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FORMALIZANDO O INFORMALIZÁVEL
Penso que temos aqui dois grandes norteadores para entendermos como o
nome-do-pai “funciona” dentro do que Lacan parece querer pontuar. Por um Lado,
mesmo se expressando através das diversas manifestações culturais, possuindo o
seu lugar antropológico resquardado, ao mesmo tempo lhe é extemporânea,
digamos assim. Sua relação com a cultura está ligada ao contexto judaico-cristã da
religião ocidental. E como argumenta Eideszeinte (2009), a manifestação está ligada
ao lugar de religio, ou seja, ligação entre elementos, homem e Deus, por exemplo.
Entrementes, além desta função cultural, o não se limitar a ele que Lacan
propõe é a de que a função do conceito de nome do pai tem função de estabilização
da próprio cadeia siginicante. O esquema abaixo mostra que o S possui a função de
organizar o discurso representado pelos Sn+1 abaixo. Ou seja, sua função não é
constuir o discurso do Outro como tal, mas ao incluir-se no Outro, dotar a cadeia
significante a partir da relações metafóricas.
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Ou seja, ao meu leitor e leitora, repito, este seminário é fulcral! O arco sobre
a trilogia da ciência é inviável sem a passagem pelos principais desenvolvimentos
que cobram um alto nível de abstração para quem se dispõem a estuda-lo.
Seguiremos como sempre, determinando os pontos necessários acima com
profundidade e sem simplificações grosseiras, pois os frutos desta empreitada no
seminário 9, serão colhidos no seminário 10, A Angústia, com uma nova teoria da
objetividade materialista: a objetalidade.
Todavia, por mais desgastante seja este debate, a introdução que Lacan faz
é importante para os próximo desenvolvimentos. Assim, procedamos junto com ele
em vez de pseudo-resumir a matemática e filosofia de Husserl e Wittgenstein que se
quer arranharia a superfície de suas reflexões.
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https://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/1260116-autor-conta-origem-do-
sinal-de-igual.shtml
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A TRILOGIA DA CIÊNCIA
psicanálise pode nos ajudar a realizar uma espécie de balança do campo lacaniano
e isso não apenas no sentido passado de sua obra, mas também no futuro.
A resposta inicial dada por Lacan preza por uma postura de prudência,
“porque esse objeto muda, e singularmente no curso de uma ciência” p. (16). Há
aqui dois desdobramentos possíveis para a postura que Lacan prefere adotar. A
primeira se deve a de que a lógica científica produz novos fatos e novas evidências
e que desta forma relativiza as posições mais positivistas como a de Duhem (2014)
que expressa a necessidade de um único objeto de investigação para a ciência.
SEMINÁRIO 12
O livro As estrutura sintáticas (2015) tem como objeto principal de suas teses
a seguinte cadeia significante: Colorless green ideas sleep furiously" ("Ideias
verdes incolores dormem furiosamente"). Por mais que exista uma estrutura
gramatical com sujeito, verbo, adjetivo e advérbio, ou seja, uma estrutura que
garanta a sua “gramaticabilidade” e sintaxe, esta frase é a-semântica, sem
significação.
O ponto de Lacan é o de que esta frase só pode ser tida como sem
significação se for elidido o contexto da enunciação. Ou seja, esta sintaxe, sintagma
ou cadeia significante a depender do momento clínico por exemplo, esta frase para
determinado analisante pode ter significação. O interessante desta posição é a
crítica de Lacan ao formalismo estruturalista de que Chomsky por excluir a posição
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Diferente da tira de papel que possui dois lados, a banda de moebius é uma
superfície que subverte o estilo esférico, pois aqui não há mais dentro nem fora,
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mas uma contituidade. Lacan realiza algumas operações que cortam a figura para
ilustrar o quanto as mesmas não obedecem a nossa intuição comum:
Ou seja, a banda de moebius não pode ser dividida, tal como o cilindro, pelo mesmo
tipo de corte.
A cadeia significante implica elos, e elos que encaixam, o que não supúnhamos de
início (16, p.29). E para demonstrar mais uma vez como a cadeia significante é um
nó e não deve ser entendida como um tipo de discurso teleológico, trabalahrá com o
silogismo Aristotélico aplicado a banda. O silogismo é a base da lógica de
Aristóteles em que, a partir de proposições, pode-se encadear inferências, por
exemplo:
b) Sócrates é homem
c) Logo Sócrates é mortal
Todavia, se no seminário 11, esta questão não parecia emergir com uma
maior força, mesmo na tentativa de fundamentar a psicanálise, aqui temos
vislumbres de uma maior articulação entre os dois campos via, justamente, o
conceito de sujeito. Não a toa, que o programa de pesquisa sobre as posições
subjetivas e as distintas formas de divisão, fenda ou saltung entre sujeito, saber e
verdade contribuem para uma primeira relação: o sujeito da ciência.
Esta constatação ocupara toda a primeira aula, haja vista que é preciso tirar
quais as consequências de admitira que o sujeito da psicanálise é o sujeito da
ciência.
Nesta obra fundamental (já citada por nós no seminário II), Koyré está
tentando delimitar os efeitos do advento da astronomia para a concepção de mundo
do homem. Esta ciência desaloja a ontologia natural que compreendia que o
universo era fechado e que todos os objeto que o preenchem são dotados de
sentido. O saber fisíco-matemático não se ancora nas aparência dos seres, mas na
produção matematiza do real, ou seja, cálculos. O astrônomo não precisa tocar nas
estrelas, se ancorar nelas, “basta” empreender um conjunto de deduções e ou
induções através de cálculos e fórmulas.
problema levantado por Lacan no seminário 11, como vimos, que é por qual
caminho a psicanálise relaciona-se com a ciência? O seminário 13 começa a
esboçar através da correlação do sujeito da ciência como sujeito da psicanálise.
Vejamos como isto transcorre. Lacan traz três exemplos que diferenciam a
psicanálise a partir do forma que trabalham o sujeito da ciência.
Contra a tendência colocada por Miller de sutura, Lacan traz um autor que já
tinha citado no seminário a identificação Kurt Godel. Vale apana contextualizar a
contribuição godeliana mais conhecida afim de aprofundarmos o sujeito da ciência
lacaniano.
matemático. Para deixar mais claro, é como se, a partir de alguns lotes de terra, se
pudesse construir um prédio de tamanho estratosférico.
CONCLUSÃO
William James
REFERÊNCIAS
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