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Porto, 2019
2
Agradecimentos
3
Resumo
Abstract
4
Introdução
O papel da escola é fundamental para o desenvolvimento das crianças nas variadas áreas
do conhecimento, incluindo a música. É muitas vezes apenas na escola que muitas crianças
conseguem explorar o seu potencial musical, sendo que o desenvolvimento artístico e musical
é fundamental para o crescimento das crianças enquanto indivíduos. Devido à Educação
Musical ser considerada uma área com menos relevância no currículo faz com que seja aceite
práticas educativas na sala de aula com pouca qualidade. A disciplina é geralmente pensada
como um momento de pausa ou intervalo levando a que os alunos tenham uma postura em
sala de aula menos adequada, prejudicando o seguimento normal da aula e por consequência
desmotivando o professor para a realização e procura de novas estratégias educativas.
A música é algo presente na vida de todos os alunos, no entanto, estes nem sempre têm
motivação para a disciplina de Educação Musical. Devido à minha experiência profissional
como professora de Atividades de Enriquecimento Curricular de Música em escolas TEIP e
escolas “normais”, percebi que as crianças valorizam de forma distinta as atividades musicais
que realizam na escola. Sendo que as crianças das escolas TEIP têm mais motivação e
interesse pela disciplina do que as crianças das escolas “normais”.
7
Fui muito bem recebida por toda a comunidade escolar, todos os alunos, funcionários,
professores e direção mostraram total disponibilidade em coperar na prática educativa para as
professoras estagiárias.
1.2. Recursos
A sala onde decorreu a PES no 2º Ciclo está equipada com um teclado, um quadro
branco, um quadro de pautas musicais, computador e colunas. Para além destes recursos
materiais a escola dispõe também de equipamento de projeção de imagem/vídeo (projetor
fixo). A seguinte tabela apresenta os instrumentos musicais disponíveis na sala EM:
diferentes cenários de cada escola. Ficando essas anomalias a serem corrigidas pelos
respetivos concelhos pedagógicos dessas mesmas escolas. O mesmo se aplica à motivação
contextual, ou seja, aplicar a teoria à prática pois desta forma é mais simples adquirir a
matéria dada ficando ela por mais tempo assimilada.
Para Zabala (1998), a aprendizagem incide sobre perspetivas mais amplas que o simples
planear de tarefas de tipo cognitivo, sendo necessário pensar no indivíduo como um todo.
11
Durante o percurso académico do professor, este é preparado para uma realidade distinta
da que realmente irá encontrar na sua prática, os conhecimentos adquiridos terão de ser
implementados dentro da sala de aula em condições muitas vezes precárias e insuficientes. O
seu desenvolvimento profissional converte-se num desafio constante, o professor necessita de
ter o domínio do conteúdo, domínio da sala, das competências, habilidades e atitudes para
encarar as adversidades da luta diária do aluno. Durante a vida profissional do professor, este
aprende que não é só o aluno que faz parte da sua rotina, existe também a relação com a
coordenação da escola e a participação ativa ou não dos encarregados de educação.
Para além dos pais, os professores são a influência mais importante dos alunos para a
aprendizagem da música. Não só pelo fato de os professores transmitirem facilidade musical,
mas também porque influenciam os gostos e valores musicais são modelos para os seus
alunos, detêm influência sobre a motivação dos alunos, para o bem ou para o mal (Gembris &
Davidson In Parncutt & McPherson, 2002).
A teoria da autodeterminação pressupõe que a motivação possa ser tanto extrínseca como
intrínseca. Um aluno com motivação intrínseca concretiza a tarefa apenas pelo prazer, porque
se interessa por ela e se satisfaz verdadeiramente com a atividade em si. No caso do aluno
com motivação extrínseca realiza a tarefa por causas externas, nomeadamente o receio de
punições, o anseio de reconhecimento e de obtenção de compensações, ou ainda por
reconhecê-la como necessária, embora não seja do seu agrado. A satisfação não vem da
atividade em si, mas sim das consequências extrínsecas produzidas pela atividade. Em outras
palavras, a Teoria da Autodeterminação “faz uma importante distinção entre duas diferentes
questões motivacionais: porque versus para que. Qual é o objetivo de sua atividade e por que
você quer realizar esse objetivo; quais são as razões que o levam ao esforço para atingir esse
objetivo?” (Lens, Matos, & Vansteenkiste, 2008).
