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São Paulo - SP
2020
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
link do vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=vp3MfWU7sqM&t=58s
São Paulo - SP
2020
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SUMÁRIO
1. Introdução...............................................................................................p. 5
2. Objetivos.................................................................................................p. 6
3. Descrição das observações....................................................................p. 8
4. Análises e discussões.............................................................................p. 9
5. Contribuições para a elaboração do PI..................................................p. 11
6. Considerações finais..............................................................................p. 14
7. Referências Bibliográficas......................................................................p. 16
8. Anexos………………………………………………………………………...p.18
2
Resumo
Abstract
The butterfly garden is a non-formal space for education and learning, with
attractions aimed at students of the most varied groups and academic years as well
as undergraduate and graduate students, founded in 2015, the place also has kayak
tours, a giant maze with 300 square meters, mud pool, sport fishing, mini golf, rocket
workshop, sports fields and exploration of trails in the forest, it is not a free space the
ticket price varies from R $ 0,00 for children up to 02 years old to R $ 49.90 for adults
under 59.
The Águias da Serra butterfly garden is located in the beautiful reserve of
Serra do Mar located at Estrada da Ponte Alta, 4300- Eng.Marsilac- São Paulo-SP.
3
There is a variation of about 160 thousand species, they can live from two to four
weeks in the adult phase after leaving the pupa or cocoon. Alchemy chose it as one
of its symbols because it contains the synthesis of transformation. The simple
observation of a butterfly is different from a place like a laboratory, the butterfly
garden has guides and enlightened people to deepen the theme, of nature in an
open space, for natural science studies.
The difficulties of access and accessibility are items that have been detected:
there are several stretches of dirt road. The topics raised range from the knowledge
of the local public about the existence of the Butterfly Garden; the cost of individual
admission, which has the backdrop of elitizing the space, serving tourism and having
little concern for the access of the local population. The description of the
observations of butterfly sites, videos from YouTube raised discussions that consider
education mediated by technology and education in non-formal teaching spaces. It
also touches on the theme of the city as a place to learn: the educational resource of
the excursion, tours, walking, narratives and the art of storytelling / narratives.
Nenhum rosto é tão surrealista como a fisionomia autêntica de uma cidade (Benjamin)
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1. Introdução
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2. Objetivos
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as Borboletas e os locais históricos da região, criam um ambiente não formal
de ensino, pois enquanto na Educação Formal quem educa é o professor, na
Educação Não Formal, “[...] o grande educador é o outro, aquele com quem
interagimos ou nos integramos. ” (GOHN, 2006, p. 28).
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se rearticulem conhecimentos a partir do olhar das minorias, resistindo a
posturas totalizantes
8
descreve o trabalho realizado com as borboletas e a proposta do local:
https://www.youtube.com/watch?v=JwDPuI_mG7Y.
4. Análises e discussões
Quis-se acreditar a todo custo que tal avanço estaria reservado para um
futuro muito distante, e haveria tempo de se adequar. Ledo engano. Nesse
ano de 2020 o mundo é assolado por uma pandemia, ocasionada por um
vírus, Sars-Covid19, para o qual não há remédio nem vacina e a forma de
frear o contágio é o isolamento social.
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Voltamos às videoaulas, as quais nos alimentam de saber e fomenta o
conhecimento, pois que cursamos uma Universidade e faculdade de
Pedagogia (Univesp), que até então era semi-presencial e agora totalmente
virtual e à distância (utiliza-se de Ensino à Distância, modalidade EaD).
Professores conhecidos, formados estão lidando com essa realidade, sem
sequer haver tempo de se preparar e sem receber formação e capacitação
tecnológicas adequadas, tendo que improvisar e produzir videoaulas, bem
como outros recursos educacionais (plataformas) e abandonando a realidade
presencial da escola, por força dessa nova realidade pandêmica e suas
exigências e protocolos sanitários de segurança.
Essa nova realidade virtual que se impõe foi caracterizada por Levy (2009)
como cibercultura, e inclui inúmeros desafíos provenientes de modalidades
comunicacionais mais ágeis, as quais têm como território o ciberespaço, um
ambiente virtual capaz de suportar diversos sistemas de comunicação
concomitantes. A expansão do conhecimento para além da escola requer
uma revisão do seu processo de comunicação que, segundo Martín-Barbero
(2000), é um problema a ser resolvido antes de discutirmos a respeito dos
meios. Portanto o preparo da videoaula e demais detalhes da formatação da
aula importam mais que os meios tecnológicos de distribuição desse saber.
