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TÉCNICA VOCAL NA PRÁTICA VOCAL -

Exercícios de Relaxamento

Relaxamento:

- Circular a cabeça para a Direita e para a esquerda


- Circular a cabeça para os lados, para cima e para baixo
- Fazer caretas procurando utilizar todos os músculos do rosto
- Articular A/E/I/O/U, forçando o diafragma e anasalando as expressões.
Sibilação:
Execute estas sílabas:
Zi - Si - Fi - Chi - Vi - Gui - Qui - Z - S - F - C - V
Para articulação dos RR:
Bar - Mur - Per - Vur - Der - Xar - Cor -Ter - Quer - Dru - Cro - Vri - Fra - Tre - Terê - Fará - Viri -
Coro - Duru.
Exercício para relaxamento:
Obs. De forma suave, com baixa intensidade.
ME - TRÚ - VÊ - JÊ - QUE - GUE - ZÊ - BRÊ
Limpeza das cordas vocais e Fono-Articulação:
"O mameluco maluco e melancólico meditava e a megera megalocéfala macabra e
maquiavélica mastigava mostarda
na maloca, minguadas e míseras miavam na moagem mas mitigavam mais e mais as meninas"
Para leitura lenta:
"E há nevoentos desencantos dos encantos dos pensamentos nos santos lentos dos recantos
bentos, dos cantos dos
conventos. Prantos de intentos, lentos tantos que encantam os atentos ventos."
Cuidados com a voz
Períodos curtos de rouquidão em adultas geralmente não são motivos de maiores
preocupações. Costumam aparecer
por causa de gripes que atinge a laringe aonde estão localizadas as cordas vocais.
Dificuldades emocionais também podem estar por trás dos sintomas. A associação entre
agressões físicas causadas
pelo cigarro, alergias, infecções e o uso inadequado da voz é de fato o agente causador de boa
parte dos problemas
das cordas vocais.
A ansiedade aumenta a tensão muscular e modifica a postura. O paciente tende a não relaxar o
corpo para a
respiração diafragmática, a forçar a voz na garganta e até agitar sem motivo.
O tratamento destes casos conjuga exercícios fono, técnicas de relaxamento e diminuição de
ansiedade.
Em situações estressantes as pessoas podem perder complemente avoz.
Exercícios Para Relaxamento
1- Com os olhos fixados, comece a massagear a cabeça com as pontas dos dedos (lavar a
cabeça), ao mesmo tempo
vá eliminando todo e qualquer pensamento.
2- Alternando a palma da mão e a ponta dos dedos massageie todo o rosto (amassar o rosto).
3- Movimente a cabeça para um lado e para outro (direita e esquerda)como se quisesse
encostar a cabeça nos
ombros (não mexa os ombros),alterne o movimento passando a movimentar a cabeça para
frente e para trás, por
último faça movimentos de rotação com a cabeça.
4- Com os ombros soltos ao longo do corpo, faça movimentos de rotação dos ombros, para
frente e para trás.
5- Alongar o corpo em todas as direções.
6- Em pé procure alcançar o teto com as mãos.Tente sentir a musculatura se alongando,
especialmente a dos braços
e as laterais do tronco.
7- Com as pernas e os pés soltos de chutinhos no ar.
Exercícios Aquecimento
OBS: Antes do aquecimento, estar sempre relaxado (fazer sempre os exercícios de
relaxamento)
1- Abrir a boca 20x ;
2- Esticar e encolher a língua 20x ;
3- Rotação da língua 20x ;
4- Glissando:(rrrr) - comece nos tons médios e termine nos tons agudos durante uns 3
minutos;
5- Mastigação selvagem - ama - ama (ressonância).
OBS: Se caso esses exercícios não sejam o bastante para seu aquecimento, procure um
fonoaudiólogo
O que é pré-aquecimento vocal?
É, como o nome já diz, um aquecimento prévio da voz ou simplesmente a preparação
da voz para o seu uso por um
tempo prolongado e intenso.
Podemos aquecer nossa voz através de sons que irão "massagear" nossas pregas vocais (que
são músculos) que
como todo músculo precisam ser preparadas e aquecidas antes de serem utilizadas na sua
plenitude.
Lembrem-se que este pré aquecimento pode (e deve) ser feito não só pelos cantores mas
também por todos os
profissionais da voz, ou seja, todas as pessoas que trabalham falando.
Exercício 1:
1. Inspire (armazenando o ar na região abdominal, como vocês já aprenderam) até que a
barriga esteja repleta de ar.
2. Agora solte o ar aos pouco utilizando o som:
Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr......
Observe que neste exercício a língua deve vibrar bastante!!!! Caso a sua língua não vibre e
você esteja forçando para
emitir este som, PARE, pois estará fazendo da forma errada. Mas se você conseguiu emitir o
som com a vibração
constante da língua, repita este exercício todos os dias pelo menos durante 10 minutos.
Se for cantar em uma apresentação ou videokê ou ensaiar com sua banda por muito tempo,
pré-aqueça sua voz
durante 20 minutos (no mínimo) antes de começar a cantar.
Pode-se também utilizar outras consoantes que possibilitarão o mesmo efeito como, por
exemplo, o som:
Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...
Como se você fosse imitar o som do telefone (' TRRRRRIM!!!), mas lembrando de prolongar
bastante os erres
(RRRR...) até acabar o ar.
Exercício 2:
Depois de já haver treinado bastante e já estar emitindo os sons PRRRR... e TRRRR... sem
falhas ou interrupções,
vamos repetir o exercício anterior com uma diferença:
No final de cada som iremos acrescentar as vogais A,E,I,O,U.
Exemplo1:
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!!
Exemplo2:
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!!
IMPORTANTE!!!
• Assim como nos exemplos acima, o som que você estiver produzindo para pré-aquecer,
deverá estar no
mesmo volume, intensidade e tom.
• NÃO BRINQUE COM ESTE EXERCÍCIO FAZENDO SONS MUITO AGUDOS, MUITO GRAVES OU
MISTURANDO OS DOIS TONS.
• Repita os exercício SEMPRE no seu tom natural.
Como fazer para identificar o seu tom natural?
É simples, o seu tom natural é aquele que você emite sem"forçar a garganta", é um som
natural que sai sem esforço
nenhum, como se você estivesse falando.
Se você não conseguiu fazer estes exercícios até acabar o ar armazenado (sem utilizar o ar de
reserva, certo???), ou
seja, você começou bem mas no meio do exercício o som falhou,PARE! Respire fundo por 3
vezes, relaxe um pouco e
só então recomece.
É muito comum, no início, não conseguirmos emitir estes sons até o final, pois trata-se de
sons que nós não estamos
habituados a produzir, mas com o treino diário, fica cada vez mais fácil, acreditem!!!
EXERCÍCIOS DINÂMICOS
Os exercícios dinâmicos combinam o movimento com o controle da respiração.
• RISO
Sorria para o mundo! Em círculos, movimente, vigorosamente, as suas mãos, braços, pernas e
pés.
Permita-se alguns segundos de relaxamento entre cada rotação. Mas continue sorrindo. Você
pode
fazer este exercício em pé, sentado ou deitado.
• EQUILÍBRIO
O equilíbrio é importante. Tente estipular um horário para o exercício de "comportamento
modal" – o
andar, o virar-se e o inclinar-se com livros sobre a cabeça. Respire suave e conscientemente,
em
harmonia com os movimentos de seu corpo. Isto encoraja a coordenação suave graciosa dos
músculos.
EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO COMPLETA
Permaneça com seus pés confortavelmente dissociados dos seus ombros, que apontam para
cima; os braços e as
mãos soltas ao lado do corpo. Concentre-se em sim mesmo, confira a sua postura. Inspire pelo
nariz o mais
demoradamente possível e expire todo o ar também devagar e silenciosamente. Quando sentir-
se vazio de ar, tussa e
mostre para você mesmo que ainda possui reservas de ar escondidas. Tente tocar o solo com
a ponta dos dedos,
curve os joelhos se necessário. Segure sua respiração por alguns segundos.
Conforme você respira, silenciosamente, pelo nariz, você, gradativamente, torna-se ereto.
Estenda os braços como
asas, erguendo-as calma e suavemente, até equilibra-los horizontalmente.
Assim que você completar o movimento e a inspiração, coloque as mãos juntas acima da
cabeça (como se estivesse
em oração). Lembre-se que as mãos postas devem estar acima do topo de sua cabeça. Segure
a inspiração.
Quando você estiver preparado, silenciosamente, expire pela boca, e abaixe os seus braços,
reta e vagarosamente,
até que estejam abaixo da horizontal. Rapidamente solte o ar que sobrou em um suspiro forte e
permita que a parte
superior do seu corpo caia pesadamente, curve o quadril para a frente, deixando a cabeça
pendente.
Conscientemente libere todo o ar "usado", de que você não mais precisa. Relaxe por algum
tempo e repita o exercício
desde o início.
EXERCÍCIO DE LIBERAÇÃO DA VOZ
Algumas pessoas sentem-se incapazes de facilitar e de liberar as suas vocalizações. Elas
podem sentir sua voz
natural, de alguma forma, bloqueada, amarrada ou suprimida. Tente este exercício de liberação
da voz como parte de
seu programa vocal.
Sente-se de cócoras, dobre e recurve o seu corpo em um nó, teso e compacto, de braços e
pernas; tente condensarse
em uma menor massa possível. Segure a sua respiração e os órgãos vocalizadores no centro
desta massa.
Como último esforço, respire e estique-se, rápida e vigorosamente. Solte a sua voz num
profundo "UGH", por meio do
som mais profundo que você possa encontrar. Maximize e aproveite o espreguiçamento.
Descanse por um minuto. Repita o exercício por até dez vezes. A cada vez, interiorize mais, e
projete sua voz relaxada
mais forte e prolongue cada vez mais o som. Observe que você envolve todo os seu corpo na
vocalização,
particularmente a pélvis e o diafragma.
Aquecimento
Como aquecemos o nosso corpo antes de algumas atividades físicas devemos aquecer
sempre a nossa voz antes de
uma apresentação assim não estamos comprometendo a saúde vocal.
Aquecendo a voz estamos na verdade:
- Aumentando a elasticidade
- Aumentando a extensão da voz
- Melhorando o timbre e várias outras coisas........
Importante: quando aquecemos a voz não se deve preocupar com afinação... mas sim em
buscar o estado físico,
mental, psíquico com tensão controlada das cordas vocais e músculos envolvidos no
processo respiratório.
Aquecimento e Desaquecimento
AQUECIMENTO VOCAL
TEMPO - 15 minutos
• Alongamento - cabeça, pescoço e ombros;
• Respiração - emissão do "s" e "z" prolongado (respiração diafragmática);
• "Hum" mastigado - fazendo escala
• Vibração de língua - escala ascendente;
• Vibração de lábios;
• "P" prolongado - pa pa pa;
DESAQUECIMENTO
TEMPO - 5 minutos
• Massagem digital laringe;
• Vibração de língua ou lábio - escala descendente;
• Voz salmodiada - "voz de padre";
• Bocejo - suspiro;
• Repouso vocal.
Observações importantes:
• Beber muita água, principalmente durante as apresentações;
• Aquecer e desaquecer a voz;
• Não se automedicar;
• Fazer uma avaliação com o auxílio de um médico otorrino.