13
permitirá que ele vá a uma festa no sábado à noite (motivação extrínseca e regulamento
externo)” (Lens, Matos, & Vansteenkiste, 2008); b) regulação introjetada: a pessoa administra
as consequências externas mediante o resultado de pressões internas como culpa e ansiedade.
Exemplificando, “um aluno pode dar o melhor de si na escola, porque seus pais assim o
exigem e não quer desobedecer-lhes, porque senão teria sentimentos de culpa. Dessa forma,
ele estuda, porque não quer se sentir culpado” (Lens, Matos, & Vansteenkiste, 2008); c)
regulação identificada: é mais autónoma do que as anteriores, pois, nesse caso, já há alguma
interiorização, mesmo que a razão para fazer alguma coisa seja de origem externa. Por
exemplo: “Um aluno pode se esforçar ao máximo na escola, porque quer ir para a faculdade e
se tornar um arquiteto. Ele se percebe como um futuro arquiteto. Essa motivação do aluno é
instrumental, consequentemente, extrínseca, mas se identifica com a razão para estudar”
(Lens, Matos, & Vansteenkiste, 2008); d) regulação integrada: há coerência entre o
comportamento, os objetivos e valores da pessoa. É a forma de motivação extrínseca mais
autónoma, embora o foco ainda esteja “nos benefícios pessoais advindos da realização da
atividade” (Guimarães & Bzuneck, 2008). Em relação à motivação intrínseca, a pessoa tem
interesse e prazer na realização da tarefa, sendo a atividade vista como um fim em si mesma.
Guimarães (2003), fala sobre dois casos de alunos onde enfrentam problemas de
interação social na escola. Num dos casos o aluno é considerado inteligente, mas tem
problemas de assiduidade, comportamento e baixo desempenho. Sendo o aluno adotado e que
a mãe adotiva faleceu, vivendo atualmente com o pai juntamente com mais três irmãos. No
segundo caso temos uma aluna com excesso de peso que se recusa a frequentar as aulas de
Educação Física uma vez que os colegas a ridicularizam pelo seu aspeto físico. Não tem
contacto social com nenhum colega e nas aulas não presta atenção ao professor. Podemos
concluir, que o sentimento de exclusão de ambos os alunos, proporciona um desconforto
emocional que se reflete na sua concentração e motivação pelas aprendizagens escolares.
Estes problemas acontecem nas nossas escolas e são principalmente sentidos quando os
alunos mudam de instituição e entram na adolescência, pois é nesta fase que os problemas
ficam mais intensos e os jovens tentam procurar a sua própria identidade e autonomia. Os
desenvolvimentos sociais, emocionais, físicos e intelectuais ficam muito mais acentuados
devido às grandes mudanças, no entanto nem todos os jovens passam pela adolescência desta
forma, alguns conseguem adquirir autonomia e encontrar a sua identidade de forma calma.
A motivação para aprender está relacionada com a necessidade de nos integrarmos,
criando ligações dentro e fora da escola. Estas devem ser observadas e entendidas pelos
profissionais da escola, os quais depois devem intervir para o bom ambiente escolar. Para
Eccles (2005), é importante existir equilíbrio entre o senso de competência da pessoa e o
15
senso de dificuldade em relação à atividade para que haja interesse, teoria valor-expectativa.
Pois uma atividade se for importante para a pessoa (valor) e se ela acreditar que terá um bom
desempenho na atividade a realizar (expectativa), então terá um maior envolvimento nessa
atividade do que numa outra que não considere importante ou que ache que não terá um bom
resultado final (Roberts, 2007).
com situações sociais e a autoeficácia emocional, a “capacidade percebida para lidar com
emoções negativas”.
