi cometeu uma grande falha diante de Deus e, por amor, Natã enfrentou o rei, correndo o risco de
perder a vida, para que houvesse conserto. Esse é o princípio do confronto: levar as pessoas ao
arrependimento e conserto com Deus. Nós somos os mensageiros de notificar aos outros a respeito da
vontade de Deus.

Outros exemplos:

Jesus nem sempre confrontava da mesma forma; sua sensibilidade e criatividade alcançavam o
objetivo como em Mt 16:22,23; Jo 3;10-12; Mt 23:27; Jo 21:17;
O profeta Hanani confrontou o rei Asa em 2 Cr 16:7-10;
43
O apóstolo Paulo confrontava as igrejas como em Gl 6:1; 1 Co 3:1-3; 5:1,2; Gl 2:11-14.

Requisitos para quem confronta

Alguns requisitos são fundamentais para confrontar.


Em especial, destacaremos:

- O amor
Esse sentimento é fundamental para confrontar, pois somente o amor genuíno nos livra de interesses
pessoais para desejar o bem ao próximo.

- A sabedoria
É extremamente importante analisar a situação e a real necessidade do confronto, buscar a melhor
maneira para abordar, a hora certa, o local apropriado e as palavras certas para ter um retorno positivo.
A prudência evita os enganos e as confusões.

- A coragem
Como já dissemos, confrontar não é uma tarefa agradável, porém necessária; é muito fácil se esquivar
e falar quando as conseqüências são inevitáveis. Sofrer por amor é se expor – muitas vezes não
seremos compreendidos e, até as nossas intenções serão distorcidas – mas gerar o livramento através
do confronto é uma grande bênção. É muito cômodo se calar e ver as coisas acontecerem, mas para
confrontar é necessário ter muita coragem.

Requisitos para o confronto – quem e como confrontar

“Meus irmãos, se alguém for apanhado em alguma falta, vocês são espirituais, devem ajudá-lo a se
corrigir. Mas façam istocom muita humildade e tenham cuidado para quevocês também não sejam
tentados.”
(Gl 6:1)

A necessidade do confronto está ligada ao pecado, às brechas que podem trazer grandes estragos;
independente se justo ou ímpio, o confronto deve ser feito. Nunca se esqueça de que a principal
motivação deve ser o amor, ter conhecimento profundo do que está acontecendo em todos os aspectos;
afinal, não se deve falar do que não se sabe. Não confronte sem analisar a necessidade real do
confronto, agindo sempre com sabedoria para ter a palavra certa na hora certa, assim o objetivo será
alcançado.

Discernimento em oposição ao julgamento

“ Não julgueis para que não sejais julgados. Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e,
com a medida com que tiverdes medido vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho do teu
irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o
argueiro do teu olho, quando tens uma trave no teu? Hipócrita, tira o argueiro do teu olho e, então, verás
claramente para tirar o argueiro do olho do teu irmão.”
( Mt 7:1-5 )

Ao falar sobre julgamento, Jesus Cristo esperava que não nos considerássemos melhores ou
superiores aos outros, ou sem pecado, e sim que não nos recusássemos a perceber e nos arrepender
de nossos pecados, que oferecêssemos aos outros a mesma graça e perdão que recebemos de Deus.

“ Pois, com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora,
porém, Deus julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.”
( 1 Co 5:12,13 )
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Quando o Apóstolo Paulo fala sobre julgamento, ele afirma que devemos “julgar” as faltas das pessoas
da igreja com o propósito de restauração e não de exposição ou de vergonha. Devemos discernir o mal
e lutar contra ele. É muito importante entender que o confronto pode salvar uma vida e nós somos um
corpo visando cada dia a expansão do reino de Deus; o Corpo de Cristo deve se ajudar; precisamos
nos importar uns com os outros.

“ Como o óleo e o perfume alegram o coração, assim o amigo encontra doçura no conselho cordial.”
( Pv 27:9 )

V – Receptividade

“Mais fundo entra a repreensão no prudente do que cem açoites no insensato.”


( Pv 17:10 )

j) Definição

Tornar-se sábio é desenvolver o caráter de Cristo e isso é um processo que o Espírito Santo gera em
nós através da abertura que damos para a sua atuação. Para que isso aconteça precisamos ser
receptivos.

Receptividade é ter o espírito ensinável para receber a repreensão, analisá-la e mudar de


comportamento para o próprio bem. Não é somente ouvir educadamente, agradando quem nos
confrontou, mas trabalhar os erros para melhorar nas áreas deficientes da nossa vida.

Uma pessoa receptiva recebe a repreensão com gratidão e isso a torna sábia, gerando crescimento
constante em todos os aspectos. Sempre que receptivos, crescemos espiritualmente e amadurecemos.

“ ... repreende o sábio e ele crescerá em conhecimento.”


( Pv 19:25c )

É obvio que ninguém gosta de ser confrontado; a princípio, a repreensão nos entristece; afinal, não é
agradável reconhecer que falhamos, mas é o “mal necessário” para vencermos as limitações
emocionais e as deformações.
A sabedoria se adquire com o aprendizado dos erros, tanto os nossos como os dos outros. Esse é o
processo que nos leva à sabedoria.

“Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão. Porque o senhor
repreende a quem ama, assim como o pai o seu filho a quem ama.Toda a disciplina, com efeito, no
momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz frutopacífico
aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.”
( Pv 3:11,12 )
O nosso crescimento espiritual é a conseqüência da abertura que damos ao Espírito Santo para nos
ensinar e corrigir. Quando colocamos a nossa vida nessa busca de desenvolver o caráter de Cristo,
Deus sempre usará pessoas que nos ajudarão a enxergar os erros e deformações. Afinal, é muito difícil
sermos objetivos a respeito de nós mesmos, por isso a importância e necessidade de sermos
receptivos. Para aprender e se tornar sábio é necessário ser receptivo, esse é o segredo para a
prudência e sabedoria, ter um espírito ensinável.

“ O caminho do insensato, aos seus próprios olhos, parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos.

( Pv 12:15 )
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Quando não abrimos o nosso espírito para enxergar os nossos erros, assinamos um atestado de tolice:
jamais podemos nos esquecer que a disciplina faz parte da filiação de Deus, e não somos obras
perfeitas e, sim sendo aperfeiçoadas pelo Espírito Santo. O Senhor nos corrige para o nosso bem.

Algumas correções são dolorosas, pois temos muita facilidade em nos acomodar e somos vagarosos a
mudanças, mas precisamos renunciar ao nosso “eu” e andar de acordo com a imagem de Cristo, sendo
transformados e aperfeiçoados dia a dia, num processo constante.

“ O homem que, muitas vezes repreendido, endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que
haja cura. “
( Pv 29:1 )

k) Importância

Bons resultados são alcançados pelo bom exemplo. Para atingi-los é fundamental ser receptivo, pois o
exemplo facilitará quanto à receptividade do confrontado. O exemplo é a forma mais fácil de se ensinar,
quando temos um espírito ensinável, por conseqüência sábio, mais facilidade teremos para confrontar e
alcançar frutos de transformação na vida das pessoas.

Ser receptivo acanha a maledicência; isso acontece quando algum comentário negativo é feito, por ter
um espírito ensinável, não haverá retorno agressivo, o que inibirá a maledicência, as intrigas e as
confusões.

Existem partes no nosso corpo que somente com a ajuda de um espelho podemos perceber. Assim
também são as nossas falhas espirituais que somente com a ajuda das pessoas perceberemos e,
assim, sempre estaremos crescendo em maturidade espiritual.

“ Os ouvidos que atendem à repreensão salutar, no meio de sábiostêm a sua morada. O que rejeita a
disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à repreensão adquire entendimento. “
( Pv 15:31,31 )
Exemplos:
Jo 13:8,9 – Pedro agiu de forma receptiva e rápida;
At 23:4,5 – Mesmo tratado injustamente, Paulo reconheceu e aceitou a correção.

c) Reações

Existem três tipos de reações:

- Reação contra o confrontador.


É óbvio que nem sempre o confronto alcançará um coração pronto e receptivo, podendo até reagir
contra o confrontador, distorcendo a correção e buscando um “culpado” para a “injustiça”, criando uma
barreira emocional.
- Reação de auto-rejeição.
Por outro lado, temos a reação de auto-rejeição que gera uma crise emocional; ao invés do confrontado
analisar e se posicionar para mudar, acha mais fácil se tornar retraído e se esconder, anulando a
possibilidade de mudança. Permite que tais sentimentos dificultem uma análise da repreensão e assim
não gera frutos. Uma porção moderada de tristeza é saudável para nos impulsionar a mudanças, mas
sem jamais fugir de controle se tornando uma crise emocional.
- Reação correta.
O ideal é ouvir a repreensão, analisá-la com a ajuda do Espírito Santo e mudar, tomar atitude para
crescimento e amadurecimento cristão. Ter sempre um coração simples e aberto, um espírito ensinável
para viver a cada dia o novo de Deus.

d) Repreensões injustas
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Dentro do processo de receptividade, encontraremos repreensões injustas. Entretanto, ser receptivo
nos ensinará a avaliar o confronto.

Dentro do ministério sofremos repreensões justas e injustas; devemos ter discernimento para não
rejeitá-las, mas analisá-las com o auxílio do Espírito Santo.

Existem alguns aspectos importantes que devem ser levados em consideração ao avaliar a
repreensão.
- Discernir repreensões injustas – às vezes ocorrem por falta de compreensão, comunicação ou
falha de interpretação e divergências no ponto de vista. Você pode esquecê-la ou procurar a pessoa
para esclarecer onde houve falha e, portanto, a repreensão.
- Aprender com as repreensões injustas – devemos enxergá-las sempre como oportunidades
para desenvolver mansidão. Geralmente essas repreensões partem de pessoas que estão passando
por problemas e poderemos ser instrumentos de Deus para ministrá-las. A conseqüência será o
reconhecimento quanto à justiça.
- Não revidar – quando repreendidos, imediatamente reagimos para nos defender, muitas vezes
verbalizando as falhas do confrontador. Isso deve ser evitado: jamais o ataque, demonstrando
compreensão, sabedoria e franqueza. Não é fácil, mas possível.

5-TIPOS PESSOAIS NOS RELACIONAMENTOS

I – Relacionamentos da adolescência ao homem adulto - suas deformações:

O homem foi criado com atributos que estabeleceram seu verdadeiro valor:

1. Ser importante (Gn 1:28) – O homem tinha propósito divino.


2. Estar a salvo e em segurança (Gn 1:29) – Todas as suas necessidades seriam supridas.
3. Pertencer (Gn 2:18) – O homem possuía um sentimento de pertencer.