OUVIDO MUSICAL
Como foi dito, é muito importante para um músico o desenvolvimento do
seu “ouvido musical ‘ isso se faz importante na execução musical, por esse motivo
existem vários músicos quetocam de OUVIDO, ou seja, não sabem ler partituras”. É
claro que quanto mais conhecimento teórico você tem, mais entenderá o que está tocando
edessa forma poderá se expressar melhor, além do que melhora muito o seu
diálogo com osoutros músicos, por que vamos imaginar você conversando com os
outros membros da suabanda, e dizendo “Então pessoal aí eu espero um pouquinho ( aí
cabe a pergunta, Quanto? Pois estamos falando de som ) e depois eu entro com TUM, TUM
, TÁ, TÁ Vocês vão concordar que isso não é um DÍALOGO MUSICAL e sim um
DIALETO MUSICAL.Mas enfim, já ficou claro que a teoria é importante, assim como
o Ouvido Musical.Muitos alunos vem me perguntam se LEVAM JEITO para
tocar bateria, digo que posso atéachar que eles não levam jeito, mesmo isso sendo
uma coisa impossível de se perceber emu m a a u l a a p en a s , e d i g a mo s q u e e u
c h e g u e e d i g a “ Ol h a me u a mi g o , p r o c u r e c u r s o d e fotografia, culinária,
etc..por que para música você não leva jeito. A pessoa fica triste, e pensa “Pô, mais gosto
tanto de tocar e além do mais quem é ele parame dizer que não levo jeito, ele não tem
uma bola de cristal “. Esse mesmo ex-futuro aluno toma um novo fôlego, se esforça muito e
algum tempo conseguealcançar os seus objetivos. O que quero dizer com isso é que
essa bola de cristal eu não tenhoe nem quero ter. E nem as pessoas que fizeram isso comigo
tinham também, pois ninguém tema capacidade de saber o QUANTO VOCÊ GOSTA, O
QUÃO DETERMINADO VOCÊ É NOSEU APRENDIZADO e mais ainda DE PREVER O
FUTURO.O aprendizado musical é algo árduo que requer muitos requisitos, mais sem
dúvida nenhumaa paixão pelo instrumento é essencial. E ter também consciência de
que é uma caminhadaque deve ser trilhada dia-dia, pois não existe
um remédio onde você tome
e comece a tocar i n s t a n t a n e a m e n t e . A l g o t ã o c o m p l e x o q u a
n t o a m ú s i c a n ã o d e v e s e r f e i t o d e forma”automática “ e sim com
muita paixão e afinco.

Curso de Fisiologia da Voz:


- Introdução
1 - Aparelho Fonador
2 - Como é Produzida a Voz Humana
3 - Articulação e Clareza do Som
4 - O Mau Uso da Voz
5 - Mitologia da Voz
6 - Características Vocais
7 - Postura Corporal Correta
8 - O Sistema Respiratório
9 - Os Grupos Musculares da Respiração
10 - Exercícios
11 - O Pigarro
12 - A Tosse
13 - Bibliografia

Curso de Fisiologia da Voz


Introdução

Material preparado por Lisley Viana. Através deste excelente trabalho, podemos conhecer um
pouco mais sobre como a nossa voz é produzida, que partes do corpo influenciam mais para a
produção de um bom som, e quais os cuidados que se devem tomar para evitar danos ao
aparelho fonador. O nosso objetivo é fornecer informação. Se você tem algum problema
médico mais sério, procure um especialista.

Introdução
O ponto principal para quem canta ou quem fala é a comunicação. A mensagem a ser
transmitida deve ser recebida e entendida pelo ouvinte. Para tanto, é preciso se conhecer mais
a respeito do aparelho responsável pela comunicação: o corpo.
Quem canta também precisa comunicar-se de forma falada durante as apresentações, e por
isso, o cantor não deve ignorar os cuidados com a voz falada.
É importante saber que todos têm a capacidade de comunicação, desde que queiram dedicar-
se e tentar sempre o aprimoramento de seus conhecimentos. Todos estão sujeitos à falha e à
imperfeição, porém cabe a cada um procurar desenvolver seu dom, conhecer suas limitações e
capacidades.
Para se comunicar não basta apenas falar, ou simplesmente cantar. Comunicar-se é colocar
sentimento na mensagem, não apenas com a voz, mas com o corpo em geral. O corpo
funciona de modo conjunto, não podendo ser fracionado de modo a serem usados apenas
alguns órgãos que produzem som.
O comunicador deve ser consciente dos aspectos que envolvem o seu trabalho, como a voz,
postura, respiração, e tudo o mais que pode interferir no seu objetivo central: levar adiante a
mensagem de vida e salvação.

Curso de Fisiologia da voz - Parte 01


Lisley Viana

1. Aparelho Fonador
O aparelho fonador é formado por 2 aparelhos e tem a função de produzir sons - voz cantada e
voz falada. Nestes quadros, o aparelho fonador está esquematizado de forma bastante
resumida.
APARELHO DIGESTIVO

Órgão Função Biológica Função Fonatória


Articulação de sons bilabiais
Lábios Contém os alimentos na boca
(B,P,M) e labiodentais (F,V)
Dentes Tritura os alimentos Escoamento do som
Participa de todos os sons
Língua Joga o alimento para o esôfago
produzidos
Palato duro (céu
Suporte da língua Projeção da voz
da boca)
Direciona o ar para os pulmões, e os
Faringe Caixa de ressonância
alimentos parao esôfago

APARELHO RESPIRATÓRIO

Órgão Função Biológica Função Fonatória


Vibração e amortização do som -
Cavidades Nasais Filtrar, aquecer e umidificar o ar
ressonância nasal
Faringe Via de passagem do ar Amplia os sons - caixa de ressonância
Laringe Via de passagem do ar Vibrador - contém as cordas vocais
Via de passagem do ar - defesa
Traquéia Suporte para vibração das cordas vocais
a via aérea
Trocas gasosas e respiração Fole e reservatório de ar para vibrar as
Pulmões
vital cordas vocais
Musculatura Desencadeia o processo
Produção de pressão no ar que sai
respiratória respiratório

O aparelho fonador é dividido em 5 partes

Parte Componentes Função


Pulmões, músculos abdominais, Produzem a coluna de ar que
Produtores diafragma, músculos intercostais, pressiona a laringe, produzindo som
músculos extensores da coluna nas cordas vocais
Vibrador Laringe Produz som fundamental
Ressonadores Cavidade nasal, faringe, boca Ampliam o som
Articulam e dão sentido ao som,
Lábios, língua, palato mole, palato duro,
Articulador transformando sons em orais e
mandíbula
nasais
Ouvido - capta, localiza e conduz o som;
Sensor / Captam, selecionam e interpretam o
cérebro - analisa, registra e arquiva o
Coordenador som
som

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 02


Lisley Viana
2. Como é Produzida a Voz Humana

A produção do som depende, basicamente, de ar e da laringe, onde estão as cordas vocais. A laringe é composta
por três anéis de cartilagem. Dentro destes anéis, estão as cordas vocais, que são pequenos músculos com
grande poder de contração/extensão. São classificadas em verdadeiras e falsas. As verdadeiras (com cerca de 1
cm nos homens e até 1,5 nas mulheres) estão na parte inferior da laringe e as falsas na parte superior. O som da
voz normal é produzido pelas verdadeiras e o falsete pelas falsas [*].

Durante a respiração, as cordas vocais permanecem abertas, enquanto que para a produção de som elas se
fecham, e o ar faz pressão, causando uma vibração que produz o som.

Laringe: Cordas Vocais em movimento (vista transversal)

[*] Nota dos editores do Música Sacra e Adoração:


Estudos mais recentes e aprofundados acerca do fenômeno da emissão vocal demonstram que o falsete é
produzido por estiramento das pregas vocais em seguida à inclinação da cartilagem tireóidea, que gera vibração
por justaposição das pregas ao invés de por batimento.
O músculo TA (tireoaritenoideo), é o músculo da prega vocal. Para conseguirmos colocar a voz em falsete, por
este som ser muito agudo, as pregas vocais devem ficar hiperalongadas e quem faz esse alongamento é outro
músculo, chamado CT (cricotireoideo), que se contrai alongando o músculo vocal (TA). Assim, o CT não é o
músculo que dá o som agudo (e agudíssimo), mas ele é fundamental para que este som aconteça. (voltar)
Curso de Fisiologia da Voz - Parte 03
Lisley Viana

3. Articulação e Clareza do Som


Cantar é um elemento da articulação. As palavras da música devem ser muito claras e objetivas, para causar um
processo de ação e reação imediata. Para que isto aconteça, deve-se levar em conta dois processos:
 Articulação: processo pelo qual os órgãos da fala moldam o som vocal em sons reconhecíveis da
fala.
 Interpretação: processo pelo qual se carrega o espírito ou significado da música através do modo
como se executa.
O primeiro passo para uma boa interpretação é o domínio de uma boa articulação. Tanto no canto, quanto na fala
(a muitas pessoas), os movimentos articulares devem ser mais acentuados do que na conversação usual.

Os elementos na figura acima estão intimamente envolvidos no que se refere à articulação e clareza do som.
Qualquer alteração no funcionamento deles irá interferir no som emitido.

Lábios
Há pessoas que possuem um problema de excessiva tensão labial, o que impede a boa mobilidade e flexibilidade.
Por outro lado, existem pessoas que possuem um tônus labial baixo, ou seja, flácido.
A posição ideal para os lábios, é aquela que ajuda o rosto a Ter uma expressão agradável, feliz. Deve-se evitar
puxá-los exageradamente para os cantos ou para frente quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode
modificar a qualidade sonora.
Para aqueles com problema de tensão ou flacidez labial, existe um procedimento muito simples e bastante eficaz,
sugerido pelo fisioterapeuta e fonoaudiólogo Noélio Duarte. Primeiramente, deve-se visualizar a boca e seus
pontos-chave:

Quem tem excessiva tensão, deve relaxar os lábios, apertando com o indicador e o polegar nos pontos indicados
acima, seguindo a ordem numérica referida. Deve apertar cada ponto com firmeza, no entanto, sem exageros,
durante 5 a 10 segundos. Pode ser incômodo, mas, ao final, os resultados vão valer à pena.
Já quem tem lábios flácidos, precisa de tonificação. O procedimento é o mesmo, só que ao invés de apertar
demoradamente, dá-se ligeiros apertões (apertando e soltando imediatamente) no mesmo sentido numérico do
esquema. Estas pessoas também podem fazer exercícios do "i" ou do "u", torcendo a boca para um lado e para o
outro.

De um modo em geral, neste exercício das vogais, pode-se utilizar o "p" e o "b" para treino labial, pois estas
consoantes são totalmente dependentes dos lábios.