Segundo Anne - Marie Green (1987, p. 88), a presença da música na nossa vida
quotidiana é tão implorante que devemos considerá-la como um fator social. Ainda existe
dificuldade por parte dos professores em incluir todos os ensinamentos de musicologia,
etnomusicologia e educação musical nas salas de aula. A música ainda é tratada como um
objeto totalmente fora do seu meio sociocultural. Anne - Marie Green, afirma que “não existe
objeto musical independentemente de sua constituição por um sujeito. Não existe, portanto,
por um lado, o mundo das obras musicais (que não são entidades universais e se
desenvolvem em condições particulares ligadas a uma dada ordem cultural), e por outro,
indivíduos com disposições adquiridas ou condutas musicais influenciadas pelas normas da
sociedade. A música é, portanto, um fato cultural inscrito em uma sociedade dada […].
(Green, A.-M., 1987, p. 91). Com esta afirmação, podemos entender que a música poderia
utilizar os diferentes contextos sociais para pôr em prática nas salas de aula e assim motivar
os alunos para a disciplina de Educação Musical.
É mais importante que os alunos definam um tipo de relação com a música do que esta
ser apenas implementada na aula e posta em prática ou mesmo consumida apenas pelo seu
género e assim, ser unicamente apreciada e escutada, isto porque as preferências musicais dos
adolescentes estão ligadas a géneros musicais que para eles possuem um significado
relacionado à liberdade de expressão e de mudança, ou seja, a música para os jovens é
caracterizada pela classe de idade e o seu meio social (Green, A-M., 1987, p. 100).
Para os jovens a música é construída através das suas vivências familiares, quotidianas e
na escola, isto é um aspeto que infelizmente não é tido em conta em algumas escolas, segundo
Sílvia Ramos (2002, p. 89) “falar sobre música se baseia em suas próprias vivências
musicais. Assim sendo, falar sobre música significa dizer ao colega as músicas que sabe
cantar inteiras; as de que não aprenderam; as que não gostam; as que têm letras
comprometedoras; as que têm letras que não entendem, e, por último, letras que falam de
temas próximos de sua realidade social. Assim, escutar música significa aprender música
com os cantores e grupos preferidos, aprender as músicas de que gostam e que, de alguma
forma, falam de sua realidade.”
Os valores envolvidos na vida dos jovens não são pensados para o currículo e a
disciplina de Educação Musical é das poucas em que é possível garantir mudanças a vários
níveis, nomeadamente os alunos podem expor as suas vivências em experiências musicais e
depois criar um diálogo sobre elas, um dos valores mais importantes nos dias de hoje. Os
professores têm por hábito achar que os alunos nada percebem sobre música e não permitem
17
que estes possam expressar interesses musicais diferentes dos seus, no entanto, para tal
acontecer os professores necessitariam de formação para compreender de que forma a
Educação Musical pode ser trabalhada como uma prática social. É preciso conhecer os alunos,
que tipo de músicas eles se identificam e ouvem.
Os alunos não são todos iguais e estes representam uma geração que vive num mundo de
transformação da sociedade contemporânea e sofrem as suas consequências. Os jovens
constroem experiências de vida sociais em diferentes lugares e nós, professores, temos de
perceber que os alunos que estão à nossa frente são jovens singulares e heterogéneos
socioculturalmente, e imersos na complexidade da vida humana (Souza, J. 2004).
Ao compreender as práticas sociais dos alunos como por exemplo, o lugar onde vivem,
de que forma passam o seu tempo livre e situações vividas, estas são importantes referências
para analisar como experimentam e assimilam a música e a compreendem. Pois é nos seus
espaços sociais e culturais, que estabelecem práticas sociais e criam a sua identidade como
sujeitos socioculturais, para a qual a música em muito contribui.
