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NA TRILHA
DE SANTA
CATARINA
Projetos de ensino-aprendizagem
para aulas de campo em
Florianópolis/SC
MÍDIAS
Intagram: @ofantasticonatrilhadesc
Email: isaacgribeiro@gmail.com
Site: bit.ly/ofantasticosc
Youtube: bit.ly/ofantasticoyt
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. BRUXARIA - DA INQUISIÇÃO AOS
MOVIMENTOS FEMINISTAS
3. DE DESTERRO AO ATERRO
4. NA TRILHA DA HISTÓRIA
1. INTRODUÇÃO
Em 2019, quando realizamos a primeira edição de
“O Fantástico na Trilha de Santa Catarina”, buscamos
trazer ao mundo escolar o trabalho que realizávamos
com turismo em Florianópolis. A Ilha de Santa Catarina
é um prato cheio de paisagens paradisíacas e também
históricas. Aqui, além das muitas trilhas e praias,
encontramos inscrições rupestres, oficinas líticas, e
também figurinhas carimbadas da História Local como
as Fortalezas da Ilha e o Centro Histórico. Em 2019,
descobrimos que apresentar essas muitas atrações aos
turistas é uma coisa. Uma outra totalmente diferente, é
utilizar estas atrações como objeto pedagógico com uma
turma de crianças ou adolescentes em contexto escolar.
A escola, por princípio constitucional, deve educar
para a cidadania, e este objetivo deve nortear todo o
trabalho escolar, incluindo as saídas de campo. Diferente
dos turistas, os estudantes muitas vezes têm contato
frequente com alguns dos locais que o professor pode
escolher para levar uma turma, o que pode gerar um
desinteresse inicial. Além desses pontos, deve-se sempre
considerar que os turistas, se estão em uma atividade com
guia de turismo é porque lá escolheram estar, diferente
de um grupo escolar. Mas com a experiência de 2019, o
nosso maior aprendizado foi que o professor, e apenas
ele, pode preparar a turma com antecedência para que
a saída de campo seja mais significativa, para que esteja
conectada com conteúdos curriculares, sejam eles de
História, Geografia, Biologia, Artes, etc.
O planejamento de uma saída de campo com uma turma
escolar deve considerar: um planejamento prévio; um
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planejamento da atividade em si; e, por último, uma
atividade posterior onde o estudante pode elaborar sobre
o que observou e vivenciou. Esta é a principal lacuna que
“O Fantástico na Trilha de Santa Catarina” busca completar
nesta segunda edição do projeto, agora em 2021, ainda
em meio à pandemia de Covid-19. Considerando que um
dos grandes desafios dos professores para realizarem
atividades de campo, seja na cidade, na mata, na praia
ou em qualquer lugar ao ar livre, é a grande necessidade
de planejamento, este livro busca facilitar o trabalho
do professor ao prover sugestões de temas, atividades
e conteúdo para serem trabalhados em três roteiros
diferentes em Florianópolis: a Trilha da Costa da
Lagoa; a Caminhada entre Coqueiros e Itaguaçu; e o
Centro Histórico. Cada roteiro foi projetado pensando
na necessidade de se abordar e problematizar datas
comemorativas, sendo elas: 23 de março, aniversário
de Florianópolis, para a Caminhada do Centro Histórico;
21 de setembro, dia da Árvore, para a Trilha da Costa
da Lagoa; e 31 de outubro, dia das bruxas ou do Saci
(em alguns Estados brasileiros), para a Caminhada de
Coqueiros à Itaguaçu.
Este material é, portanto, um livro didático que o professor
pode utilizar para trabalhar de maneira interdisciplinar
temas importantes, como as Grandes Navegações, a
Inquisição, Transformações Urbanas, Botânica, dentre
outros. O livro é complementado por materiais disponíveis
online, no site do projeto: apresentações de Power Point;
vídeo-aulas para os estudantes; vídeo-aulas para os
professores; e outros materiais para as atividades de sala
e de campo como bingos de plavaras.