Língua
A língua é o principal órgão da articulação, pois interfere na formação das vogais e consoantes. Em média, a
língua trabalha numa velocidade de 370 movimentos por minuto.
Cerca de 90% dos problemas que envolvem a língua são de tensão. Isso causa o ressecamento da boca pela
retração constante da língua. Este posicionamento não estimula muito a produção de saliva em termos
fisiológicos, e também interfere consideravelmente na emissão do som, por razões explicadas mais adiante
quando falarmos da faringe.
Existem, também, aqueles que precisam tonificar a língua, sendo caracterizados pelo acúmulo excessivo de
saliva.
A língua deve permanecer numa determinada posição, chamada de "posição de repouso", ao longo do "assoalho"
da boca tocando os dentes inferiores. Veja os seguintesexercícios de relaxamento.

- colocar a língua um pouco para fora da boca e morder levemente a pontinha da língua

- pressionar a língua fortemente contra os dentes fechados por 5 segundos;

Em seguida, deve-se associar os dois exercícios lentamente. Alguns problemas da pronúncia do "S" podem ser
resolvidos com a colocação da língua na posição de repouso.

Maxilar
A tensão é um grande fator limitante da boa atuação dos maxilares. Pode-se perceber a tensão existente ao se
fechar os dentes e engolir a saliva. Quando se canta de boca fechada ocorre isto. Por isso, aparecem dores após
o ensaio ou apresentação, ou mesmo após a fala.
O maxilar interfere nos músculos da face, modificando o poder de contração. Portanto, deve-se relaxar esses
músculos, facilitando a abertura e a flexibilidade da boca e liberando os músculos da garganta.
Nunca se deve usar posições forçadas, tais como empurrar o maxilar para frente, puxá-lo para trás ou trancá-lo
numa posição. A sonoridade vai depender, em parte, da abertura que for dada ao maxilar. Em relação à tensão ao
maxilar inferior, pode-se realizar alguns exercícios, lembrando que devem ter maior cuidado ao realizá-los aqueles
com tendência à luxação do maxilar.
1. Lateralização
Abrindo a boca e movimentando o maxilar para a direita e para a esquerda.

2. Abertura total
Abrindo bem a boca por alguns segundos.

3. Projeção anterior
Com a língua na posição de repouso, projetando-se o maxilar para a frente, permanecendo assim
por alguns segundos.
4. Projeção posterior
Com a ajuda de um dedo, fazendo-se um recuo do maxilar por alguns segundos.

Faringe
A faringe tem a função de ampliar o som, e embora não seja essencial para a articulação, está intimamente ligada
à posição assumida pela língua. Seu melhor desempenho dependerá do comportamento da língua.
A ampliação do som será tanto melhor quanto melhor for o espaço que o som puder ocupar dentro da boca.

Como se pode ver neste esquema, a voz terá uma melhor ampliação na posição 1, a qual tem o dobro do
tamanho da posição 2. Deve-se notar como o hábito tão comum da posição 3 diminui consideravelmente o
espaço para a ampliação da voz.
Existem exercícios que facilitam a aquisição do hábito da posição 1:
- sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a língua inicialmente sobe e em seguida, sua parte posterior
desce. Então, com o dedo indicador e o polegar em cada extremo do maxilar inferior, faz-se o movimento de
engolir. Quando a parte posterior da língua estiver descendo, mantém-se uma pressão para baixo, forçando os
dedos, sem esquecer que a ponta da língua deve estar no padrão de repouso.
- pode-se escolher um tom médio, e com as vogais "a", "o", e "u" as pessoas podem cantar variando 0 padrão de
língua na posição 2 (representado pela vogal em minúsculo) e posição 1 (representada pela vogal em maiúsculo).

Palato
O palato se divide em 2 partes: o palato duro (céu da boca) e o palato mole (úvula, conhecida como campainha).
O palato duro está envolvido com a projeção da voz, e o palato mole com a formação de sons orais e nasais.
O som, na verdade, é formado por ondas. As ondas só se propagam em linha reta, daí a importância do palato
duro aliado a uma boa postura da cabeça:

Sabe-se que as narinas são responsáveis pela ressonância nasal. Porém, o som nasal só será emitido com a
"permissão" do palato mole (a úvula).

Sons nasais

Sons orais
Para emitir esses sons nasais, a úvula desce. Caso suba, os sons emitidos serão orais.
O excesso ou a falta de nasalidade podem representar sérios problemas de voz, afastando-se da normalidade e
modificando o som original que deveria ser produzido.
A origem dos problemas pode estar no hábito de colocação errada da voz, até problemas mais sérios, como
tumores, sinusite, adenóide e excesso de muco.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 04


Lisley Viana

4. O Mau Uso da Voz


Deve-se ter em mente que o mau uso da voz não começa ao se cantar de forma errada, mas sim ao se falar de
forma errada. Os cantores estão duplamente expostos a ter problemas nas cordas vocais. Por isso, é necessário
saber como preservar a voz tanto ao se falar quanto ao se cantar.
O início dos problemas nas cordas vocais pode ser sutil, uma rouquidão aqui, uma dorzinha ali. No entanto, este é
um assunto extremamente importante para ser ignorado, pois, às vezes, o descaso pode levar à perda completa
da voz.
Ao menor sinal de que algo não vai bem com as cordas vocais, ou em qualquer outro órgão envolvido com a
fonação, deve-se procurar um especialista, o fonoaudiólogo.
Um dos problemas comuns é sentir gosto de sangue na boca após uma apresentação musical, ou se falar muito.
Apesar de o ferimento ser minúsculo, gotículas de sangue são jogadas pelo ar na boca, causando essa sensação.
Outra sensação comum é o de areia. As dores, geralmente, são em pontadas. Com o tempo, uma simples lesão
pode-se tornar em uma espécie de cicatriz chamada fibrose, apresentar vários cistos, calos e até mesmo se
tornar em um tumor.

Timbre
Um erro comum, porém muito grave, é em relação ao timbre. O timbre é o fato determinante do tipo de voz:
soprano, mezzosoprano, contralto, tenor, barítono e baixo. O timbre de uma pessoa não é escolhido
aleatoriamente, ele existe por razões anatômicas: o tamanho da laringe. Por exemplo, os homens que têm o
"gogó" pronunciado ou pontiagudo têm maior facilidade de ressonância, e conseqüentemente voz mais grave.
O desconhecimento disto é muito sério e pode destruir a voz de uma pessoa. Muitas pessoas com características
de voz grave têm cantado por aí com uma voz aguda e vice-versa. Alguns deles até com uma voz "linda". Porém,
esta voz "linda" foi apenas fabricada, e não vai durar muito.
Em quase 100% das pessoas existe um padrão anatômico determinante do timbre. Diz-se que as pessoas com
pescoço comprido e "gogó" proeminente possuem timbre grave (baixo e contralto); pessoas com pescoço de
tamanho médio com pouca proeminência possuem timbre médio (barítono e mezzo); e pessoas com pescoço
mais curto, praticamente sem saliência possuem um timbre agudo (tenor e soprano).
Cantar e falar fora do próprio timbre natural pode provocar um "destimbramento" vocal, ou seja, uma
descaracterização da voz com perda da qualidade.

Tensão da Corda Vocal


Em relação à tensão da corda vocal, podem ocorrer 3 tipos de problemas:
1. Frouxidão completa
2. Excesso de compressão
3. Desequilíbrio no funcionamento
Na Frouxidão completa, as cordas não se fecham totalmente, resultando em um som soprado, pois uma dose
excessiva de ar está fluindo, e devido a esta interferência na voz, a pessoa fará mais esforço para produzir sons.
Quando há excesso de compressão, as cordas vocais ficam muito apertadas. Isto pode ser devido a tensões, falta
de orientaçãotécnica, e resulta em um som difícil, tenso, irritante, estrangulado ("taquara rachada"), forçado,
provocando tensão nos outros músculos associados na produção vocal.
Havendo Desequilíbrio no funcionamento das cordas vocais (ora tensas, ora relaxadas), ocorrerão mudanças
sensíveis na produção do som vocal.
O ideal é que a corda fique num meio termo, suficientemente contraída para não deixar o ar escapar rapidamente.

Sustentação e Força
Os problemas de sustentação de nota e também a falta de força sonora (voz de pouco alcance, volume), tem sua
origem nos produtores (elemento do aparelho fonador), ou mesmo em razões pessoais, como o medo de soltar a
voz, talvez não por falta de capacidade, mas por não ter aprendido a usá-la. Então, é necessário um trabalho de
conscientização de voz orientada por um professor de canto.
Por outro lado, a pessoa que tem o hábito de falar alto demais, não pronunciando bem as palavras, correm um
alto risco de apresentar calos de corda vocal, além de outros problemas como dor de cabeça, sinusite, faringite, e
até mesmo cáries pelo desgaste do esmalte.

Perda de Tons
A perda de tons, não é, necessariamente, um problema vocal. Esta é uma questão mais ligada a um fator
hormonal. As crianças possuem timbres muito semelhantes, não sendo distintos os timbres de meninos ou
meninas. Porém, por volta dos 10 -12 anos, o corpo começa a receber uma descarga de hormônios, e os rapazes
passam por um processo de transição de voz mais significativo que as moças, pois podem chegar a perder até 7
tons, enquanto que as moças apenas cerca de 3 tons.
Outra situação que isto acontece é nas mulheres após os 45 anos, devido a perda de hormônios, com uma perda
de cerca de 3 tons. Isto pode ser remediado com a reposição hormonal, sob prescrição médica, evidentemente.
Nos homens, após 50-55 anos, ocorre o oposto, pois têm sua voz "agudizada", também por questões hormonais.
Quando se cuida bem da voz, as mudanças são mais sutis, não provocando nenhum distúrbio vocal.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 05


Lisley Viana
5. Mitologia Vocal
A maioria das pessoas acredita em certas formas de terapia para tratar a voz. Essas crendices são infundadas,
portanto incorretas.

Voz Cansada
Alguns dizem que a voz cansada é uma coisa natural ou normal depois de uma fala prolongada, ou mesmo fala
leve. Falando assim, fica parecendo que os músculos da laringe e faringe (músculos que produzem voz) se
cansassem e aceitassem a rouquidão, a ardência ou mesmo a perda parcial da voz, faringite e até laringite como
algo plenamente normal.
Outros acreditam que algumas pessoas nascem com garganta débil, ou com voz insuficiente, e que sempre
tenderão a transtornos vocais.
Isto tudo não é verdade, e sim coisa de gente mal informada, pois a voz bem empregada não se cansa, não
produz sintomas negativos e nem esforços extras para falar. O uso constante em si não leva a problemas de voz;
o que causa esses problemas é o uso indevido, mal administrado, abusivo e vocalização incorreta.
A voz bem definida (tom apropriado, entonação e ritmo corretos) pode ser usada durante jornadas de trabalho de
até 8 horas diárias. No entanto, deve-se lembrar que o cansaço físico acarreta cansaço vocal, assim como a
saúde geral do indivíduo deve ser levada em conta.
O que deve acontecer é identificar o problema e procurar o especialista, seja médico, fonoaudidlogo, professor de
canto, e não sair por aí fazendo as receitinhas caseiras aleatoriamente, pois além de não trazer benefícios,
podem, algumas vezes, constituir riscos em potencial.
É comum se confundir faringe e laringe ao se pensar nesses preparados e receitas. É importante se ter em mente
que nenhum desses xaropes, chás e gargarejos chegam até as cordas vocais. Basta conhecer a
anatomia para verificar este fato:

À menor gota ou farelo tocar as cordas vocais, desencadeia-se um processo muito desagradável de tosse,
desespero, falta de ar.
Alguns especialistas acreditam que não se deve fazer o gargarejo com o objetivo de medicar as cordas vocais,
uma vez que o líquido não chega efetivamente até elas.
Alguns métodos caseiros podem ser até úteis, porém durante períodos limitados, apenas mascarando os
sintomas verdadeiros sem eliminar a causa do problema, que pode ser uma vocalização incorreta ou uso abusivo
da voz, ou até problemas como faringite.