Depois do pecado, o homem perdeu sua identidade com Deus. Isto fez com que os atributos se
transformassem em necessidades urgentes.

Para se relacionar com os adolescentes, os pastores devem tratá-los utilizando a mesma base de
tratamento que usam com os seus próprios filhos e, para isso, é necessário entender todo o processo
que faz parte da adolescência.

Nesta fase, se tornam muito fortes alguns valores psicológicos, que são ampliados por motivos
hormonais e de ordem psíquica. Caso esses valores psicológicos não sejam corrigidos com amor e
sabedoria, tendem a se ampliar, tornando-se participantes do caráter da pessoa quando adulto.

Abordaremos 03 dessas características da vida da maioria dos adolescentes que, se não forem tratadas
com amor e sabedoria, se transformam em anomalias em seu caráter, afetando seus relacionamentos.

- Rejeição - se torna insensível e frio, sem referenciais de afeto, poucos sentimentos, rebelde,
mas com tendências a líder (Jefté, José)
- Complexo de inferioridade - se torna obstinado, sensível, sentimentos demais (Saul, Jeroboão,
Gideão)
- Mimado - se torna rebelde e sem preparo para a vida, desqualificado, dono da verdade
(Roboão – filho pródigo)

A - Rejeição – Jefté e José

Carente, vulnerável, sensível, sem orientação, sem bases estruturais

 Quando um filho é rejeitado, homens maus e levianos o adotam:


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Jz 11:1-3 – Era então Jetfé, o gileadita, valente e valoroso, porém filho de uma prostituta: mas Gileade
era o pai dele. Também a mulher de Gileade lhe deu filhos, e quando os filhos desta mulher eram já
grandes, repeliram a Jetfé, e lhe disseram: ”Não herdarás na casa de nosso pai, porque és filho de
outra mulher. Então Jetfé fugiu de diante de seus irmãos, e habitou na terra de Tobe e homens levianos
juntaram-se a Jetfé, e saiam com ele.

 Tem valores bons, porém usa-os para seu crescimento pessoal, em demérito de outros.

Jz 11:6-8 – E lhe disseram: ”Vem, sê o nosso chefe, para que combatamos contra os amonitas. Jetfé,
porém, perguntou aos anciãos de Gileade: Porventura não me odiastes, e não me expulsastes da casa
de meu pai ? Por que, pois, agora viestes a mim, quando estais em aperto ? Responderam-lhe os
anciãos de Gileade: É por isso que tornamos a ti agora, para que venhas conosco, e conbatas contra os
amonitas, e nos sejas por chefe sobre todos os habitantes de Gileade.

 Não tem idéia dos valores familiares, apesar de senti-los, não sabe orientá-los em uma
escala certa de valores.

Jz 11:30-31 – E Jetfé fez um voto ao Senhor, dizendo: Se tu me entregares na mão os amonitas,


qualquer que, saindo da porta de minha casa, me vier ao encontro, quando eu, vitorioso, voltar dos
amonitas, esse será do Senhor, eu o oferecerei em holocausto.

 É frio e não conhece o amor de Deus e quando se converte, pode se tornar legalista e
duro

Jz 11:34-39 – Quando Jefté chegou a Mizpá, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com
adufes e com danças e era ela a filha única, além dela, não tinha outro filho nem filha. Logo que ele a
viu, rasgou as suas vestes, e disse: Ai de mim, filha minha! Muito me abateste, és tu a causa da minha
desgraça ! Pois eu fiz um voto ao Senhor, e não posso voltar atrás. Ela lhe respondeu: Meu pai, se
fizeste um voto ao Senhor, faze de mim conforme o teu voto, pois o Senhor te vingou dos teus inimigos,
os filhos de Amom. Disse mais a seu pai: Concede-me somente isto: deixa-me por dois meses que eu
vá, e desça pelos montes, chorando a minha virgindade, com as minhas companheiras. Disse ele: Vai.
E deixou-a ir por dois meses, então ela se foi suas companheiras, e chorou a sua virgindade pelos
montes. E sucedeu que, ao fim dos dois meses tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o voto que
tinha feito e ela não tinha conhecido varão. Daí veio o costume em Israel.

a) COMO TRATAR O REJEITADO

Deve ser tratado com amor e discipulado, pois quando recebe o amor de Deus, fica agraciado. Deus
quer tratar as pessoas e levá-las à cura.

Não podemos super proteger o rejeitado, mas sim, demonstrar os valores espirituais de Deus. O
rejeitado só será curado enfrentando situações difíceis, adversas, onde Deus poderá manifestar Seu
poder.

Mostrar o amor de Deus na sua vida e dar-lhe responsabilidades espirituais, e a cada vitória reconhecer
a sua importância e ampliar a sua ação.

Gn 39:1-6 – José foi levado ao Egito e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, egípcio, comprou-o
da mão dos israelitas que o haviam levado para lá. E o Senhor era com José, e ele tornou-se próspero
e estava na casa de seu senhor, o egípcio. E viu o seu senhor que Deus era com ele, e que fazia
prosperar em sua mão tudo quanto ele empreendia. Assim, José achou graça olhos dele, e o servia de
modo que o fez mordomo da sua casa e entregou na sua mão tudo o que tinha. Desde que o pôs como
mordomo sobre sua casa e sobre todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor
de José e a bênção do Senhor estava sobre tudo o que tinha, tanto na casa como no campo. Potifar
deixou tudo nas mãos de José, de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão
que comia. Ora, José era formoso de porte e de semblante.
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Tratá-lo com benignidade nas situações contraditórias que passou, e que mesmo em prisões, Deus está
com ele e sempre esteve, mesmo sendo enganado por ter boa intenção.

Gn 39:21-23 – O Senhor, porém, era com José, estendendo sobre ele a sua benignidade e dando-lhe
graça aos olhos do carcereiro, o qual entregou nas mãos de José todos os presos que estavam no
cárcere e era José quem ordenava tudo o que se fazia ali. E o carcereiro não tinha cuidado de coisa
alguma que estava na mão de José, porquanto o Senhor era com ele, fazendo prosperar tudo quanto
ele empreendia.

Ensiná-lo em amor, mostrando que as pessoas se esquecem do que fazemos, porém Deus nunca se
esquece. Gen. 41:9-14.

Gn 40:14-16, 23 – Mas lembra-te de mim, quando te for bem, usa, peço-te de compaixão para comigo e
faze menção de mim a Faraó e tira-me desta casa, porque, na verdade, fui roubado da terra dos
hebreus e aqui também nada tenho feito para que me pusessem na masmorra. Quando o padeiro-mor
viu que a interpretação era boa, disse a José: Eu também sonhei, e eis que três cestos de pão branco
estavam sobre a minha cabeça. O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José, antes se esqueceu
dele.

Tratá-lo para saber conviver com o crescimento, para não ensoberbecer e não querer humilhar os
outros.

Gn 41:40-44 – Tu estarás sobre a minha casa e por tua boca se governará todo o meu povo, somente
no trono eu serei maior que tu. Disse mais Faraó a José: Vês aqui te tenho posto sobre toda a terra do
Egito. E tirou Faraó o anel da sua mão e o pôs na mão de José, e o fez vestir de vestidos de linho fino e
pôs um colar de ouro no seu pescoço. E o fez subir no segundo carro que tinha e clamavam diante dele:
Ajoelhai. Assim o pôs sobre toda a terra do Egito.

Esquecer o passado (cura interior). Mostrar o amor de Deus e levá-lo a entender que a vida que passou
deve ser entregue a Deus, pelo que ele vive hoje.

Gn 41:50 – E nasceram a José dois filhos (antes que viesse o ano de fome) que lhe deu Asenate, filha
de Potifera, sacerdote de On. E chamou José o nome do primogênito Manassés, porque disse: Deus
me fez esquecer de todo o meu trabalho e de toda a casa de meu pai. E o nome do segundo chamou
Efraim, porque disse: Deus me fez crescer na terra.

Levá-lo a entender é justo e tratará os que os desprezaram com amor. Gn 45:4 a 8; Jo 3-5, 7, 10, 11

Gn 45:4-8 –José disse mais a seus irmãos: Chegai-vos a mim, peço-vos. E eles se chegaram. Então ele
prosseguiu: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos
entristeçais, nem vos aborreçais por me haverdes vendido para cá; porque para preservar vida é que
Deus me enviou adiante de vós. Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos
em que não haverá lavoura nem sega. Deus me enviou adiante de vós, para conservar-vos
descendência na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento. Assim não fostes vós que
me enviastes para cá, senão Deus que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua
casa, e como governador sobre toda a terra do Egito.

José entendeu o propósito de Deus em sua vida. Vivia de forma cômoda e confortável como caçula de
uma família. Foi rejeitado pelos irmãos, foi vendido e passou a ser escravo no Egito, assediado pela
esposa de Potifar (apesar de vulnerável e possivelmente carente), não se deixou envolver, pois
conhecia os valores de Deus. Rejeitado por Potifar, passou a ser prisioneiro. Na prisão foi rejeitado
pelo mordomo que simplesmente o esqueceu.

DEUS O LEVANTOU NO MOMENTO CERTO.

Tornou-se governador do Egito.


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DEUS TRATOU SEUS IRMÃOS.

José liberou perdão e esta atitude demonstrou a sua confiança em Deus, isto é, considerou a atuação
divina em todas as situações.

b) APLICAÇÃO PRÁTICA

Traçando um paralelo, podemos analisar o novo convertido como sendo: carente, sem domínio da
“carne” e alvo do inimigo, com os valores ainda deformados por ele.

Por isso, este não deve assumir um relacionamento afetivo com outra pessoa já convertida e tratada por
Deus, pois a tendência do novo convertido é projetar a imagem de Cristo - amoroso, bonito,
compreensivo e até mesmo atraente, transformando o namorado “crente” num referencial de Cristo.

E essa inversão pode trazer graves conseqüências, como levar o novo convertido a se desviar após se
decepcionar com alguma atitude do cristão mais maduro. Pode também comprometer o ministério da
pessoa convertida há mais tempo, pelos maus costumes do novo convertido, que poderá influenciá-lo
negativamente.