Consideramos que cada professor(a), como não poderia
ser diferente, tem particularidades, interesses e objetivos
diversos. Dessa forma, o que cabe neste livro didático é
apenas sugerir instruções para o trabalho docente, e mais
do que possibilitar a adaptação das atividades propostas,
incentivá-la.
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Este livro também está disponível em versão digital no
site do projeto e na biblioteca virtual de Florianópolis.
Você verá também que o livro está dividido em três
projetos de ensino-aprendizagem e que para cada um
deles há as segunites sessões:
INTRODUÇÃO
JUSTIFICATIVA
DATA COMEMORATIVA
AULAS PRÉ-CAMPO
AULA DE CAMPO
AULA PÓS-CAMPO
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BRUXARIA
DA INQUISIÇÃO AOS MOVIMENTOS FEMINISTAS
14
JUSTIFICATIVA
15
OBJETIVOS
DATAS COMEMORATIVAS
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AULA 1 - CAÇA ÀS BRUXAS
Tema: A Inquisição
Conteúdos: O papel da religião cristã na Idade Média. o
conceito de heresia, e a Inquisição Medieval.
Objetivo: Identificar questões religiosas que ainda hoje
dividem a sociedade.
Habilidade da BNCC tangenciada: (EF06HI18) Analisar
o papel da religião cristã na cultura e nos modos de
organização social no período medieval.
Material e recursos didáticos: lousa; apresentação de
powerpoint; projetor ou TV; Vídeo 1 - Projeto de ensino-
aprendizagem - Bruxaria: da Inquisição aos movimentos
feministas (disponíveis em bit.ly/ofantasticosc).
Tempo: 50 minutos
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- Apresentar o conceito de Heresia para iniciar uma
exposição sobre a inquisição.
he·re·si·a
sf
1 Doutrina contrária ao que foi estabelecido
pela Igreja católica como matéria de fé.
2 Atitude ou palavra que ofende a religião.
3 Teoria ou ideia que contraria ou nega a
doutrina definida por um grupo.
4 FIG Opinião absurda; contrassenso,
disparate: Sem fundamentação científica,
suas explicações eram verdadeiras heresias.
(DICIONÁRIO MICHAELIS)
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Tarefa de Casa ou Atividade Assíncrona:
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AULA 2 - AS BRUXAS NA ILHA DE SANTA
CATARINA
Estratégias Didáticas:
21
- Apresentar, então, Franklin Cascaes e perguntar o que
os estudantes sabem dele. Apontar que ele, assim como a
Sonia Maluf, também coletou muitas histórias de bruxaria
e que, além de escrevê-las em contos, ilustrou-as, como
nas obras que verão em seguida na apresentação de
Power Point.
- Exemplos de respostas:
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Tarefa de Casa ou Atividade Assíncrona
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AULA 3 - A VIZINHANÇA DE FRANKLIN
CASCAES HOJE
Estratégias Didáticas:
MAPA DE COQUEIROS
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MEIO
PRAIA DO
PRAIA DA
SAUDADE
27
INÍCIO
2. BRUXARIA - DA INQUISIÇÃO AOS MOVIMENTOS FEMINISTAS
AULA 4 - AS BRUXAS DE HOJE EM DIA
Estratégias Didáticas:
- Escrever na lousa:
28
“O que fazer para proteger a baía
sul, evitar que ela seja poluída,
e para que ali possamos nadar e
pescar como antigamente?”
32
JUSTIFICATIVA
DATAS COMEMORATIVAS
34
AULAS 1 E 2 - A ORIGEM DAS FAVELAS
Estratégias Didáticas:
- Questionar os estudantes:
“E em Florianópolis? Há influências
do Êxodo Rural? Existem favelas na
cidade?”.
- Se houver tempo e se julgar necessário, você pode
abrir o Google Earth para mostrar uma vista aérea de
Florianópolis para localizar algumas das favelas da
cidade.