Para Dumazedier (1994, p. 76), as práticas e interesses extra-escolares dos jovens “ou os
conteúdos culturais que os jovens adquirem voluntariamente durante uma parte de suas
atividades individuais ou coletivas” necessitariam ser melhor analisados, pois “é através das
práticas do tempo livre das crianças e dos adolescentes que poderemos compreender seu
modo de inserção social, suas dificuldades, seus desejos, suas aspirações ou suas confusões”.
Necessitamos de introduzir na sala de aula outras formas de pensar e fazer música, não
andarmos apenas à volta do livro e da teoria, pois assim ficamos impedidos de relacionar as
experiências multiculturais vividas no quotidiano ao conhecimento da escola, criando assim o
diálogo no ensino-aprendizagem (Souza, J., 2004)
Cada vez mais são propostos alunos para avaliação pedagógica e psicológica, devido ás
dificuldades de aprendizagem, problemas comportamentais e integração. É assim acrescido a
estas necessidades, estabelecer e criar cooperações estratégicas e um diálogo cuidado entre a
escola, família e comunidade. Tendo como objetivo final promover ambientes positivos na
aprendizagem e assegurar a qualidade da educação e claro, o desenvolvimento humano. Uma
escola TEIP é uma escola que aprende e que cuida do sucesso dos alunos.
Como refere Batista (2000), o educador social tem uma profissão híbrida “entre os
educadores-professores e os trabalhadores sociais. Com os primeiros partilham o mesmo
saber profissional de referência, o saber pedagógico. Com os segundos partilham os mesmos
territórios de intervenção” (Batista, 2000, p. 19). Acrescenta ainda que são profissionais com
preparação específica no desenvolvimento da ação educativa em contexto diversificados
(Batista, 2000). Por outro lado, Carvalho e Batista salientam que a educação social “demarca-
se da educação em geral, e sobretudo da educação escolar, pelo caráter não formal de uma
intervenção direcionada para todas as pessoas.” (Carvalho & Batista, 2004, p. 83). Neste
sentido, a integração destes profissionais nas escolas, nomeadamente nos TEIP, correspondeu
19
Muitos alunos conseguem adaptar-se aos variados meios, como por exemplo a escola,
mas, no entanto, há outros alunos que não o conseguem fazer e são esses jovens adolescentes
que chegam a sentir-se frustrados por diversas razões e acabam por abandonar a escola.
Embora se tenha ideia de que o absentismo consiste na falta ás aulas, esta definição é
muito pouco concreta não se conseguindo perceber se podemos incluir faltas com e sem
justificação, se podemos falar de absentismo quando se trata de alunos que embora presentes
na aula não estão atentos ao que se lecciona e por isso é urgente que se defina o que é
absentismo (González, 2006). Existem diferentes formas de absentismo escolar descritas tais
como absentismo dito de “atraso” em que sistematicamente os alunos chegam atrasados à
escola, absentismo “de interior” em que embora os alunos estejam fisicamente presentes
tentam não ser vistos na aula e até mesmo o absentismo em que os pais tentam esconder as
faltas dos filhos (González, 2006).
Para se estudar o fenómeno do absentismo será necessário analisar diversos factores que
envolvam o indivíduo como a escola, a família e o meio social em que este se encontra
inserido. O aluno que é absentista acaba por sentir-se excluído pelo meio escolar e acaba por
perder auto-estima devido a manifestações indesejáveis por parte de professores e alunos. Se
o aluno encontra na família e no grupo de pares uma valorização que não encontra na escola
pode ocorrer a solidificação do absentismo, mas isto só acontece devido à rejeição existente
por parte do meio escolar. A adaptação ao contexto escolar estará directamente ligada às
relações afectivas que o aluno tem neste meio, a adaptação às regras existentes e também
depende da forma como a escola aborda programas de intervenção que abranjam as
necessidades dos seus alunos. O aluno demonstra uma atitude absentista por não se sentir
integrado no âmbito académico e não é o único responsável pela existência desta situação,
também a escola e a família o são, e é crucial que se desenvolva o diálogo na escola tal como
atender às carências do aluno (Morgades, 2005). Numa fase de adolescência, o apoio e
presença parental é importante para os efeitos positivos na escola. Um aluno que não tenha
um meio familiar próximo, por norma, não terá interesse em aprender e como tal, os
resultados escolares não serão positivos fazendo com que o jovem repita o ano ou
simplesmente desista da escola.