B) COMPLEXO DE INFERIORIDADE – SAUL, JEROBOÃO E GIDEÃO

Podemos definir o complexo de inferioridade como uma auto-análise através de uma ótica destorcida. O
complexado fixa-se em suas áreas deformadas, ignorando por completo suas virtude e qualidades,
valorizando sempre as outras pessoas. O obstinado perde referências e sentimentos importantes. Toda
pessoa complexada forja um deus, tem obsessão por si próprio, tem um ego muito forte. Devemos
considerar que Deus tem poder para suprir toda a deficiência humana.

l) COMO TRATAR O COMPLEXADO

Deve ser tratado através do aprendizado, isto é, através da Palavra de Deus que se cumpre,
evidenciando seu valor próprio. O valor próprio não é questão de habilidades, talentos, inteligência ou
beleza. O valor próprio é uma questão de identidade e vem do conhecimento de quem somos: somos
filhos de Deus (ex: Jo 1:12; II Co 5:17).

Podemos ver o caso de Gideão como positivo, tratado por Deus e o caso de Saul e Jeroboão, como
negativos, tratados pelo ego.

B) APLICAÇÃO PRÁTICA

Exemplos na História

Napoleão Bonaparte: Um dos piores tiranos.

Hitler: Filho de uma prostituta usou do poder para destruir os judeus, que na época representavam o
poder financeiro, era também extremamente racista, e, como todo ditador, obstinado.

Michael Jackson: Com o sucesso, seu complexo se ampliou e, tentando suprir as supostas defasagens,
fez diversas alterações em seu corpo, aparentemente para se enquadrar ao padrão de beleza da nossa
cultura. Fica evidente esta deformação na personalidade.

Jim Jones e outros

O adolescente mascara seus complexos usando marcas e grifes famosas.

Exemplos na Bíblia:
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A - SAUL: VALENTE, PERSISTENTE, LABORIOSO, PORÉM NÃO SE ENTREGOU AO
TRATAMENTO DE DEUS.

- I Samuel 9:16-22 – Saul mostra através de sua resposta, o que estava por trás de si -
Complexo de Inferioridade. Deus o enxergava como Rei, Saul, não como complexado.

- I Samuel 10:6-7;9-10 – Deus mostrou-lhe que seria outro, mudou seu coração, a sua condição
humana através do Espírito Santo de Deus

- I Samuel 11:6 e 7 - Deus lhe confirmou o domínio e a soberania a ele dado pelo Espírito Santo.

- I Samuel 13:8-14 – Através do complexo, ele deixou de crer em tudo que tinha sido prometido
por Deus. O complexado, em momentos de crise se perde e ultrapassa seus referenciais
espirituais. Deixa a sua imaginação de derrotismo levá-lo a práticas precipitadas.

- I Samuel 15:1-9, 32-35 – O complexado precisa se auto-afirmar. Ele sabia da ordem de Deus,
porém, para caracterizar o que tinha de complexo, pois não se achava Rei, deixou viver o Rei do
inimigo. O seu reinado era, a seus olhos, baseado em ter um Rei abaixo dele. Samuel estava
ciente do que era e destruiu o rei Agague.

- I Samuel 18:6-9 – Não conseguia, por seu complexo, conviver com o sucesso do seus
subalternos. Ficou com inveja de Davi.

- I Samuel 20:30-33 - A inveja se torna uma obsessão perseguia tudo o que caracterizava perda
do seu “reinado”, inclusive perdia até o referencial de amor. A sua obstinação chega até limites
extremos.

- I Samuel 22:13-17 - Perde pela obstinação, os valores de Deus, e mata os referenciais de Deus.

- I Samuel 23, 24 e 26 (Cap.) - Perde os referenciais de soberania pela vitória do seu complexo
que virou obsessão.

- I Samuel 18:6-9 - “Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares, na verdade, que lhe
falta, senão só o reino ?”

Estas afirmações de Saul, movido pelo complexo, aceleraram o processo, comprometendo o Reino.
Julgava-se inferior a Davi. Porque “abriu mão” dos valores de Deus.

Fica evidente que a obstinação de Saul era a destruição de Davi, que considerava o seu concorrente e
ressaltava o seu complexo. Por outro lado, Davi era um guerreiro fiel que potencializava o reinado de
Saul.

B - JEROBOÃO: NÃO SE ENTREGOU AO TRATAMENTO DE DEUS

- I Reis 11:28 - Jeroboão era homem valente, capaz e trabalhador.

- I Reis 11:29 a 31, 37 - Foi chamado por Deus a ser rei de Israel e seria soberano sobre tudo
que desejasse sua alma. Portanto tinha talento e o aval de Deus para ser o Rei. E domínio
sobre a sua alma se quisesse.

- I Reis 12:23, 24, 26 e 27 - Deus tinha confirmado o Reino da mão dele, e conformado a
Roboão, que Jeroboão era Rei. O seu opositor Roboão filho de Salomão, tinha ciência que
Jeroboão era Rei. Porém Jeroboão complexado, não assumiu o que lhe fora dado.

Ele próprio declarou que Roboão era o Senhor de “seu povo”. E tinha medo de perdê-lo. Pela sua
insegurança, fruto do complexo de sua inferioridade, tomou “conselhos“ e colocou 2 Ídolos, um em Dã,
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extremo norte de Israel e outro em Betel, extremo Sul. Estava ciente de que não passavam de Ídolos
estátuas, eram para suprir seus complexos.

- I Reis 12:30 a 32 - Viu que a situação cobria sua defasagem e, então, começou a alimentar
esta situação, dando vida a ela e se tornou um “obstinado”, cauterizando sua mente.

- I Reis 12:33 - geralmente os complexados se tornam obstinados por uma área de valor que
eles têm e as potencializam de tal forma que, no fim, ficam dominados por ela. Jeroboão fez um
altar e sacrificou, ou seja, adorou aquilo que criou, só que aquilo o dominou e o levou a morte.
Ex.: Paulo e Zaqueu antes de conhecer a Jesus.

Pv 30:21 a 23 narra claro essa situação.

- I Reis 13:1-2 e II Reis 2:8, 10 e 11, Reis 23:4, 14-16. O complexado (obstinado) precisa ser
ensinado, para ter a sua mente renovada pela Palavra de Deus. O altar foi destruído por outro
Rei que, ao ler a Palavra de Deus, se posicionou contra ele e o levou a pó.

C – GIDEÃO: COMPLEXADO DE INFERIORIDADE - TRATADO POR DEUS - PERMITIU O


TRATAMENTO DE DEUS (JUÍZES 6:25-27)

- Juízes 6:11-13 - Gideão era um homem valoroso, valente e forte como era Jeroboão e Saul.

- Juízes 6:14-16, 22 e 23 - Como Saul e Jeroboão, Gideão era complexado e olhava a sua
condição humana, a sua hereditariedade genética e a sua condição de vida social que marcou
sua bagagem psicológica.

- Juízes 6:17-22 - Deus o levou através do anjo a um aprendizado (experiência) do que era o
poder de Deus, consumindo com fogo a oferta de Gideão.

- Juízes 6:25-27 - Levou-o através de uma experiência com o anjo do no lugar do “ídolo familiar”,
um “altar” ao Senhor. Essa experi6encia fazia parte do aprendizado que o anjo ministrava a
Gideão para levá-lo a vencer os seus limites intelectuais deformados.

- Juízes 6:31-32 - Deus confirmou o seu poder alterando até o comportamento do próprio pai,
mediante sua tomada de posição espiritual. O jovem complexado quando se converte, bem
instruído, leva os seus pais à Igreja.

- Juízes 6:35-36 - O anjo do Senhor o levou a ter liberdade de provar a Deus antes de tomar
qualquer tipo de atitude, e ensinando sempre a respeito do poder de Deus na sua vida nos
momentos de grandes decisões, habilitando-o a vencer qualquer limite e complexo adquirido.

- Juízes 7:1-3 - O anjo do Senhor o levou a compreender que ele, com Deus, ele não participava
desse grupo limitado. Mostrando que ele estava acima dessa seleção entre os medrosos e
tímidos.

- Juízes 7:4-7 - o anjo do Senhor, então, o levou a compreender que ele com Deus, estava acima
dos homens habilitados, humanamente falando. Que ele era no Senhor maior do que este grupo
limitadíssimo.

- Juízes 7:9-15 - O anjo do Senhor, então o ensinou através de provas, que ele em deus estava
acima de qualquer líder do povo inimigo (mundo)

- Juízes 7:16-25 – e, finalmente, o aprendizado pôde ser posto em prática e Deus deu vitória a
Gideão e aos seus 300, contra milhares e milhares de midianitas, fora os seus grandes Reis
Zeebe e Orebe. Foi do aprendizado à prática, orientado pelo anjo do Senhor.
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O anjo do Senhor é o pastor da Igreja, e existem muitos Gideões em potencial que precisam de uma
ministração e acompanhamento do Pastor da Igreja.

C) MIMO – REOBOÃO – SEM PREPARO (DONO DA VERDADE)

- I Reis 12:5 a 6 - Cresce sem preparo e sem experiência nas situações difíceis.

- I Reis 12:7 a 8 - Se torna alguém que, por não receber orientações incisivas das autoridades,
não as valoriza e não crê nelas.

- I Reis 12:8 a 11 - Acolhe a experiência de outros como ele, que cresceram sem experiência.
Seu referencial de vida é muito restrito e com pouca experiência de vida.

- I Reis 12:16-17 e 19 - Perderam o reino porque só pensavam em si. Extremamente egoísta. E


os seus comandados se rebelam.

- II Crônicas 11:18 a 21 - Tem os mesmos maus costumes familiares do pai, que o mimou,
substituindo a autoridade pela debilidade e impotência.

Como necessita de força e auto-controle, torna-se o dono da verdade, não tendo limites nem
respeitando os outros.

Como tratar o mimado ou o “dono da verdade”

- Lucas 15:11 a 24 – Recebê-lo com amor, entendendo seu sofrimento.

- I Reis 12:21 a 24 – Ensina-lo a conviver com as derrotas momentâneas, vindas por causa de
seus familiares que não o posicionaram e o deixaram inexperiente para a vida.

- I Reis 14:25 a 28 - Ensiná-lo a conviver com situações de humilhação, que vêm para melhorar
seu caráter, para valorizar as coisas que herdou, orientando que Deus está com ele e o ama.

- I Reis 14:29 e II Crônicas 11:5-14 e 23 – Ele deve sempre ser tratado com dificuldade, não
tendo nada fácil, para assim ensinar aos filhos a dificuldade das “facilidades da vida”.

A estrutura de fé para nossos padrões de comportamento e atitudes como cristãos é a compreensão de


quem nós somos em Cristo Jesus.

A equação que funciona é: homem + Cristo = totalidade e significação.

Exemplos de quem somos: II Co 5:17; Jo 1:12; Cl 2:10 e Cl 5:5.

Exercite-se no conhecimento do que a Bíblia diz que você é em Cristo Jesus.

