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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 4
a) Direito Humanitário 9
7. RESPONSABILIZAÇÃO ESTATAL 13
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17. REFUGIADOS 34
a) Asilo e Refúgio 35
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1. INTRODUÇÃO
Ah, Direitos Humanos, um termo tão importante e tão misterioso ainda para nós, os humanos.
Vamos adentrar nesta apostila, no estudo deste tema que não só poderá e deverá ajudar no seu
sucesso com a prova da OAB, mas também na sua compreensão e participação neste universo
que é construído por nós e também destruído por alguns de nós.
Os conceitos podem variar muito de autor para autor, mas não é algo tão difícil de assimilar.
De uma forma geral, Direitos Humanos é o conjunto de direitos que o ser humano tem pelo
simples fato de ser humano. É como ele (o humano) pode esperar ser tratado em qualquer lugar
do mundo.
É também como nós (os outros humanos) devemos tratar a todos. Seria a garantia mínima de
direitos e liberdades para todos, sem exceção, humano neste planeta (e aqui dizemos que são
Universais, mas a verdade é que vamos nos concentrar neste planeta mesmo).
Para entrarmos na Teoria Geracional dos Direitos Humanos devemos ter em mente três
gerações (ou dimensões). Vamos a elas.
Estes direitos estão ligados ao princípio da liberdade, configurando os direitos civis e políticos.
Surgiram nos finais do século XVIII como uma resposta ao Estado Absolutista. Estes direitos são
frutos das revoluções liberais francesas e norte-americanas, nas quais a burguesia reivindicava
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Os documentos que são marco do surgimento desses direitos são a Constituição de 1787 dos
Estados Unidos e a Constituição Francesa de 1791 (pós revolução francesa).
Aqui começam as liberdade positivas, e você provavelmente já entendeu a diferença destas para
as primeiras.
Nos direitos humanos de segunda geração, é assegurado o princípio de igualdade que exige do
Estado uma prestação. Por exemplo, o direito à saúde, à moradia, à segurança, à educação.
Tudo isso passa a ser obrigação do Estado, não é o indivíduo sozinho que se ocupa dessas
questões.
A Revolução Industrial foi o grande marco dos direitos de segunda geração, a partir do século
XIX, implicando na defesa dos direitos sociais (essenciais básicos: alimentação, saúde,
educação etc.). O início do século XX é marcado pela Primeira Grande Guerra e pela fixação de
direitos sociais.
Alguns documentos que preconizam estes direitos são a Constituição de Weimar, de 1919
(Alemanha), o Tratado de Versalhes, 1919 (OIT) e a Constituição Mexicana (1917).
Observe que até 1919 os Direitos de primeira e segunda geração já estavam sendo aceitos por
muitos países, mas nada disso não impediu um dos maiores dramas da humanidade: a Segunda
Guerra Mundial.
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A partir daí, observou-se então a necessidade de criar direitos que se dedicassem aos princípios
da solidariedade ou fraternidade. Ou seja, é importante que o Estado evite arbitrariedades e
promova direitos, mas é também relevante a participação de toda a sociedade.
Podemos citar como direitos de terceira geração: o direito ao meio ambiente, o direito do
consumidor, o direito ao desenvolvimento ou progresso, cuidando-se de direitos transindividuais
(que transcendem o indivíduo), sendo alguns deles coletivos e outros difusos, o que é uma
peculiaridade, uma vez que não são concebidos para a proteção do homem isoladamente, mas
da coletividade, do ambiente.
Seu marco jurídico é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que embora faça referência
no preâmbulo à necessidade de implementação de direitos solidários, é pautada na fraternidade,
mesmo não tendo os dispositivos. Por isso é considerada o marco jurídico dos Direitos de
Terceira Geração ou Dimensão dos Direitos Humanos.
Apenas guarde esta palavra: “paz” para a quinta dimensão. Caso a prova não coloque a opção
de quinta ou quarta dimensão para estes direitos, pode considerá-los dentro da terceira
dimensão.
DICA PRA PROVA: Para lembrar da ordem que estes direitos foram surgindo, basta
lembrar do lema francês: Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Nesta ordem. Foi
assim que os Direitos Humanos foram tomando forma nos documentos jurídicos pelo
mundo.
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Primeiro pensaram nos princípios da Liberdade (primeira geração), e nas obrigações negativas
do Estado. Depois pensaram nos princípios da igualdade (segunda geração) e nas obrigações
positivas do Estado. E então perceberam que além do Estado, todos deveriam contribuir, foi
quando surgiram os princípios de solidariedade e fraternidade (terceira geração).
Depois de aprender algo sobre a construção dos marcos jurídicos sobre Direitos Humanos, fica
fácil entender quais são as características deles. Vamos a elas:
a) Historicidade:
É vedado o retrocesso. Os Direitos Humanos chegaram onde estão hoje depois de uma
evolução histórica e não se pode mais caminhar para trás. Os direitos humanos surgem e se
solidificam conforme a evolução da sociedade de forma expansiva (ou expansionista) e
progressiva. Uma vez assegurado o direito humano, ele não pode ser suprimido.
b) Universalidade:
É destinado a todas as pessoas. A todos os humanos, independente de cor, sexo, credo,
posição política, território... Só que... (leia a continuação na parte da relatividade logo abaixo)
c) Relatividade:
Embora sejam universais, os direitos humanos consideram também as diferenças e o respeito
às particularidades.
