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Boletim CBC Edição • Especial • 2006 Consensos do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia 3
Diretório A P R E S E N T A Ç Ã O
Nacional
Biênio 2006 / 2007
Presidente
TCBC José Reinan Ramos (RJ)
1º Vice-Presidente
TCBC Armando de Oliveira e Silva (RJ)
2º Vice-Presidente
ECBC Dario Birolini (SP)
Vice-Presidente Setor I
TCBC Geraldo Ishak (PA)
Vice-Presidente Setor II
TCBC Francisco Ney Lemos (CE)
Vice-Presidente Setor IV
TCBC Edvaldo Fahel (BA)
Vice-Presidente Setor V
TCBC José Eduardo de A. Nascimento (MT)
Vice-Presidente Setor VI
TCBC Cleber Dario Pinto Kruel (RS)
Secretário-Geral
TCBC Dayse Coutinho Valente (RJ)
1º Secretário
TCBC Ricardo Antonio Correia Lima (RJ)
2º Secretário
TCBC Elizabeth Gomes dos Santos (RJ)
3º Secretário
TCBC Paulo Gonçalves de Oliveira (DF)
Tesoureiro-Geral
TCBC José Luiz Xavier Pacheco (RJ)
Tesoureiro-Adjunto
TCBC Paulo César Lopes Jiquiriçá (RJ)
Diretor de Publicações E X P E D I E N T E
TCBC José Eduardo Ferreira Manso (RJ)
Boletim Informativo do
Diretor de Biblioteca e Museu Colégio Brasileiro de Cirurgiões
TCBC Arídio G. Ornellas do Couto Filho (RJ) Rua Visconde Silva, 52 – 3º andar - Botafogo – Rio de Janeiro / RJ CEP: 22271-090
Tel.: (21) 2537-9164 www.cbc.org.br cbc@cbc.org.br
Diretor de Patrimônio e Sede Tiragem: 8.000
TCBC Flávio Tavares Rothfuchs (RJ)
S U M Á R I O
Consenso 1
Interativo Tratamento do Câncer Gástrico Precoce ___________________________ 5
Consenso 3
Videolaparoscopia na Doença Diverticular ___________________________________ 8
Consenso 4
Linfonodo Sentinela em Câncer __________________________________________ 14
Consenso 5
Carcinoma bem diferenciado de tireóide (CBDT) ____________________________ 22
Consenso 6
Metástases Hepáticas do Câncer do Aparelho Digestivo _______________________ 28
Consenso 7
Tratamento de complicações na colecistectomia laparoscópica __________________ 31
Consenso 8
Tratamento Adjuvante e Neo-Adjuvante em Câncer Colorretal _________________ 34
Consenso 9
Algoritmo no Diagnóstico do Abdome Agudo _______________________________ 40
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Integrantes
ACBC Alemar R. Salomão (RJ)
ACBC Carlos Eduardo Jacob (SP)
TCBC Cláudio J. C. Bresciani (SP)
TCBC Eduardo Linhares (RJ)
Dr. Fause Maluf (SP)
TCBC Flávio Saavedra Tomasich (PR)
TCBC Francisco Martins Rodrigues (SP)
TCBC José Carlos Del Grande (SP)
TCBC Miguel C. P. Monteiro (RJ)
ACBC Shoiti Kobayasi (SP)
TCBC Richard R. Gurski (RS)
• AP – adenocarcinoma bem-diferenciado.
• Exame radiológico de tórax e ultrassonografia abdo-
minal – ndn.
• Estadio linfonodal - 0
• Profundidade da invasão parietal - 100 %
• Metástases peritoneais - 0 3. Qual o risco de metástase para linfonodo, em
• Derrames cavitários de pequeno volume - 0 adenocarcinoma gástrico bem-diferenciado, menor de
• Identificação de fibrose na camada submucosa - 0 20mm, sem úlcera ou cicatriz, restrito à mucosa?
•< 0,5% __________________________ 25 %
A ecoendoscopia revelou tratar-se de lesão •0,5 – 1% _________________________ 18 %
intramucosa. •1 - 5% ___________________________ 36 %
•5 – 10% _________________________ 11 %
•Não há risco de N+ nesta situação _____ 11 %
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4. Ainda que a paciente aceite o tratamento cirúrgico • É um procedim. mais radical que a ressecção
convencional e que apresente boas condições clínicas, em cunha. _______________________ 8 %
você indicaria inicialmente o tratamento endoscópico? • É somente indicada para tumores localizados
SIM 71 % na face anterior do estômago. _______ 0 %
NÃO 29 % • Necessita endoscopista na sala cirúrgica.33 %
• Somente está indicada em pacientes sem
condição clínica para a gastrectomia D2
radical. _________________________ 0 %
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13. Qual o percentual de casos de câncer gástrico pre- 15. Qual o índice de cura para 10 anos após ressecção
coce adequados para tratamento radical endoscópico? gástrica e linfadenectomia radical no câncer gástrico
• < 10% ______________________ 78 % precoce?
• 10 a 20% ______________________ 6 % • < 50 % ________________________ 5 %
• 20 % ________________________ 17 % • 50 a 70 % ______________________ 5 %
• 70 a 80 % ______________________ 0 %
14. Qual o índice médio de mortalidade na gastrectomia • > 80 % ______________________ 89 %
por câncer gástrico precoce?
• < 1% ________________________ 12 % 16. No tratamento cirúrgico radical do câncer gástri-
• 1 a 2 % ______________________ 59 % co precoce pode haver indicação para:
• 2 a 4 % ______________________ 29 % • Pancreatectomia parcial _________ 29 %
• 4 a 6 % ________________________ 0 % • esplenectomia _________________ 12 %
• > 6 % _________________________ 0 % • omentectomia total _____________ 59 %
Quesito Resultado
CONCLUSÕES
1. A ecoendoscopia é útil para definir a profundidade da 4. O tipo histológico, o nível de invasão da parede gás-
lesão gástrica. trica, a dimensão do tumor e o tipo macroscópico do
tumor são parâmetros importantes na definição do
2. O tratamento endoscópico é uma opção válida para o risco de metástase linfonodal.
tratamento do câncer gástrico precoce e que o segui-
mento após ressecção endoscópica deve ser trimes- 5. É reconhecido que somente uma pequena parcela dos
tral no 1° ano, semestral 2° ano e, a seguir, anual. pacientes com câncer gástrico precoce devem ser tra-
tados por métodos minimamente invasivos.
3. O tratamento minimamente invasivo (ressecção em
cunha, endogastrocirurgia e gastrectomia D1) são op- 6. A cura obtida no tratamento radical do câncer gástri-
ções válidas para o tratamento radical do câncer gás- co precoce é superior a 80%.
trico precoce.