II - Relacionamentos familiares

A) RELACIONAMENTO CONJUGAL E COM OS FILHOS

O amor (I Co 13) deve permear todos os nossos relacionamentos, principalmente os relacionamentos


familiares.

Como cristãos, devemos valorizar a família, pois Deus mesmo a instituiu, conforme Gn 2:18 – Homem e
Mulher se completando, formando a mais antiga organização social conhecida.
53
No relacionamento conjugal, cada pessoa encontra oportunidade para crescimento como ser humano.

Ministerialmente (e não se tratando somente de pastores e suas esposas), todo casal deve caminhar
junto, num relacionamento onde as qualidades mútuas devem ser valorizadas, observando a instrução
da Palavra de I Pe 3:1-7.

A igreja Renascer reconhece as qualidades femininas como algo de valor para ser amplamente usado
nos Ministérios. A companheira não é só a “esposa do pastor”, é uma ajudadora dinâmica no poder de
Deus, sendo herdeira da mesma graça (I Pe 3:7). Quando a esposa não acompanha o ministério
pastoral, ela não está em submissão (sob a missão do esposo) e, portanto, vem a causar problemas
para o pastor e, em conseqüência, para o ministério e para sua própria vida (I Pe 3:5 e 6).

Porém, essas qualidades não devem ultrapassar os limites da autoridade espiritual do pastor.

O pastor da Igreja Renascer tem de ter sentimento, para não ser levado pelos sentimentos da esposa,
pois a mulher, por ser mais sentimental e sensível, pode exercer uma influência negativa em relação a
membros da igreja que ainda estão sendo tratados e, dessa forma, provocar alguma animosidade.

Quando o pastor não se posiciona em momentos decisivos, toda a família sofre.

Gen. 16:1 a 5: “Ora Sarai, mulher de varão não lhe gerava filhos, e ele tinha uma serva egípcia, cujo
nome era Hangar. E disse Sarai a Abraão: eis eu o Senhor me tem impedido de gerar; entra pois a
minha serva; porventura terei filho dela. E ouviu Abraão a voz de Sarai. Assim tomou Sarai, mulher de
Abraão, a Hagar egípcia sua serva, e deu-a por mulher a Abraão, seu marido, ao fim de dez anos que
Abrão habitara na terra de Canaã. Ele entrou a Hagar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi
sua senhora desprezada aos seus olhos. Então disse Sarai a Abraão: Meu agravo seja sobre ti; minha
serva pus eu em teu regaço; vendo ela agora que concebeu sou menosprezada aos seus olhos; o
Senhor julgue entre mim e ti.”Sarai estava magoada pela situação que vivia, era estéril, com idade
avançada, enfim, com barreiras e dificuldades que a tornaram frágil emocionalmente. Com isso
envolveu o marido em uma situação tão delicada, o expondo a um contato íntimo com uma outra
mulher, que, além, de tudo era escrava (3). Esta escrava se sentiu no direito de se envolver na família e
“desprezou sua senhora” (4).

Por isso chamou juízo para si e para seu marido (5). E abriu uma brecha declarando sobre seu próprio
marido uma maldição (5). É como mulheres insubmissas que levam seus maridos as mãos de amantes.

Dessa insubmissão, surgiu a divisão de dois grandes povos e uma rivalidade que ainda subsiste nos
dias de hoje. O filho da escrava, Ismael, constitui os povos árabes que até hoje sã inimigos da
descendência de Abraão através de Isaque, filho de Sarai (Gn 16:12). E a “concubina” também se
machucou (Gn 21:14 a 16).

Por sua vez, quando Sarai opinava corretamente, Deus confirmava a Abraão o que devia fazer, mesmo
que fosse contrário ao que ele sentia ou pensava.

Gen. 21:10 a 12 - “deita fora essa serva e o teu filho, porque o filho desta serva não herdará com meu
filho, com Isaque. E pareceu esta palavra mui má aos olhos de Abraão, por causa de seu filho. Porém
Deus disse a Abrão: Não te pereça mal aos teus olhos acerca do moço, e acerca da tua serva; em tudo
o que Sara te diz, ouve a sua voz porque em Isaque será chamada a tua semente”.

Um exemplo para nossos dias é a união espiritual de Baraque e Débora: “Então lhe disse Baraque. Se
fores comigo, irei; porém se não fores como não irei” (Jz 4:8 e 14).

A segurança dos filhos no lar está baseada no amor demonstrado entre os pais, sendo o maior exemplo
de relacionamento em amor, perdão, carinho e respeito. Os filhos são os principais discípulos no
ministério. Forme-os para serem grandes servos de Deus.

B) RELACIONAMENTO PAIS E SOGROS


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Medindo os padrões normais da convivência, você não pode esquecer que é pastor também das
ovelhas que são conhecidas como “Sogro e Sogra”.
É necessário agir com sabedoria, bom senso e muito amor Cristão.

Gen. 2:24 narra uma grande verdade para orientação nos relacionamentos familiares: “Portanto deixará
o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne”.

Para muitos homens o “deixará pai e mãe” de sua esposa tem de ser radical pois trata-se dos seus
“sogros”, porém não devem esquecer que são herdeiros de uma mesma graça e são uma só carne.

Esse “deixará pai e mãe” significa cortar vínculos visando assumir novos vínculos familiares no
casamento, não quer dizer abandonar, pois devemos “honrar pai e mãe”. A palavra honra, do latim
“honoris”, de onde vem a palavra honorários, quer dizer pagamento.
Porém o “deixará pai e mãe” é algo sério, os seus pais tiveram chance para escolher o tipo de vida que
quiseram, e não devem interferir nos seus relacionamentos e casamento.

C) OUTRAS ÁREAS

- O seu desejo deve ser voltado para a sua esposa, em comunhão, desfrutando de plena
igualdade espiritual (I Pe 3:7).

- Ela deve fazer parte do seu caminhar, sendo muito importante para a relação conjugal como em
Pv. 5:18 e 19.

- Ela deve ser orientada por você, Pastor, para sempre se cuidar, zelar pelo seu corpo, aparência
e pelo companheirismo.

- Terem um equilíbrio com relação ao que “pode” ou não, no relacionamento íntimo, para mão
entrar na liberdade do outro cônjuge.

- I Co 7:15 descreve que ambos têm necessidades, e que o corpo de um é do outro e vice-versa.
O Pastor da Renascer deve orientar sua esposa para o cuidado do “Tô com dor de cabeça”, “Tô
cansada”, Tô com raiva de você”, Tô preocupada”.

- Sua esposa tem de vestir para você e não para os outros e outras.

- O coito normal não deve ser substituído por nenhum método. Não se deve deixar de executá-lo
como é: penetração do pênis na vagina. O que vem antes em termos de carícias para
preparação do coito, deve ser resolvido por cada casal, diante de Deus e, segundo a cultura e
sentimento de ambos, não o desejo de um só.

- O Pastor não pode deixar de conversar com sua esposa sobre a diferença entre ambos em
termos de atração física, pelas diferenças hormonais e o próprio Pastor deve entender essa
diferença.

- A Palavra de Deus diz “maridos amai vossas esposas”, porque o homem é muito racional. No
relacionamento marido-mulher é fundamental agradar a outra pessoa. Toda ação provoca uma
reação, isto é, quando transmite carinho - recebe carinho.

III - Tempo para a família

Precisamos administrar o nosso tempo e incluir, também, os momentos para a família, e isto inclui o
lazer.

Nas condições dos homens “normais”, o fim-de-semana é o dia de descanso. Para o Pastor da
Renascer o sábado e o Domingo são os dias de maior atuação na obra, pois existem reuniões de
55
Pastores duas vezes por mês, uma reunião de oficiais no sábado, discipulado de bandas, evangelismo,
free gospel etc. O domingo tem, além da reunião de intercessores, cinco cultos e o Pastor deve se
preparar para tal.

No entanto, até como qualidade de vida, é importante guardar um dia para a família, e esse dia deve ser
desfrutado com muita qualidade, não só para o seu descanso, mas também para estar com a família,
estreitando relações: é um dia para a família. Brinque com seu filho, divirta-se com ele, faça o que ele
quer fazer, é o dia dele. É necessário aproveitar qualquer disponibilidade de tempo para abençoar e
orientar (depois do culto, antes de dormir, pela manhã...)

Fora esse dia, você deve envolver seu filho no dia-a-dia da igreja. Sua igreja deve ser um lugar
agradável para crianças, adolescentes e jovens, do contrário você estará fora da visão Renascer. O
sábado e o evangelismo devem ser muito agradáveis para seus filhos, a ponto de quererem participar,
ao invés de ficar em casa ou noutro lugar.
Lembrando sempre que a qualidade do tempo em que eles ficam com vocês é muito importante, é de
grande importância a presença do pai na formação e no futuro de seus filhos.

Aproveite o pouco tempo que tem para abençoar e orientar seu filho, não importa que seja depois do
culto, antes de dormir, de manhã; dê atenção aos seus filhos, envolva-se em seus problemas, pois na
escala de valores, os seus problemas são enormes. Exerça o pastorado e forme-os no Senhor.

Nunca se esqueça que, além de educá-los, você tem de formá-los para serem grandes servos de Deus.
Eles podem ser agraciados com a bagagem que você tem. São seus principais discípulos.

O maior exemplo de relacionamento é o que é dado por você e sua esposa aos seus filhos. A
segurança dos filhos no lar está baseada no amor demonstrado por você e sua esposa. Mesmo que
vocês errem, a demonstração de amor, perdão e carinho lhes trará a impressão verdadeira de amor em
família. O amor cobre uma multidão de pecados.

Filhos pequenos devem ser acariciados e beijados e, filhos adolescentes devem ser incentivados com
elogios e encorajamento.

As relações familiares necessitam de tempo, esforço e dedicação. Isto através de uma comunicação em
amor e sabedoria para estimular os pontos positivos de cada pessoa (cônjuge, filhos ou pais e sogros).

IV - Relacionamentos Eclesiásticos

Ecclesiasticus = palavra derivada do latim: adj. = relativo à igreja; subst. = membro do clero.

Quando a pessoa conhece a Cristo, ocorre naturalmente a necessidade de uma fraternidade com outras
pessoas na mesma condição, formando assim uma comunidade – a Igreja.

No relacionamento eclesiástico deve-se observar o padrão bíblico conforme Ef 4.

Os membros da Igreja Renascer podem desenvolver-se ministerialmente como:


Aspirante  Diácono  Presbítero (co-pastor)  Pastor  Bispo  Apóstolo.

a) PASTOR – CO-PASTOR

As observações abaixo evidenciam segredos espirituais que proporcionam crescimento ministerial.