Martín-Barbero (2014) enfatiza ainda que “meios e tecnologias são para os
mais jovens lugares de um desenvolvimento pessoal que, por mais ambíguo
e até contraditório que seja, eles converteram no seu modo de estar juntos e
de expressar-se”. (p. 120) , vê-se então que já apontavam a tecnologia como
o futuro da educação, futuro esse agora acelerado pela pandemia.
Lembramos também que de acordo com Freire (2014, p. 109) “o espaço
pedagógico é um texto para ser constantemente lido, interpretado, escrito e
reescrito” .
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(06 de julho de 2020) ocasionadas por Covid 19, em que as atividades não
essenciais estão proibidas de funcionar.
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A relação com a cidade e as narrativas remete ao texto de Giuliano
Tierno Siqueira, “Narrador: considerações sobre a arte de contar histórias na
cidade”, lido nas orientações da disciplina de Projeto Integrador V, no sentido
da sua clara menção e homenagem à Walter Benjamin, filósofo alemão do
início do século XX, que escreveu diversas obras, entre elas o Narrador,
Experiência e pobreza; Sobre o conceito de História; bem como as obras
sobre o Surrealismo, o livro das Passagens, o livro sobre Paris do século XIX
e Charles Baudelaire, entre outros, como a menção a Louis Aragon, O
camponês de Paris, Nadja de André Breton, entre muitos outros autores
surrealistas, entre eles aqui no Brasil e mais especificamente, na cena
Paulistana, Roberto Piva (este em especial, no que trata do rural e do urbano,
em sua obra poética), Claudio Willer e outros, que colocam um papel
destacado em sua obra a relação da cidade de São Paulo, por exemplo, para
os objetivos mais modestos desse projeto, a saber do papel da cidade como
um local de memórias, narrativas e aprendizagens, um local de aprender.
Quando mencionamos a excursão, a utilização de espaços
educacionais informais da cidade, locais de aprender pedagógicos,
rapidamente fazemos menção e referência à deambulação, a flânerie, ou
seja, as andanças, as caminhadas observadoras, a peregrinação dos sujeitos
pela cidade, são temas presentes no livro de Walter Benjamin sobre
Baudelaire e a Paris do Século XIX. Nas palavras do próprio Benjamin:
“A rua conduz o flanador a um tempo desaparecido. Para ele, todas as
ruas São íngremes.. Conduzem para baixo, se não para as mães, para um
passado que pode ser tanto mais enfeitiçante na medida em que não é seu
próprio, o particular”1.
O uso do espaço público, da rua, de um local informal de
aprendizagem, tem uma perspectiva interessante, que insere essa “aula” e a
aprendizagem em locais informais, como o borboletário, e outros espaços
não-formais da cidade:
“as ruas são a morada do coletivo. O coletivo é um ser eternamente
inquieto, eternamente agitado, que, entre os muros dos prédios, vive,
experimenta, reconhece e inventa tanto quanto os indivíduos ao abrigo de
suas paredes” .2
Essa perspectiva da experiência, das vivências narrativas e o ato de
transmitir as experiências, comunicá-las, que possibilita realizar esta relação
entre Benjamin e a nossa proposta de trabalho, a educação e o aprendizado
em espaços não formais, no caso, o Borboletário de Parelheiros. Benjamin,
mencionando o papel do Detetive e a flânerie, a deambulação, andarilho,
referindo-se a Baudelaire, faz a seguinte menção ao flâneur, ao observador,
que aqui identificamos ao estudante, à criança, ao adolescente, jovem e
1
BENJAMIN, Walter. O flaneur. In: Obras escolhidas III. p. 185. São Paulo: brasiliense, 1989.
2
BENJAMIN, Walter. O flaneur. Op. cit., p. 195.