20
Nos países OCDE, quase um em cada cinco alunos não atinge um nível básico mínimo
de formação. Os jovens alunos provenientes de meios sócio-económicos mais desfavorecidos
têm duas vezes mais probabilidades de não obter aproveitamento. A falta de equidade e de
integração podem levar ao fracasso escolar e isto significa que um em cada cinco jovens
adultos, abandona os estudos antes de completar o nível básico (OCDE, 2012).
3.1. Estudo
3.2. Método
cada professor(a) pedi que realizassem o questionário a duas turmas de 6º ano de escolaridade
para uma maior e concreta obtenção de resultados.
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50
Número de alunos
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30
20
13
10 8
3
1
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10 anos 11 anos 12 anos 13 anos Não respondeu
A média de idades dos alunos é de 11 anos, no entanto é de salientar que existem pelo
menos 8 alunos que já reprovaram nas escolas básicas, o dobro dos alunos que podemos
verificar nas escolas TEIP.
Pergunta nº 1 – Gostas de ouvir e/ ou fazer música no teu dia a dia? (coloca uma
X na resposta que achares correta)
Pergunta nº 1 Pergunta nº 1
(escolas básicas) (escolas TEIP)
Gráfico 2 – Pergunta nº 1 do
questionário.
Existe apenas 1% de diferença, podemos dizer que quase todos os alunos gostam de
música.
Pergunta nº 2 Pergunta nº 2
(escolas básicas) (escolas TEIP)
Podemos observar que nas escolas TEIP os alunos estão mais motivados e interessados
na disciplina de Educação Musical, nas escolas básicas pouco mais que metade dos alunos de
duas turmas disseram que gostavam da disciplina.
Pergunta nº 3 Pergunta nº 3
(escolas básicas) (escolas TEIP)
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Nas respostas positivas podemos salientar que nas escolas TEIP a motivação para querer
continuar com a disciplina até ao 9º ano é porque gostam da disciplina e do professor, nas
escolas básicas a motivação é porque gostam de música.
Nas respostas negativas podemos verificar que os alunos acham a disciplina inútil e
que preferem forcar-se nas outras disciplinas que irão ter.
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Gráfico 9 – Justificação à resposta não da pergunta nº 2.
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Alunos que responderam não na 2ª pergunta do questionário (escolas
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É de salientar que nas escolas básicas as respostas, “é uma aula aborrecida”, “o(a)
professor(a) não é divertido(a)” e “estamos sempre dentro da sala de aula” foram as mais
escolhidas como justificação dos alunos para não gostar da disciplina, com estas duas
respostas podemos achar que o fato de o(a) professor(a) não ser divertido(a) as aulas
consequentemente tornam-se aborrecidas, levando a que os 37% dos alunos digam não gostar
26
Nas escolas TEIP o principal motivo é porque ficam dentro da sala bastante tempo. Algo
que podemos não considerar muito sério, visto que na questão nº 4 muitos alunos
responderam que gostavam da disciplina porque fazem atividades dentro e fora da sala de
aula.
É tão importante a disciplina de Educação Musical como as outras É tão importante a disciplina de Educação Musical como as outras
disciplinas? (escolas básicas) disciplinas? (escolas TEIP)
Sim (45%) Não (52%) Não respondeu (3%) Sim (60%) Não (40%)
Nestes dois gráficos é claro que nas escolas básicas os alunos não consideram a
disciplina importante, não a acham útil para a sua vida académica, no entanto, nas escolas
TEIP os alunos valorizam a disciplina e consideram-na importante para a sua formação.