8 Consensos do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia Boletim CBC Edição • Especial • 2006
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Videolaparoscopia na
Doença Diverticular
Introdução
Este é o primeiro Consenso sobre Videolaparoscopia na Coordenador
Doença Diverticular organizado pelo Colégio Brasileiro de ACBC Renato Arioni Lupinacci (SP)
Cirurgiões. A despeito da pertinência das questões, há mui-
tos pontos controversos cuja resposta dependerá do anda- Integrantes
mento das evidências científicas. Nessas situações, a comis- TCBC Fernando Cordeiro (SP)
são não chegou a um consenso, razão porque nesses casos se TCBC Francisco S. P. Regadas (CE)
omitiu um posicionamento absoluto. TCBC Hélio Moreira (GO)
Para todas as questões selecionadas pela comissão, uma TCBC Jayme Vital dos S. Souza (BA)
pesquisa estruturada da literatura científica foi realizada. Pro- TCBC Juvenal Góes (SP)
curou-se basear as recomendações segundo um Consenso, TCBC Luís Cláudio Pandini (SP)
porém a partir do achado da melhor evidência científica dis- TCBC Paulo Gonçalves de Oliveira (DF)
ponível acerca da questão. Toda evidência científica encon- TCBC Renato Valmassoni Pinho (PR)
trada foi classificada de acordo com a proposta do Projeto TCBC Rubens Valarini (PR)
Diretrizes elaborado em parceria pela Associação Médica Dr. Sérgio Araújo (SP)
Brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina (Quadro 1). TCBC Univaldo Etsuo Sagae (PR)
QUADRO 1. GRAU DE RECOMENDAÇÃO E da diverticulose colônica aumenta com a idade. Parece inferi-
FORÇA DE EVIDÊNCIA or a 10% para a população com menos de 40 anos, atinge um
A: Estudos experimentais e observacionais de melhor terço da população acima dos 45 anos e está estimada entre
consistência 50% e 66% para os indivíduos com mais de 80 anos poden-
B: Estudos experimentais e observacionais de menor do atingir até 80% dessa população idosa. Não existe evi-
consistência dente correlação com o sexo3(D). Estima-se que entre 10% e
C: Relatos ou séries de casos 25% dos indivíduos com diverticulose evoluirão com
D: Publicações baseadas em consensos ou opiniões diverticulite 2(D).
de especialistas
Diagnóstico da crise de diverticulite aguda
A avaliação inicial do paciente com suspeita de diverticulite
Definições e Epidemiologia deve ser a mesma em todo paciente com dor abdominal agu-
A diverticulose do intestino grosso refere-se à presença da e inclui anamnese dirigida, exame físico geral, abdominal e
de divertículos no cólon. toque digital do reto 2(D).
A diverticulite significa a presença de inflamação e de in- Ainda que cerca de 85% dos episódios de diverticulite
fecção associadas aos divertículos, mais freqüentemente, os ocorra em cólon esquerdo, mais precisamente em cólon
de localização no cólon sigmóide. sigmóide, divertículos e diverticulite podem ocorrer em todo
A doença diverticular corresponde ao conjunto de mani- o cólon. A diverticulite do cólon direito ocorre mais
festações associáveis a diverticulose desde dor abdominal freqüentemente em orientais asiáticos e segue mais
incaracterística até a diverticulite complicada 1(D). A freqüentemente curso mais benigno 3(C).
diverticulite não-complicada representa aquela com O diagnóstico da diverticulite aguda não raramente pode
peridiverticulite ou flegmão enquanto a diverticulite compli- ser realizado com base na anamnese e exame físico bem con-
cada é aquela que resulta em obstrução intestinal, formação duzidos. Recomenda-se que, quando a apresentação deixar
de abscesso, peritonite ou fístula 1(D). poucas dúvidas, não sejam realizados exames adicionais 2(D).
A maioria dos pacientes com divertículos é assintomática Por outro lado, o diagnóstico clínico isolado pode estar in-
o que dificulta a estimativa de sua prevalência. A prevalência correto em até um terço dos casos4(D). Além do mais, a
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comprovação diagnóstica e documentação de uma crise de em dois tempos) em contraponto às operações em três tem-
diverticulite é útil ao planejamento do acompanhamento e da pos como resultado de menor sépsis residual, menor número
proposta terapêutica, sobretudo se estes vierem a ser condu- de reoperações e menor internação hospitalar associados à
zidos por outro especialista. Embora freqüentemente reali- primeira opção7(A). No entanto, em um pequeno estudo
zado na prática clínica diária e vantajoso economicamente, prospectivo e randomizado8(A), para pacientes com
não há evidência suficiente para recomendar a realização do peritonite purulenta difusa [estágio III da classificação de
diagnóstico de diverticulite aguda com base exclusivamente Hinchey, nula mortalidade foi observada entre os pacientes
na anamnese e no exame físico. submetidos a operações em três tempos quando compara-
Face à possibilidade de se oferecer tratamento por dos aos pacientes submetidos a ressecção e colostomia (24%).
videolaparoscopia da diverticulite do sigmóide, objetivamos É antigo o conhecimento acerca dos resultados de maior
verificar se a investigação diagnóstica de uma crise de morbidade associados à drenagem isolada da cavidade9(C).
diverticulite aguda foi modificada. É opinião desse painel que No entanto, com o advento da videolaparoscopia, a possibi-
o diagnóstico da crise de diverticulite aguda segue os mes- lidade de tratar a crise aguda utilizando esta via de acesso na
mos moldes indepedentemente da via de acesso para trata- urgência e realizando-se colorrafia, irrigação e drenagem para
mento cirúrgico a ser oferecida aos pacientes. os casos complicados vem sendo testada em experiências
iniciais 10 (C).
Via de acesso para o tratamento cirúrgico de urgência Não há ainda no entanto evidência suficiente para se re-
da diverticulite aguda do sigmóide comendar a não-ressecção do sigmóide na diverticulite com-
Na diverticulite aguda, a localização e magnitude da con- plicada. No entanto, diante dessas evidências recentemente
taminação determinam a apresentação clínica e o prognósti- publicadas na literatura, é opinião desse consenso que a via
co. Microperfurações podem permanecer restritas à gordu- de acesso por vídeo pode ser empregada na diverticulite
ra pericólica entre folhetos peritoneais do mesossigmóide aguda complicada estágios II e III da classificação de Hinchey5
originando apenas um flegmão ou abscesso pericólico. Perfu- em casos selecionados para pacientes não-instáveis10(C).
rações maiores podem resultar na formação de abscessos
que podem atingir localmente a cavidade peritoneal exigindo Preparo intestinal mecânico para o tratamento cirúr-
o bloqueio pelo grande omento ou outros órgãos gico eletivo da diverticulite do sigmóide
intraperitoneais (intestino delgado, útero e anexos ou bexiga) As vantagens potencialmente associadas ao bom pre-
originando massa palpável ou trajetos fistulosos. Perfurações paro intestinal mecânico de interesse para a videocirurgia
em peritônio livre são mais raras porém podem dar causa a colorretal resultam da ausência de carga fecal sólida ou
peritonite purulenta ou fecal difusas com ou sem líquida no interior do cólon o que poderia levar a maior
pneumoperitônio identificável à radiografia simples do abdo- facilitação da manipulação intestinal no intraoperatório
me, situações graves e associadas a variável letalidade. e menor repercussão infecciosa resultante de lesão inad-
Hinchey e cols.5(C) publicaram uma classificação para a vertida de alça colônica. O menor risco de infecção da
intensidade do processo inflamatório e infeccioso na ferida operatória, de deiscência de anastomose e a pos-
diverticulite aguda (Quadro 2). sível menor gravidade das repercussões infecciosas após
a deiscência estão associados ao bom preparo intesti-
nal há cerca de 100 anos de forma a constituir quase um
QUADRO 2. dogma11(A). Ainda que não se possa medir qualquer van-
CLASSIFICAÇÃO DE HINCHEY5(C) tagem resultante do emprego do preparo intestinal me-
Estágio I - abscesso pericólico cânico em cirurgia colorretal eletiva, este ainda ganha a
Estágio II - abscesso distante (retroperitoneal ou preferência da maioria dos cirurgiões colorretais no
pélvico) mundo e em nosso meio, provavelmente como resulta-
Estágio III - peritonite purulenta difusa do da baixa morbidade associada ao preparo
Estágio IV - peritonite fecal difusa modernamente sendo sua realização nas situações
eletivas a rotina para todos os especialistas participan-
tes desse painel.