Considerando que concepções morais variam de acordo com as diversas sociedades, existe
uma margem de variação. Porém, no que tange aos direitos jus cogens (de norma peremptória)
não é admitida esta margem.
d) Irrenunciabilidade:
Nem se alguém quiser poderá perder estes direitos. Sim, há polêmica em relação à situações
como a eutanásia. Mas esta ainda é considerada uma característica geral dos direitos humanos.
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e) Imprescritibilidade:
São para sempre. Não se perdem com o decurso do tempo.
f) Inalienabilidade:
Não são transferíveis, nem a título gratuito, nem oneroso. Não pode ser passado para outro. É
de cada um de nós e de todos.
h) Superioridade Normativa:
As normas de direitos humanos são superiores no aspecto formal e material (porque tratam de
um assunto de grande relevância). Logo, em caso de dois tratados internacionais, aquele que
tratar de direitos humanos prevalecerá superior.
NA HORA DA PROVA:
Esta é uma parte que tem grande chance de cair na prova! Portanto, redobre a atenção aqui!
Considerações Iniciais
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DIREITO HUMANITÁRIO
É o conjunto de normas e de medidas que objetivam proteger direitos humanos dos envolvidos
em tempos de conflitos armados ou de guerra.
A palavra chave para relacionar com Direito Humanitário infelizmente é uma das piores que
poderíamos citar: guerra.
Dentro desta proteção estão abarcados os soldados, prisioneiros de guerra, além da população
civil. É composto pelas leis das Convenções de Genebra e da Convenção de Haia.
Foi o organismo internacional criado em 1920 com o intuito de promover a cooperação, a paz e
a segurança internacional.
Uma espécie de embrião da ONU que surgiu como uma tentativa de garantir a paz ao final da I
Guerra Mundial. Como pudemos observar, não funcionou bem, pois em seguida aconteceu a II
Guerra Mundial.
Este fracasso foi creditado ao fato de ter sido a Liga formada pelos países vencedores da
primeira grande guerra, o que teria levado a uma desconsideração da multiplicidade existente na
época e em consequência, perdeu-se aderência da comunidade internacional. Foi uma ideia que
não teve êxito, mas foi um precedente da criação da ONU.
A OIT surgiu em 1919, antes da ONU e depois foi agregada à ela. Esta organização é
decorrente dos movimentos socialistas pós revolução industrial. Aquele fervor trouxe a
discussão sobre os direitos de caráter prestacional.
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A OIT teve por objetivo instituir e promover normas internacionais de condições mínimas dignas
de trabalho.
DICA PRA PROVA: Para decorar os principais precedentes: pense numa frase
bobinha como “precedente DiHuma Liga OIT”
a) Direito Humanitário: Já foi falado como precedente, mas é também uma vertente, pois se
consolidou e tornou-se uma vertente específica.
b) Direito dos Refugiados
c) Direitos Humanos: aqui em sentido estrito
Veja bem, caro leitor, de nada adianta ter tantas leis ditando os direitos humanos se não são
feitos mecanismos para defendê-los. Pois estes mecanismos existem e serão citados abaixo.
1) Subsidiariedade
A subsidiariedade indica que certas instituições ou normas internacionais somente se tornam
operativas se as instituições ou normas nacionais forem ineficazes ou insuficientes à realização
de certos fins.
Em outras palavras, primeiro tenta-se resolver internamente para, caso não funcione, ou demore
demais, as normas internacionais entrarem em ação.
O conceito clássico de soberania já não se adequa ao que temos com o mundo globalizado. A
interpretação mais correta para compatibilizar a soberania com a criação de órgãos supra
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estatais é a que o Estado Brasileiro, por exemplo, quando decide aderir à ONU, está exercendo
sua soberania e, no exercício disso, abre mão de parcela (apenas parcela!) de seu poder e
permite a responsabilização por outros órgãos dentro do próprio Estado.
Isso não impedirá que ele seja responsabilizado em razão do compromisso internacional, mas
essa responsabilidade será subsidiária.
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Executivo (comitê, comissão): este é o que apura os casos e que provoca o órgão judiciário. A
atuação dos órgãos internacionais tem natureza subsidiária (você verá muito esta palavra nesta
apostila). O dever primário de atuar é dos órgãos nacionais.
Jurisdicionais (tribunal, corte): O órgão internacional não irá admitir nenhum caso de violação de
direitos humanos, se este caso não for devidamente analisado no país de origem. Ainda assim,
o órgão internacional também não irá admitir casos que já forem julgados por outros órgãos
internacionais.
Relatórios: Como uma obrigação que o Estado assume a partir do momento que adere a uma
convenção internacional de enviar periodicamente um relatório informando a situação dos
direitos humanos que ele se obrigou internacionalmente.