Problema Central
Um erro freqüente é a não focalização no problema central causador da doença. Assim, muitas pessoas chegam
a trocar de profissão para usar menos a voz, ou fazer um repouso vocal exagerado (que não é significativo nas
terapias da voz), e até mesmo, alguns se utilizam de tranqüilizantes por tempo indefinido. Os relaxamentos (ioga,
meditação transcendental, regressões psíquicas...) não devem ser tentados como resolução do problema vocal. A
pessoa deve procurar um especialista.
Educação Vocal
Um grande mito é que só se educa a voz para o canto. A voz falada merece tanta atenção quanto a voz cantada,
pois uma pode acabar interferindo na outra.
Há casos de pessoas que perdem completamente sua voz devido ao modo de falar errado, sendo às vezes
necessário uma cirurgia para a retirada das cordas vocais.
Existem "dicas" para "melhorar" a voz que são tão fora da realidade que chegam a agredir a inteligência. Algumas
destas são o uso de lápis ou
bolinhas na boca durante a fala; fazer massagem com álcool canforado na garganta; fazer vocalizes com grande
intensidade, de madrugada, para aumentar a extensão vocal...
Diante de tais afirmações, é preciso usar o bom senso e perceber que se deve trabalhar os órgãos envolvidos na
produção do som com sensibilidade, conscientização, percepção. Algumas "receitas" podem ser perigosas,
podendo causar até queimaduras. E alguns vocalises feitos com grande intensidade levam à Parafonia
Hipercinética (distensão das cordas vocais).

Aquecimento Vocal
A laringe é muito sensível, e é um dos primeiros órgãos a ser afetado diante do estresse, emoções, cansaço e
outros. Isso faz com que haja modificação na voz, e muitas vezes, a situação obriga às pessoas a forçarem seu
"instrumento ". E, algumas vezes, a situação se torna pior, pois "soltam" a voz de qualquer jeito , sem um
aquecimento prévio.
O aquecimento vocal é tão importante para o cantor quanto o aquecimento físico é para um jogador de futebol,
por exemplo; pois pode evitar lesões importantes. Por outro lado, não é correto gastar tempo demais
"esquentando" a voz. Há pessoas que passam 30 minutos neste processo, e ao final, em vez de terem
"aquecido", terão é mesmo "fervido" a voz. Isto resulta em pouca produtividade durante o período que se segue.
O ideal é que o vocalise não exceda 5 minutos. Existe uma técnica elaborada por um pesquisador fonoaudiólogo
chamada "Manipulação da Laringe". Ainda há controvérsias quanto ao uso deste método, mas aparentemente
não há nenhum efeito colateral maléfico. Ele consiste em o que seria uma "massagem" na laringe, em pontos
específicos pré-determinados, diferenciados para voz grave e aguda. A necessidade e a forma de utilização deste
método devem ser definidas por um profissional capacitado. Não tente fazê-lo por conta própria.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 06


Lisley Viana

6. Características Vocais
Voz Rouca
A rouquidão pode ser causada por vários fatores, tais como o uso abusivo, processos patológicos (calos,
tumores...), e também pela mb colocação da voz devido a algum processo emocional (traumático ou não).
Não é raro encontrar crianças que se expressam através de berros. Isso acontece por vários motivos: moram em
lugares com alta poluição sonora, ou mesmo porque seus familiares falam muito alto. Neste caso, o referencial
que acompanha a criança desde pequena é que o normal é falar com um volume de voz elevado. Outras vezes é
comum que numa mesma família todos falem com voz rouca, sem necessariamente existir algum impedimento
físico por tanto, sendo apenas uma questão de referencial adquirido com a convivência familiar.
Assim, as pessoas vão assimilando este comportamento, e, ao emitir a voz, forçam as cordas vocais sem saber, e
o que antes era apenas um costume familiar, torna-se um problema orgânico sério: calor, inchaço, pólipos, etc.
O que deve acontecer é identificar o problema e procurar o especialista, seja médico, fonoaudiólogo, professor de
canto, e não sair por aí fazendo as receitinhas caseiras aleatoriamente, pois além de não trazer benefícios,
podem, algumas vezes, constituir riscos em potencial.
Outro fator causador de sérios problemas nas cordas vocais é o cigarro. Não só o fumante ativo está sujeito aos
problemas vocais, mas também, os fumantes passivos, que absorvem a fumaça emitida pelo ativo. Portanto, é um
crime familiares fumarem perto de crianças, principalmente em ambientes fechados, pois a poluição envenena o
sistema respiratório e afeta as cordas vocais, causando rouquidão e outros problemas mais graves, como tumores
malignos. Vale lembrar que de acordo com uma pesquisa de 1997, 73% dos tumores de corda vocal são
malignos.
Não se deve ignorar o problema da voz rouca. É de extrema importância realizar o trabalho de correção dos
problemas orgânicos com um otorrinolaringologista (medicações/cirurgias) e também dos problemas "mecânicos"
com um fonoaudiólogo (timbre, colocação, exercícios, volume, etc.).

Voz Fina
Em 99% dos casos, segundo pesquisas, a voz fina é de origem emocional. O mais comum é, ao entrar na
puberdade, o rapaz assustar-se com a mudança e procurar manter a voz da infância, apesar de sua laringe já
estar pronta para a transformação.
Um ponto perigoso é o excesso de mimo na infância em ambos os sexos, podendo alterar o ritmo da fala, além de
manter a voz infantil. Isso é muito perigoso para os meninos, que podem ser taxados de homossexuais logo cedo,
podendo gerar traumas muito profundos na criança.
Outro desencadeador da voz fina são os traumas, como os cirúrgicos. A retirada das amídalas é um bom
exemplo, pois a criança pode ficar com medo de falar firme, mantendo a voz infantil.
As causas orgânicas são mais raras, e ocorrem, normalmente, diante de uma atrofia física de origem hormonal.
Existem alguns métodos de tratamento, e a pessoa deve procurar um especialista.

Voz Trêmula
Embora seja um problema de difícil resolução, existem métodos, que bem aplicados e praticados podem surtir
excelentes resultados.
Este é um problema difícil, pois advém de um trauma muito forte, onde a pessoa insiste em falar apesar de tudo.
A voz falha, fica trêmula, o que causa uma forte tensão nas cordas vocais. Então, a pessoa sente dificuldade de
se adaptar ao enfrentar situações semelhantes ao trauma. É interessante notar que durante o relaxamento da
musculatura das cordas vocais, como no sorriso, a pessoa consegue emitir a voz corretamente.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 07


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7. Postura Corporal Correta


É impossível imaginar um piano que tenha um som perfeito se estiver com alguma parte faltando, ou quebrado,
ou mesmo mal posicionado. Uma flauta amassada não terá o mesmo som de uma que está perfeita.
Desta forma, acontece com o corpo humano. O som produzido será sempre influenciado pela postura que se
adota, por diversas razões. Uma boa postura:
 É bem menos cansativa do que uma postura má ou relaxada, pois assim, os ossos e músculos fìcam
posicionados de modo que haja o mínimo de esforço e tensão.
 Causa um melhor aproveitamento respiratório.
 Dá um melhor aspecto à visualização, além de transmitir maior segurança.
 Coloca o mecanismo vocal na melhor posição para o seu posicionamento, tornando mais fácil a produção
de uma sonoridade com qualidade.
 Traz confiança, bem-estar psicológico e físico o todo o organismo.
 Faz o corpo funcionar melhor, conseqüentemente beneficia a saúde vocal.
A boa postura para cantar deve ser aprendida e praticada até que se torne um bom hábito.
1. Pés: uma boa base dá maior segurança e firmeza. Inicialmente, deverão estar um pouco afastados. Em
apresentações mais demoradas, o ideal é variar a sustentação do peso entre os pés, porém não de forma
demorada, para evitar fadiga e tensão. Não se deve colocar o peso apenas sobre os calcanhares.
2. Pernas: como ajudam a fixar e sustentar o corpo, elas nunca ficam totalmente relaxadas. No entanto, elas
devem ficar flexíveis, nunca rígidas, prontas para o movimento. Não se deve apoiar todo 0 peso do corpo
somente em uma perna, pois haverá uma forte tendência a tremer. Para ajudar a resolver a tensão nas
pernas e pés, pode-se fazer algum alongamento nesta região.
3. Quadris: devem estar equilibrados, evitando um lado estar mais elevado que o outro. Porém, uma leve
alternância, ou movimentação ajuda a relaxar esta região, pois não é bom que esteja muito rígida durante
a apresentação.
4. Abdome: não deve estar exageradamente projetado para dentro ou para fora. Deve-se evitar tensões
demasiadas neste local, pois a musculatura desta região é de extrema importância para a respiração
controlada, como é a de um cantor ou orador.
5. Costas: manter a coluna ereta de forma não rígida favorece o bem estar do som, por melhorar as
condições da expansão do tórax, melhorando a respiração. Deve permanecer de forma equilibrada, sem
inclinações exageradas.
6. Tórax: deve estar numa posição relaxada, evitando-se qualquer contração muscular
exagerada, para facilitar o mecanismo do ar. Deve-se sentir todo o tórax agindo em conjunto.
7. Ombros: devem estar descontraídos, sem nenhuma tensão nestas articulações. Qualquer rigidez nesta
região pode comprometer a ação dos músculos do tórax e do pescoço. Eles não devem se mover
muito para frente, nem para trás, nem para baixo, muito menos para cima. A rigidez local pode complicar
a toda a postura.
8. Braços e mãos: devem estar caídos livremente ao longo do corpo, de forma natural, o mais livre de tensão
possível. Os maneirismos devem ser evitados, como ficar apertando as mãos à frente ou atrás, ou
torcendo-as, pois isso causa uma tremenda tensão nos braços e no tórax, além de interferir na ação dos
outros músculos do corpo. Esse tipo de atitude também é bastante deselegante. E ao segurar o
microfone, deve-se ter o cuidado de manter os ombros e braços relaxados, para evitar tensão no
pescoço.
9. Cabeça: deve estar centralizada. O olhar deve estar na direção das pessoas, e o queixo não deve estar
nem muito baixo nem muito alto.
10. Posição sentada: quando se está sentado, o principal apoio do corpo é o assento. O tronco e a cabeça
devem estar alinhados, com a coluna ereta, e os quadris devem estar bem apoiados no encosto, sem, no
entanto, fazer com que o abdome fique projetado para frente, ou o oposto, ficando com a coluna
inclinada para frente. Em ambas as situações haverá comprometimento da respiração, e cansaço em
pouco tempo. Se se está sentado em uma cadeira com braços, não se deve apoiar os próprios braços
sobre os da cadeira, pois haverá maior sobrecarga nos ombros, prejudicando a coluna.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 08


Lisley Viana

8. O Sistema Respiratório
O Sistema Respiratório possui várias funções, que vão além da respiração, como a de defesa e a de fonação. É
importante, no entanto, saber que sua principal função é a realização da entrada e saída de ar (gás) nos pulmões,
processo chamado de ventilação. Desta forma, o sistema respiratório é comparado a uma "bomba vital" que
trabalha 24 horas por dia, realizando suas funções sem que se tenha consciência desse movimento.
A entrada do ar é extremamente importante para o organismo, pois ele é composto pelo Oxigênio (21%),
Nitrogênio (75%), Gás Carbônico e outros gases. O metabolismo humano depende da contínua chegada de
Oxigênio (O2), retirado do meio ambiente.
As necessidades básicas de um adulto sadio em repouso, são em torno de 250 ml de 02. Por outro lado, é
necessário que o Gás Carbônico (C02), produto final de inúmeros processos metabólicos, seja continuamente
retirado do organismo. Com a ventilação, o 02 é abundantemente oferecido ao corpo com a entrada de ar nos
pulmões, enquanto que o CO2 é retirado com a saída do ar.