A perfuração não-bloqueada na diverticulite aguda com Não se pôde no entanto encontrar evidência científi-
peritonite difusa fecal ou purulenta resultantes representa gra- ca para recomendar um tipo de preparo intestinal me-
ve ameaça à vida com mortalidade de até 28%6(C). O trata- cânico do cólon sobre outro para as operações por
mento cirúrgico de urgência deve ser realizado através da vídeo realizáveis para o tratamento da doença
ressecção do segmento perfurado e colostomia (operação diverticular.
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Via de acesso para o tratamento cirúrgico eletivo da anastomose colorretal verdadeira como forma de prevenir a
diverticulite aguda do sigmóide recorrência da diverticulite. Para tanto, recomenda-se verifi-
Para o tratamento cirúrgico eletivo, a operação de esco- car a ausência dos apêndices epiplóicos e das tênias cólicas
lha tornou-se a sigmoidectomia ou colectomia esquerda com no local a servir de margem distal da furuta anastomose ma-
anastomose colorretal12(C)13(C). Todo o cólon sigmóide deve nual ou mecânica.
ser removido2(D).
As operações eletivas são mais frequentemente realiza- Indicações de conversão
das após a realização de preparo intestinal completo e sob Atualmente, não há consenso em relação à definição de
antibioticoprofilaxia de amplo espectro. Pratica-se a conversão em cirurgia colorretal por videolaparoscopia o
sigmoidectomia ou colectomia esquerda com anastomose que torna bastante impreciso o trabalho de se avaliar os efei-
colorretal manual ou mecânica. tos desse expediente sobre um grupo de pacientes operados
A operação pode ser realizada pela via de acesso e sobretudo compará-los. Em recente revisão, avaliaram-se
videolaparoscópica com segurança o que pode trazer menor 28 estudos onde estiveram arrolados 3.232 pacientes sub-
dor, duração do íleo pós-operatório e hospitalização mais metidos a operações colorretais laparoscópicas. Vinte e dois
curta 14,15(C). Apesar de constituir ainda em nosso meio técni- dos estudos (79%) não incluíam definição de conversão 30(B).
ca associada a maior custo e dependente da experiência do Os índices de conversão em operações colorretais
cirurgião, experiências consistentemente demonstraram a laparoscópicas podem variar de 7% a 77%. As indicações
segurança e eficácia dessa via de acesso para o tratamento para conversão à laparotomia podem ser enquadradas em
cirúrgico eletivo da diverticulite aguda. Menor dor, menor duas situações: de dificuldade técnica para prosseguir com a
duração do íleo pós-operatório e da duração da internação operação por laparoscopia, ou de complicação
hospitalar já foram demonstrados por estudos retrospecti- intraoperatória 31(B).
vos 16-19,20 e prospectivos 21,22, 23 comparando a via de acesso A maior importância em avaliar as indicações de conver-
convencional com a videolaparoscópica. são reside no fato de que há evidências acerca da maior
morbidade resultante da conversão quando comparada aos
Via de acesso para o tratamento cirúrgico da hemor- pacientes que tiveram operação completada por vídeo33(B)
ragia por doença diverticular ou mesmo quando comparada aos pacientes operados pela
O tratamento cirúrgico de urgência se impõe quando a via convencional33(B). Em que pese isto possa representar
hemorragia não houver cessado espontaneamente e após o um viés relacionado ao paciente e à gravidade da doença que
insucesso do tratamento endoscópico. As colectomias seg- motivou o tratamento cirúrgico, a seleção dos pacientes e
mentares só devem ser realizadas se houver diagnóstico da decidir rapidamente pela conversão parece medida associa-
origem do sangramento. Para os pacientes com sangramento da a menor morbidade.
persistente e na ausência de diagnóstico endoscópico ou Representam indicações de conversão: necessidade
arteriográfico, a colectomia total deve ser realizada. de realizar extensa lise de bridas, sangramento de grande
A operação de colectomia total vídeo-assistida está asso- vaso ou não-controlável pela via de acesso por vídeo, lesão
ciada a resultados similares à realizada por via convencional de víscera oca ou parenquimatosa não-reparável por vídeo,
exceto por maior tempo operatório 24(B),25(B),26(B) de modo peritonite fecal difusa e dificuldade de reconhecimento
que é recomendação desse consenso que a colectomia total anatômico ou de exposição de estruturas.
vídeo-assistida pode ser oferecida a pacientes estáveis e com
indicação de tratamento cirúrgico devido a hemorragia di-
gestiva por doença diverticular. QUESTÕES ORIGINALMENTE FORMULADAS:
PARA A APRESENTAÇÃO
Avaliação intraoperatória do nível distal de ressecção 1. Diagnóstico de uma crise de diverticulite aguda
intestinal durante a colectomia laparoscópica por do sigmóide na era da vídeo-laparoscopia (mu-
diverticulite dou, não mudou)
Há evidências que apontam para risco de recidiva de 2. Via de acesso para tratamento cirúrgico de urgên-
crises de diverticulite após tratamento cirúrgico de até 10% cia da diverticulite aguda estágio II da classifica-
sendo que pode haver necessidade de reoperação em cerca ção de Hinchey: é possível realizar por
de 3%27(C)2(D). A anastomose colossigmoideana parece ser videolaparoscopia?
o principal determinante da recidiva de diverticulite após o 3. Via de acesso para suspeita de diverticulite aguda
tratamento cirúrguco eletivo28(C). com peritonite difusa em paciente com bom estado
Os membros desse painel recomendam a realização da
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C O N S E N S O 3
comparative study. Surg Endosc 2001;15(12):1427-30. 30. Gervaz P, Pikarsky A, Utech M, Secic M, Efron J, Belin B, et
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Laparoscopic vs open total colectomy: a case-matched 32. Slim K, Pezet D, Riff Y, Clark E, Chipponi J. High morbidity
comparative study. Surg Endosc 2005. rate after converted laparoscopic colorectal surgery. Br J
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assisted compared with open total colectomy in treating slow 33. Marusch F, Gastinger I, Schneider C, Scheidbach H, Konradt
transit constipation. Aust N Z J Surg 1997;67(8):562-5. J, Bruch HP, et al. Importance of conversion for results
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2001;44(10):1441-5. Lube MW. Laparoscopic resections for colorectal carcino-
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post-operative recurrent diverticulitis: a review of the 1996;39(2):148-54.
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28. Benn PL, Wolff BG, Ilstrup DM. Level of anastomosis and KT, Poulin EC. Predicting conversion in laparoscopic
recurrent colonic diverticulitis. Am J Surg colorectal surgery. Fellowship training may be an
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29. Thaler K, Baig MK, Berho M, Weiss EG, Nogueras JJ, 36. Ortega AE, Beart RW, Jr., Steele GD, Jr., Winchester DP,
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resection for uncomplicated diverticulitis. Dis Colon Preliminary results. Dis Colon Rectum 1995;38(7):681-
Rectum 2003;46(3):385-8. 5; discussion 5-6.
