Você está na página 1de 69

CQ316 – QUÍMICA ANALÍTICA

FUNDAMENTAL
Equilíbrio Químico Ácido-Base

Prof. Frederico L. F. Soares


Breve histórico
• Em 1798, observou as formações de natrão (Na2CO3) na

superfície dos lagos de Cairo


Claude Louis Berthollet
• Porém, os químicos só conheciam a reação inversa (1748-1822)

Na2CO3(s) + CaCl2(aq) → 2 NaCl(aq) + 2 CaCO3(s)


• As reações era explicadas em termos de afinidade química

AB + C → A + BC A + BC → AB + C

• Berthollet foi o primeiro químico a propor a ideia de reversibilidade

2 NaCl(aq) + 2 CaCO3(s) ⇌ Na2CO3(s) + CaCl2(aq)


Constante de Equilíbrio
• Em 1864, antes de Haber começar seu trabalho, os noruegueses

Cato Guldberg (matemático) e Peter Waage (químico) postularam a


Cato Maximilian Guldberg
lei da ação das massas (Lei das massas ativas) (1836-1902)

• Lei da ação das massas – expressa uma relação matemática que

resume a composição de uma mistura de reação em equilíbrio


aA + bB ⇌ cC + dD
• A afinidade química entre A e B não depende apenas da natureza
Peter Waage
química dos reagentes, mas também da quantidade ativa de cada (1833-1900)

reagente em cada reação


Constante de Equilíbrio
• Ou seja, para a reação abaixo

aA + bB ⇌ cC + dD
Cato Maximilian Guldberg
(1836-1902)
 Quando todos os produtos e  Quando todos os produtos e reagentes
reagentes estiverem em solução (Kc) estiverem na fase gasosa (Kp)

Peter Waage
(1833-1900)

A constante de equilíbrio é adimensional


Constante de Equilíbrio
• Um dos experimentos feitos por Cato Guldberg e Peter Waage:

2 SO2 (g) + O2 (g)⇌ 2 SO3 (g)


Cato Maximilian Guldberg
(1836-1902)

Peter Waage
(1833-1900)
Cálculo das Constantes de Equilíbrio
• Geralmente, não se sabe as concentrações em equilíbrio de todas as espécies

químicas em um equilíbrio

• Entretanto, se conhecermos a concentração no equilíbrio de no mínimo uma espécie,

pode-se usar a estequiometria da reação para deduzir as concentrações no equilíbrio


das outras espécies na equação química
Procedimento
1. Tabelar as concentrações iniciais e no equilíbrio de todas as espécies na expressão
da constante de equilíbrio
2. Para as espécies que tanto a concentração inicial quanto a concentração no equilíbrio
são conhecidas, calcula-se a variação na concentração que ocorre à medida que o
sistema atinge o equilíbrio
3. Use a estequiometria da reação (ou seja, os coeficientes na equação química
balanceada) para calcular variações na concentração para todas as espécies no
equilíbrio
4. A partir das concentrações iniciais e das variações na concentração, calcule as
concentrações no equilíbrio. Essas são usadas para avaliar a constante de equilíbrio
Exemplo
• Dissolve-se uma quantidade de amônia suficiente em 5,00 L de água a 25 °C para produzir uma

solução de 0,0124 mol L-1 de amônia. A solução é mantida até que atinja o equilíbrio. A análise da
mistura em equilíbrio mostra que a concentração de OH- é 4,64 x 10-4 mol L-1. Calcule Keq a 25 °C
para a reação.
NH3 (aq) + H2O (l) ⇌ NH4+ (aq) + OH- (aq)

1. Tabelar as concentrações iniciais e no equilíbrio de todas as espécies na expressão da


constante de equilíbrio

Inicial 0,0124 mol L-1 0 mol L-1 0 mol L-1


Variação
Equilíbrio 4,64 x 10-4 mol L-1
Exemplo
• Dissolve-se uma quantidade de amônia suficiente em 5,00 L de água a 25 °C para produzir uma

solução de 0,0124 mol L-1 de amônia. A solução é mantida até que atinja o equilíbrio. A análise da
mistura em equilíbrio mostra que a concentração de OH- é 4,64 x 10-4 mol L-1. Calcule Keq a 25 °C
para a reação.