Petições Individuais: Aqui não significa que você pode entrar com ação diretamente na Corte (só
acontece no Conselho Europeu de Direitos Humanos). Na OEA não temos essa possibilidade de
peticionamento direto à corte. Podemos entrar com uma petição perante a comissão e esta
comissão vai avaliar se você sofreu uma violação. E se ela concluir que houve, então ingressará
com uma ação na Corte. A Comissão é a intermediária.
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Comunicações Interestaduais
Quando os colegas não tão legais
Se o problema é pessoal
Petição individual
Não é difícil notar a violação de Direitos Humanos no Brasil e no mundo afora. Nem por isso os
países que mantém-se nessa estrutura são penalizados a fim de preferirem o cumprimento das
normas. Por um lado, podem ter se tornado normas pesadas demais para o cumprimento no
momento em que o Estado se encontra, por outro lado, podem apenas não ter recebido o
tratamento e atenção necessários.
Hoje em dia, não se nota muita diferença entre a penalidade para o descuido de normas
consideradas Jus Cogens e outras ordinárias. Esse é um ponto que terá que ser discutido
internacionalmente. Mas dificilmente cairá na sua prova, uma vez que é uma discussão muito
longa e cheia de nuances e na prova da OAB as questões são mais objetivas.
7. RESPONSABILIZAÇÃO ESTATAL
Trata-se da imputação de responsabilidade pela prática de ilícito internacional, o que gera dever
de reparação.
Para esta responsabilidade ser aferida é necessário identificar estes três elementos:
● ato ilícito
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● prejuízo
● imputabilidade (nexo entre o agente e o ato ilícito, ver se o Estado que praticou)
Então surgiram os Organismos Supraestatais mais semelhantes com o que vemos hoje. O
resultado foi a criação da ONU (Organização das Nações Unidas) que configura um sistema
Universal e de vários sistemas regionais como a OEA (Organização dos Estados Americanos), o
Sistema Europeu de Direitos Humanos e a Organização da Unidade Africana.
A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 1945 para promover a cooperação
internacional, sendo, que uma das suas finalidades é a promoção dos direitos humanos.
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Do artigo 1º ao 21º da Declaração são tratados direitos civis e políticos, que já aprendemos que
fazem parte da 1ª dimensão dos Direitos Humanos.
Dos artigos 22 ao 30, seriam direitos de 2ª dimensão e aqui houve uma grande discussão por
conta da polarização EUA x URSS, porque os EUA não queriam tanta influência dos direitos
sociais porque defendiam a ideia de estado mínimo, porém prevaleceu a tese de proteção
destes direitos.
A terceira dimensão dos direitos humanos não está prevista de forma direta na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, mas ela constitui um marco jurídico na medida em que fala de
solidariedade e fraternidade.
Há que se considerar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi adotada
pela Organização das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.
Ela teve seu esboço principal realizado pelo canadense John Peters Humphrey, contando,
também, com a ajuda de várias pessoas de todo o mundo. Devido à urgência de sua edição, foi
aprovada como resolução e não como Tratado Internacional.
Desta forma, é o caso de falar um pouco sobre a natureza jurídica da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, também conhecida como DUDH.
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A primeira corrente (e que não prevalece, NÃO PREVALECE) diz o seguinte: A Declaração
Universal de Direitos Humanos foi aprovada como resolução, portanto não deve ser tratada
como Tratado Internacional de Direitos Humanos e assim não terá caráter vinculante. Seria,
neste caso, uma mera carta de intenções.
A segunda corrente (a que prevalece! Que prevalece!) diz o seguinte: A DUDH é uma
interpretação autorizada da carta das Nações Unidas. Assim, a DUDH constitui uma norma de
Direito Costumeiro (Estados observam, a ONU cita, decisões são fundamentadas na Declaração
Universal dos Direitos Humanos).
O direito internacional possui muitas normas provenientes das práticas que constituem os
costumes.
* Atenção para a diferença entre presunção da inocência e não culpabilidade: na presunção da
inocência, antes da sentença você é considerado inocente; na não culpabilidade você não será
apenado antes do trânsito em julgado)
● O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (também conhecido como PIDCP)
● O Pacto Internacional dos Direitos Sociais Econômicos e Culturais
A ideia era respeitar tanto a liberdade quanto as atenções sociais (veja aí sempre aquele velho
conflito entre as ideias consideradas liberais e as ideias consideradas sociais).
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Aos direitos civis e políticos, foi imposto em 1966 a regra da auto aplicabilidade: se previstos,
são auto aplicáveis.
Em relação aos Direitos Sociais, Econômicos e Culturais, tivemos esses direitos, como normas
programáticas que devem ser implementadas de forma progressiva.
Se fizer peça processual da área penal ou civil, esta pode ser usada como sustentação do caso.
Estes são alguns dos princípios presentes nas garantias processuais do PIDCP.
Sobre trabalho forçado, implica dizer que no PIDCP o trabalho forçado é como regra vedado,
mas tem exceção:
- Países que tenham adotado internamente esta prática com encarcerados antes de
assinar o pacto poderão continuar na prática. Como o Brasil não adota a prática de
trabalhos forçados, o trabalho de encarcerados só existe para remir pena, não
poderíamos adotá-la nem se quiséssemos (mas não queremos!) agora, por conta do
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos.