CONSENSO
C O N S E N S O 3
• A videolaparoscopia pode ser utilizada para os paci- Nível proximal de ressecção intestinal no trata-
entes estáveis com peritonite purulenta (Hinchey III) mento cirúrgico da diverticulite (C)
com o objetivo de realizar, preferencialmente, a • É importante que seja ressecado o segmento do-
ressecção do segmento perfurado, colostomia e lava- ente, espástico ou inflamado, e não todos os
gem da cavidade peritoneal. divertículos ressaltando-se por isso a importância
da avaliação radiológica pré-operatória nos ca-
Tratamento da Diverticulite Aguda (D) sos eletivos.
• Para pacientes com peritonite fecal difusa (Hinchey
IV) a via de acesso para o tratamento cirúrgico deve Nível distal de ressecção intestinal no tratamen-
ser a laparotomia. to cirúrgico da diverticulite (C)
• Deve ser ressecado todo o sigmóide e para tanto
Preparo mecânico para tratamento cirúrgico recomenda-se verificar a ausência dos apêndices
eletivo da diverticulite do sigmóide (A) epiplóicos e das tênias cólicas no local a servir de
• Ainda há recomendação para a realização de prepa- margem distal da futura anastomose.
ro intestinal de boa qualidade, muito embora não te-
nha havido consenso quanto ao tipo de preparo intes- Indicações de conversão (B)
tinal a ser utilizado. • Dificuldade técnica para prosseguir com a opera-
ção videolaparoscópica;
Via de acesso para tratamento cirúrgico eletivo (B) • Complicações intraoperatórias.
• A videolaparoscopia deve ser considerada uma op-
ção para o tratamento cirúrgico eletivo da doença Não Houve Consenso
diverticular. • Número e posição dos trocartes
• Necessidade de mobilização do ângulo esplênico
Via de acesso para tratamento cirúrgico da hemor- • Abordagem do mesocólon para mobilização e
ragia por doença diverticular (B) ligadura vascular
• A videolaparoscopia pode ser oferecida a pacientes • Localização da incisão auxiliar
estáveis e com indicação de tratamento cirúrgico.
14 Consensos do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia Boletim CBC Edição • Especial • 2006
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Linfonodo Sentinela
em Câncer
Metodologia utilizada para elaboração do consenso
As evidências da literatura atual indicam que o estabeleci- Coordenador
mento de consenso para a pesquisa de linfonodo sentinela em TCBC Ademar Lopes (SP)
oncologia é factível apenas para melanoma cutâneo e câncer
de mama. Baseados nessa premissa, um documento prelimi- Integrantes
nar foi gerado, contendo um “guia de perguntas” enviado por TCBC Alberto Julius Alves Wainstein (MG)
e-mail a todos os integrantes. As perguntas foram baseadas TCBC Carlos Cauduro SchiRmer (RS)
no consenso brasileiro estabelecido para a pesquisa de TCBC Fábio de Oliveira Ferreira (SP)
linfonodo sentinela (PLS) em melanoma cutâneo, proposto ACBC Francisco Aparecido Belfort (SP)
pelo GBM (Grupo Brasileiro para o Estudo do Melanoma). A TCBC Luiz Gonzaga Porto Pinheiro (CE)
utilização dessa metodologia foi facilitada porque três inte- ECBC Marcos Fernando de Oliveira Moraes (RJ)
grantes do consenso atual fizeram parte da elaboração do TCBC Maurício Augusto S. Magalhães Costa (RJ)
consenso do GBM. Com base no guia de perguntas, os inte- TCBC Miguel Ângelo Rodrigues Brandão (BA)
grantes foram acrescentando suas contribuições, confrontan- TCBC Pedro Carlos Basílio (RJ)
do a experiência pessoal com os dados de publicações TCBC Renato Santos de Oliveira Filho (SP)
selecionadas no MEDLINE. Assim, um segundo documento
preliminar foi construído e enviado a todos os integrantes
para reavaliação, antes da apresentação plenária. A partir da no produto das linfadenectomias, e a morbidade decorrente
reunião pré-congresso, modificações finais foram realizadas dos esvaziamentos axilares continuaram desafiando a abor-
e as conclusões apresentadas em plenário no congresso do dagem dos linfáticos da axila até os anos 90.
CBC. Paralelamente, altas taxas de morbidade também eram
observadas nas linfadenectomias inguinais ou ílio-inguinais,
Histórico realizadas para o tratamento da doença linfonodal em carci-
No final do século XIX, desapontado com os resultados noma de pênis, o que motivou Cabañas a publicar em 1977 o
obtidos por Bilroth e imaginando tratar-se de doença primeiro trabalho sobre a pesquisa de linfonodo “sentinela”,
locorregional, William Stuart Halsted introduziu a com o objetivo de evitar as linfadenectomias desnecessárias
mastectomia radical como tratamento padrão para o câncer e reduzir sua morbidade. O método de estadiamento pro-
de mama, preconizando a remoção da mama em monobloco posto por Cabañas consistiu na injeção de contraste em va-
com os músculos peitorais e os linfáticos da axila. As taxas de sos linfáticos do dorso do pênis, seguida da verificação da
recidiva loco regional observadas nas cirurgias de Bilroth e área de drenagem através de estudo radiográfico. Com essa
Halsted foram, respectivamente, de 80% e 6%. A grande metodologia, verificou-se que o contraste sempre drenava
diferença nas taxas de controle da doença deu origem à “Es- para linfonodo inguinal superficial, localizado no quadrante
cola de Cirurgia Oncológica”. Os princípios da cirurgia de súpero-medial, próximo à junção dos vasos epigástricos su-
Halsted foram aplicados para a maioria dos carcinomas, pre- perficiais com a veia safena, ao que chamou de linfonodo
conizando-se a remoção do tumor primário com margem sentinela. O achado foi confirmado por dissecção linfonodal
adequada, associada ao máximo possível de drenagem linfá- e estudo histopatológico, constatando-se alta acuracidade.
tica loco regional. O trabalho de Cabañas gerou grande impacto na comunida-
A partir dos anos 60, o câncer de mama passou a ser de urológica, e foi considerado por algum tempo um bom
entendido como doença loco regional e sistêmica, fato esse método de estadiamento. Trabalhos posteriores demonstra-
que, associado ao progresso do tratamento multidisciplinar, ram, no entanto, que a metodologia proposta por Cabañas
deu início ao tratamento conservador do câncer de mama, a estava associada a altos índices de resultados falsos negati-
partir da década de 70, fundamentando-se basicamente na vos, talvez por ser este um método estático de estudo da
quadrantectomia e no esvaziamento axilar. No entanto, o ris- drenagem linfática, ou até mesmo, pela complexidade da dre-
co de doença sistêmica, a ausência de doença microscópica nagem linfática peniana.