As Vias Respiratórias
O ar entra pelo nariz e pela boca; passa pela faringe; laringe; traquéia; brônquios e bronquíolos (no pulmão).

Cada uma dessas estruturas possui uma significativa função na respiração. O nariz, além de servir de "porta de
entrada e saída" do ar, o precondiciona de vários modos, aquecendo-o (37°), umidificando-o e limpando-o. A
faringe, comumente chamada de garganta, divide-se em duas vias: na traquéia e no esôfago. É nessa região que
o alimento é separado do ar. O ar vai para a traquéia, enquanto o alimento atinge o esôfago. Essa separação é
controlada por reflexos nervosos. A laringe forma a transição das vias aéreas superiores e inferiores, e é nela que
se localizam as cordas vocais.
Continuando-se com a traquéia, estão dois tubos de passagem de ar para cada pulmão, os brônquios. Estes
tubos vão diminuindo de espessura e se dividindo cada vez mais à medida em que entram nos pulmões, num total
de 23 divisões.
Ao final dessas divisões, estão os bronquíolos, que por sua vez dividem-se em bronquíolos respiratórios. Até esse
ponto, a "árvore brônquica" já possui cerca de 1 milhão de tubos. No entanto, a troca gasosa ocorre apenas em
estruturas que encerram estas divisões, os alvéolos (explicados posteriormente).

Os Pulmões
Os pulmões são órgãos essenciais da respiração, localizados dentro da caixa torácica, um de cada lado do
coração e revestidos por uma membrana muito delicada, a pleura.

O volume pulmonar varia entre 4 a 6 litros, aproximadamente a quantidade de ar contida numa bola de basquete.
O peso aproximado dos pulmões de uma pessoa com dimensões médias é 1 kg. A área de superfície pulmonar é
considerável. Se o pulmão fosse estendido, o tecido cobriria cerca de 60 a 80 m2. Isto é aproximadamente 35
vezes maior que a superfície corporal da pessoa, e superfície para cobrir quase a metade de uma quadra de
tênis.

Os Alvéolos e as Trocas Gasosas


Os alvéolos são sacos elásticos de parede muito fina, e em número de 300 milhões em cada pulmão. Na figura
acima estão representados vários deles. Cada pequeno globo é um alvéolo diferente.

Nos alvéolos, ocorrem as trocas gasosas, porque ao lado estão pequenos vasos sangüíneos, os capilares. O O2
passa através da parede do alvéolo e da parede do capilar, indo parar na corrente sangüínea; e o CO2 passa pela
parede do capilar e pela do alvéolo, sendo, então, possível eliminá-lo do organismo.
Durante cada minuto em repouso, cerca de 250 ml de O2 deixam os alvéolos e penetram no sangue, e
aproximadamente 200 ml de CO2 saem dos capilares e entram nos alvéolos.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 09


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9. Os Grupos Musculares da Respiração


Existe uma diferença de pressão entre o ar dentro dos pulmões e a superfície de contato com a parede torácica,
que faz com que os pulmões fiquem aderidos ao interior dessa parede. Por isso, os pulmões acompanham
literalmente todos os movimentos, ou qualquer mudança no volume do tórax.
Sozinhos, os pulmões não conseguem alterar seu volume, pois, para isso, precisam dos músculos.
Os movimentos da caixa torácica, assim como qualquer outro movimento corporal (andar, chutar, comer...)
dependem de uma contração muscular.
O ato de respirar pode ser dividido em 2 momentos: a inspiração (entrada de ar) e a expiração (saída de ar).
Existe um grupo de músculos responsável por cada uma das etapas. É importante saber que nem todos eles são
usados ao mesmo tempo, a depender da situação, torna-se necessária a presença de apenas alguns deles.
No entanto, em cada grupo, existem aqueles que são os mais solicitados, e são tidos como os principais; e os
demais, são tidos como acessórios.
O grupo dos inspiratórios é bem grande, com mais de 15 músculos, que elevam as costelas ao se contraírem.
Eles podem ser classificados como:
Músculos Inspiratórios Principais
 Diafragma (principal)
 Intercostais externos
Músculos Inspiratórios Acessórios
 Esternocleidoccíptomastoideo (ECOM)
 Escalenos
 outros
O grupo dos expiratórios é menor, com cerca de 8 músculos, que atuam no sentido de abaixar as costelas:
Músculos Expiratórios Principais
 Intercostais Internos
Músculos Expiratórios Acessórios
 Músculos abdominais
 Outros

A Respiração
A diferença de pressão que existe entre o ar ambiente e o ar de dentro do pulmão é que faz com que o ar entre.
Algo parecido acontece com uma seringa ou um aspirador de pó.

Dentro do pulmão, a pressão é negativa, e devido à gravidade, em uma pessoa sentada ou de pé, a pressão da
parte de baixo é mais próxima do zero que a da parte de cima. Por isso o ar entra primeiro na parte de baixo, e
em seguida na de cima, e ao final da inspiração, todo o pulmão deve estar cheio por igual. Daí a importância de
uma boa postura durante a inspiração, caso contrário, não é possível usar toda a capacidade pulmonar, o que
interfere diretamente no "fôlego" e nas trocas gasosas de uma pessoa.
Quando o processo dessas trocas termina, começa a expiração. A caixa torácica vai voltando à sua posição
inicial, empurrando o ar para fora. É como um elástico esticado que tende a voltar ao normal.

A Inspiração
A contração dos músculos inspiratórios aumenta o volume da caixa torácica, conseqüentemente do pulmão. Um
exemplo deste movimento é a elevação da alça do balde, representado a inspiração. Isto causa aquele efeito da
seringa, porque mais espaçopara o ar vai surgindo.

O principal responsável por este efeito é o diafragma, por ser o mais forte. Os intercostais também são muito
importantes, principalmente para aqueles que precisam de muito ar, como os cantores.
Há dois tipos de inspiração:
 relaxada, a normalmente usada, e realizada pelos inspiradores principais;
 forçada, feita pelos inspiradores principais mais os acessórios.
Os músculos acessórios não devem ser usados na respiração normal, principalmente para quem canta. Como a
maioria deles está localizada na região do pescoço, e sua contração (tensão) pode prejudicar o som produzido
pelas cordas vocais.

O Diafragma
O diafragma é um músculo plano, amplo, em forma de guarda-chuva, que fica entre o tórax e o abdome, e está
preso nas costelas e na coluna.

Ao se contrair o diafragma, suas bordas levantam as costelas, enquanto o seu centro se abaixa, empurrando os
órgãos do abdome.

Intercostais Externos
Os intercostais externos são, junto com o diafragma, fazem parte dos músculos inspiratórios principais. Eles estão
localizados entre cada uma das costelas. Quando eles se contraem, eles elevam a caixa torácica, aumentando o
seu volume, e promovendo a entrada do ar. Na figura abaixo, os intercostais externos estão representados pela
cor vermelha. Leve em consideração que a ilustração está indicando apenas um grupo de músculos, entre um par
de costelas. Na verdade, eles estão presentes unindo todas as costelas.

Na cor verde, vemos os intercostais internos, responsáveis pela expiração, explicada mais adiante. Observe na
"visão superposta" como eles ficam posicionados atrás dos intercostais externos. O fato de eles serem inclinados
em posições opostas causa os movimentos opostos de inspiração e expiração. Os intercostais internos abaixam
as costelas, fazendo com que o ar saia na expiração forçada.
Esses músculos estão entre as costelas e atuam para que todas elas façam o mesmo movimento durante a
inspiração ou expiração e atuam para que todas elas façam o mesmo movimento durante a inspiração ou
expiração.

Acessórios
Estes músculos atuam no sentido de elevar as costelas na inspiração forçada. Devem estar relaxados na hora de
cantar. Na ilustração fica mais visível que existem dois ECOMs, um de cada lado; com os escalemos ocorre o
mesmo, estão em pares.

ECOM Escalenos

Expiração
Existem dois tipos de expiração, a normal e a forçada. A expiração normal, relaxada é uma ação natural, assim
como a volta de um elástico puxado. O diafragma e os intercostais externos simplesmente voltam ao normal. Os
músculos da expiração apenas devem entrar em ação quando se precisar de uma expiração forçada, como soprar
uma vela, numa tosse ou espirro, por exemplo.
A expiração dura cerca de 2 a 3 vezes mais que a inspiração. Mas, mesmo assim, um cantor deve ter total
controle sobre o relaxamento do diafragma, para que sua volta à posição inicial seja o mais lenta possível, de
acordo com a necessidade, e paranão soltar o ar de vez.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 10


Lisley Viana

10. Exercícios
Treino da Utilização Muscular
1. Respiração Diafragmática
Pessoa deitada com um livro no abdome. A intenção é elevar o livro.

2. Diafragma e Intercostais
Em pé, fazendo a respiração diafragmática, e expandindo as laterais do tórax.

Treino do Aumento da Capacidade Pulmonar


1. Soluço Inspiratório
Inspirar aos poucos pelo nariz até encher o pulmão: inspirar - pausa - inspirar pausa - inspirar o máximo - soltar o
ar de vez pela boca.
2. Expiração Abreviada
Inspirar fundo normalmente (nariz) e soltar um pouquinho; inspirar fundo outra vez e soltar um pouquinho; inspirar
mais uma vez, até sentir o pulmão o mais cheio possível, e soltar de vez pela boca.
Treino do Controle Diafragmático
1. Inspiração Profunda
Inspirar profundamente pelo nariz, e soltar pela boca, em "SSS", demorando o maior tempo possível.
2. Exercício da vela
Soprar a vela a uma pequena distância (cerca de 1 palmo) sem apagar a chama, e mantendo-a em equilíbrio na
posição oblíqua.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 11


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11. O Pigarro
O Sistema Respiratório tem um mecanismo muito interessante para se defender das muitas impurezas do ar
respirado. Esse mecanismo é formado por um sistema de células que possuem cílio, de células que fabricam
muco e de muco.
O mecanismo funciona como uma esteira rolante, pois a sujeira do ar gruda no muco e os cílios tratam de
empurrá-lo para cima, em direção da laringe.