2. Para as espécies que tanto a concentração inicial quanto a concentração no equilíbrio são
conhecidas, calcula-se a variação na concentração que ocorre à medida que o sistema atinge
o equilíbrio

Inicial 0,0124 mol L-1 0 mol L-1 0 mol L-1


Variação + 4,64 x 10-4 mol L-1
Equilíbrio 4,64 x 10-4 mol L-1
Exemplo
• Dissolve-se uma quantidade de amônia suficiente em 5,00 L de água a 25 °C para produzir uma

solução de 0,0124 mol L-1 de amônia. A solução é mantida até que atinja o equilíbrio. A análise da
mistura em equilíbrio mostra que a concentração de OH- é 4,64 x 10-4 mol L-1. Calcule Keq a 25 °C
para a reação.

3. Use a estequiometria da reação (ou seja, os coeficientes na equação química balanceada)


para calcular variações na concentração para todas as espécies no equilíbrio

Inicial 0,0124 mol L-1 0 mol L-1 0 mol L-1


Variação - 4,64 x 10-4 mol L-1 + 4,64 x 10-4 mol L-1 + 4,64 x 10-4 mol L-1
Equilíbrio 4,64 x 10-4 mol L-1
Exemplo
4. A partir das concentrações iniciais e das variações na concentração, calcule as concentrações
no equilíbrio. Essas são usadas para avaliar a constante de equilíbrio

Inicial 0,0124 mol L-1 0 mol L-1 0 mol L-1


Variação -4,64 x 10-4 mol L-1 + 4,64 x 10-4 mol L-1 + 4,64 x 10-4 mol L-1
Equilíbrio 0,0119 mol L-1 4,64 x 10-4 mol L-1 4,64 x 10-4 mol L-1
Exemplo
• Para a equação: PCl5 (g) ⇌ PCl3 (g) + Cl2 (g)
a constante de equilíbrio, , tem valor de 0,497 a 500 K. Um cilindro de gás a 500 K é carregado com
PCl5 (g) a uma pressão inicial de 1,66 bar. Quais são as pressões no equilíbrio de PCl5, PCl3 e Cl2 a
essa temperatura?

1. Tabelar as concentrações iniciais e no equilíbrio de todas as espécies na expressão da


constante de equilíbrio

PCl5 (g) ⇌ PCl3 (g) Cl2 (g)


Inicial 1,66 bar 0 bar 0 bar
Variação
Equilíbrio
Exemplo
• Para a equação: PCl5 (g) ⇌ PCl3 (g) + Cl2 (g)
a constante de equilíbrio, , tem valor de 0,497 a 500 K. Um cilindro de gás a 500 K é carregado com
PCl5 (g) a uma pressão inicial de 1,66 bar. Quais são as pressões no equilíbrio de PCl5, PCl3 e Cl2 a
essa temperatura?

2. Para as espécies que tanto a concentração inicial quanto a concentração no equilíbrio são
conhecidas, calcula-se a variação na concentração que ocorre à medida que o sistema atinge
o equilíbrio
Para cada bar que reage, bar de PCl3 e bar de Cl2 são produzidos

PCl5 (g) ⇌ PCl3 (g) Cl2 (g)


Inicial 1,66 bar 0 bar 0 bar
Variação -x bar
Equilíbrio
Exemplo
• Para a equação: PCl5 (g) ⇌ PCl3 (g) + Cl2 (g)
a constante de equilíbrio, , tem valor de 0,497 a 500 K. Um cilindro de gás a 500 K é carregado com
PCl5 (g) a uma pressão inicial de 1,66 bar. Quais são as pressões no equilíbrio de PCl5, PCl3 e Cl2 a
essa temperatura?