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A partir de 1992, através de metodologia dinâmica Conseqüentemente, os pacientes poderão ser encaminhados
conseguida mediante injeção de corante azul patente (Morton) para terapia adjuvante mais precocemente.
e, posteriormente, radiotraçador (Krag), surgiram inúmeros
trabalhos demonstrando alta acuracidade no estadiamento
da doença linfonodal em melanoma cutâneo e em câncer de LNS em melanona
mama, tornando possível o estabelecimento de um consenso Indicações
para a abordagem dos linfonodos através da pesquisa do - Breslow >= 0,76 mm
linfonodo sentinela. - Breslow < 0,76, associado a:
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sentinela de pacientes com melanoma. A sensibilidade da clínico NCI-04-C-0114 do National Cancer Institute.
biópsia de congelação em identificar metástases no linfonodo No carcinoma ductal in situ, a indicação é controversa,
sentinela é baixa (59%), fragmentos do linfonodo sentinela no entanto, quando se constata a presença de micrometástases
podem ser perdidos e aumentar a taxa de falso negativos > 2mm, ocorre mudança do estadiamento (upstaging) e con-
(7,5%). seqüentemente da proposta terapêutica. As taxas de metástase
O estudo anatomopatológico deve seguir a recomenda- no linfonodo sentinela variam de 4 a 8% quando o diagnósti-
ção da Organização Mundial de Saúde. O “imprint” poderá co é feito por imunohistoquímica. A relevância clinica destes
ser utilizado nos casos de suspeita clínica de doença achados, no entanto, é ainda desconhecida. Para o carcino-
macroscópica, com taxa de sensibilidade de 62%. ma in situ tipo comedo, em função da maior probabilidade de
focos invasivos não surpreendidos ao exame histopatológico,
há maior tendência para realizar a pesquisa do linfonodo
LNS em melanona sentinela.
Anatomopatologia É consenso que o linfonodo sentinela representa a primei-
- Não usar congelação ra estação de drenagem linfática dos tumores da mama. O
“Imprint” se suspeita macroscópica seu acometimento por células neoplásicas define o status axi-
lar. É reconhecida a drenagem alternativa para a cadeia ma-
- Cortes seriados mária interna, embora sua exploração cirúrgica de rotina es-
teja ainda em fase de avaliação.
- Marcadores IMH (se HE Negativo)
S-100, HMB-45, Melan A
LNS em mama
Indicações
Curva de aprendizado - Tu < 3,0 cm, axila (-)
Morton e colaboradores analisaram a acurácia do - Carcinoma intraductal de alto grau
mapeamento linfático em predizer a metástase para o
linfonodo sentinela. Foi realizado o mapeamento linfático e a
biópsia do linfonodo sentinela em um estudo multicêntrico, Metodologia para a pesquisa de linfonodo sentinela em
comparando com dados de um serviço já organizado (John câncer de mama
Wayne Cancer Center). Os autores concluíram que a técnica
da linfadenectomia sentinela pode ser ensinada com sucesso Linfocintigrafia
e aplicada como um protocolo em vários centros, sendo im- A maioria dos trabalhos de língua inglesa sugere a realiza-
portantes componentes para o sucesso da técnica, a aborda- ção de cintigrafia pré-operatória, o que permite a marcação
gem multidisciplinar, curva de aprendizado de pelo menos cutânea orientada da busca cirúrgica, bem como identifica
30 casos consecutivos e a associação de azul patente e drenagens alternativas. Para alguns autores, no entanto, o
radiocolóide. método onera o procedimento e deve ser opcional. Quando
Outros autores concluíram que a fase de aprendizado é o identificador é o corante, a técnica não se justifica. Nos
de 150 procedimentos com 60 casos de linfonodos positi- casos de tumores localizados nos quadrantes internos, a
vos. Basearam-se em estudo realizado, comparando quatro linfocintigrafia pré-operatória é recomendada pela possibili-
fases da curva de aprendizado: 25, 50, 75 e 150 procedimen- dade de identificação de drenagem para a cadeia da mamária
tos com o número correspondente de 10, 20, 30 e 60 casos interna.
de linfonodos positivos e analisando os valores da não identi- De maneira análoga ao descrito para o melanoma, a
ficação do linfonodo sentinela e a taxa de falso negativo. linfocintigrafia deve ser feita em média 6-12 horas antes do
ato cirúrgico, ainda que possa ser realizada até 24 horas
Consenso sobre a Pesquisa de Linfonodo Sentinela em antes.
Câncer de Mama Existem alternativas diversas quanto ao local de injeção
do radiofármaco e do corante vital, que podem ser aplicados
Indicações na derme que recobre o tumor, na região periareolar, no
A pesquisa do linfonodo sentinela em câncer de mama local da biopsia e intra-tumoral. A injeção periareolar parece
está indicada para tumores < 3 cm com axila clinicamente ser mais indicada e tem a vantagem de propiciar distância
negativa. A indicação em tumores > 3 cm e em estádios adequada entre o local de injeção e a cadeia linfática. Este
clínicos = IIA encontra-se em fase de avaliação no ensaio aspecto adquire maior relevância mediante injeção do
18 Consensos do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia Boletim CBC Edição • Especial • 2006
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radiotraçador pela menor possibilidade de confusão na con- submetido a exame por HE com cortes de 1 a 2mm, o que
tagem entre o local de injeção e a cadeia de drenagem. Para aumenta a sensibilidade e especificidade na pesquisa de célu-
os tumores dos quadrantes internos com axila clinicamente las neoplásicas.
negativa, a injeção deve ser peritumoral profunda e a Giuliano et al. demonstraram a correlação entre o
cintilografia pré-operatória é mandatória para avaliação da linfonodo sentinela e o status axilar utilizando técnica de HE e
cadeia mamária interna. imunoistoquímica para todos os linfonodos da axila em 60
Em pacientes submetidos à quimioterapia neoadjuvante, pacientes portadores de câncer de mama, comparando o
alguns trabalhos relatam a possibilidade de identificação de linfonodo sentinela com 1087 linfonodos “não sentinela”,
mais de três linfonodos sentinela, provalmente em conseqü- confirmando correlação segura entre o status do linfonodo
ência da formação de vias alternativas secundárias à esclerose sentinela e status axilar para os 02 métodos, com taxa de
do linfonodo previamente acometido pelo tumor. erro de 0,9%. Embora referido em diversos trabalhos, não
há consenso sobre o prognóstico de pacientes com linfonodo
Radiotraçador sentinela identificado apenas pelo método imunoistoquímico,
O radiofármaco recomendado é o Tecnécio99. Quanto não havendo razão para a realização rotineira de
ao “carreador”, na maioria dos trabalhos verifica-se a utili- imunoistoquímica na prática clínica
zação do sulfito coloidal em função do tamanho da partícula
e da captação pelos macrófagos. A albumina é utilizada sob a
forma de macro-partícula quando se deseja maior tempo de LNS em mama
permanência da substância radioativa no local da injeção. As Anatomopatologia
partículas de tamanho médio também permitem a identifica- - “Imprint” é aceito
ção de linfonodos sentinela. No Brasil, o carreador mais uti- - Congelação não deve ser usada
lizado é o fitato coloidal (Labcex). - IMH se HE (-)
Corante vital
O azul patente foi o primeiro corante a ser empregado. Comentários adicionais
Comparativamente, o uso do radiofármaco é mais
dispendioso e exige equipamentos adicionais. Alguns autores Curva de aprendizado
defendem o do azul patente como técnica isolada segura para A média de falsos negativos nas publicações avalia-
identificação do linfonodo sentinela, questionando-se a ne- das foi de 7,05%. A taxa de falsos negativos é referencial
cessidade do uso de radiofármacos e detecção intra-opera- para controle da curva de aprendizado, aceitando-se
tória com probe. Estudos experimentais confirmam a acurácia como habilitado para executar a técnica o profissional
semelhante dos dois métodos. que obtém um índice de falso negativo = 10%, com o
linfonodo sentinela controlado pelo esvaziamento axi-
lar subseqüente. Tafra et al. relataram taxa de falso ne-
LNS em mama gativo de 4% por cirurgiões que realizaram mais de
Metodologia dez procedimentos e de 15% para aqueles com menos
- Linfocintigrafia de dez práticas. O percentual de falsos negativos foi
- Corante Vital - Azul Patente ainda maior em pacientes com tumores dos quadrantes
- “Gamma pobre” internos (30%) (injeção peri-tumoral).