O objetivo do Pastor é o crescimento saudável do rebanho. A unção e a capacitação de cada pastor


vem do Senhor.

Por isso, devemos nos relacionamentos eclesiásticos:


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1. Ser submissos: potencializar o ministério superior de acordo com a hierarquia. Submissão é segredo
espiritual para o crescimento.

SAUL JONATAS DAVI


Reino físico = REI Guerreiro, ousado Pastorzinho de ovelhas
Reino espiritual = REI Herdeiro de Saul Rei (no lugar de Saul)

Textos:

- I Samuel 18:1, 3 - 4 - Abrir mão dos seus valores pelos dos outros e do bem da igreja.

- I Samuel 14:1, 13 - 14 – Jonatas, apesar de guerreiro de futuro Rei, abriu mão, pela unção de
Davi e pelo amor fraterno que tinha por ele.

- Sucessão Saul / Jonatas / Davi

- Encontro de Jonatas / Davi - Fizeram uma aliança, um pacto, essa aliança, esse pacto é que
potencializa.

- Exodus 24:13-14 – Moisés e seus servos Arão e Josué.

Josué = Servo e submisso (entrou na Terra Prometida)


Arão = Servo, não submisso (não entrou na Terra Prometida)

2. Agir em aliança:

- I Samuel 20:12-20 - A aliança de Jônatas com Davi.

- A aliança fortalece;
- Quando se diz “vai” – significa ir sozinho;
- Quando se diz “vem” – significa caminhar juntos;
- Somos um referencial para as pessoas: muitos estão se espelhando em nós.

O Pastor deve tomar o Co-pastor como sendo sua 1ª ovelha em importância (em escala de valores).

O Pastor é responsável pelo crescimento e formação do Co-pastor.

O Pastor cresce quando o Co-pastor cresce, pois o objetivo do Pastor é o crescimento saudável do
rebanho.

O Pastor não deve capitalizar para si Presbíteros e Diáconos e sim para o ministério, por causa dos
futuros remanejamentos para as igrejas que venham a ser abertas ou para suprimentos das igrejas
existentes.

Todos os Pastores são ungidos e capacitados pelo Senhor e o que lhes possa faltar, Deus
acrescentará.

- I Coríntios 4:17 - Co-pastor é o filho amado que vai manter a visão.

- I Coríntios 3:5-8 - A obra é de Deus; nós somos os instrumentos.

- I Coríntios 3:9-11 - Pastor e Co-pastor são cooperadores (sinergia), devendo usar em conjunto
suas forças, operando ao mesmo tempo com a mesma função.

Tem de haver sinergia entre: Deus / Igreja / Ministério.


57
Deus age na terra através de nós.

3. Ter posicionamento:
- ser fiel à obra de Deus: ter a consciência de nossa unção e constituição. (I Co 4:15). É
necessário ser fiel naquilo que estamos fazendo.

- O Pastor tem que delegar a unção recebida e preparar os que sucederão. Quando a troca de
Igreja é necessária, o membro (ou pastor) ter posicionamento claro (I Gn 31:43-53)

- Evitar qualquer culto à personalidade = bajulação. Não se deixar ser manipulado pela forma de
tratamento.

- Dar oportunidade para quem o venha suceder.O Pastor deve delegar a autoridade e ministérios
ao Co-pastor, para também estar sempre disponível para poder assumir novas
responsabilidades frente ao Ministério.

O Co-pastor é responsável pelo zelo do Ministério.

O Co-pastor é o futuro Pastor da Igreja ou de outra e por isso a responsabilidade do Pastor é


redobrada no relacionamento com o mesmo.

Efésios 4:15-16 – cooperadores – não fazemos parte de uma peça estática, e sim de um
organismo vivo: a Igreja.

Resumo

Segredo no mundo espiritual - Potencializar o ministério ”do superior” de acordo com a hierarquia.
Devemos entender que somos servos, espiritualmente falando. No grego, “diácono” quer dizer servo.

A Palavra de Deus diz que somos cabeça e não cauda, portanto, devemos nos posicionar considerando
a unção, submissão e aprendizado. Abrindo mão de valores humanos, o crescimento será
conseqüência da submissão.

Ex.: Jonatas - capacitado (humanamente) habilidade e aprendizado do Rei


Futuro Rei, Príncipe, futuro ungido, guerreiro, ousado, amoroso, humilde, submisso.

Davi - Ungido pelo Espírito Santo


Espiritualmente - Rei
Na prática – pastorzinho

Capa - Autoridade; Armadura - Proteção (revestimento)


Espada, arco, cinto - Luta.

Havia uma aliança entre Jonatas e Davi. E esta aliança deve existir entre Pastor e o Co-pastor.

Quando Deus coloca alguém ao nosso lado, o objetivo é o crescimento conjunto, a exemplo de Davi,
que apesar de ungido Rei, necessitava de aprendizado e habilidade, que foram adquiridos através da
experiência e convivência com Jônatas que o protegeu e potencializou para que chegasse a ser Rei.

Situações difíceis em nossas vidas são, muitas vezes, planos de Deus para adquirirmos constituição
maior e podermos enfrentar os “gigantes” do dia-a-dia.

Existem pessoas capacitadas, humanamente falando e existem os servos. Na cadeia de crescimento,


os servos submissos são beneficiados.
58
Ex.: Josué companheiro de Moisés.
Quando Moisés foi ao monte buscar as tábuas da lei, setenta pessoas o acompanharam até
determinado ponto (os Sacerdotes, alguns Anciãos, Arão e seus filhos). Seguindo a orientação de
Moisés, Josué o acompanhou até o monte e ali ficou durante quarenta dias - atitude de submissão.

Por outro lado, Arão retornou antes e comprometeu todo o povo com idolatria. Josué, entretanto
retornou juntamente com Moisés e, posteriormente, o substituiu. Fica claro portanto, que a insubmissão
é algo “grotesco”. Mas a pessoa que compreende e respeita o superior, agindo com submissão, cresce
junto com o seu superior (Jz. 1:1 a 5).

O segredo para o crescimento é entrar na visão em submissão.

b) ESPOSA DE PASTOR COM CO-PASTOR

I Timóteo 3:1 – 7

PRINCÍPIO BÁSICO
Esposa de pastor não é Pastor, a não ser que tenha essa unção específica.

A esposa é submissa a seu marido (como tal e como Pastor) e também ao Co-pastor.

É exigido respeito em todos os relacionamentos.

Não havendo esta submissão, a igreja não cresce, não evolui e fica estagnada. (Igreja Problemática).

c) ESTRUTURAÇÃO E REESTRUTURAÇÃO MINISTERIAL

Não devemos nos firmar em relacionamentos humanos e carnais, mas nos preocuparmos, sempre, com
o bem da Igreja e do ministério como um todo, estando abertos para transferência e modificações que
se façam necessárias, não tomando posição dogmática, e cuidando espiritualmente de quebrar todo e
qualquer paralelismo com ministério(s) anterior(es) do qual tenha vindo antes da Renascer.

Vem, acaba com tudo o que você tem como verdade absoluta

Revelação de Deus ao Bispo Geraldo Tenuta Filho

d) TROCA DE IGREJA OU SAÍDA DE IGREJA RENASCER (GN 31:43-53)

Quebrar todo o vínculo com a igreja anterior. De forma alguma ficar em contato com os membros; tomar
posição de que seu rebanho agora é outro, não permitir de forma alguma que a fofoca permeie o seu
pastorado.

Tratar todos os casos e problemas com amor e longanimidade, principalmente com o co-pastor e
oficiais.

e) CULTO À PERSONALIDADE

Acabar todo tipo de culto à personalidade.


59
Não permitir que a sua forma de agir (pastor “bonzinho, amigão”, etc.), seja utilizada de forma a você
ser manipulado pelas pessoas e formar ligações e interligações que fujam ao padrão da Palavra.

Preocupar-se em deixar abertura para quem venha a sucedê-lo, mesmo que não tenha as “suas
qualidades”.

I Coríntios 4:15 - Seja fiel ao que está acima da tua vida e ame a quem está subordinado a você.

I Coríntios 4:16 - Tenha consciência de sua unção e constituição sem medo de perder a sua “posição”
na igreja.

I Coríntios 10:7-11 - Creia na sua unção e sua constituição não se abale com o comentário de outras
pessoas, mas avalie os motivos de tais comentários.

Certamente Deus tem uma obra maravilhosa para realizar em nossa vida ministerial e devemos estar
abertos para o agir do Senhor em todas as áreas de nossa atuação.

ECLESIÁSTICO COM A SOCIEDADE

I Tm 3:7 – “...Dê bom testemunho aos que estão de fora, para não cair em vergonha e no laço do
Diabo”.

Ver páginas 218 e 221 da Apostila Formação de Oficiais.


Vida Social.
Vida Financeira.
Vida Moral.

6. LIDERANÇA

Liderança é o esforço de exercer conscientemente uma influência especial dentro de um grupo, no


sentido de leva-lo a atingir metas de permanente benefício que atendam às reais necessidades do
grupo.

I – Princípios básicos da formação de um líder

Enquanto muitas instituições cristãs escolhem seus líderes com base em aparência ou personalidade,
qualificações acadêmicas ou ligações, existem outros critérios que merecem consideração.

No caso de Neemias, vemos que ele tinha conhecimento. Ele obteve de Hanani tantas informações
quantas possível (Ne 1:2; 8:8). Certamente ele sabia de que precisava antes que o rei perguntasse por
suas necessidades (2:8), e aumentou seus conhecimentos (2:12-15).

Conhecimento profundo da tarefa é requisito básico para o líder competente. Mas há também a
necessidade de conhecermos a nós mesmos. Precisamos fazer sempre uma auto-avaliação, conhecer
bem nossas forças como também nossos pontos fracos, e procurar sempre melhorar a nós mesmos. No
momento em que paramos de aprender, paramos de crescer. Quando isto ocorre, não podemos mais
tomar a iniciativa, perdemos nossa autoconfiança e nossos subordinados logo o percebem.

Além de termos conhecimento profundo de nós mesmos, para uma sã liderança também é necessário
que tenhamos profundo conhecimento daqueles com quem trabalhamos.

Uma função básica do bom líder é inspirar as pessoas a se esforçarem ao máximo. O homem que se
concentra apenas em detalhes, em cifras ou em questões técnicas, pode tornar-se um perito, mas não
um líder. Os peritos sabem o que deve ser feito; os líderes sabem o que deve ser feito e como fazer
com que as pessoas o façam.
60
Neemias tinha interesse naqueles que trabalhavam com ele (Ne 3, 5:1-13). Ele dava atenção aos
detalhes (Ne 8:10-12), mas sabia também como edificar e manter o seu moral. O moral correto pode ser
levantado apenas quando sabemos o que “liga” os nossos empregados. Quando sabemos como
motivá-los, podemos entusiasmá-los com nossa dinâmica pessoal, encorajá-los com a tarefa que
precisa ser feita, e desafiá-los com a satisfação de um trabalho realizado.