... faz sempre a mesma coisa (14%) ... faz atividades diferentes (84%) Não respondeu (2%)
27
O que mais gosto de fazer na disciplina de Educação Musical (escolas O que mais gosto de fazer na disciplina de Educação Musical (escolas
básicas) TEIP)
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60 60
50 46 43 50
41
40 40 33 32
30 30 25
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10 7 3
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28
Podemos salientar que tocar instrumentos e cantar é o que os alunos mais apreciam numa
aula de Educação Musical, é aquilo que os faz ficar motivados para aprender e gostar da
disciplina. Fazer música com o próprio corpo também é motivador para os alunos, o fato de se
estarem a mexer, sentir todos os colegas a realizar uma atividade todos em conjunto com o
mesmo som tímbrico leva a que o aluno se sinta entusiasmado, fazer atividades relacionadas
com a música também deixa os alunos satisfeitos com a disciplina.
Gostavas de ter mais horas de Educação Musical? (escolas básicas) Gostavas de ter mais horas de Educação Musical? (escolas TEIP)
Sim (43%) Não (56%) Não respondeu (1%) Sim (67%) Não (33%)
56% dos alunos das escolas básicas responderam que não gostavam de ter mais horas de
Educação Musical, mas saliento uma vez mais de 95% dos alunos disseram que gostam de
ouvir e/ou fazer música no seu dia a dia. Porque gostam tanto de música e depois não gostam
de Educação Musical na escola? O que se está a passar dentro das salas de aula para existir
tamanha desmotivação e desinteresse? No entanto, nas escolas TEIP claramente os alunos
gostavam de ter mais horas de Educação Musical.
Tudo isto faz-me questionar a qualidade do trabalho dos professores quando se veem
com o trabalho facilitado, ter uma escola com todas as condições e ter alunos que a nível de
comportamento razoável não está a ser motivo suficiente para motivar os professores a
motivar os alunos para a disciplina. A Educação Musical pode estar perto do fim, não
havendo professores com vontade suficiente para procurar novas estratégias a disciplina é
cada vez mais posta para trás havendo um dia que possa mesmo deixar de existir.
29
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O que seria para ti uma aula de Educação Musical ideal? (escolas TEIP)
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No geral, uma aula ideal é os alunos poderem tocar mais instrumentos musicais e
cantar. No entanto, nas escolas TEIP podemos verificar que um grande número de aluno disse
já gostar da aula tal como está, que não mudaria nada. É também de referir que muitos dos
alunos disseram gostar da aula como está porque “o professor é muito divertido e toca muito
bem”.
30
Nas escolas básicas segunda justificação é que os alunos gostavam de poder ouvir
mais músicas de outros gêneros.
Podemos verificar que os professores das escolas TEIP menos tempo de serviço que os
professores das escolas básicas. O que nos poderá indicar que sendo mais novos, menos
cansados e mais motivados estão.
1 2 3 4 5 6 7
Prof. 1 (EB)
x
Prof. 2 (EB)
x
31
Prof. 1(ET)
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Prof. 2 (ET)
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1 2 3 4 5 6 7
32
Podemos salientar que o Prof.2 das escolas básicas não se sente propriamente respeitado
pela direção da escola. No entanto, em modo geral os professores de ambas as escolas se
sentem respeitados por toda a comunidade escolar, desde a direção aos encarregados de
educação.
Todos os professores responderam o mesmo dizendo que as aulas práticas são o que mais
os motiva, aulas onde faça muita música e sem momentos parados.
1 2 3 4 5
Trazer músicas para a aula para partilhar com a turma Eb2 Eb1
musical...)