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos é uma norma com caráter supralegal dentro
do nosso ordenamento jurídico e em face disso tem hierarquia superior à norma
infraconstitucional.
Nem em caso de alterar a legislação poderíamos alterar essa lei porque esbarraríamos no art.
60 da nossa Constituição (nossa Carta Magna!), nossas cláusulas pétreas. Não podemos
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Neste trabalho, vamos nos concentrar no sistema local da América, ou seja a Organização dos
Estados Americanos (OEA).
A OEA, que congrega hoje os 35 Estados Independentes das Américas é, em suas próprias
palavras “o principal fórum regional para o diálogo, análises de políticas e sobre tomadas de
decisões com relação aos assuntos do Hemisfério Ocidental.
A OEA promove a liderança entre as Nações pelas Américas a fim de identificar os problemas e
oportunidades do hemisfério”.
Sua fundação ocorreu em 1948 com a assinatura, em Bogotá, capital colombiana, da Carta da
OEA que entrou em vigor em dezembro de 1951. Posteriormente, segundo consta no próprio
site da OEA, esta Carta foi emendada pelo Protocolo de Buenos Aires (em vigor a partir de
1970); pelo Protocolo de Cartagena das Índias (em vigor a partir de 1988); pelo Protocolo de
Manágua, (em vigor a partir 1996); e pelo Protocolo de Washington, (em vigor a partir de 1997).
A Organização foi criada para alcançar nos Estados membros, como estipula o Artigo 1º da
Carta, “uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade, intensificar sua
colaboração e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência”.
Para atingir seus objetivos mais importantes, a OEA baseia-se em seus principais pilares que
são a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento.
O documento base da OEA é o Pacto de San José de Costa Rica (ou Convenção Americana de
Direitos Humanos) em conjunto com seu adicional, o Protocolo de San Salvador. Este protocolo,
vindo para adicionar direitos de segunda dimensão (direitos sociais, econômicos e culturais)
onde antes só havia a menção expressa à implementação progressiva e atuação cooperativa
dos Estados-membro (art 26 da Convenção Americana).
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O Pacto de San José de Costa Rica é de 1969, mas entrou em vigor em 1978 quando obteve o
mínimo de 11 ratificações. A convenção trouxe os direitos assegurados e mecanismos
constritivos (para fazer valer os direitos consignados na convenção).
Nesse pacto apenas há a preservação de direitos civis e políticos. Essa convenção não aboliu a
pena de morte, mas impõe certas restrições. Já a ONU posteriormente criou a convenção contra
a pena de morte, proibindo essa pena em qualquer caso, ressalvados casos de guerra
declarada. Essa convenção tem aplicação imediata, sendo que possui os 3 mecanismos de
fiscalização.
O Brasil aderiu à Convenção Americana em 1992 (pelo menos o ano é bom lembrar, e, caso
você precise de mais uma referência para guardar a data, este ano também foi o ano que o
presidente Collor renunciou após o processo de impeachment).
Para que uma petição seja considerada admissível perante o Sistema Interamericano,
deve contemplar os requisitos previstos na Convenção Americana:
O propósito desta regra não é cercar a petição de situações burocráticas insolúveis, mas criar
estímulo à solução das violações de direitos humanos pelo fortalecimento das vias internas
(antes de chegar na Corte Interamericana). Ah, sempre a subsidiariedade!
Porém, como é sensato pensar, podemos encontrar exceções ao requisito do esgotamento dos
recursos de direito interno, previstos no art. 46.2. As exceções podem ser invocadas em três
situações distintas:
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Este comentário não pode faltar quando se está falando do Pacto de San José da Costa Rica,
que retira a possibilidade de prisão civil por dívidas em seu art. 7º., inciso 7.
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os
mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de
inadimplemento de obrigação alimentar.
No Brasil, nossa Constituição previa a prisão civil por dívidas no art. 5 LXVII em relação ao
depositário infiel e dívidas por alimentos.
Porém, muita atenção aqui, essa matéria foi levada a julgamento no STF e a Corte concluiu que
seria necessária para a regulamentação desta matéria, a edição de uma lei infra-constitucional,
só que uma vez editada esta lei, ela confrontaria com o art. 7º da Convenção que é no nosso
ordenamento, uma norma Supra-legal, e sendo assim, ela prevalece.
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
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Logo, a prisão por alimentos continua, e civilmente falando, somente esta, estando de acordo
com a Convenção Americana de Direitos Humanos.
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E aqui um comentário, mas caso você esteja com pressa, pode pular este parágrafo:
Observamos que a legislação brasileira ainda é lacunosa quanto à norma que deve ser aplicada,
em caso de um conflito entre as normas de Direito Internacional e a normas de Direito Interno e
este embate deve ser solucionado pela doutrina e pela jurisprudência.
A pena de morte não foi abolida completamente, continuou a ser permitida em relação aos
crimes considerados mais graves, mas não será aceita quando houver delitos políticos ou
conexos, nem para menores de 18 anos, nem para maiores de 70 anos ou mulheres grávidas,
ainda que o crime seja considerado grave.