Também importante para manter o moral é a disseminação correta das informações. As pessoas
querem saber o que se passa ao seu redor, e a parte que irão desempenhar nos planos da
administração. Querem saber também como a administração vê o grupo, se o seu trabalho é apreciado.

Líder sábio, Neemias elogiou a quem merecia louvor (Ne 3:20, 27,30). Ele tornou conhecidas as suas
decisões através dos subordinados (Ne 13:9, 14, 21, 22...). A comunicação era feita por canais
regularmente constituídos e claramente reconhecidos.

Em nossas igrejas ou em nossas profissões, como nos esportes, é necessário que a pessoa subordine
seus desejos e suas ambições pessoais aos interesses do seu “time”. Os objetivos são alcançados
quando todos os envolvidos lutam juntos. Com o sucesso vem o orgulho de se ter cumprido o dever e a
manutenção do espírito de grupo.

Neemias desenvolveu um bom espírito de grupo de modo admirável. Uniu mais de quarenta grupos
diferentes em uma só unidade (Ne 3); trabalharam juntos, em cooperação, cada grupo se
complementando ou suplementando as forças e fraquezas dos outros grupos. Neemias pôde
supervisionar estes grupos sem dar a idéia de que estava “policiando” os trabalhadores. Seu interesse
bondoso para com eles fez com que fosse fácil trabalhar para ele.

Espera-se de todos os líderes que estabeleçam alvos. O progresso em atingir esses alvos deve ser
firme e persistente. Ao construir o muro de Jerusalém, Neemias começou com uma situação caótica (Ne
2:17). Enquanto o trabalho progredia, ele avaliava o progresso (4:6; 6:1). Ele mantinha contato bem de
perto com os diferentes grupos. Evidências de sua capacidade contínua em motivar os construtores
podem ser vistas no fato de que o povo se dispôs a trabalhar. Quando os portões foram colocados, ele
pôde documentar o término do primeiro objetivo com sucesso (Ne 6:15). Então ele prosseguiu em
direção ao segundo alvo – objetivo que já tomava forma em sua mente – a consolidação do trabalho.

Em uma última análise, um líder tem de dar o exemplo. Isto exige dedicação, força, coragem, justiça,
honestidade, paciência e persistência. Mais uma vez, Neemias se encontra à frente, dando o exemplo
(Ne 4:23; 5:14-18). Ele não era ávido por possessões (Ne 6:6-7; 7-2), nem estava ansioso por ter
prestígio. Ele deu exemplo de piedade (Ne 8:9-10; 10:1; 12:31 em diante; 13:4-29) aos outros, para que
o seguissem nisso.

Com tais qualidades, não é de surpreender que Neemias fosse um líder eficaz. Suas “memórias”
explicam-nos a dinâmica do sucesso! Deus as incluiu, por sua graça, no cânone da Escritura Sagrada, a
fim de que pudéssemos ter um modelo para seguir.

A sociedade dá muito valor às pessoas capazes de liderar outros. Hoje se gastam mais esforços na
“procura de executivos” e no “desenvolvimento de gerência” do que nunca. Posições chave estão se
abrindo continuamente no comércio e na indústria, no governo e no serviço público civil – tudo para o
homem certo que possui aquele “algo mais”.

Mas onde se encontram esses líderes? Ou melhor, o que estamos procurando naquele que deverá
dirigir a outros?

Escrevendo na revista Banking, William T. Hocking e Robert M. Wald declararam que “o executivo bem-
sucedido... terá de ser treinado como profissional de dinâmica humana e liderança, não importa se ele
chega ao cume através de seu trabalho como gerente ou através de sua especialização. Terá de ser
planejador eficiente a curto e a longo prazo – e implementador dos planos”.
61
Um dos pontos fortes de Neemias era a manutenção efetiva de relações interpessoais. A extensão de
sua capacidade pessoal pode ser medida pelo número de grupos e pela diversidade de pessoas que ele
fundiu numa unidade. Ele não só os manteve trabalhando – ele os manteve trabalhando em harmonia,
apesar das diferenças sociais, de origem geográfica e ocupação profissional.

Pesquisadores modernos, estudando líderes e seus problemas, finalmente começaram a focalizar as


diferentes espécies de responsabilidade de liderança. Surgiram duas características principais:

- O especialista em tarefa
- O especialista sócio-emocional

O especialista em tarefa organiza o grupo, estabelece o alvo e dirige as atividades para atingir esse
objetivo. O especialista sócio-emocional mantém a moral do grupo, preserva a harmonia e
freqüentemente trabalha para aliviar as tensões entre os empregados.

Idealmente, estas funções devem ser desempenhadas pela mesma pessoa, mas nem todo líder tem
capacidade em ambos os aspectos.

Em Neemias 2:17-20 vemos que ele coloca um alvo e motiva os habitantes de Jerusalém a trabalhar
juntos para atingi-lo. Ele é especialista em tarefa, e orienta toda sua capacidade de organização para
atingir seu objetivo. No capítulo 3, Neemias é visto num papel duplo. Está intimamente ligado aos
operários e dá condições para que trabalhem bem. No capítulo 5 nós o veremos como especialista
sócio-emocional, envolvendo-se nos problemas daqueles que trabalham no muro e chegando a uma
solução satisfatória.

Depois de construir o muro e começar o trabalho de consolidação, Neemias colocará novos e diferentes
alvos e se tornará mais administrador.

Permanece o fato de que muitos homens nos altos escalões do comércio e da indústria falham
freqüentemente porque não são capazes de mudar de papéis como Neemias fez.

O homem que começou uma firma há cinco anos, saindo do nada, e agora é presidente da empresa e
do conselho de administração, pode descobrir que não sabe mais manter as coisas coesas. Ele coloca
a culpa dos seus erros nas “tendências econômicas imprevisíveis” e desculpa a sua ineficiência porque
“não se pode conseguir empregados confiáveis hoje em dia”. Mas a verdade é que a firma precisa de
outra espécie de liderança. O fundador funcionou bem como especialista em tarefas, mas falhou como
especialista sócio-emocional.

Neemias conhecia a si mesmo; ele conhecia as pessoas. Ele tinha desenvolvido a capacidade de
mudar de um papel para outro e o resultado foi que ele obteve sucesso onde outros muitas vezes
falham.

Os três C’s

Ao trabalhar em direção ao seu alvo, Neemias enfrentou obstáculos que fariam com que um homem de
menos fibra tivesse desistido. Os ataques mais desalentadores foram dirigidos contra sua própria
pessoa. N eemias agüentou-os por causa do que (não de quem) ele era.

Sua vida prova a observação de que “um homem não possui mais caráter do que pode comandar
quando em crise”. Seu caráter veio diretamente da prática da piedade e da íntima comunhão com o
Senhor. Qualquer um desses dois sem o outro não teria produzido a hombridade necessária para
enfrentar a oposição de parte de inimigos implacáveis.

O que Neemias era perante Deus dava a dinâmica pessoal que inspirou um povo maltratado a assumir
uma tarefa aparentemente impossível. Esta mesma qualidade de caráter também fez com que ele
perseverasse diante de obstáculos aparentemente invencíveis.
62
Podemos traçar o caráter de Neemias diretamente à sua disposição de viver sob a autoridade das
Escrituras. Seu conhecimento da Palavra equipou-o com discernimento, e este discernimento fez com
que ele não fosse enganado por aqueles que fingiam ser amigos.

Perdemos nosso caráter e nossa capacidade de discernir as questões que nos confrontam quando
negligenciamos o estudo das Escrituras. Quando isto ocorre é fácil sacrificar altos ideais de justiça e
integridade sobre os altares da conveniência e do egoísmo. Mas o caráter verdadeiro é algo positivo.
Não é a proteção da inocência, mas a prática da virtude. Isto forma a base da liderança eficaz.

Em segundo lugar havia a confiança de Neemias. Enfrentando os obstáculos, um por um, eles cediam
à força de um propósito superior. Neemias enfrentou essas aparentes impossibilidades, e elas se
desfaziam ante sua persistência. Ele conseguiu erigir o muro de uma cidade e restaurar a dignidade
nacional de um povo desprezado porque ele tinha convicção inabalável de estar fazendo o que Deus
queria que ele fizesse. Sua confiança no Senhor livrou-o das pressões de “ser um sucesso”, fez com
que ele preservasse sua objetividade, venceu os temores que os outros procuravam incutir nele e
garantiram que ele estivesse livre de preocupação indevida ( ver Mt 6:25-34). Sua confiança capacitou-o
a elevar-se acima das tempestades da adversidade, enfrentar os problemas, e inspirar outros a darem
do melhor que tinham.

Neemias enfrentou oposição de dentro de Jerusalém como também de fora. Eram persistentes as
pressões daqueles que tentaram enfraquecer sua determinação e fazer com que ele abandonasse seu
alvo. Eles sabiam que o medo impediria a implementação de soluções, traria mediocridade, apagaria a
criatividade de Neemias e abriria caminho para seu futuro fracasso. Mas foi ali que entrou a coragem
de Neemias. Sua relação com o Senhor era tal que ele não temia o que os outros pensavam dele ou
pudessem fazer-lhe. Isto não quer dizer que ele ignorava a oposição, ou que fosse descuidado quanto à
sua segurança pessoal, ou que tenha dado vazão a uma atitude fatalista. Sua fé era daquelas que
movem montanhas. Sua confiança em Deus deu-lhe coragem para continuar apesar das nuvens de
oposição que o cercavam. Ele foi ousado campeão da causa do direito e desprezou as coisas que
inspiravam medo. A coragem de Neemias ajudou-o a alcançar novas alturas de vitória. Armado dessa
força, ele transformou obstáculos em oportunidades, e provações abertas em triunfos pessoais.

O fundamento do sucesso está no nosso caráter. É sedimentado pela confiança em Deus e no seu
plano para nossa vida que nos dá confiança em nós mesmos. Finalmente, nossa coragem demonstra o
que somos, e aquilo em que nos envolvemos.

(Capítulo extraído do livro Neemias e a dinâmica da liderança eficaz – Cyril J. Barber)

II - Características pessoais de um líder eficaz

Primeiramente, um líder eficaz tem de ser um homem íntegro. Tem de possuir caráter reto e integridade
de princípios morais. Tem de conhecer e defender o que é justo – mesmo em face da desaprovação
popular. Só então ele terá a força interior que inspira outros a segui-lo com confiança.