O American College of Surgeons Oncology Group e
a American Society of Breast Surgeons recomendam um
Avaliação anatomopatológica do linfonodo sentinela mínimo de 30 procedimentos. McMasters e colabora-
O Consenso do Colégio Americano de Patologistas defi- dores, numa análise de 2.148 procedimentos realiza-
ne que o estudo trans-operatório do linfonodo sentinela deva dos por 226 cirurgiões relatam como ponto de corte
ser realizado pela técnica de “imprint”, uma vez que, no estu- para um número aceitável de falsos negativos a realiza-
do de cortes por congelação, uma porção significativa de ção de 20 casos. Outros autores relataram que com um
tecido linfonodal é perdida. corte de 23 casos, o índice de falso negativo foi inferior
Nos exames de rotina das peças de esvaziamento, todos a 10%.
os linfonodos são estudados com apenas dois cortes na re- Pela análise dos dados, pode-se inferir que são ne-
gião do hilo. Com a pesquisa do linfonodo sentinela, o linfonodo cessários 20 procedimentos para o treinamento do ci-
identificado passa a ser melhor estudado. Todo material é rurgião e familiarização com a técnica.
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Ao realizar o procedimento cirúrgico deve-se explorar A tireoglobulina (Tg) deve ser solicitada durante o au-
cuidadosamente as cadeias linfáticas de risco (níveis II, III, IV e mento do TSH por exemplo, no dia da PCI e subseqüente-
VI). Se o achado for suspeito deve-se proceder à ressecção mente usada para monitorar doença recorrente. O seu au-
para exame histopatológico de prefeência com congelação, mento é sugestivo de recidiva, assim como a sua redução é
que irá orientar se há indicação de esvaziamento cervical um bom prognóstico. Aumentos da tireoglobulina geralmente
onde na maioria das vezes deverá ser seletivo e o mais con- indicam doença ativa, quando se torna necessária nova PCI..
servador possível. Se o nódulo é do nível VI, o esvaziamento Deve-se dosar o anticorpo anti-tireoglobulina, que pode
do compartimento central é suficiente. Se o linfonodo é da neutralizar a tireoglobulina e torná-la indetectável. A sensi-
cadeia jugulo-carotidea todos os níveis citados acima devem bilidade da tireoglobulina é 88% e a especificidade 99%.
ser tratados. Esvaziamento cervical radical usualmente não é Após a PCI, com ou sem o tratamento com radioiodo, o
necessário. paciente é tratado com hormônio tireoidiano, usualmente a
O nervo laríngeo inferior deve ser identificado e preser- tiroxina (T4), em dose supressiva, ou seja, deixando-se o
vado em qualquer situação. Lesões de nervos laríngeo inferi- TSH em seu limite superior (hipertireoidismo sub-clinico)
or estão entre 1-6% e a lesão bilateral corresponde a 1/10 com a intenção de se evitar o crescimento de metástases
do achado das lesões citadas acima. microscópicas não detectadas pela PCI.
Deve-se ter bastante cuidado em preservar o ramo ex- O cálcio deve ser solicitado junto com a albumina e se
terno do nervo laríngeo superior por que esta morbidade encontrar hipocalcemia o tratamento deve ser iniciado.
atinge particularmente a qualidade vocal, e esta lesão pode A maioria das recidivas ocorre na primeira década após
ser mas encontrada do que a lesão do nervo laríngeo inferior a cirurgia, mas o seguimento deve ser por toda a vida do
e por isso é importante a realização da Vídeo- Estroboscopia paciente.
do Laringe no pós-operatório.
TSH RECOMBINANTE HUMANO (Tirotrofina
Tratamento com Radioiodo (I¹³¹) - Seguimento alfa injetável)
Após a tireoidectomia total, o paciente deverá ser sub- A administração de tirotrofina alfa injetável estimula o
metido à pesquisa de corpo inteiro com I131 (PCI). Para esse tecido tireoidiano a captar iodo radioativo para realiza-
procedimento, os níveis de TSH devem estar elevados, aci- ção de PCI e a liberar tireoglobulina para realização de
ma de 30 ui/ml, sendo assim possível o diagnóstico de sua dosagem. Isto permitirá que o paciente continue reali-
metástases tanto regionais como à distância. Em muitos ca- zando a reposição hormonal. Esta é sua principal vanta-
sos, há captação residual cervical. Nessa situação há diver- gem, evitar os sintomas do hipotireoidismo como: dimi-
gências quanto à quantidade de captação que deve ser reali- nuição da freqüência cardíaca, diminuição das funções
zada a ablação com iodo radioativo. O mais aceito atualmen- neuromusculares, parestesia, fadiga, ressecamento da pele,
te é que, captações maiores que 1% ou a presença de massas depressão, ansiedade, perda de apetite, intolerância ao
cervicais ou à distância suspeitas para metástases, devem ser frio, ganho de peso, diminuição da capacidade cognitiva e
tratadas com dose terapêutica do radioiodo. Alguns autores possíveis interrupções das atividades profissionais e soci-
não concordam com o benefício do I131, alegando que não ais dos pacientes.
há, em muitos casos, vantagem comprovada. A dose é de 0,9 mg e deve ser administrado via IM a
Não sendo possível de imediato a PCI deve iniciar a repo- cada 24 horas, em duas doses, antes da dosagem de
sição hormonal com tiroxina(T4) após a cirurgia, por 30 dias, tireoglobulina (Tg) e PCI.
evitando assim os incômodos do hipotireoidismo prolonga- Entretanto, devido ao alto custo deve ser usado apro-
do. A reposição normal para adulto é como protocolo de priadamente para contribuir no diagnóstico do paciente,
meia dose que deve ser interrompido três semanas antes da no tratamento assim como no seu seguimento.
pesquisa de corpo inteiro com I¹³¹ (PCI) e da dose ablativa do
tecido tireoideano remanescente com I¹³¹ (30-100 mCi).
Nos casos onde há metástase a dose utilizada será a tera- AS PRINCIPAIS INDICAÇÕES SÃO:
pêutica, 150 mCi para linfonodos e pulmão, e 200 mCi para • Pacientes com hipopituitarismo;
ossos podendo ser repetido dependendo da captação. Outra • Metástase funcionante causando supressão do TSH;
opção para o tratamento de metástases, principalmente em • Paciente com isquemia cardíaca severa;
casos de tumores avançados, é usar cálculos de dosimetria • Paciente com história de doença psiquiátrica pre-
interna para administrar doses altas evitando assim compli- cipitada pelo hipotireoidismo;
cações como toxicidade para a medula óssea ou pneumonite • Paciente com doença avançada.
actínica.