No Brasil temos a possibilidade de pena de morte apenas em caso de guerra, e isso está de
acordo com o PIDCP. Ou seja, a pena de morte no Brasil só é permitida em caso de crimes de
natureza militar, em tempos de guerra e se for um crime grave (anote estes três critérios aí
porque o caso é muito sério, estamos falando de pena de morte).
Ou seja, a pena de morte no Brasil não contraria o que rege o sistema da ONU.
A mesma lógica é seguida para trabalhos forçados. A regra é a vedação, e a exceção fica para
países que ainda não aboliram esta prática, desde que não afetem a dignidade da pessoa. No
Brasil, esta prática não existe (de modo que não poderia nunca mais existir). Lembrando que os
trabalhos que são realizados em cadeia servem para remir pena, não são considerados
trabalhos forçados.
O Protocolo de San Salvador, que entrou em vigor em 1978. Tal protocolo é complementar à
Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Assunto de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais. Dessa forma, o direito de petição ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos é
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ampliado pelo Protocolo de San Salvador aos casos de violação ao direito de livre associação
sindical, por exemplo.
O Brasil ratificou o Protocolo de San Salvador em 1996. São partes: Argentina, Brasil, Bolívia,
Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, México, Nicarágua,
Panamá, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Também chamada de CIDH. Surgiu por meio de resolução da Quinta Reunião de Consulta dos
Ministros das Relações Exteriores em Santiago, Chile, em 1959.
Esta comissão representa um dos órgãos do Sistema Interamericano que exerce a função de
promover e proteger os direitos humanos. É composta por 7 membros, eleitos pela Assembléia
Geral, passando a exercer suas atribuições por um período de 4 anos, sendo possível apenas
uma reeleição.
Ela se difere por ser um órgão independente da OEA, criado para promover a observância e
defesa dos Direitos Humanos, além de servir como instância consultiva da Organização nesta
matéria.
Esta Corte pode ser entendida como um órgão judicial autônomo que possui sua entidade em
San José (na Costa Rica) cujo dever é estabelecer e interpretar a Convenção Americana de
Direitos Humanos, além de outros tratados de Direitos Humanos.
A partir de dezembro de 1998, quando o Brasil assinou o Decreto 89, o Brasil é obrigado a
cumprir uma decisão da Corte Interamericana. Ou seja, as pessoas devem ir até a Comissão
Interamericana inicialmente, e se não houver sucesso, aí o caso passa a ser conduzido pela
Corte.
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A proteção dos Direitos Humanos no Brasil é interna e está na Constituição. Podemos dizer que
no Brasil existem três sistemas de proteção dos Direitos Humanos:
Calma! Aqui é importante observar a regra de subsidiariedade (como já falamos antes). Isso
quer dizer que se alguém desrespeita a Constituição, haverá mecanismos internos para essa
sanção, mas quem desrespeita uma norma internacional, também pode ser sancionado. A
reparação internacional só será buscada caso não haja tratamento adequado dentro do país.
Isso quer dizer que se o Brasil se negar a reparar o erro ou for moroso, surgirá a possibilidade
de buscar a responsabilização do país no âmbito internacional, mas não antes disso, ok?!
Um história que vale a pena ser contada é que, a partir de 1809, quando em sua Constituição a
Suécia criou a figura do Ombudsman que tinha como finalidade defender os direitos e garantias
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fundamentais do cidadão, ela estava iniciando uma ideia que seria incorporada em diversos
outros países.
Esta ideia, com o desenvolvimento, tornou-se uma instituição. Uma instituição independente dos
poderes do Estado com a missão de tutelar os direitos fundamentais. Você deve estar
imaginando que no Brasil, o mais próximo que temos do Ombudsman sueco é o Ministério
Público. E está correto!
E em outros incisos:
Desta forma, têm-se que devido à separação dos poderes e à instituição do Ministério Público, a
Constituição Federal de 1988 realmente o consagrou como um órgão também de proteção dos
direitos humanos.
Em hipótese de grave violação dos Direitos Humanos, o Procurador Geral da República (chefe
do Ministério Público da União) pode agir para levar a questão à julgamento no STJ (Superior
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Isto porque quem assume a obrigação de cumprir com os tratados internacionais é a União e a
justiça que trata dos processos da União é a Justiça Federal.
A hierarquia dos Tratados perante a Constituição Federal também é tema muito abordado
em provas da OAB.
Tratados Internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de emendas (têm status
de emenda constitucional). Tratados Internacionais aprovados com quórum de normas
infraconstitucionais
De acordo com a primeira concepção dualista, o direito internacional e o direito interno compõem
dois sistemas distintos e independentes não apenas porque envolvem relações sociais diversas
e fontes específicas, como também porque regulam matérias diversas.
Desse modo, de acordo com esse primeiro prisma, não seria possível haver nenhum conflito
entre os dois sistemas, nem mesmo haver a supremacia de um sobre o outro, já que para uma
norma do cenário internacional passar a vigorar no plano interno, necessário seria que o Direito
Internacional fosse convertido em norma de Direito interno.