Diariamente, a produção de muco chega a 100 - 150 ml em 24 horas. Sem o muco, os cílios não funcionam, como
no caso de uma desidratação séria. E o excesso de muco pode dificultar muito o trabalho dos cílios, como nas
infecções ou ao inalar substâncias irritáveis, como fumo, álcool ou sedativos.
O ato de fumar modifica o efeito de esteira rolante, porque no fumante há perda de cílios, e excesso de muco,
entre outros problemas.
Comumente, o muco é chamado de pigarro quando interfere na voz, causa tosse etc. O muco ou pigarro precisa
ser eliminado do organismo, e quando passa pelas cordas vocais, podem causar uma diferença na sua vibração,
modificando o som produzido.
A forma que o corpo usa naturalmente para eliminar o pigarro é através da tosse.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 12


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12. Tosse
A tosse existe para eliminar as secreções do Sistema Respiratório, e por isso precisa ser eficiente.
A melhor posição para tossir é a sentada ou a inclinada para frente, com o pescoço voltado um pouco para baixo.
A inspiração deve ser profunda, pelo diafragma. A expiração deve ser forçada pelos músculos da barriga, os
abdominais, podendo fazer um som de "Q" durante a tosse, que deve ser tripla, para ser mais eficiente.
O cantor deve ter cuidado ao tossir, para não agredir suas cordas vocais com a força da grande quantidade de ar
que passa por elas.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 13


Lisley Viana

BIBLIOGRAFIA

BETHLEM, Newton - Pneumologia. Atheneu.


CALLAIS-GERMAIN, Blandine - Anatomia para o Movimento Vol I : Introdução à Análise das Técnicas
Corporais.Manole, São Paulo.
CARVALHO, Paes de; COSTA, Fonseca - Circulação e Respiração. Cultura Médica, 3° edição.
DUARTE, Noélio - Apostila: Comunicando Através da Voz - Estratégias para o Uso Correto e Eficiente da Voz
Cantada e Falada. Vox Edições, Rio de Janeiro.
GOSS, Charles M. - Gray Anatomia. Guanabara Koogan, 29° ediçõo.
GUYTON, Arthur C. - Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças. Guanabara Koogan, 5° edição.
McARDLE, William D. e outros - Fisiologia do Exercício. Guanabara Koogan, 3° edição.
MÓDULO 2

Aprendendo Música e Canto


Nesta página você poderá começar a aprender música e canto. Periodicamente estaremos colocando
algo mais à sua disposição aqui, por isso, não deixe de visitar nosso site regularmente. Consulte a lista de links
abaixo e bons estudos!

Em cada aula e exercício de voz, não se esqueça: Leia tudo com atenção; siga a ordem estabelecida;
realize os exercícios várias vezes, até que sejam executados perfeitamente; se esforce muito e acredite que
nosso querido Pai do Céu pode e quer ajudar você a cantar.

Teoria Musical - Conceitos Iniciais


MÚSICA - Música é a arte da comunicação através de sons relacionados entre si de maneira lógica e
ordenada.

SOM - Som é a vibração que pode ser sentida pelo órgão auditivo. O som se propaga através do ar ou de
outro elemento tal qual as ondas formadas em um lago quando atiramos nele uma pedra.

Quando as vibrações que produzem o som são irregulares temos um ruído (Ex.: um objeto caindo ao
chão, uma porta batendo, etc.) e quando são regulares temos um som musical (Ex.: uma nota tocada num
instrumento musical, o canto de um passarinho, etc.).

Observação: Alguns instrumentos de percussão na realidade produzem ruídos que têm sido
empregados na música paracriar certos efeitos ou para marcar o ritmo. Esse é o caso da bateria que, na
realidade, não produz notas musicais; os sons produzidos por ela são irregulares, são ruídos, literalmente
falando.

Características do Som:
ALTURA DO SOM: A altura do som depende do seu número de vibrações por segundo. Quanto mais
vibrações por segundo tiver o som, mais agudo ele será e, consequentemente, mais alto. (Um som mais alto é
um som mais agudo; um som mais baixo é um som mais grave).

DURAÇÃO DO SOM: É o espaço de tempo durante o qual o som pode ser ouvido.

INTENSIDADE DO SOM: Eqüivale ao volume do som, ou seja, a força do mesmo.

Observação: É muito comum confundir mais alto com mais intenso. CUIDADO!!! Mais alto é o mesmo
que mais agudo e mais intenso é o mesmo que mais forte. É importante não confundir as duas coisas.
TIMBRE: É a qualidade do som que nos permite reconhecer a diferença entre sons que podem até estar
com a mesma altura e intensidade, mas de diferentes origens. Ex.: Reconhecemos a diferença entre o som
produzido por um violino e o produzido por um trompete ou a diferença entre a voz de diferentes pessoas. É o
timbre que faz a diferença.

A Formação da Música:
Para termos música precisamos de:

SOM: A vibração que é sentida pelos nossos ouvidos.

RITMO: O movimento ordenado dos sons.

MELODIA: A seqüência dos sons formando sentido.

HARMONIA: Sons simultâneos formando sentido.

Como Escrevemos as Notas Musicais


Quando queremos escrever as palavras que falamos usamos as letras do alfabeto. Da mesma forma,
escrevemos os sons musicais usando figuras chamadas notas musicais.

O lugar onde escrevemos as notas musicais recebe o nome de pauta ou pentagrama. Trata-se de um
conjunto de 5 linhas e 4 espaços como você pode ver abaixo:

As notas musicais são sete e seus nomes são: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si. Elas são escritas nas linhas e
nos espaços os quais são enumerados de baixo para cima. Cada uma recebe o nome de acordo com a sua
altura e elas se repetem sucessivamente, de sete em sete.

A um conjunto de sete notas que estejam na mesma seqüência apresentada acima ou em ordem inversa
damos o nome deescala. Uma escala pode começar por qualquer nota e não necessariamente pelo dó.
Observe logo abaixo alguns exemplos deescala.

dó - ré - mi - fá - sol - lá - si fá - mi - ré - dó - si - lá - sol

mi - fá - sol - lá - si - dó - ré lá - sol - fá - mi - ré - dó - si

sol - lá - si - dó - ré - mi - fá ré - dó - si - lá - sol - fá - mi
Quando as notas são muito agudas ou muito
graves para serem escritas no pentagrama utilizamos linhas e
espaços suplementares, sendo que os mesmos são enumerados
a partir do pentagrama

Eles são chamados linhas e espaços suplementares


superiores ou inferiores, dependendo da sua posição em relação
ao pentagrama. Podemos colocar tantas linhas suplementares
quantas forem necessárias, e não é raro utilizar-se até cinco
delas.

Observe a figura abaixo e você verá como localizá-las no piano e também como elas são dispostas no
pentagrama. Elas correspondem às teclas brancas do piano.

Vejamos com mais detalhes como localizar as notas musicais em um instrumento de teclado. Como você
pode ver na figura acima, o teclado é composto por teclas brancas e pretas. Observando melhor, você verá que
as teclas pretas estão subdivididas em grupos de duas e três. Observar a posição das teclas é
essencial para identificarmos as notas. Veja a tecla branca ao lado esquerdo do grupo de duas teclas pretas:
ela corresponde à nota dó. Veja a tecla branca ao lado esquerdo do grupo de três teclas pretas: ela
corresponde à nota fá. A partir daí, podemos identificar todas as outras teclas. Esta regra vale para o
piano, para o órgão, ou qualquer outro instrumento que tenha um teclado como esse.

Você deve ter observado ainda que a cada oito notas uma se repete. Ao intervalo entre uma determinada
nota e a sua próxima repetição ou a sua repetição anterior damos o nome de oitava. Sendo assim, podemos
dizer que uma nota sol está umaoitava abaixo da nota sol seguinte e uma oitava acima da nota sol anterior;
uma nota mi está uma oitava abaixo da nota mi seguinte e uma oitava acima da nota mi anterior; e assim por
diante.

As notas musicais são conhecidas pelo sinal que é colocado no início do pentagrama, o qual é
denominado clave. Existem três claves: a clave de sol, a clave de fá e a clave de dó.
Elas têm tais nomes porque na linha ou no espaço onde elas estiverem escritas você sempre encontrará
as notas sol, dó efá, respectivamente.

Antigamente as claves eram escritas em diversas posições no pentagramas, sendo cada posição
destinada a um uso específico. Por isso, se você achar alguma partitura muito antiga poderá até encontrar a
clave de sol na primeira linha, ou a clave dó escrita na primeira ou segunda linhas, ou ainda a clave de fá
escrita na terceira ou quinta linhas. Atualmente, porém, só se usam a clave de sol na segunda linha e a clave
de fá na quarta linha. Embora seja pouco usada temos também a clave de dó no terceiro espaço, na terceira
linha ou na quarta linha.

Na figura abaixo você poderá observar que a clave de sol determina a posição da nota sol. Uma vez
sabendo a posição desta no pentagrama, poderemos localizar todas as outras. O mesmo se dá com a clave de
fá, como demonstra a mesma figura. Observe que as notas mudam de posição, mas cada clave continua
mostrando como localizá-las. Não importa o formato da nota, sua posição é que diz que nota é.

Todas as notas poderiam, teoricamente, ser escritas em qualquer uma das claves, porém, na prática, não
seria possível ler a música com facilidade se escrevêssemos todas as notas em uma única clave. Haveriam
tantas linhas suplementares para indicar as notas muito graves ou muito agudas que a leitura rápida da música
seria impraticável. Usando claves diferentes, porém, torna-se mais fácil a leitura. Na figura abaixo você verá as
mesmas notas escritas usando-se somente a clave de sol, a de fá e as duas simultaneamente.

Cada clave tem uma aplicação específica. A clave de sol é usadas para os sons agudos e parte dos sons
médios ou as notas com altura equivalente à metade direita do piano. A clave de fá é usadas para os sons
graves e parte dos sons médios ou as notas com altura equivalente à metade esquerda do piano.
Há casos em que um trecho de uma determinada música contém notas muito graves ou muito
agudas para serem escritas em determinada clave devido ao grande número de linha suplementares que
seriam necessárias para escrevê-las. Em tais casos podemos mudar a clave no decorrer da
música para facilitar a leitura.

Decorar as notas musicais como são escritas nas diferentes claves é parte essencial do aprendizado
musical. Comece decorando as notas escritas na clave de sol. Em seguida decore as notas da clave de fá.

Você poderá decorar as notas da clave de fá com maior facilidade se ao lê-las você lhes der o nome da
segunda nota acima da mesma, imaginando que ela estivesse escrita na clave de sol. Por exemplo: Se você
estiver vendo uma nota que se estivesse na clave de sol seria um mi, na clave de fá ela será um sol; se você
estiver vendo uma nota que se estivesse na clave de sol seria um lá, na clave de fá ela será um dó; se você
estiver vendo uma nota que se estivesse na clave de sol seria um si, na clave de fá ela será um ré; e assim por
diante. Atenção: Você poderá utilizar este método para decorar as notas da clave de fá, mas, nunca se
esqueça de que as notas escritas nessa clave não são mais altas que as da clave de sol, pelo contrário, na
realidade elas são muito mais graves.