26 Consensos do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia Boletim CBC Edição • Especial • 2006
C O N S E N S O 5
RADIOTERAPIA EXTERNA and the role of radiotherapy. Horm Metab Res Suppl 1989;
A radioterapia é usada infreqüentemente e provavelmen- 21:21-5
te reduz a recorrência local em pacientes de alto risco de 9. Chonkich GD, Petti GH Jr, Goral W. Total thyroidectomy in
recidiva devido doença residual, quando a cirurgia não é re- the treatment of thyroid disease. Laryngoscope 1987;
comendada. A radioterapia deve ser bem planejada para pre- 97:897-900.
venir mielopatia. 10. Ruegemer JJ, Hay ID, Bergstralh EJ, et al. Distant
metastases in differentiated thyroid carcinoma: a
multivariate analysis of prognostic variables. J Clin
PRINCIPAL INDICAÇÃO: Endocrinol Metab 1988; 67:501-8.
• Tumores irressecáveis que não concentram I¹³¹. 11. Barraclough BM, Barracloug BH. Ultrasound of the thyroid
• Evidência macroscópica de invasão durante a ci- and parathyroid glands. World J Surg 2000; 24:158.
rurgia com doença residual macro-ou microscópi- 12. St. Louis JD, Leight GS, Tyler DS, et al.
ca, particularmente se o tumor não concentra I¹³¹. 13. Mazzaferri EL. Management of a solitary thyroid nodule.
• Doença recorrente no pescoço onde a cirurgia ou N Engl J Med 1993; 328:553-9.
a radioiodoterapia I¹³¹ não é recomendada. 14. Belfiore A, Garofalo MR, Giuffrida D, et al. Increased
• Tratamento paliativo de doentes inoperáveis com aggressiveness of thyroid cancer in patients with Graves’
metástase para ossos, mediastino, cérebro, colu- disease. J Clin Endocrinol Metab 1990; 70:830-5.
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QUIMIOTERAPIA PALIATIVA 16. Ozaki O, Ito K, Kobayashi K, et al: Thyroid carcinoma in
A quimioterapia não tem uma rotina no manuseio do Graves’ disease. World J Surg 1990; 14:437-40.
CBDT. Seu uso é restrito ao estágio final da doença não con- 17. Akslen LA, Haldorsen T, Thoresen SO, et al. Survival and
trolado pela cirurgia, radioiodoterapia com I¹³¹ ou radiotera- causes of death in thyroid cancer: a population-based
pia externa. Os agentes usados são a doxorubicina e study of 2479 cases from Norway. Cancer Res 1991;
cisplatinum, mais a taxa de resposta parcial no seu melhor 51:1234-41.
resultado está entre 10-20%. A quimioterapia deve ser só 18. Al-Saleh MS, Al-Kattan KM. Incidence of carcinoma in
empregada em pacientes com doença progressiva e sintomá- multinodular goitre in Saudi Arabia. J R Coll Surg Edinb
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C O N S E N S O 6
C O N S E N S O 6
C O N S E N S O 6
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Tratamento de complicações na
colecistectomia laparoscópica
Coordenador Integrantes
ECBC Luiz Rohde (Coordenador) (RS) TCBC Adhemar Monteiro Pacheco Jr. (SP)
TCBC Alessandro Bersch Osvaldt (RS)
ECBC Jose Eduardo Monteiro da Cunha (SP)
TCBC Luiz Pereira Lima (RS)
TCBC Raul Chatagnier Filho (RS)
TCBC Tarcisio Trivino (SP)
TCBC Telesforo Bacchella (SP)
C O N S E N S O 7
C O N S E N S O 7
PAINEL INTERATIVO
Estuda a vascularização da via biliar principal estenosada
antes da derivação biliodigestiva?
Não
C O N S E N S O 8
Tratamento Adjuvante e
Neo-Adjuvante em Câncer Colorretal
Objetivo do Consenso
Definição de qual a melhor conduta a ser adotada em Coordenador
virtude da avaliação dos resultados pessoais e mundiais so- ECBC José Alfredo dos Reis Neto (SP)
bre os parâmetros gerais do que “PODE ser feito e do que
não DEVE ser feito”, e, dentro das possibilidades, originar Integrantes
um protocolo que possa servir de base na terapêutica atual TCBC Angelita Habr-Gama (SP)
do Câncer Colorretal. TCBC Benedito Mauro Rossi (SP)
ASCBC Frederico Costa (CE)
Conceituação TCBC José Reinan Ramos (RJ)
TCBC Leonaldson dos Santos Castro (RJ)
Neo adjuvância: tratamento oncológico que prece- TCBC Mauro de Souza Leite Pinho (SC)
de o ato cirúrgico (inclui, atualmente, radioterapia e Dr. Miguel Guizzardi
quimioterapia). TCBC Raul Cutait (SP)
Dr. Roberto Almeida Gil
Adjuvância: tratamento oncológico realizado após a TCBC Sérgio Brenner (PR)
realização da cirurgia (inclui, atualmente, radiotera-
pia e quimioterapia); Secretário
TCBC Joaquim Simões Neto (SP)
C O N S E N S O 8
pelo seu limite infe- mes devem ser realizados, como parte de um estadiamento
rior – borda distal da enfermidade, tanto local como geral:
do tumor). Isto 1. toque retal
corresponde a uma 2. colonoscopia
distância máxima 3. ultra-sonografia endorretal 360 graus
(média) de 8 cm, a 4. ressonância magnética abdominal e pélvica
partir da linha 5. radiografia simples de tórax,
pectínea.
Para o especia- Na impossibilidade da realização destes exames (ultra-
lista, no entanto, o som endorretal e ressonância magnética) para a definição
limite a ser conside- exata do estádio de um tumor realizar os seguintes exames
rado é a altura do como alternativa:
fundo de saco de 1. toque retal
Douglas ou a segun- 2. colonoscopia
da valva retal 3. tomografia computadorizada de abdômen e pelves
(Bacon& Recio; 4. radiografia simples de tórax
Gorsch).
Figura 1: altura média alcançada por um toque retal. O toque retal é, portanto, obrigatório na definição do
estadiamento de um tumor localizado no segmento inferior
do reto.
Neo adjuvância
Figura 2: corte anatômico de reto, demonstrando a altura do fundo de A neo adjuvância é considerada padrão para o tratamen-
saco de Douglas (S – reto superior, I reto inferior).
to de determinadas lesões, com ou sem linfoadenopatia posi-
Estadiamento do tumor tiva, localizadas neste segmento de reto.
A classificação TNM (UICC 2002 - 6th edition), servirá O consenso recomenda a neo adjuvância para os tumores
como padrão para o estadiamento do tumor e a conseqüente diagnosticados como pertencentes aos estádios IIa/b e IIIa/
terapêutica a ser adotada. b/c ou para tumores com, no mínimo, 3 das seguintes carac-
terísticas clínicas presentes e determinadas ao toque retal, o
Estádio 0 ____________________________ Tis N0 M0 que determinaria clinicamente um tumor estádio II ou mes-
Estádio I __________________________ T1/T2 N0 M0 mo III:
Estádio IIA ___________________________ T3 N0 M0 1. infiltração,
Estádio IIB ___________________________ T4 N0 M0 2. invasão,
Estádio IIIA _ T1/T2 N1 M0 (N1 de 1 a 3 linfonodos +) 3. fixação,
Estádio IIIB _______________________ T3/T4 N1 M0 4. ulceração,
Estádio IIIC _ qqT N2 M0 (N2 mais de 4 linfonodos +) 5. linfoadenopatia positiva.