Sendo assim, para os dualistas há prevalência da lei interna de cada Estado sobre a norma
internacional.
Na segunda concepção, a monista. Adivinhe! É o oposto da dualista, pois para a teoria monista,
existe apenas um sistema jurídico, isto é, tanto o Direito interno, como o Direito internacional
seriam ramos de um mesmo Direito que compõe uma ordem jurídica única.
Neste caso eles contemplam uma mesma identidade de sujeitos e de fontes. Desta forma, as
normas internacionais se aplicariam na ordem interna dos Estados, independente de haver uma
conversão formal da norma.
Por não determinar qual norma deverá prevalecer no caso concreto, essa teoria se subdivide
ainda mais uma vez. Temos aqueles que dizem que em caso de conflito deve prevalecer a
ordem jurídica nacional (monismo nacionalista) e os que afirmam que a norma que deve
prevalecer no caso de conflito é a internacional (monismo internacional).
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Apesar da concepção adotada pelo ordenamento brasileiro ser majoritariamente monista, nem
tudo é tão simples, pois o Supremo Tribunal Federal manifestou estranho entendimento, de que
o Brasil adota o que chamam de um posicionamento dualista moderado.
Logo, não se pode dizer que a jurisprudência segue a teoria monista ou dualista, mas sim que
carrega traços de ambos.
A Defensoria Pública
Além do Ministério Público, a Defensoria Pública é outra instituição que assume papel
fundamental na defesa dos direitos humanos no Brasil.
A Defensoria Pública (art. 134 da CF) é uma instituição autônoma e independente, incumbida,
fundamentalmente, da orientação jurídica, promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos
os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
dos necessitados. O Defensor é um agente político de transformação social.
Ela, porém, não integra a advocacia nem pública, nem privada e tem independência funcional no
exercício de sua função.
A Defensoria Pública teve sua origem no Estado do Rio de Janeiro, em 1897 quando um
Decreto instituiu a Assistência Judiciária no Distrito Federal (que era na Cidade do Rio de
Janeiro naquela época).
Neste ponto, saímos na frente. O Brasil é o único país que deu tratamento constitucional ao
direito de acesso dos insuficientes de recursos à Justiça, e a Defensoria Pública, com sua
missão constitucional de garantir os princípios constitucionais de acesso à justiça e igualdade
entre as partes, e o direito à efetivação de direitos e liberdades fundamentais, "o direito de ter
direitos," desponta no cenário nacional e internacional como uma das mais relevantes
Instituições públicas, essencialmente comprometida com a democracia, a igualdade e a
construção do que se considera uma sociedade mais justa e solidária.
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O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) é um órgão com composição paritária cuja
finalidade é a defesa dos direitos humanos.
Ele é formado por representantes do poder público e da sociedade civil, desta forma (art. 3º, Lei
12.986/2014):
b) Procurador-Geral da República;
d) 2 (dois) Senadores;
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Suas resoluções são tomadas por deliberação e é necessário, para isso, a maioria absoluta dos
conselheiros.
O CNDH pode atuar mediante ações preventivas, protetivas, reparadoras e sancionadoras das
condutas e situações de ameaça ou violação dos direitos humanos. E sua defesa dos direitos
humanos pelo CNDH independe de provocação das pessoas ou das coletividades ofendidas.
I - advertência;
II - censura pública;
III - recomendação de afastamento de cargo, função ou emprego na administração
pública direta, indireta ou fundacional da União, Estados, Distrito Federal, Territórios e
Municípios do responsável por conduta ou situações contrárias aos direitos humanos;
IV - recomendação de que não sejam concedidos verbas, auxílios ou subvenções a
entidades comprovadamente responsáveis por condutas ou situações contrárias aos
direitos humanos.
Ainda, as sanções de competência do CNDH têm caráter autônomo, devendo ser aplicadas
independentemente de outras sanções de natureza penal, financeira, política, administrativa ou
civil previstas em lei. Veja quanto poder!
A Comissão Nacional da Verdade (CNV), foi um órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18
de novembro de 2011. Ela encerrou suas atividades em dezembro de 2014, com a entrega de
seu Relatório Final.
Porém, cabe a você saber que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) foi a comissão instituída
pelo governo do Brasil que se ocupou de investigar as graves violações de direitos humanos
cometidas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988.
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Uma convenção realizada em Viena em 1993 orientou que os Estados membros das Nações
Unidas constituíssem, objetivamente, programas nacionais de direitos humanos. Nosso Brasil
saiu na frente e foi um dos primeiros países a promover essa criação.
No ano de 1996, a primeira versão do programa foi feita. E a segunda versão já incluía os direito
econômicos e sociais, tais como o direito a moradia e alimentação.
Em janeiro de 2016 entrou e vigor o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13146/2015), que
trouxe regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades dos deficientes com o
objetivo de garantir a essas pessoas inclusão social e cidadania.
A nova legislação, chamada de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, garantiu
condições de acesso a educação e saúde e estabeleceu punições para atitudes discriminatórias
contra essa parcela da população.