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AULA 3 - UMA ILHA EM DISPUTA
Estratégias Didáticas
FIM: PARQUE E
MIRANTE DA LUZ
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- Propor então uma última atividade, um debate:
3. DE DESTERRO AO ATERRO
Estratégias Didáticas:
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- Na lousa, então, escrever a pergunta:
47
Outras sugestões de músicas:
LATINOAMERICA - CALLE 13
PRINCIPIA - EMICIDA
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- Após os estudantes ouvirem a música, o trabalho
de interpretação da letra deve ser direcionado para a
compreensão de que a música pode representar uma
ferramenta de protesto e de reivindicação por direitos.
Explicar que, por esse motivo, como tarefa, os
estudantes deverão escolher uma música que trate
da temática das favelas. Eles deverão analisar a
letra da música e o vídeo e elaborar um texto curto
apresentando quem é o cantor, rapper ou grupo e
contra que o artista protesta em sua letra e qual direito
reivindica. Você pode sugerir as canções ao lado. As
questões são as seguintes:
“Quem é o artista/rapper/banda?”
“Qual o nome da música?”
“O artista protesta contra algo na
música? Se sim, contra o que?”
“O artista reivindica algum direito
que não possui na música? Se sim,
qual?”
“Em quais versos você encontrou
essas respostas? Trascreva esses
3. DE DESTERRO AO ATERRO
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NA TRILHA
DA HISTÓRIA
INTRODUÇÃO
52
JUSTIFICATIVA
53
OBJETIVOS
DATAS COMEMORATIVAS
54
AULA 1 - O GOSTO DO MAR
Estratégias Didáticas:
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também porque, à época, não existia nenhum sistema de
refrigeração. Além disso, ela tem propriedades medicinais,
servindo como analgésico, por exemplo.
A pimenta do reino, no entanto, não é nativa de Portugal.
Questioná-los então de onde veio a pimenta do reino
e colher palpites na lousa ou na projeção de um mapa.
Após fornecer a resposta (Sudeste Asiático, em especial
da Índia), questionar:
Tarefa
- Em casa, os estudantes deverão escolher um tempero,
uma fruta ou legume, e pesquisar a sua origem. Eles
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devem responder às seguintes questões:
- Orientar os estudantes que eles deverão trazer estes
elementos na próxima aula, que será em campo. As
instruções desta atividade são as seguintes:
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AULA 2 - A ORIGEM E OS USOS DAS PLANTAS
Estratégias Didáticas:
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- Durante o caminho, pode-se pedir para um estudante
mostrar a planta, legume ou fruta que pesquisou para
a tarefa de casa e relatar sua pesquisa ao grupo, assim
como localizar no mapa seu local de origem.
4. NA TRILHA DA HISTÓRIA
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- Na Casa da Dona Loquinha, patrimônio tombado
pelo Estado de Santa Catarina, cabe abordar as muitas
narrativas de bruxaria presentes no imaginário açoriano
e informá-los que a casa foi utilizada nas gravações do
filme “A Antropóloga” que trata da temática da bruxaria
na Ilha. É também uma oportunidade para conversar com
os estudantes sobre a prática da benzedura, e explicar
que é comum que as benzedeiras usem diferentes plantas
medicinais, aliado a rezas tradicionais, para desenvolver
um trabalho de cura.
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CASA DA ENGENHO FIM: INÍCIO:
4. NA TRILHA DA HISTÓRIA
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AULA 3 E 4 - O CAMINHO DO PEABIRU E AS
LIÇÕES DOS POVOS INDÍGENAS
Estratégias Didáticas:
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Como foi possível percorrer o caminho com tanta
gente, cerca de mil indígenas?
Foi possível pois o caminho nada mais era do que uma rede
de aldeamentos Guarani, que viajavam e realizavam trocas
entre si. Dessa forma, já havia alimento, especialmente
mandioca, em abundância nesses locais.
Tarefa de Casa
68
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4. NA TRILHA DA HISTÓRIA
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ZETTERMANN, Guilherme Dunchatt. As percepções dos guias de
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Florianópolis Franklin Cascaes
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