Mas como se desenvolve a integridade? Neemias mostra-nos que vem de um compromisso com a
Palavra de Deus. As orações de Neemias (Ne 1:5-11, ...) estão permeadas de citações das Escrituras.
Sua vida e suas reformas demonstram que ele ordenava sua conduta de conformidade com a vontade
revelada de Deus (Ne 5:9-12, 14-19; 10:1, 32-39; 13:4-28). E ele esperava que seus subordinados
seguissem os mesmos princípios de honestidade e integridade.

Proveniente de um compromisso básico de viver sob a autoridade da Palavra de Deus está a convicção,
que tem como fundamento nossa fé em Deus, e a fé forma a base de nossa confiança em nós mesmos,
a coragem com que enfrentamos a oposição, e nossa dedicação à tarefa que temos à mão. Sem essa
espécie de convicção, não pode haver realização que perdure.
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As convicções de Neemias podem ser vistas em sua confiança de que Deus responderia à sua oração
(Ne 1:11), em sua segurança ao responder aos seus adversários (Ne 2:19-20), na coragem e
determinação com as quais enfrentou a oposição (Ne 4:1-23; 6:1-14) e na sua persistência quando os
obreiros resolveram desistir do trabalho (Ne 4:10-11).

Um correlato lógico da convicção é a lealdade – lealdade ao Senhor, lealdade aos nossos superiores e
lealdade àqueles de nossas congregações ou nossos lugares de trabalho que olham para nós em busca
de direção e liderança. Sem a lealdade, caímos vítimas do comprometimento e nos caracterizamos pela
indecisão quando deveríamos agir com decisão.

A lealdade de Neemias ao Senhor era inquestionável. E sua lealdade a Artaxerxes não era menos real
(Ne 2:3). Era o que dava a única base certa em época de crise (Ne 2:1-8). Sem lealdade comprovada
para garantir suas palavras, sua causa teria sido perdida: o rei não teria confiança nele e talvez
Neemias nunca pudesse ter voltado à posição de influência na corte.

Com a lealdade vem a estabilidade, que é mais do que uma demonstração de confiabilidade sob
pressão. Inclui disposição de aceitar responsabilidade, tomar a iniciativa, e perseverar numa tarefa até
que ela seja completada.

Um perdedor é aquele que encontra oposição e não tem coragem para prosseguir; então, ele fabrica
uma “razão” para sua falha e fica eternamente destinado à mediocridade. Um líder, por outro lado, é
aquele que tem a capacidade de dominar as circunstâncias que o cercam.

Em contraste com o perdedor, temos o exemplo de Neemias. Ele aceitou uma nova responsabilidade
(Ne 2:6b) e começou uma tarefa julgada por muitos como impossível, mostrando-se digno de confiança
sob pressão (4 a 6) e vendo todo o projeto chegar à conclusão bem-sucedida.

Além disso, o líder que coloca Deus em primeiro lugar em sua vida e é leal ao seu empregador terá, é
mais que provável, verdadeiro interesse pelos outros. Seu altruísmo fará com que ele trate dignamente
aqueles que trabalham com ele, procurando a melhoria pessoal de cada um e colocando o bem-estar
de seus subordinados acima do seu próprio. Eles, por sua vez, responderão com trabalho qualitativa e
quantitativamente melhor.

Neemias interessava-se pelos judeus (Ne 1:4-11; 5:1-5; 13:18) e se identificava com o povo. E o povo o
achava acessível; como resultado, a dinâmica de sua personalidade inspirava as pessoas. Ele não as
dominava como os outros governadores tinham feito e eles atendiam à sua liderança perseverando no
trabalho.

Um líder cuja dedicação à tarefa em mãos é equilibrada por um interesse genuíno pelos outros, é capaz
de ver o projeto no seu todo – a obra e os obreiros – com discernimento próprio. Esta perspectiva é vital
se as decisões devem ser justas e eqüitativas; ele só poderá agir com decisão se tiver discernimento
para isso. É claro que o discernimento inclui:

- Conhecimento dos fatos;


- Consciência daquilo que precisa ser feito;
- Desenvolvimento de um plano de ação destinado a atingir os resultados desejados.

Neemias era homem de grande discernimento: sabia o que precisava ser feito (Ne 2:5) e aumentou seu
conhecimento com dados colhidos de primeira mão (Ne 2:12-15); ele não lidava apenas com conceitos,
mas tinha a capacidade de vencer detalhes também. Então, com base na sua avaliação dos homens e
dos recursos, ele estabeleceu um alvo (Ne 2:17). O estabelecimento de um objetivo definido
automaticamente colocou em ordem as suas prioridades.

Quando temos um compromisso básico para com o Senhor, somos leais aos nossos superiores e
tratamos nossos subordinados como gente em vez de trata-los como objetos, será relativamente
simples motivar os outros. A motivação está ligada ao entusiasmo. Nossa dedicação à tarefa que
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assumimos nos tornará entusiasmados com o que estivermos fazendo. Dar-nos-á um senso de direção.
Isto torna fácil a motivação.

Neemias não teve dificuldades em motivar as pessoas (Ne 2:17-18). Ele as desafiou com a
necessidade, encorajou-as com os benefícios que teriam com a reconstrução do muro, e deu-lhes prova
de que Deus estava com a obra. O resultado foi uma resposta de entusiasmo!

Finalmente, há o tato – a capacidade de lidar com os outros sem ofender. O tato inclui dizer e fazer a
coisa certa, do modo certo, na hora certa e no lugar certo. Inclui conhecimento profundo da natureza
humana e preocupação genuína pelos sentimentos dos outros.

O tato de Neemias (Ne 2:5-8) baseava-se em sua integridade pessoal e sua sensibilidade para com os
sentimentos dos outros. Com convicções definidas formando a base de sua filosofia de vida, ele achava
o melhor método de lidar com cada situação. O resultado foi uma união discreta de verdade e graça. Na
decisão tomada e nas ações feitas, não havia engano ou falso comprometimento.

Aqueles de nós que desejamos melhorar nossas habilidades como líderes temos a Neemias como
exemplo, em quem podemos:

- Examinar suas fontes de vida;


- Imitar sua integridade;
- Aprender de suas convicções;
- Desenvolver o mesmo senso de lealdade;
- Compreender a dinâmica básica da motivação;
- Exercitar o mesmo tato.

À medida que desenvolvemos estas características pessoais, cresceremos como líderes.

7. GERENCIAMENTO DE TEMPO

A vida é um presente de Deus limitado por um período chamado de tempo.

Esse tempo deve ser utilizado como nosso aliado no desenvolvimento das nossas atividades diárias,
que envolvem não somente nossa vida pessoal e profissional, mas também na utilização em nosso
caminho ministerial.

Abordaremos alguns aspectos que envolvem métodos e estratégias para gerenciarmos melhor o nosso
tempo, mas acima de todos os fatores devemos estar atento para a operação do Espirito Santo de
Deus.

I - Princípios básicos para gerenciar o tempo


Deus nos deu o tempo com a responsabilidade de administrá-lo (At 17:24-31). Como administradores
fiéis, temos que aproveitar e gerenciar o tempo com responsabilidade para que um dia prestemos conta
a Deus. (Mt 14, 19,29)

As oportunidades no nosso tempo se tornam exercícios. (Cl 4:5)


O tempo é base sobre a qual temos tudo a fazer. O tempo gasto não é recuperável, tudo o que passar
não retornará mais, por isso a ordem de Deus é remir (achar) o tempo para as realizações,
principalmente quanto à obra. (Ef 5:16-17).

Devemos observar os princípios para gerenciar o tempo, sempre sob a direção do Espírito Santo:
- Princípio do Objetivo: orientar-se por metas / planejamento.
Responda à pergunta: “Qual é o meu objetivo?”
- Princípio da Concentração: convergência de todas as forças.
Responda à pergunta: “Em que devo concentrar-me?”
- Princípio da Proteção do Tempo: resultados mais eficientes com menor esforço.
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Responda à pergunta: “O que devo evitar e eliminar para aumentar meu tempo produtivo?”
- Princípio do Controle: avaliação do resultado para re-direcionamento dos esforços.
Responda à pergunta: “Os resultados estão conforme planejei?”

II - Atitudes que nos impedem de administrar melhor o nosso tempo.

1) Adiar (procrastinação)

Impede o efetivo gerenciamento do tempo.

Quando adiamos nossas tarefas por qualquer fator, sempre acarretamos problemas futuros, pois as
tarefas se acumulam. (Mc 6:34)

Ainda que a carga seja grande, devemos administrar bem o tempo, para não roubá-lo de Deus, pois o
tempo pertence a Deus. (I Co 10:31)

2) Delegar

Transferir responsabilidades deve ser feito com critério e responsabilidade, pois caso contrário se
transforma em problemas futuros.

A delegação é importante tanto para quem recebe as informações como também para quem as dá,
pois a tarefa delegada tem que ser muito bem entendida, para que realmente na conclusão da tarefa
tenhamos gasto o tempo da melhor maneira possível.

3) Realizar

Não basta simplesmente realizar as tarefas, mas fazê-las de conformidade com os padrões de Deus.
Não realizar nada relaxadamente, mas descobrir a cada momento como chegar à excelência. (Fl 1:15).
Precisamos adquirir eficiência em nossas tarefas, em prazos compatíveis e com resultados excelentes.

O tempo é um fator atuante no corpo, na alma e no espírito:

No corpo
O homem foi criado para viver eternamente, mas ao cair em pecado, alguns limites foram
impostos (Gn 3). Antigamente o processo de envelhecimento era lento, mas após a redução de
Deus vemos uma aceleração do envelhecimento diretamente em nossos corpos.
Temos que estar atentos às ciladas do diabo que utiliza o tempo contra nós, para que estejamos
nos desviando da vontade de Deus (Ex: Não tive tempo de ler a Bíblia).
Deus nos escolheu como morada, e se somos o endereço de Deus na terra, precisamos
preservar o nosso corpo.

Na Alma
O tempo é fator limitante da nossa alma. Se minha alma está renovada e curada o tempo vai
trabalhar a meu favor, caso contrário vai trabalhar contra.

Vejamos os exemplos:

Saul = tinha alma insegura, o tempo trabalhava contra (I Sm 13:8-9, 13-14).