Um dos avanços trazidos pela lei foi a proibição da cobrança de valores adicionais em
matrículas e mensalidades de instituições de ensino privadas.
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Neste assunto, também vale lembrar que tivemos a convenção de NY e seu protocolo facultativo
adotado. E eles foram internalizados pelo nosso ordenamento jurídico em 2009 pelo rito especial
de Emenda Constitucional.
Então essa Convenção tem Status de Emenda Constitucional. E estabelece que nosso Estado
adote um sistema moderno e contemporâneo voltado pra pessoa deficiência. E o resultado disso
foi a edição do seguinte conceito em seu art 2º .
Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.
Antes da edição desta lei, a pessoa com deficiência era vista como se portasse uma doença e
com esta mudança a pessoa com deficiência é considerada plenamente capaz para todos os
atos da vida civil.
Assim, retirou-se a pessoa com deficiência do hall das pessoas absolutamente ou relativamente
incapazes dos arts 3º e 4º do nosso Código civil.
Mas para ser considerado uma pessoa com deficiência aos olhos da norma não basta a
limitação ser existente, tem que ter barreiras e entraves físicos para a vida em sociedade, a
exemplo dos calçamentos impeditivos.
A pessoa com deficiência é plenamente capaz, porém, tem a possibilidade de mitigação. Neste
caso, ela passaria a ser relativamente incapaz. É importante notar que não existe mais
interdição de pessoa com deficiência no Brasil. E isso pode cair na prova!
O que existe agora é apenas a Curatela (protetiva, extraordinária, proporcional, de acordo com o
caso concreto e temporária). E mesmo assim, tem limites, de acordo com o art. 85 da lei:
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Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de
natureza patrimonial e negocial.
Lembrando ainda que, diante do Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida
a situação de curatela da pessoa com deficiência.
Com relação à Tomada de Decisão Apoiada (trecho final da lei) pode ser interessante para a
prova que você chegue sabendo um conceito geral (os parágrafos subsequentes ao artigo
tratam do processo para esta tomada de decisão):
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São passíveis de expulsão os estrangeiros que cometerem crimes dolosos em território nacional,
especialmente no caso de crimes contra a segurança nacional, a economia popular, a saúde
pública, bem como de tráfico ou uso de drogas.
Mas alguns fatores podem impedir a sua expulsão, como no caso da existência de cônjuge
brasileiro casado há mais de cinco anos ou de filho brasileiro sob guarda e dependência
econômica do estrangeiro.
A expulsão também é negada quando constituir extradição inadmitida para a lei brasileira (por
exemplo, se o estrangeiro puder ser processado no país de destino por crime político ou por
tribunal de exceção, ou estiver sujeito a pena inexistente do Brasil - como a corporal ou a
capital).
Só se pode expulsar um estrangeiro que entrou legalmente no Brasil depois que o estrangeiro
passar pelo devido processo legal.
Se entrou ilegalmente, ele não tem direito ao devido processo legal. Vale lembrar que quem trata
a Expulsão ou a Deportação é a Justiça Federal.
Extradição:
A extradição é o processo oficial pelo qual um Estado solicita e obtém de outro a entrega de uma
pessoa condenada ou suspeita da prática de uma infração criminal.
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Entrega:
Deportação:
Não existe deportação no Brasil, mas existe muita deportação de brasileiros que vivem
irregularmente em outros países, como nos Estados Unidos, por exemplo.
17. REFUGIADOS
A Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados, também conhecida como
Convenção de Genebra de 1951, estabelece o que é um refugiado e elenca os direitos dos
indivíduos aos quais é concedido o direito de asilo bem como as responsabilidades das nações
concedentes.
A convenção também determina quais as pessoas que não podem ser qualificadas como
refugiados, como, por exemplo, criminosos de guerra. Assim, ela garante a livre circulação para
portadores de documento de viagem emitido sob a convenção.
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como resultado daqueles eventos, não pode ou, em razão daqueles temores, não quer regressar
ao mesmo.
Com base nisto, o Brasil, em 1997, estabeleceu o seu Estatuto do Refugiado (Lei 9.474). Esta
mesma lei cria o CONARE, órgão responsável por analisar os pedidos e declarar o
reconhecimento, em primeira instância, da situação dos refugiados.
E mais uma vez o Brasil vai além, pois aqui a lei brasileira é mais abrangente que a Convenção
de Genebra, uma vez que prevê também a concessão de refúgio em casos de grave e
generalizada violação de direitos humanos, pois adota a definição ampliada de refugiado
estabelecida na Declaração de Cartagena de 1984, que considera a “violação generalizada de
direitos humanos” como uma das causas de reconhecimento da condição de refugiado.
Estão excluídos do benefício da condição de refugiado pela lei brasileira (em seu artigo 3º) os
indivíduos que:
De acordo com o artigo 7o da lei brasileira, para informar seu desejo de ser reconhecido como
refugiado, o estrangeiro que chegar ao território nacional poderá expressar sua vontade de
solicitar reconhecimento como refugiado a qualquer autoridade migratória que se encontre na
fronteira, a qual lhe proporcionará as informações necessárias quanto ao procedimento cabível.
