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FICHAMENTO | TEOLOGIA SISTEMÁTICA, HISTÓRICA E FILOSÓFICA

HÁ UMA CONEXÃO ENTRE A NOSSA CRISTOLOGIA E SOTERIOLOGIA


Nossa perspectiva de quem seja Jesus, basicamente reflete nosso entendimento da situação
da humanidade caída. MCGRATH, Alister. Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica. Uma
introdução à teologia cristã. p. 403

CRISTO REDIME A VIDA E MODELA O ENTENDIMENTO DE COMO É UMA VIDA REDIMIDA


O Novo Testamento é fortemente cristomórfico em sua visão em relação à vida redimida,
isto é, ele afirma que Jesus Cristo não apenas torna essa vida possível; mas também a
modela. A imagem do Novo Testamento de “ser segundo Cristo” expressa muito bem esta
noção. As questões envolvidas são de alguma importância, especialmente quanto à questão
da maneira pela qual Jesus Cristo pode ser um exemplo ético ou espiritual para os cristãos.
MCGRATH, Alister. Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica. Uma introdução à teologia
cristã. p. 406

A EXPECTATIVA MESSIÂNICA NO NOVO TESTAMENTO


A palavra grega Chrístos traduz o termo hebraico mashiah, mais familiar em sua forma
transliterada “Messiah” [Messias], cuja raiz significa “o ungido”. Embora 0 antigo Israel
ungisse profetas e sacerdotes, o termo foi principalmente reservado para a unção de um rei.
No contexto da forte visão teocêntrica do antigo Israel, o rei era considerado como alguém
que era apontado por Deus. Unção — isto é, esfregar ou derramar óleo de oliva sobre
alguém — era assim um sinal público de ter sido escolhido por Deus para a função de rei. O
termo tornou-se ligado a um conjunto de expectativas relacionadas ao futuro de Israel, que
se concentrava na antecipada vinda de um novo rei que, como Davi, reinaria sobre o
renovado povo de Deus. MCGRATH, Alister. Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica. Uma
introdução à teologia cristã. p. 407

A NATURALIDADE DO TERMO “FILHO DE DEUS”


O Antigo Testamento empregava o termo “Filho de Deus” em um sentido amplo, cuja
melhor tradução talvez seja “aquele que pertence a Deus”. Ele era aplicado a um vasto
espectro de categorias, que incluía, de modo geral, o povo de Israel (Ex 4.22) e,
especificamente, o rei Davi e seus sucessores que deveriam reinar sobre esse povo (2Sm
7.14). Nesse sentido minimalista, o termo poderia ser aplicado igualmente a Jesus e aos
cristãos. MCGRATH, Alister. Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica. Uma introdução à
teologia cristã. p. 409
JESUS É REFERIDO COMO DEUS NO NOVO TESTAMENTO
A idéia de que alguém poderia ser descrito como “Deus” teria sido uma blasfêmia nesse
contexto. Todavia, o estudioso do Novo Testamento, Raymond Brown, defendeu que existem
três claras ocasiões em que Jesus é chamado de “Deus” no Novo Testamento, com
importantes implicações decorrentes disso. São elas: (1) A seção de abertura do quarto
evangelho que inclui a afirmação “a Palavra [...] era Deus” (Jo 1.1). (2) A confissão de Tomé,
na qual ele se dirige ao Cristo ressurreto como “Senhor meu e Deus meu” (Jo 20.28). (3) A
abertura da carta aos Hebreus, na qual há menção de que um salmo refere-se a Jesus como
Deus (Hb 1.8). MCGRATH, Alister. Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica. Uma
introdução à teologia cristã. p. 410-411

ALGUNS RACIOCÍNIOS ACERCA DA DIVINDADE DE CRISTO


A seguir um exemplo:
Jesus Cristo é Deus.
Maria deu à luz a Jesus.
Portanto, Maria é a Mãe de Deus.
Esse tipo de argumento tornou-se lugar comum na igreja ao final do século IV; na verdade,
esse tipo de argumento era frequentemente usado como uma maneira de testar a ortodoxia
de um teólogo. A falha em concordar que Maria era a “Mãe de Deus” era vista como uma
falha equivalente à recusa de aceitar a divindade de Cristo. Mas até que ponto poderemos
impor esse princípio? Por exemplo, considere a seguinte linha de raciocínio:
Jesus sofreu na cruz.
Jesus é Deus.
Portanto, Deus sofreu na cruz.
As duas primeiras proposições são ortodoxas e exigiam um consenso geral por parte da
igreja. No entanto, a conclusão decorrente delas não gozava de aceitação geral como já
examinamos em nossa discussão anterior sobre a idéia de “um Deus que sofre” (vide pp.
324-330). Era incontestável, para muitos escritores patrísticos, que Deus não podia sofrer. O
período patrístico viveu uma intensa agonia em torno da discussão dos limites que poderiam
ser fixados em relação a esse tema. Assim, Gregório de Nazianzo insistiu no fato de que
deveria considerar-se a possibilidade de Deus sofrer, pois, do contrário, questionava-se a
realidade da encarnação do Filho de Deus. MCGRATH, Alister. Teologia Sistemática, Histórica
e Filosófica. Uma introdução à teologia cristã. p. 420-421

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