3. Use a estequiometria da reação (ou seja, os coeficientes na equação química balanceada)


para calcular variações na concentração para todas as espécies no equilíbrio

PCl5 (g) ⇌ PCl3 (g) Cl2 (g)


Inicial 1,66 bar 0 bar 0 bar
Variação -x bar + x bar + x bar
Equilíbrio
Exemplo
4. A partir das concentrações iniciais e das variações na concentração, calcule as concentrações
no equilíbrio. Essas são usadas para avaliar a constante de equilíbrio
PCl5 (g) ⇌ PCl3 (g) Cl2 (g)
Inicial 1,66 bar 0 bar 0 bar
Variação -x bar + x bar + x bar
Equilíbrio (1,66 – x) bar x bar x bar
Exemplo

Resolver por equação de Bháskara


Exemplo
4. A partir das concentrações iniciais e das variações na concentração, calcule as concentrações
no equilíbrio. Essas são usadas para avaliar a constante de equilíbrio

Substitui-se nas expressões de pressões parciais no equilíbrio

PCl5 (g) ⇌ PCl3 (g) Cl2 (g)


Inicial 1,66 bar 0 bar 0 bar
Variação -x bar + x bar + x bar
Equilíbrio (1,66 – 0,693) bar 0,693 bar 0,693 bar

𝑷𝑪𝒍𝟓 𝑷𝑪𝒍𝟑 𝑪𝒍 𝟐
Equilíbrio ácido-base
Sem dúvida, o equilíbrio ácido-base e o efeito de substâncias ácidas e básicas
são essenciais para qualquer parte da ciência que está relacionada com a
química

Maior exemplo: Bioquímica

-Sistemas enzimáticos

-Funções metabólicas

-Citoplasma celular
Equilíbrio ácido-base
Todos esses sistemas funcionam a partir de um controle muito regulado do pH do meio

O pH dos fluidos celulares funciona entre 6.9 – 7.4

H2PO4-(aq) ⇌ H+(aq) + HPO42-(aq)

O pH do sangue funciona entre 7.3 – 7.5

H2CO3(aq) ⇌ H+(aq) + HCO3-(aq)

Qualquer variação aquém destes valores de pH podem causar danos graves ao sistema

Ex.: Em pessoas com a diabete não controlada, há uma superprodução de ácidas


metabólicos, fazendo com que o pH do sangue caia para 6.8
Teoria de Arrhenius
Svante Arrhenius, 1887

Propôs uma teoria (definição) de ácido e base, a partir da teoria de


dissociação eletrolítica

- Ácido: Toda substância que em meio aquoso produz íons H+


Ganhador do Premio
- Base: Toda substância que em meio aquoso dissocia íons OH- Nobel da Química, 1903

Apesar de bastante simples, serviu de base para diversos


trabalhos:
- Lei das massas ativas - Efeito tampão
- Lei da diluição de Ostwald - Indicador ácido base
- Equação de Nernst - pH
Teoria de Arrhenius
Ácido: Toda substância que em meio aquoso produz íons H+

HCl(aq) ⇌ H+(aq) + Cl-(aq)

Base: Toda substância que em meio aquoso dissocia íons OH-

NaOH(aq) ⇌ Na+(aq) + OH-(aq)

A reação de neutralização entre um ácido e uma base leva a formação de um sal e


água:
HCl(aq) + NaOH(aq) ⇌ NaCl(aq) + H2O(l)
Teoria de Arrhenius
Limitações da Teoria de Arrhenius
Teoria de Arrhenius só considerava meios aquosos:

CH3COOH(metanólico) + CH3OH(l) ⇌ CH3COO-(metanólico) + CH3OH2+(metanólico)

Não considerava sais ácidos ou básicos:


NaCH3COO(aq) ⇌ Na+(aq) + CH3COOH(aq) + OH-(aq)
FeCl3(aq) ⇌ Fe(OH)3(aq) + 3 Cl-(aq) + 3 H+(aq)

Água pura não produzia íons:


2 H2O(l) ⇌ H3O+(aq) + OH-(aq)
Teoria de Brønsted-Lowry
Johannes Nicolaus Brønsted e Thomas Martin Lowry, 1923

- Ácido: espécie química que em solução aquosa doa o íon H+

- Base: espécie química que em solução aquosa recebe o íon H+


Johannes Nicolaus
Brønsted
ácido1 ⇌ base1 + próton

O ácido1 e a base1 são denominados como par ácido/base conjugado


Ácido = ácido1
Base conjugada = base1
base2 + próton ⇌ ácido2
Base = base2
Thomas Martin Lowry
Ácido conjugado = ácido2
Teoria de Brønsted-Lowry
- De forma mais geral:
ácido1 + base2 ⇌ base1 + ácido2
BASE ÁCIDO CONJUGADO
HCl(aq) + H2O(l) ⇌ Cl (aq) + H3O+(aq)
-