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adulto,, cidadão, morador da cidade, no bairro periférico, ao apropriar-se de
um local de aprender a céu aberto, no caso, o borboletário:
“A calma dessas descrições combina com o jeito do flâneur, a fazer
botânica no asfalto. Mas, já naquela época, não se podia andar a passeio por
todos os pontos da cidade.” (...) “A cidade é a realização do antigo sonho
humano do labirinto. O flâneur, sem o saber, persegue essa realidade” 3
Com as devidas distâncias e diferenciações de contextos, a menção
aqui ao flâneur Benjaminiano-Baudelairiano, fazemos referência ao cidadão,
ao estudante, como observador e aprendiz, vivenciando, elaborando e
explorando, no papel de sujeito cognoscente, do seu próprio conhecimento,
aqui descrito como um observador ou detetive, ao se deslocar, ao observar
no próprio local de aprendizagem, no caso, o borboletário, uma forma
diferente de análise, observação e conhecimento:
“´O observador - diz Baudelaire - é um príncipe que, por toda a parte,
faz uso do seu incógnito´ Desse modo, se o flâneur se torna sem querer
detetive, socialmente a transformação lhe assenta muito bem, pois justifica a
sua ociosidade. ”4
Os locais de vivência, a comunidade, as áreas ocupadas de
mananciais dado, as escolas, comércio, igrejas, bares, em uma região
periférica de São Paulo como Parelheiros, região do extremo sul de São
Paulo, que contém uma presença rural, conta com cachoeiras, áreas de
mananciais, parques, o próprio borboletário, possibilitam que essa
experiência e local de vivência dos próprios estudantes em seu local de
moradia, de estudo, possibilitando uma vivência e uma experiência de
aprendizado no borboletário que qualquer outra aula tradicional, formal, não
possibilitam vivenciar, e além disso, recriar, recontar o vivido, transmitir as
experiências aos demais cidadãos, que compartilham da mesma cidade, do
mesmo local de vivência.
Essas perspectivas aproximam de Benjamin, no seu conceito de
Erfahrung, experiência, e também do conceito de narrativa, da faculdade de
intercambiar experiências e contar histórias, de diversas versões e
interpretações que podem ser recriadas. Como contatava Benjamin há mais
de um século, relatando os soldados que, ao voltar da I Guerra Mundial,
retornavam mais pobres de experiências. Não se tem o propósito de realizar
uma análise mais detida e aprofundada da teoria literária, da narrativa e da
História de Benjamin, da passagem da oralidade das poesias épicas,
epopéias, aos protótipos de romance, da invenção da imprensa, porém,
tomar como referência o que a arte de narrar, contar histórias e oferecer
narrativas, trocar, cambiar experiências desse autor, pode nos oferecer na
análise e compreensão de um lugar de aprender, de refazer o conhecimento,
3
BENJAMIN, Walter. O flaneur. In: Obras escolhidas III, p.34 e 203. São Paulo: brasiliense, 1989.
4
BENJAMIM, Walter. id. ibid. op. cit., p. 38.
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as experiências vividas e vivenciadas pelos estudantes in locus, tornando a
aprendizagem mais significativas, contextualizadas e relevantes.. As
experiências, cita Benjamin: “elas sempre foram comunicadas aos jovens”.
Regredimos em experiências, na capacidade de contar histórias, de
comunicar.
A importância das escolas se apropriarem e utilizarem, se valer dos
locais públicos, realizarem excursões (em que pese o custo e o acesso), que
é algo que deve ser problematizado e questionado, buscar uma negociação
com os administradores e poderes locais por entrada e um ingresso mais
democrático, a não privatização desses espaços e limitação do acesso, com
valor mais acessível aos estudantes, uma vez que isso significa maior acesso
a um lugar de aprender, os espaços públicos da cidade como educadores, o
borboletário como lugar de aprender, uma aula de biologia, ecologia e
ciências naturais in locus, ao céu aberto, no próprio bairro de moradia, e
convivência dos educandos.
6. Considerações finais
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no aspecto político para rever, por parte da subprefeitura, o foco no turismo
em detrimento da população local. Sempre encontramos alternativas e esse
movimento meio anárquico tem sido visto nesse momento no mundo.
O movimento contra o racismo que se espalhou dos E.U.A. para o
mundo, o movimento de derrubada de estátuas de colonizadores assassinos
de índios e negros. As pessoas têm se mobilizado até mesmo nas favelas do
rio para se proteger do vírus, segundo os noticiários atuais, sem esperar mais
do Estado. Conseguimos nos aproximar de uma ONG local conhecida como
Bike do Pólo, (figura 2) através de sua presidente, Roberta Batista, que se
propôs a incluir nas suas rotas de passeios de bicicleta o Borboletário e
negociar com os administradores um desconto em nome da ONG. São
pequenos passos que vão nos levando na direção da inclusão social de
todos.
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7. Referências Bibliográficas
FREIRE, Paulo. A pedagogia da autonomia. 49. ed. Rio de Janeiro: Paz &
Terra, 2014.
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GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil
e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio - Avaliação e Políticas Públicas
em Educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p.27-38, 2006.
MORIN, Edgar. A cabeça bem feita. 19a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2011a.
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8. Anexos
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figura 2 - ONG Bike do Pólo que aceitou inserir o Borboletário nas
suas rotas.
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