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RESPIRAÇÃO E POSTURA

Respiração

Um dos aspectos mais importantes para que se tenha um canto de qualidade é boa
administração da respiração. As exigências respiratórias do canto superam as da fala, afinação,
qualidade sonora, ataque do som, extensão vocal, velocidade e dinâmica dependem da eficiência
respiratória. Os cantores de uma forma geral precisam receber treinamento adequados para
desenvolverem uma boa técnica de respiração que lhes propicie fôlego, o vibrato estável, a melhor
afinação, a execução refinada do legato e a capacidade de cantar homogênea e equilibradamente
em variados níveis de dinâmica.

Apesar de sabermos da suma importância da administração da respiração no canto, na


prática coral, é muito pouco ensinado sobre o processo respiratório. Os cantores muitas vezes por
não sentirem tais músculos, não sabem onde se localizam e muito menos como se movimentam.
Além disso, quando o processo respiratório é mal entendido, principalmente quando se fala do
diafragma e outros músculos inspiratórios corre um risco grande dos cantores fazer um esforço
desnecessário desses músculos, causando vários tipos de lesões e distorções vocais. É preciso
ensinar aos cantores sua função inspiratória, sendo orientados que a inspiração é um processo
ativo que requer a contração do diafragma, enquanto que na expiração, durante o canto sua ação
é passiva.

Durante o processo respiratório os pulmões que não são músculos dependem dos
movimentos do diafragma e de outros músculos do tórax e abdômen. Para respirar e sustentar o
som é exigido um esforço de 36 músculos posturais inspiratórios e expiratórios. O caminho mais
eficaz para administrar a respiração e levar a musculatura envolvida neste processo a cumprir seu
papel adequadamente no canto é a técnica do appoggio. O apoggio consiste na ação
prioritariamente muscular abdominal mantendo o diafragma e a musculatura intercostal externa
acionados, relaxando-os de forma mais lenta e gradativa, do princípio ao fim da frase.

No canto, assim como na fala a respiração tem a função de produzir a energia necessária
para a produção das vibrações das pregas vocais, através da pressão subglótica. A pressão
subglótica é determinada por forças musculares, elásticas e gravitacionais. A pressão é ajustada
de acordo com a intensidade vocal e altura desejadas.

A postura
Para que tenhamos um canto eficaz e eficiente temos que tomar algumas medidas
envolvendo o nosso corpo e uma dessas medidas e importante, temos a postura, para que tenhamos
uma boa respiração precisamos estarmos bem posicionados, a respiração correta é a base de uma
postura adequada. É comum acontecer durante as aulas de canto alunos se esforçarem para
emitirem o som almejado, porém acabam tensionando músculos que na verdade impedirão um
ótimo funcionamento do seu mecanismo vocal.
O equilíbrio do corpo humano ereto depende de uma delicada neutralização das forças da
gravidade. Bunch diz que uma pessoa só terá uma postura bem equilibrada quando ela puder se
manter parada em pé ou sentada, ao andar, sem necessitar de aumento marcante da atividade
muscular extra. Uma pessoa com a postura inadequada pode até conseguir se manter equilibrado,
esteja parado, andando ou sentado, porém seus erros posturais irão exigir muita atividade
muscular extra. Para a autora o corpo estará bem alinhado quando uma linha vertical imaginária
puder ser traçada a parti do topo da cabeça, passando pelo orifício da orelha (canal auditivo
externo), seguindo pelo ponto mediano do ombro, pelo ponto mais alto da crista ilíaca, pelos
joelhos e pela frente dos tornozelos até a base dos pés que devem se manter inteiros no chão. A
melhor posição para o canto eficiente é estar de pé, seguindo os seguintes requerimentos básicos
dados por Phillips (1992):

1. pés no chão, ligeiramente afastados, um deles pouco à frente do outro.


2. Joelhos levemente relaxados espinha dorsal ereta
4. Ombros ligeiramente para trás e para baixo
5. Estemo para frente durante o canto
6. cabeça nivelada e ereta
7. Mãos e braços para baixo e para trás ao Longo dos lados.

Na posição sentada deve-se observar os seguintes cuidados:

1. sentar na metade da frente do assento


2. Planta dos pés totalmente apoiadas no chão
3. Um pé ligeiramente a frente do outro

EXERCÍCIOS DE ATIVAÇÃO DO MECANISMO RESPIRATÓRIO E AJUSTE


POSTURAL

Exercício 6.1 (Phillips, 1992, p. 200):

1. Deitar com as costas para baixo, com os joelhos flexionados, pés no chão, próximos as
nádegas.
2. Respirar naturalmente.
3. Notar a elevação e depressão do abdome e das costelas inferiores (barriguinha).
4. Respirar mais profundamente.
5. Notar a elevação do abdômen (barriguinha).
6. Gradualmente aumentar o tempo de respiração, contando mais lentamente.

• 1 tempo para inspiração;


• 2 tempos para expiração. obs.: Levantar lentamente para não causar tontura.
Exercício 6.3 (Phillips, 1992, p.200):

1. Posição de pé, palmas das mãos sabre a barriga (parede abdominal), de modo que as
pontes dos dedos medias encostem um no outro.
2. Inspirar - os dedos médios devem afastar-se um do outro.
3. Expirar - os dedos médios devem encostar-se novamente.
4. No final da expiração apertar moderadamente a "barriga" para dentro, formando a saída
de ar residual através da boca levemente aberta.
.
Exercício 5.2 (Phillips, 1992, p.165):

1. Movimentar lentamente a cabeça para frente e para trás (como significando "sim").
2. Movimentar lentamente a cabeça para os lados sem modificar o eixo do corpo (como
significando não").

Exercício 5.7 (Phillips, 1992, p.157):


1. Tensionar os ombros verticalmente para cima.
2. Relaxar voltando para a posição normal, sem soltar os ombros bruscamente.
3. Repetir o ciclo algumas vezes.

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