ÁCIDO BASE CONJUGADA

ÁCIDO BASE CONJUGADA


NH3(aq) + ⇌
H2O(l) NH4+(aq) + OH-(aq)
BASE ÁCIDO CONJUGADO

BASE ÁCIDO CONJUGADO


HCl(aq) + ⇌
NH3(aq) Cl-(aq) + NH4+(aq)
ÁCIDO BASE CONJUGADA
Teoria de Brønsted-Lowry
Meios não-aquosos:
CH3COOH(metanólico) + CH3OH(l) ⇌ CH3COO-(metanólico) + CH3OH2+(metanólico)

Sais ácidos e sais básicos:


CH3COO-(aq) + H2O(l) ⇌ CH3COOH(aq) + OH-(aq)

Fe3+(aq) + 6H2O(l) ⇌ Fe(OH)3(aq) + 3H3O+(aq)

Autoprotólise da água:

H2O(l) + H2O(l) ⇌ H3O+(aq) + OH-(aq)


Teoria de Brønsted-Lowry
Limitações da Teoria de Brønsted-Lowry
Não prevê acidez e basicidade de compostos sem hidrogênio:

Fe3+(aq) + 6H2O(l) ⇌ Fe(OH)3(aq) + 3H3O+(aq)

Não considera reações entre óxidos ácidos ou básicos:

CaO(s) + SO3(g) ⇌ CaSO4(aq)

Não explica reações ocorrendo em solventes apróticos:

Dimetilsulfóxido (DMSO) Dimetilformamida (DMF)


Teoria de Lewis
Gilbert Newton Lewis, 1923

Desenvolveu diversas teorias químicas importantes.

Principalmente para a Termodinâmica (atividade e fugacidade) e para


Ligações químicas

- Ácido: espécie química que aceita par de elétrons

- Base: espécie química que doa par de elétrons

A + : B ⇌ A:B Apesar de ter sido


Orbital vazio Par de e- livre
indicado 41 vezes nunca
(ácido) (base) ganhou um Nobel
Teoria de Lewis
Ácido de Lewis

Base de Lewis

BF3(g) + NH3(g) ⇌ H3N:BF3(s)


Teoria de Lewis
A teoria de ácido e base de Lewis é a base para a formação de complexos
Ag+(aq) + 2 NH3(aq) ⇌ [Ag(NH3)2]+(aq)

Ag+(aq) + NH3(aq) ⇌ [Ag(NH3)]+(aq) Kf1 = 2041.74

[Ag(NH3)]+(aq) + NH3(aq) ⇌ [Ag(NH3)2]+(aq) Kf2 = 8128.31


Aplicação da teoria de Lewis
Alquilação de Fridel-Crafts
• Também é bastante útil para compreender as reações orgânicas
• Alquilação de Fridel-Crafts
Teoria de Lewis
Teoria de Arrhenius
CH3COOH(aq) ⇌ CH3COO-(aq) + H+(aq)
Teoria de
Brønsted-Lowry

Teoria de Brønsted-Lowry

CH3COOH(aq) + H2O(l)⇌ CH3COO-(aq) + H3O+(aq)


Teoria de
Arrhenius

Teoria de Lewis


Autoprotólise
H2O(l) + H2O(l) ⇌ H3O+(aq) + OH-(aq)

Temperatura (°C) Kw pKw = -logKw


0 1,15 x 10-15 14.9
5 1,88 x 10-15 14.7
10 2,97 x 10-15 14.5
25 1,01 x 10-14 14,0
50 5,31 x 10-14 13.3
100 5,43 x 10-13 12.3
Potencial hidrogeniônico (pH)
Søren Peter Lauritz Sørensen, 1909

Propôs uma nova forma de expressar a acidez de soluções


aquosas a partir de estudos com aminoácidos e enzimas

Substituiu J. Kjedahl no
Laboratório Carlsberg
Potencial hidrogeniônico (pH)
Indicadores Ácido-Base
São substância coloridas que pode por si mesma existir na forma ácida ou básica.
Assim, o indicador fica de uma cor em um ácido e em outra cor no básico
Força dos ácidos e das bases
Ácidos e bases podem ser classificados como fortes e fracos