Estádio IV __________________________ qqT qqN M1
Em casos de dúvidas diagnósticas quanto ao estadiamento
Exames a serem realizados para configurar o entre tumores T2 e T3 a neo adjuvância deverá ser realizada,
estadiamento do tumor ou seja, em caso de dúvidas quanto ao estadiamento, efetuar
Após o tumor ter sido diagnosticado, os seguintes exa- o tratamento neo-adjuvante.
36 Consensos do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia Boletim CBC Edição • Especial • 2006
C O N S E N S O 8
C O N S E N S O 8
devem ser submetidos ao tratamento neo-adjuvante, sendo considerados pelo exame anatomopatológico da peça
muito provável que este seja o único a ser realizado se as ressecada como de estádios IIb e quaisquer dos estádios
metástases não forem consideradas ressecáveis (o termo neo III.
adjuvância, portanto, seria substituído por terapêutica). Outras drogas poderão ser utilizadas, desde que devida-
mente acompanhados os seus resultados.
Adjuvância Tumores obstrutivos ou perfurados, mesmo sendo de es-
A quimioterapia com 8 ciclos de 5-fluoruracil e tádio IIa, também dever ser submetidos ao tratamento
leucovorin é recomendada para os tumores ressecados e adjuvante quimioterápico.
* O termo neo adjuvância, portanto, seria substituído por terapêutico, se metástases não forem ressecáveis.
C O N S E N S O 8
* permanece em fase de avaliação, não podendo ser considerada como um procedimento de consenso no tratamento do câncer retal. Esta conduta somente
deveria ser tomada em protocolos de pesquisa, aprovados por Comissão de Ética em Pesquisa institucional ou CONEP, com consentimento informado assinado
pelo paciente.
C O N S E N S O 8
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40 Consensos do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia Boletim CBC Edição • Especial • 2006
C O N S E N S O 9
Algoritmo no Diagnóstico
do Abdome Agudo
Coordenador
TCBC Hamilton Petry de Souza (RS)
Integrantes
TCBC Edivaldo Massazo Utiyama (SP)
TCBC José Ivan de Andrade (SP)
TCBC José Júlio do Rego Monteiro Filho (RJ)
TCBC José César Assef (SP)
TCBC Rene Mariano de Almeida (BA)
TCBC Ricardo Breigeiron (RS)
TCBC Rogério Saad Hossne (SP)
1. Anamnese
• Tempo de evolução
• Características da dor
• Sintomas associados
• Idade
• Doenças associadas
• Uso de medicações
• Cirurgias prévias
Boletim CBC Edição • Especial • 2006 Consensos do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia 41
C O N S E N S O 9
PAINEL INTERATIVO
1. No abdome agudo inflamatório qual o primeiro 4. Caso o exame escolhido não esclareça sua sus-
exame de imagem a ser solicitado? peita diagnóstica, qual a próxima etapa em relação
• RX abdome agudo – 78% aos exames de imagem no abdome agudo
• Ultrassom – 22% perfurativo?
• Tomografia computadorizada • RX abdome agudo – 3%
• Ultrassom – 25%
2. Caso o exame escolhido não esclareça sua sus- • Tomografia computadorizada – 72%
peita diagnóstica, qual a próxima etapa em relação
aos exames de imagem no abdome agudo inflama- 5. No abdome agudo obstrutivo qual o primeiro exa-
tório? me de imagem a ser solicitado?
• RX abdome agudo • RX abdome agudo – 94%
• Ultrassom – 76% • Ultrassom
• Tomografia computadorizada – 24% • Tomografia computadorizada – 6%
3. No abdome agudo perfurativo qual o primeiro 6. Caso o exame escolhido não esclareça sua sus-
exame de imagem a ser solicitado? peita diagnóstica, qual a próxima etapa em relação
• RX abdome agudo – 97% aos exames de imagem no abdome agudo obstrutivo?
• Ultrassom – 3% • RX abdome agudo – 6%
• Tomografia computadorizada • Ultrassom – 9%
• Tomografia computadorizada – 84%
42 Consensos do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia Boletim CBC Edição • Especial • 2006
C O N S E N S O 9
7. No abdome agudo vascular/isquêmico qual o pri- 14. A videolaparoscopia tem lugar no abdome agu-
meiro exame de imagem a ser solicitado? do perfurativo?
• RX abdome agudo – 63% Sim – 50%
• Ultrassom – 13% Não – 50%
• Tomografia computadorizada – 23%
10. Caso o exame escolhido não esclareça sua sus- 15. A videolaparoscopia tem lugar no abdome agu-
peita diagnóstica, qual a próxima etapa em relação do obstrutivo?
aos exames de imagem no abdome agudo vascular/ Sim – 34%
isquêmico? Não – 66%
• RX abdome agudo – 7%
• Ultrassom – 20%
• Tomografia computadorizada – 73% 16. A videolaparoscopia tem lugar no abdome agu-
do vascular/isquêmico?
11. No abdome agudo hemorrágico qual o primei- Sim – 83%
ro exame de imagem a ser solicitado? Não – 17%
• RX abdome agudo – 24%
• Ultrassom – 70% 17. A videolaparoscopia tem lugar no abdome agu-
• Tomografia computadorizada – 6% do hemorrágico?
Sim – 69%
12. Caso o exame escolhido não esclareça sua sus- Não – 31%
peita diagnóstica, qual a próxima etapa em relação
aos exames de imagem no abdome agudo 18. Na suspeita de abdome agudo isquêmico, sem
hemorrágico? que haja evidência inequívoca de indicação cirúrgi-
• RX abdome agudo – 3% ca, qual o exame de imagem que deve ser solicita-
• Ultrassom – 24% do?
• Tomografia computadorizada – 73% • Ultrassom com doppler – 27%
• Angiografia – 38%
13. A videolaparoscopia tem lugar no abdome agu- • Angio-Tomografia – 23%
do inflamatório? • Angio-Ressonância – 12%
Sim – 90%
Não – 10%
Boletim CBC Edição • Especial • 2006 Consensos do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia 43
C O N S E N S O 9
Para fins de uma melhor compreensão dos eventuais lei- nais e institucionais deverão ser respeitadas para sua
tores quando da publicação do “consenso”, apreciaria se implementação prática, tendo em vista a extensa vari-
pudesse haver as colocações abaixo referidas: abilidade de condutas. Sua visão é geral, devendo
servir como um guia básico.
Os colegas responsáveis pelo “Consenso 9 - Algoritmo 3. Quando no algoritmo há referência a “tratamento es-
no Diagnóstico do Abdome Agudo”, esclarecem o que pecífico”, isto se refere na imensa maioria das vezes a
segue: “tratamento cirúrgico”. No entanto, como eventual-
mente, há casos abdominais agudos que não têm indi-
1. O consenso se refere a DIAGNÓSTICO, não entrando cação imediata de cirurgia (por exemplo, pancreatite
qualquer aspecto terapêutico. aguda), preferiu-se o termo “tratamento específico”.
2. O tema foi de “difícil consenso”, já que é muito polê- 4. Os percentuais referidos nas perguntas, referem-se às
mico, controverso e diversas peculiariedades regio- respostas dos presentes na sessão interativa.