Elias = inferioridade (I Rs 19:1-10)
Tomé = falta de fé. Andava coma benção e não a via (Lc 24:13-35).
Daniel = fé acima de tudo. Cada dia que passava ele sabia que seria atendido por Deus, cria na
promessa (Dn 10:1-3 e 12)
José = obediência. Deus ensinou a José que ele iria governar o Egito. Sua alma estava curada
(Gn 39:20-23, 41:1)
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Jó = motivação. O tempo não roubou sua motivação que era o Senhor (Jo 42:5)
Calebe = Força. O tempo não deteriorou a sua força (Js 14:6-7 e 11)

Precisamos estar com as almas curadas para que as pressões do tempo não as roubem da
vontade de Deus.

Fator Calebe:(Josué 14:6 a 14)


v6 = guardar a promessa sem variação – crer.
V8 = persevere mesmo que todo mundo negue – perseverar.
V10 = quem tem determinação de viver, a promessa não o deixa morrer – vida preservada.
V11 = força preservada - não enfraquece, pronto para guerra.
V14 = viver 100 % da promessa.

No Espírito
Nosso espírito viverá a eternidade, pois a limitação de tempo só acontece agora, depois perderá
a razão de ser.

O que a Bíblia diz sobre a eternidade:


Eternidade é decidida aqui na terra (Jo 12:25).
Viver a eternidade desde já (II Co 4:17-18).
Nome revelado de Deus. Ele mesmo é a eternidade (Is 9:6).
Eternidade é a morada de Deus (Is 57:15).
Eternidade = não haverá começo e fim (Mq 5:2).

III - Como administrar o tempo

Agendar / Planejar

O meio mais prático de conhecermos o que estamos fazendo com o nosso tempo está em listarmos o
que fazemos durante um dia inteiro de nossas vidas, anotando a data, descrição da tarefa, data limite e
numerando as prioridades.

Diante dessa lista, você poderá identificar o que é feito desnecessariamente e o que é necessário
melhorar. (ver diferença entre importante, urgente, prioritário)

Para controlar nosso ciclo de vida é necessário fazermos as coisas certas, alterando o que for
necessário para deteriorar o mínimo possível do tempo.

Administrar o nosso tempo é sinal de crescimento, sinal que estamos dispostos ao novo e que não
permitiremos o roubo do nosso tempo que se manifesta através do nosso proceder, do nosso falar, dos
nossos relacionamentos, nas nossas escolhas (Ef 5:21)
Para você vencer todas essas limitações o segredo é: Eclesiastes 12:1.

“Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os
anos dos quais venha a dizer: Não tenho neles contentamento; ....”

Lembre-se do criador enquanto ainda é moco, viva intensamente na presença do Senhor vivendo o que
diz Rm 12:1-2:

“Rogo-vos, pois, irmãos, “pela compaixão de Deus”, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
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E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Deus não tem limites.

Tempo para todas as coisas (Ec 3)

Nosso tempo é hoje! (Os 10:12)

8. ÉTICA

É a arte do relacionamento humano, norteada por princípios e valores.

Relaciona-se diretamente com a conduta humana, valorizando a vida individual e coletiva, levando o
homem a perceber-se e a perceber o ambiente em que vive. Envolve justiça, solidariedade e
responsabilidade em todos os atos cotidianos.

A Ética e a Moral se confundem, pois ambas dizem respeito ao comportamento humano.

Porém, a Ética é mais ampla, pois é igual para todos, não importando onde viva a pessoa.

A Moral é local e tem época. Muitas coisas consideradas imorais para uma determinada época, hoje
são aceitas sem restrições. Por exemplo, o uso da mini-saia.

Pode-se dizer o mesmo dos costumes de um país. Cada país segue a moral determinada por seu povo.
Por exemplo, o beijo na boca entre homens, na Rússia.

I - Para que serve a Ética?

Não vivemos sem a coletividade; devemos nosso crescimento a outros seres humanos; aprendemos
nossa língua, nossas crenças e nossos hábitos em conseqüência de nossa convivência com os outros.

A reflexão sobre os relacionamentos e as formas de convivência mais justas e solidárias é orientada


pela Ética.

Seus princípios básicos podem ser considerados como:

4. Lutar pelo crescimento do reino de Deus na terra;


5. Pugnar pela credibilidade dada à Bíblia e pelo respeito a ela, fazendo com que esta seja
interpretada com retidão, em perfeita harmonia com o Espírito Santo;
6. Ser fiel à verdade para poder servir a Cristo;
7. Proceder com lealdade sempre e em qualquer circunstância;
8. Empenhar-se na defesa daquilo em que cremos;
9. Comportar-se segundo o exemplo maior de vida – Jesus;
10. Exercer sua constituição com a indispensável humildade;
11. Não permitir que a religiosidade tome o lugar da sua liberdade;
12. Aprimorar-se no conhecimento da Palavra de Deus, de modo a tornar-se merecedor da confiança da
igreja e da sociedade pela probidade pessoal;
13. Agir com a dignidade das pessoas “nascidas de novo” e a correção que honra e engrandece a Igreja
do Senhor Jesus.
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II -ÉTICA CRISTÃ

1) Tipos De Ética

Podemos dividir as teorias éticas em três categorias gerais.

 Ética absoluta;
 Ética relativa e
 Ética de valores.

A primeira, ética absoluta, parte do pressuposto é que os princípios morais alicerçam-se sobre padrões
imutáveis, que não se alteram em face de situações ou de indivíduos.

Em outras palavras, o certo sempre será certo, por ser um princípio fixo. A ética absoluta pode ser
teísta. Isso significa que há um poder mais alto, e que é Deus quem estabelece as regras. Portanto, a
ética torna-se parte do assunto geral da teologia.

Esse aspecto da ética também pode ser racional. Quando Kant estabeleceu o seu imperativo categórico
(que vide), ele promoveu uma regra ética que reside na razão humana, sem qualquer apelo ao ser
divino. Nunca se deve fazer qualquer coisa que não se queira tornar em uma lei universal. Kant
acreditava na existência de leis universais, absolutas e éticas, as quais podem ser compreendidas pela
razão e pela intuição humanas.

Sócrates via leis absolutas na mente universal (que vide), e por isso concebia princípios morais
imutáveis, sem ter de apelar para qualquer revelação divina.

A ética relativa, por sua vez, ocupa uma posição inteiramente contrária à da ética absoluta. Aquilo que
é correto ou bom precisa ser comprovado como tal na experiência humana. Porém, a experiência
humana pode mostrar que aquilo que é bom para uma pessoa pode não sê-Io para outra.

Além disso, a experiência humana com freqüência mostra que as normas éticas alteram-se com a
passagem do tempo, de tal maneira que o que é bom hoje pode não ser bom amanhã. A prova de que
algo é bom precisa ser de natureza pragmática e empírica, e 'não de natureza racional e absoluta.

A ética de situação é apenas um outro nome para a ética relativa. Cada situação, que envolve pessoas
e condições específicas, haverá de determinar o que é bom para aquela situação. Amanhã, porém, as
pessoas e as condições poderão modificar-se, e as opiniões sobre o que é bom e o que é mau também
terão de modificar-se.

Cada indivíduo teria a sua própria ética. A ele cabe experimentar, ou seja, descobrir O que é melhor
para ele. Mas, o que é melhor para ele, ele não deve impor a outros, que também estariam fazendo as
suas próprias experiências. De acordo com essa norma, a ética torna-se subjetiva.

Quanto à ética de valores, ela ocupa uma espécie de posição intermediária entre as duas idéias antes
expostas. Existem certos valores constantes na vida, que precisam ser respeitados. Não podemos ficar
mudando de um dia para outro, e de pessoa para pessoa, quanto a quais devem ser os princípios éticos
que observamos.
Antes, os valores são constantes. Não obstante, não são imutáveis. Os valores podem mudar e
realmente mudam, embora as alterações ocorram lentamente, e não devido aos caprichos dos
indivíduos. Por conseguinte, apesar da ética não envolver princípios absolutos, envolve princípios
constantes.

2 – Natureza da Ética Cristã.

A ética cristã normal e ortodoxa é uma forma de ética absoluta. Trata-se de uma forma teísta.
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Supõe-se que Deus, na revelação, disse-nos o que é bom e o que é mau, o que é moral e o que é
imoral.

A revelação consiste na idéia de que Deus pode revelar-se e realmente revela-se, bem como aos seus
padrões. Isso envolve o conhecimento como um dom divino.

De conformidade com essa idéia, a ética é uma subdivisão da teologia. A revelação torna-se concreta e
é preservada nos Documentos Sagrados, os quais, para o crente, são o Antigo e o Novo Testamento.

Esses documentos tornam-se textos padrões da ética cristã. Podemos solucionar problemas morais
apelando a textos de prova bíblicos. Isso não significa que estamos dispensados de raciocinar; mas
significa que um grande número de atos é louvado ou condenado pelas Escrituras, e não por aquilo que
os homens descobrem com suas experiências.

3. O Positivo e o Negativo

Jamais podemos falar sobre assuntos éticos apenas em termos negativos. Há coisas que não devemos
fazer. Porém, também há coisas que devemos fazer.

O amor é o maior de todos os princípios morais positivos, sendo o amor, igualmente, a base ou solo no
qual se desenvolvem todas as outras virtudes cristãs (Gl 5:22,23). Trata-se de um princípio ainda maior
do que os dons espirituais (I Co 12:31 e capo 13).

Não basta alguém ser bom. Também é mister que o crente pratique o bem. Os vários aspectos do fruto
do Espírito, como o amor, a alegria, a paz, a longanimidade, a gentileza, a bondade, a fé, a mansidão e
o controle próprio envolve-nos em atos positivos para benefício do próximo.

O Espírito Santo cultiva esses princípios em nós e, através deles, crescemos espiritualmente.

4. O aspecto metafísico da ética

É claro que o objetivo do evangelho é a nossa transformação segundo a imagem de Cristo (Rm 8:29).
Isso ocorre através de um processo gradual, mas eterno, levando-nos de um estágio de glória para o
próximo (lI Co 3:18).

Porém, sem a santificação, tal processo é paralisado ou mesmo anulado. Sem a santificação, ninguém
verá a Deus (Hb 12:14). A santificação é o elo na cadeia de ouro que nos leva de volta a Deus.

A glorificação depende da santificação, porquanto não existe tal coisa como a transformação metafísica,
sem a transformação moral. Cumpre-nos ser perfeitos como Deus é perfeito (Mt 5:48).

Haveremos de compartilhar da natureza divina (lI Pe 1:4 e Cl 2:10) e isso não poderá ocorrer sem a
santificação.

Portanto, como se torna óbvio, a ética é uma questão séria, e não apenas um assunto acadêmico. (EP
NTI)
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