Ácidos ou bases fortes: Dissociam completamente produzindo H+ ou OH-

Ácidos ou bases fracas: Dissociam parcialmente produzindo H+ ou OH-

Ácidos fortes Bases Fortes


HCl – Ácido clorídrico LiOH – Hidróxido de lítio
HBr – Ácido bromídrico NaOH – Hidróxido de sódio
HI – Ácido iodídrico KOH – Hidróxido de potássio
H2SO4* – Ácido sulfúrico RbOH – Hidróxido de rubídio
HNO3 – Ácido nítrico CsOH – Hidróxido de césio
HClO4 – Ácido perclórico R4NOH – Hidróxido de amônia quaternária
Força dos ácidos e das bases
Ácido forte Base fraca
HClO4 + H2O → ClO4- + H3O+
HCl + H2O → Cl- + H3O+
HNO3 + H2O → NO3- + H3O+
H3PO4 + H2O ⇌ H2PO4+ + H3O+
[Al(H2O)6]3+ + H2O ⇌ [AlOH(H2O)5]2+ + H3O+
CH3COOH + H2O ⇌ CH3COO- + H3O+
H2PO4- + H2O ⇌ HPO42- + H3O+
Ácido fraco NH4+ + H2O ⇌ NH3 + H3O+ Base forte

HClO4 + CH3COOH ⇌ ClO4- + CH3COOH2+


Ácidos e bases fortes
Ácidos ou bases fortes: Dissociam completamente produzindo H+ ou OH-

O pH de uma solução contendo um ácido ou uma base forte depende unicamente


da sua concentração

Ex.: Calcule o pH de uma solução de HCl 0,01 mol L-1

HCl(aq) + H2O(l) → Cl-(aq) + H3O+(aq)


Início (I) 0,01 0 1 x 10-7
Meio (M) -0,01 0,01 0,01
Equilíbrio (F) 0 0,01 0,01
Ácidos e bases fortes
Ácidos ou bases fortes: Dissociam completamente produzindo H+ ou OH-

O pH de uma solução contendo um ácido ou uma base forte depende unicamente


da sua concentração

Ex.: Calcule o pH de uma solução de NaOH 0,50 mol L-1

NaOH(aq) → Na+(aq) + OH-(aq)


Início (I) 0,50 0 1 x 10-7
Meio (M) -0,50 0,50 0,50
Equilíbrio (F) 0 0,50 0,50
Ácidos e bases fortes
Ácidos ou bases fortes: Dissociam completamente produzindo H+ ou OH-

O pH de uma solução contendo um ácido ou uma base forte depende unicamente


da sua concentração

Ex.: Calcule o pH de uma solução de NaOH 0,50 mol L-1


Ácidos fracos
Ácidos fracos: Dissociam parcialmente produzindo H+ (ou H3O+)

O pH de uma solução contendo um ácido fraca depende da sua concentração e


da espécie química

Existe um equilíbrio químico entre a espécie iônica e molecular

𝟑
HA(aq) + H2O(l) ⇌ A- (aq) + H3O+(aq) 𝒂

ou

HA(aq) ⇌ A-(aq) + H+(aq) 𝒂


Ácidos fracos
Muitos ácidos fracos são compostos orgânicos constituídos de basicamente de
carbono, hidrogênio e oxigênio, na qual o(s) hidrogênio(s) que irá(irão) se
ionizar estão ligados ao oxigênio

A ordem de grandeza de Ka indica a tendência de o ácido


𝟑
𝒂 ionizar em água

Quanto maior o valor de Ka, mais forte é o ácido

𝒂 𝒂 Quanto maior o valor de pKa, mais fraco é o ácido


43
Procedimento de cálculo para ácidos fracos
• 1° etapa) Escrever a reação em equilíbrio e a constante de equilíbrio relativa

à reação

HA(aq) ⇌ A-(aq) + H+(aq)

• 2° etapa) Usar a tabelinha

HA(aq) ⇌ A-(aq) + H+(aq)


Início (I) CHA - -
Meio (M) -x x x
Equilíbrio (F) CHA - x x x
Procedimento de cálculo para ácidos fracos
• 3° etapa) Substituir os valores

HA(aq) ⇌ A-(aq) + H+(aq)