A princípio você poderá até pensar que será difícil decorar as notas em diferentes claves. Lembre-se,
porém, que todos os músicos as conhecem decor e nenhum deles nasceu sabendo. Muitas crianças começam
a estudar música ainda bem pequenas e também decoram as notas. Você irá decorá-las também, sem dúvida
alguma. Basta que você tenha boa vontade; não dê nenhuma chance para a preguiça. Está escrito: "O
preguiçoso morre desejando porque as suas mãos se recusam trabalhar". Provérbios 21: 25.

Lembre-se ainda que você tem ao seu lado o maior Professor do Universo, o qual prometeu ajudá-lo
quando você precisasse. "Se, porém, alguém de vós necessita de sabedoria, peça-a a DEUS, que a todos dá
liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida". S. Tiago 1: 5. Foi Ele mesmo quem prometeu: "Se
me pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu o farei". S. João 14: 14. Acredite! Você vai conseguir!

Na realidade, o conteúdo desta página é muito resumido e mesmo superficial. Para ter em mãos algo
muito melhor, mais completo, numa linguagem muito mais simples e clara, recomendamos a série "Aprendendo
Música e Canto". Aprender música com ela é muito, muito, muito mais fácil do que aqui pela internet, além de
ser um aprendizado bem mais completo. Nos DVDs e vídeo-CD-Roms você encontrará dicas interessantes
sobre como decorar as notas musicais mais depressa e com mais facilidade e muitas outras coisas. Você vai
gostar.

Para Aprender a Cantar


Estas instruções foram transcritas aqui para que você possa ter um melhor aproveitamento quando
estiver se dedicando ao aprendizado do canto ou fazendo exercícios vocais.

1. Seja paciente. Os resultados não poderão ser rápidos. Você precisou de alguns meses, ao
nascer, para aprender a falar. Cantar demora mais ainda.
2. Seja metódico. Procure ter períodos regulares de aprendizado. Você não pode curar uma enfermidade
tomando remédio uma vez por semana. Assim também, Quando uma pessoa sofre um acidente e precisa de
fisioterapia, para ter melhores resultados, deve submeter-se ao tratamento com o intervalo mais curto possível
entre as seções.

3. Não seja pessimista. Se você aprendeu a falar, deve poder aprender a cantar. É tudo uma questão de
se aprender a usar a voz; desde que você se esforce bastante. Alguns precisam de muito esforço, mas, se você
quiser mesmo cantar, e bem, terá que pagar o preço: Esforço e dedicação.

4. Não seja excessivamente confiante. Alguns se valorizam excessivamente. Começam a praticar e logo
dizem: Já está bom, pode passar para a frente, é moleza demais, é coisa de criança... Esses são, geralmente,
os que cantam mal, acham que cantam bem, são muito prontos a acreditar em qualquer elogio (ainda que
proferido por alguém que não sabe o que está falando, ou que queria apenas incentivar), não sabem usar o
"desconfiômetro" e nem o próprio ouvido.

5. Não confie em seu próprio ouvido. Da mesma maneira que precisamos aprender a usar a
voz para cantar, precisamos, muito mais, aprender a usar o ouvido. As pessoas que não sabem cantar,
geralmente acham que "já está bom", quando nem ao menos estão cantando a nota certa. Mas, não se
preocupe. Você vai conseguir, se fizer da maneira correta. Utilize os recursos abaixo:

a. Seria muito bom se você gravasse os exercícios que faz. Parte dos sons da sua própria voz, quando
você ouve, não vêm do ambiente, mas chegam até seus ouvidos pelas fibras musculares que estão
entre sua garganta e seu ouvido. Por isso é que você ouve sua própria voz mesmo com os ouvidos
tapados. Toque o CD em um aparelho e grave enquanto canta. Mesmo que seja em um gravadorzinho
simples, de mão.
b. Lembre-se de que sua voz não é que você ouve, pois você ouve parte pelo ambiente e parte pelo
próprio corpo (fibras musculares). Não se assuste: o gravador não está com defeito (o som parece
estranho) e você não tem uma voz tão horrível quanto possa parecer. O fato é que você não a conhecia
e está procurando aprender como usá-la melhor.
c. Ouça a gravação atentamente, tentando analisar quais os detalhes que precisam melhorar, onde não
está tão bom assim, onde as notas musicais não estão tão parecidas com as gravadas, onde você não
alcançou ou não cantou corretamente, e observe também a qualidade da colocação da sua voz.
d. Se possível, procure ser acompanhado por outra pessoa, quando for praticar; quem sabe alguém que
também esteja aprendendo como você, ou mesmo aprendendo junto com você. Quatro ou mais ouvidos
sempre estarão mais atentos que apenas dois.
e. Não faça cada exercício apenas uma vez. Não adiantaria nada. Cada exercício deve ser repetido até
que esteja sendo executado com facilidade e qualidade. Não é necessário que você faça apenas um
exercício por dia. Você pode fazer de três a cinco, ou mais. Depende do tempo de que você dispõe.
Apenas não pare de fazê-los antes que esteja executando-os com facilidade, qualidade e correção. Aí
vá substituindo cada exercício completado pelo seguinte que você ainda não realizou.

7. Se possível, escolha um horário em que não esteja sob efeito de stress ou cansaço para exercitar.

8. Se você dispõe dos CDs de "Exercícios Para a Voz", da série "Aprendendo Música e Canto", siga a
seqüência estabelecida em cada CD. Não pule exercícios e nem CDs. Cada exercício lhe dará condições de
realizar os próximos. É importante frisar que os últimos exercícios da série, os denominados "Avançados", não
deveriam ser definidos como difíceis de fazer para os iniciante. Deveriam, antes, ser definidos como
impossíveis. Eles são extremamente rápidos, e não se consegue realizá-los sem um grande preparo. Existem
pessoas que não conseguirão realizar alguns deles nunca, mas afinal, nem todos pretendem ser cantores
líricos, ou de ópera.

9. Tão logo possível, tão logo você consiga pegar as notas com facilidade, (talvez já possa), faça o
exercício de aquecimento(CD 01 Faixa 14 ou clique aqui) sempre, no início de cada seção de aprendizado.
Assim sua voz estará em melhores condições e você obterá maiores resultados e sem perigo de prejudicá-la.

Quanto às instruções aqui contidas, não se esqueça de ler tudo e de consultá-las sempre que for
necessário. Só assim você poderá tirar o melhor proveito do seu aprendizado.
Aprendendo a "Pegar o Tom"
Os exercícios que você verá a seguir têm como objetivo levar você a cantar as notas corretamente, ou
seja, "pegar o tom", como costumamos dizer. Ao ouvir cada uma das notas tocadas, cante-a também,
pronunciando um "Laaaa" ou um "Aaaa" em cada uma. Não confie em seu próprio ouvido. Use um gravador e
grave o que você está cantando junto com o que vai ouvir ou solicite o auxílio de outra pessoa (não precisa ser
um músico - pode ser alguém que esteja aprendendo junto com você) para ter certeza de que você está
cantando a nota correta, ou seja, está "afinado" com o exercício. Quatro ou mais ouvidos ouvem mais detalhes
que apenas dois.

Execute os exercícios na seqüência indicada e repita-os quantas vezes e quantos dias forem necessários
até que você consiga cantar todas as notas corretamente, ou seja, no "tom certo". E lembre-se: não confie
somente em seu próprio ouvido. Algumas pessoas cantam notas erradas pensando que as estão cantando
corretamente.

ATENÇÃO: Embora não venhamos a mencioná-lo com freqüência, você DEVE utilizar o recurso do
gravador (como acima mencionado) ou dos "ouvidos adicionais" dos amigos em TODOS os exercícios, sem
exceção, se possível, pois só assim você terá um controle melhor do seu aproveitamento e da qualidade do que
você esta cantando.

"Pegar o Tom" - Exercicio 1

"Pegar o Tom" - Exercicio 2

"Pegar o Tom" - Exercicio 3

Teste de Voz
Para quer você possa realizar os exercícios de voz de maneira apropriada, é necessário que você
descubra qual é a sua voz. É isso o que vamos fazer usando os teste abaixo.

É IMPORTANTE enfatizar que o esforço exagerado da voz, cantando o que está fora do alcance,
especialmente notas muito graves ou muito agudas, pode causar danos irreversíveis à voz. Por isso
recomendamos muito cuidado. Siga as instruções corretamente e faça os exercícios correspondentes à sua
voz. Não tente imitar outros cantores. A sua voz é a SUA voz. Além de que uma imitação pode acabar sendo
ridículo, pode ainda ter outras conseqüências piores. Quando você estiver com a sua voz bem preparada e for
fazer apresentações, só use play-backs adequados ao teu tipo de voz. Não se esqueça, isso é muito
importante!

Você poderá ainda fazer seu teste de voz usando as faixas do CD n.º 01 de "Exercícios Para a Voz" da
série "Aprendendo Música e Canto" ou a parte correspondente que você encontra no DVD "Aprendendo Música
e Canto" n.º 02, o que, provavelmente, será melhor ainda. Ao utilizar o CD ou os testes abaixo basta cantar com
cada uma das faixas correspondentes. As três primeiras mencionadas são para vozes femininas e as quatro
últimas para as vozes masculinas. Cante com cada uma das faixas correspondentes, levando em conta o
seguinte: em cada faixa, ao cantar, você ouvirá o som de vários instrumentos juntos. Esse trecho corresponde
ao que a voz selecionada no teste deve alcançar. Nos trechos onde se ouve somente o piano as notas não
precisam ser alcançadas pela voz correspondente; se alcançar, parabéns!!! Se não alcançar, não se preocupe,
está dentro do normal.
Teste de Voz - Soprano

Teste de Voz Meio-Soprano

Teste de Voz - Contralto

Teste de Voz - Primeiro Tenor

Teste de Voz - Segundo Tenor

Teste de Voz - Barítono

Teste de Voz - Baixo

"Pegar o Tom" - Exercicio 1

"Pegar o Tom" - Exercicio 2

"Pegar o Tom" - Exercicio 3

Antes de prosseguir com os exercícios


vocais
Para prosseguir com os exercícios, você precisa saber se sua voz é grave, média ou aguda. Mesmo que
você não alcance todas as notas de uma determinada voz, ao fazer o teste de voz você deve ter observado que
uma delas está mais próxima de sua realidade.

Para as mulheres: soprano corresponde à voz aguda, meio-soprano à voz média e contralto à voz grave.
A partir de agora você deverá seguir a seguinte regra: nas faixas ou exercícios que contêm indicações de
agudo, médio ou grave, o soprano deve utilizar apenas as que trazem a indicação "Agudo", o meio-soprano
apenas as que trazem a indicação "Médio" e o contralto apenas as com a indicação "Grave".

Quanto aos homens, o 1.º tenor deverá usar apenas as faixas ou exercícios com a indicação "Agudo". O
2.º tenor deverá usar as faixas com a indicação "Médio" e, no que for possível alcançar, as com a indicação
"Agudo" também, mas apenas o que a voz alcançar sem muito esforço. O barítono deverá usar as faixas com a
indicação "Médio" e, no que for possível alcançar, as com a indicação "Grave" também, mas apenas o que a
voz alcançar sem muito esforço. O baixo deverá usar apenas as faixas ou exercícios com a indicação "Grave".