1 2 3 4 5
Teoria musical (ditados rítmicos e melódicos, testes, leitura na pauta musical...) Et1 Et2
Nas escolas TEIP podemos verificar que existe a grande diferença de ser frequente apresentar
concertos na escola e ir ver espetáculos musicais fora da escola. São dois grandes pontos que podem
fazer toda a diferença, o fato de realizarem concertos implica existir prática na sala de aula e promover
a responsabilidade aos alunos para uma boa postura. Ir assistir a concertos também provoca mais
cultura, os alunos vêm que a música não é só o que nós fazemos nas salas de aula, que existe muito
mais, Promover esta atividade é das mais importantes que pode existir na formação académica de
qualquer criança. Se calha, por esta mesma razão os alunos das escolas TEIP consideram a disciplina
de Educação Musical tão importante como as outras, pois têm noção do esforço e da realização de
trabalho que é necessário para conseguir ter um bom produto final.
Pergunta nº 11 - Considera que a sua estratégia de ensino se baseia mais em teoria ou na prática?
Justifique a sua resposta.
Todos os professores referiram que ambas são importantes, que é necessária a teoria para se
complementar à prática. Mas pelo que vimos no quadro a cima, os professores das escolas básicas estão
a contradizer um pouco daquilo que realmente fazem, ou então, os professores das escolas TEIP dão a
teoria de uma forma mais breve e depois trabalham de forma mais rigorosa quando passam para a
prática, pois assim o aluno irá compreender melhor o que se está a falar.
“Uma aula em que a prática musical regular fosse apoiada por meios tecnológicos facilitadores
(ainda não temos uma boa aparelhagem, computadores, tablets para trabalhar programas de música
com os alunos de uma turma, por exemplo).”
“Uma sala adequada à prática musical – Orquestra Orff, turmas mais pequenas, alunos mais
atentos e disciplinados.”
35
“Uma aula ideal é uma aula dinâmica, com muita motivação por parte do professor e alunos.
Muito movimento e interação com todos os intervenientes.”
Todos os professores deram respostas bastante diferentes, o que nos leva a pensar que somos
realmente todos diferentes e que cada um tem a sua forma de trabalhar. Alguns resulta melhor outros
nem tanto, mas o foco é o mesmo, os alunos. Ao espremer estas quatro respostas deparamo-nos que
todos pedem aulas mais práticas, mas ás vezes é preciso deixar o papel e passar para o terreno.
4. Conclusão
Referências Bibliográficas
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São Paulo: Loyola.
- Tedesco, J. (2007). O novo impacto educativo. Fundação Manuel Leão, Vila Nova de Gaia.
Anexos
Sexo:
1- Gostas de ouvir e/ ou fazer música no teu dia a dia? (coloca uma X na resposta que achares correta)
Sim Não
2- Gostas de frequentar a disciplina de Educação Musical? (coloca uma X na resposta que achares
correta)
Sim Não
4- Responde apenas a esta pergunta se colocaste SIM na segunda questão: Porque gostas da
disciplina de Educação Musical? (coloca uma X na (s) resposta (s) que achares que está/estão
correta (s) )
5-Responde apenas a esta pergunta se colocaste NÃO na segunda questão: Porque não gostas da
disciplina de Educação Musical? (coloca uma X na (s) resposta (s) que achares que está/estão
correta (s) )
É uma aula Estamos Aprendemos Temos que O professor Não fazemos Outra razão: (escreve
aborrecida sempre poucas trabalhar não é atividades a razão no quadrado
dentro da coisas muito divertido musicais abaixo)
sala de aula interessante
6-Achas que a disciplina de Educação Musical é tão importante como as outras disciplinas?
Sim Não
Sim Não
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___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Obrigada!
1- Idade:
2- Sexo:
Feminino Masculino
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1 2 3 4 5 6 7
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10- Que tipo de atividades faz regularmente nas aulas? (indique a frequência numa escala e 1 a 5,
onde 1 é nunca e 5 é sempre ou frequentemente)
1 2 3 4 5
Cantar canções
Criar/inventar ritmos
Realizar danças
Ouvir música
11- Considera que a sua estratégia de ensino baseia-se mais em teoria ou na prática? Justifique a
sua resposta.
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Obrigada!