ASILO E REFÚGIO
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O conceito jurídico de asilo na América Latina foi originado do Tratado de Direito Penal
Internacional de Montevidéu, em 1889. No documento, um capítulo é dedicado ao tema. Após
este, outras outras convenções ocorreram no continente sobre o asilo, como a Convenção sobre
Asilo assinada na VI Conferência Pan-americana de Havana, em 1928, e outras. O asilo
diplomático, assim, acaba sendo um instituto característico da América Latina.
Há quem entenda o conceito de asilo como a proteção a uma pessoa estrangeira por
perseguição política que ela pode vir a sofrer no seu país. Desta forma, o asilo seria destinado a
uma pessoa específica enquanto o refúgio estaria disponível para grupos de pessoas.
A Corte Penal Internacional ou Tribunal Penal Internacional (TPI) é o primeiro tribunal penal
internacional permanente. Ele foi estabelecido em 2002 em Haia, nos Países Baixos, local da
sua sede atual, conforme estabelece o Artigo 3º do Estatuto de Roma (que o estabelece). Note
que sempre buscam, como sede para estas instituições, um local de posição mais branda ou
imparcial em relação aos conflitos mundiais.
O objetivo do TPI é julgar crimes mais graves cometidos por indivíduos: como genocídios, crimes
de guerra, crimes contra a humanidade e os crimes de agressão.
O Brasil faz parte deste Tribunal, tendo depositado seu instrumento de ratificação ao Estatuto de
Roma em julho de 2002. O tratado foi assim incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro por
meio do Decreto nº 4.388, de setembro de 2002.
Atualmente, o Estatuto de Roma conta com 122 Estados-Partes – dos quais 34 são africanos; 27
latino-americanos e caribenhos; 25 do Grupo de Países Ocidentais e Outros; 18 da Europa do
Leste e 18 da Ásia e Pacífico. Todos os países da América do Sul são partes do Estatuto.
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Depois da Segunda Guerra Mundial, surgiu um tribunal em Nuremberg com a finalidade de julgar
os crimes cometidos pelos nazistas durante a guerra. O Tribunal de Nuremberg julgou 199
homens, sendo 21 deles líderes nazistas. As acusações foram os crimes contra o direito
internacional.
Este momento foi considerado um marco do Direito Internacional, pois de lá saíram a noções
dos crimes contra a humanidade.
Esse tribunal, embora relevante para a História, foi considerado como de exceção.
Quando se diz que foi um tribunal de exceção, se quer dizer faltaria ao julgamento a suficiente
legalidade, ou o veredicto seria muito previsível. Embora a imparcialidade seja quase uma
utopia, no caso do tribunal de exceção, ela parecia ainda mais distante.
Comentário extra:
Você sabia que existe a Declaração dos Direitos Humanos no Islã (DDHI)? Ela é
igualmente conhecida como a Declaração de Cairo (1990). Trata-se de uma
declaração por parte dos estados membros da Organização para a Cooperação
Islâmica (OCI) que proporciona uma visão geral da perspectiva muçulmana dos direitos
humanos, e tem a Xaria como fonte principal.
Esta declaração expõe que seu objetivo é ser um guia para os estados membros da OCI no
campo dos direitos humanos. De maneira geral, esta declaração é considerada uma resposta
para a já conhecida Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas. Contudo,
no seu Artigo 24 afirma: "Todos os direitos e liberdades estipulados nesta Declaração estão
sujeitos à Xaria (lei islâmica)"
A DDHI, como é conhecida, foi adotada em agosto de 1990 por 45 ministros de relações
exteriores da OCI da para servir como guia aos estados membros em relação ao tema dos
direitos humanos.
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Comentário final:
Os Direitos Humanos são uma conquista e uma luta diária. Como sabemos, alguns estão
expressos como direitos fundamentais nas leis (além de nossa Constituição e diversos estatutos
citados, ainda podemos citar o Estatuto da Criança e do Adolescente, as leis que se encarregam
de defender os direitos dos índios e dos quilombolas e tantas mais), outros restam apenas como
uma anseio da humanidade para seguir com sua evolução e nunca mais cair em situações
monstruosas como as já testemunhadas pela história.
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Fontes de pesquisa:
Livros e artigos:
ESSE, Luis Gustavo. A Convenção Interamericana de Direitos Humanos e sua eficácia no direito
processual brasileiro. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 100, maio 2012. Disponível em:
<http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11689>. Acesso
em jan 2018.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 19ª Edição, São Paulo : Editora Malheiros,
2006.
NOTA: BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 19ª Edição, São Paulo : Editora
Malheiros, 2006, p. 563.
Internet:
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APOSTILA
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_Humanit%C3%A1rio_Internacional
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https://drlucasfcs.jusbrasil.com.br/artigos/504743248/teoria-monista-e-teoria-dualista
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http://seer.ufrgs.br/index.php/ppgdir/article/view/54591/39955
Diorela Kelles é comunicóloga e advogada. Há dez ano mantém o projeto Direito é Legal. Mestre
em Direito pela Universidade de Avignon, França.
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