LEMBRE-SE: a partir de agora, todos os exercícios que contenham a indicação agudo, médio e grave
deverão ser utilizados apenas pelas pessoas que cantem a voz correspondente. Caso contrario, sua voz poderá
ser prejudicada. Os exercícios que não tenham indicação de agudo, médio ou grave podem ser praticados por
todos.

Aquecimento Vocal
Este exercício deve ser praticado todas as vezes que você estiver trabalhando sua voz, não importa o
estágio no qual esteja. Antes de exercitar a voz, ou de cantar, você deve aquecê-la e essa é a finalidade desse
exercício. Com o tempo você irá decorá-lo, mas enquanto isso não acontece, você poderá praticá-lo sem
qualquer problema, uma vez que o mesmo é composto de pequenos trechos repetidos.

Vamos explicar isso um pouco melhor: você vai ouvir uma nota inicial e deverá pegá-la com a voz. Após
um pequenino intervalo você ouvirá um pequeno trecho sendo tocado. O mesmo trecho deverá ser repetido
novamente, mas dessa vez você deverá cantá-lo pronunciando "Laaaa" ou "Aaaaa" como em qualquer outro
exercício. O exercício prossegue da mesma maneira. Pequenos trechos são repetidos duas vezes sendo que
na primeira vez você ouve e na segunda você canta junto.

Exercício Para Aquecimento Vocal

Desenvolvendo o Volume
Para executar esse exercício você deverá deixar o som mais alto que o normal. A finalidade do mesmo é
levar você a cantar cada vez mais alto. Poucas pessoas sabem qual o seu verdadeiro potencial de volume de
voz. Cantam muito baixinho, mas quando gritam para comemorar o gol do seu time preferido ou para brigar
com alguém, conseguem um volume de voz impressionante. O volume de voz do qual você dispõe para cantar
é o mesmo que você tem para gritar. Se duvida, assista a uma apresentação de um cantor lírico.

O exercício consiste no seguinte: você ouve uma nota inicial e pega o tom. Em seguida, canta junto com
a mesma nota e vai subindo o volume da sua voz como se quisesse superar o volume do aparelho. O volume
da sua voz deverá subir ao máximo e descer logo em seguida, como o som nesse exercício. Isso tudo
acontecerá muito rapidamente e se repetirá sucessivamente ao longo do exercício. Lembre-se: o volume do
aparelho deverá estar bem alto e você vai tentar superá-lo como se fosse um cantor de ópera, começando
baixo, subindo o volume e baixando novamente, como na gravação.

Vá com calma com esse exercício: Todo esforço feito com a voz deve ser feito com cuidado. Não tente
fazer "tudo de uma vez", como se quisesse "virar" um cantor de ópera em um dia só. Aprenda a reconhecer os
limites de esforço de sua voz, para não correr o risco de prejudicá-la. Quando a pessoa, realmente, está
desenvolvendo o volume corretamente, não será preciso que a pessoa "rasgue" a garganta de tanto gritar e,
mesmo sem fazer loucura com a saúde vocal, vai conseguir um volume impressionante.

Não cante pela "garganta", use a "voz de peito". Só para dar uma melhor noção sobre o que estamos
falando, tente soltar um volume cada vez maior soltando cada vez menos fôlego ou ar dos pulmões. Se sentir a
garganta cansada, pare e recomece em outra hora. Persista até conseguir os resultados, mas, com cuidado. O
vídeo "Aprendendo Música e Canto" n.º 03, que será lançado em breve, vai tratar mais desse assunto.

Exercício Para Melhorar o Volume

Exercícios Vocais - 1
A partir de agora, em todos os exercícios, você deverá praticar pronunciando "Lá-lá-lá-lá-lá", depois
repetir tudo pronunciando "Óóóó", depois pronunciando "miiiii" e depois "muuuuu". Cada tipo de pronúncia
apresenta um certo grau de dificuldade diferente. Se você quiser ser um bom cantor nem pense em dizer: "pra
que tudo isso?" ou "Eu consigo com menos". Aqueles que se acham muito bons são, geralmente, os que
acabam fazendo outros pensarem que aula de canto não dá resultado. Imagine o porquê!!!
O exercício que você fará agora é bem fácil. É só cantar junto. Conforme o tom for subindo, ou seja,
ficando mais agudo, seu volume de voz deverá aumentar gradativamente em cada etapa do exercício, caso
contrário você acabará cantando pela "garganta" e isso não pode acontecer. Você deverá cantar com energia,
com volume; voz de peito, não falsete. Esses exercícios terão como objetivo desenvolver a agilidade, a afinação
e a potência de sua voz.

Exercício 1 Para Vozes Agudas

Exercício 1 Para Vozes Médias

Exercício 1 Para Vozes Graves

Exercícios Vocais - 2
Neste exercício você vai ouvir uma primeira seqüência de notas não muito rápidas. Memorize essa
seqüência. Em seguida cante a mesma seqüência mais rápido e depois mais rápido ainda. Essa seqüência
mais rápida se repetira em todo o exercício até o final, sendo que cada vez em tom mais alto.

Não se esqueça: você deverá praticar pronunciando "Lá-lá-lá-lá-lá", depois repetir tudo pronunciando
"Óóóó", depois pronunciando "miiiii" e depois "muuuuu".

Exercício 2 Para Vozes Agudas

Exercício 2 Para Vozes Médias

Exercício 2 Para Vozes Graves

Exercícios Vocais - 3
O exercício que você fará agora é bem fácil. Trata-se de seqüências de notas em escalas. É só cantar
junto. Conforme o tom for subindo, ou seja, ficando mais agudo, seu volume de voz deverá aumentar
gradativamente em cada etapa do exercício, caso contrário, como já dissemos, você acabará cantando pela
"garganta" e isso não pode acontecer. Você deverá cantar com energia, com volume; voz de peito, não falsete.
Não se esqueça: você deverá praticar pronunciando "Lá-lá-lá-lá-lá", depois repetir tudo pronunciando "Óóóó",
depois pronunciando "miiiii" e depois "muuuuu", como nos outros exercícios.

Exercício 3 Para Vozes Agudas

Exercício 3 Para Vozes Médias

Exercício 3 Para Vozes Graves


Exercícios Vocais - 4
O exercício que você fará agora é interessante por ser exatamente o oposto do último exercício. Trata-se
de seqüências de notas em escalas, só que, em vez de serem escalas ascendentes, serão escaças
descendentes. É só cantar junto. Neste exercício você não precisará se preocupar com aumentar o volume
durante o exercício, mesmo porque quanto mais grave a nota, menor o volume que a nossa voz consegue
produzir. Mas não se esqueça do "Lá-lá-lá-lá-lá", depois "Óóóó", "miiiii" e "muuuuu", certo?!

Exercício 4 Para Vozes Agudas

Exercício 4 Para Vozes Médias

Exercício 4 Para Vozes Graves

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Apostilas e Cursos:
- Apostila de Técnica Vocal - (autor desconhecido)
(Arquivo no formato PDF. É necessário ter o Adobe Reader)
- Aprendendo Música e Canto - Ministério Luzes da Alvorada
- Curso de Fisiologia da Voz - Lisley Viana
- Curso de Canto Popular
- Curso de Técnica Vocal (TecnoVoz) - Filomusicologia
- Estudos de Canto - apostila organizada por Givas Demore
(Arquivo no formato PDF. É necessário ter o Adobe Reader)
- Mini-Curso Básico de Técnica Vocal - Daniela Menezes
- Perguntas e Respostas sobre Canto - Diana Goulart
- Saúde Vocal para Cantores - Ana Calvente
- Técnica Vocal - Rosângela Almeida
- Técnica Vocal e Canto - Denis Nogueira

Artigos:
- A Fonoaudiologia e o Canto- Lidia Maria de Gouveia
- A Importância da Projeção Vocal para Pregadores - C. R. Stam
- A Informática e o Estudo de Canto - Diana Goulart
- A Saúde Vocal - Rosane Paiva da Silva
- A Voz na Música Sacra - Joêzer Mendonça
- Afinação - Marivone Lobo
- Algumas Dicas Para Uma Boa Voz - Eduardo Guaiato
- Aparelho Fonador - Sandra Félix
- Aquecimento e Desaquecimento Vocal (texto)- Denis Nogueira
- Aquecimento e Desaquecimento Vocal (apresentação)- Denis Nogueira
Baixar (1,4 MB)
- As Aulas de Canto e as Mudanças do Comportamento: Técnicas ou Terapia? - Denis Nogueira
da Silva Nunes
(Arquivo no formato PDF. É necessário ter o Adobe Reader)
- Atributos de Diferenciação Vocal - Roseli Schünemann
- Classificação das Vozes - (autor desconhecido)
- Classificação Vocal - Marcio dos Santos
- Classificação Vocal: Aspectos Anatômicos e Fisiológicos - Maria Regina Grangeiro
(Arquivo no formato PDF. É necessário ter o Adobe Reader)
- Como Aperfeiçoar a Voz - Maximiliano Moraes
- Como Estudar em Casa - Marivone Lobo
- Cuide de Seu Patrimônio, a Voz - Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia
- Dicas - Postura, Percepção e Respiração - Jordan Augusto
- Dicas Para Cuidar da Voz - Kelen Franco
- Disfonia e Rouquidão - (autor desconhecido)
- Expressão Vocal e Aprimoramento Auditivo - Blacy Cella Gulfier e Guilherme Schlichting de
Andrade
- Falar e Cantar Faz Bem à Saúde - Gerson Gorski Damaceno e Ana Maria N. Gorski Damaceno
- Funcionamento do Aparelho Respiratório - Sávio Araújo
- Higiene Vocal - M. Celina M. B. Mello e Eduardo Bernini
- O Canto - Wikipédia
- O Cantor - Wikipédia
- O Estudo do Canto - Alberto Damián Montiel
- Oficina de Canto (Pequeno Esboço do Conteúdo) - 10º Encontro de Músicos – UNASP Campus
2 (2004)
- Postura - Sandra Félix
- Postura Corporal - Almir de Almeida
- Postura Correta - Alexandre Santos
- Regras de Ouro para Uma Boa Voz - Flávia (Fonoaudióloga)
- Respiração - (autor desconhecido)
- Respiração - Sandra Félix
- Teste Sua Qualidade Vocal - Denis Nogueira
- Voz Cantada X Voz Falada - Alessandre Santos
- Voz Rouca - Dr. Simon Wajntraub

Exercícios:
- Dicas - Aquecimento e Desaquecimento - (autor desconhecido)
- Exercícios de Aquecimento Vocal - (autor desconhecido)
- O Músico e a Respiração - Ronaldo Bezerra
- O Pré-Aquecimento Vocal - (autor desconhecido)
- Relaxamento Vocal - (autor desconhecido)
- Solfejo Aplicado ao Canto - Adriano Andrade
- Software para Vocalizes - Cânone Musical (download)
- Técnica Vocal - Diana Goulart
- Vocalises Online - Fausto Nascimento
- Vocalises Online Avançados - Parte 1
- Vocalises Online Avançados - Parte 2
- Vocalises Online Avançados - Parte 3

http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/tecnica_vocal/

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