Início (I) CHA - -
Meio (M) -x x x
Equilíbrio (F) CHA - x x x
Procedimento de cálculo para ácidos fracos
• Por se tratar de um ácido fraco, espera-se que dissocia muito pouco íons H+

Quando as mudanças forem inferiores a 5% da concentração inicial


do ácido, elas podem ser desprezadas.
Cálculo de pH a partir do Ka
• Exemplo

• Calcule o pH e a porcentagem de desprotonação das moléculas de CH3COOH em uma

solução de 0,080 mol L-1 de CH3COOH, sabendo que o Ka do ácido acético é 1,8 x 10-5 a
25 °C

• 1° etapa) Escrever a reação em equilíbrio e a constante de equilíbrio relativa à

reação
Cálculo de pH a partir do Ka
• 2° etapa) Usar a tabelinha

HAc(aq) ⇌ Ac-(aq) + H+(aq)


Início (I) 0,080 - -
Meio (M) -x x x
Equilíbrio (F) 0,080 - x x x

• 3° etapa) Substituir os valores


Cálculo de pH a partir do Ka
• 3° etapa) Substituir os valores
Bases fracas
Bases fracas: Dissociam parcialmente produzindo OH-

De forma análoga a ácidos fracos, o pH de uma solução contendo um uma base


fraca depende da sua concentração e da espécie química

Existe um equilíbrio químico entre a espécie iônica e molecular

B(aq) + H2O(l) ⇌ BH+(aq) + OH-(aq) 𝒃

𝒃 𝒃)
Equilíbrio de base fraca
De forma análoga aos ácidos fracos, podemos pensar no cálculo de equilíbrio
de espécies básicas

Considere a dissociação de uma base fraca


B(aq) + H2O(l) ⇌ BH+(aq) + OH–(aq) Kb
Início (I) CB - -
Meio (M) -y y y
Equilíbrio (F) CB - y y y
Relação entre Ka e Kb
• Qualitativo: os ácidos fortes tem bases conjugadas mais fracas

• Quantitativo: Ka e Kb se relacionam por meio do Kw

NH4+ (aq) (l) ⇌ NH3 (aq) + H+(aq)

NH3 (aq) + H2O(l) ⇌ NH4+ (aq) + OH- (aq)


Relação entre Ka e Kb
• Somando-se as duas reações

NH4+ (aq) + H2O (l) ⇌ NH3 (aq) + H3O+(aq)


+
NH3 (aq) + H2O(l) ⇌ NH4+ (aq) + OH- (aq)

2 H2O (l) ⇌ OH- (aq) + H3O+(aq)


Relação entre Ka e Kb
Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Métodos titulométricos

• Teoria: Aula que vem

• Objetivo: Determinar a concentração

de ácido fosfórico por titulação

ácido-base
Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Dissociação do ácido fosfórico

H3PO4 (aq) + H2O (l) ⇌ H2PO4– (aq) + H3O+(aq)

H2PO4– (aq) + H2O (l) ⇌ HPO42– (aq) + H3O+(aq)

HPO42– (aq) + H2O (l) ⇌ PO43– (aq) + H3O+(aq)

• 3 pontos de equivalência: 3 momentos em que o titulado (H+) reagiu

completamente com o titulante (NaOH)


Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Desde que a razão entre os pKas


seja maior do que 104 é possível
identificar todos os P.E.

𝟓
Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Podemos considerar como a um mistura de ácidos monopróticos com forças

diferentes
• Ou seja, cada P.E. é como se fosse uma neutralização separadamente

H3PO4 (aq) + NaOH (aq) ⇌ NaH2PO4 (aq) + H2O (l)


NaH2PO4 (aq) + NaOH (aq) ⇌ Na2HPO4 (aq) + H2O (l)

Na2HPO4 (aq) + NaOH (aq) ⇌ Na3PO4 (aq) + H2O (l)


• A ultima neutralização é muito básica

• Não pode ser realizada na prática


Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Procedimento: Padronizar a solução de NaOH

• NaOH comercial é higroscópico e contém NaCl, Na2CO3, e Na2SO4 como

impureza – Padrão secundário

• Utiliza-se bifitalato de potássio (C8H5KO4 - KHP) como padrão primário

+ NaOH + H2O
H Na
Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Procedimento: Padronizar a solução de NaOH

Pesar 0,30 g de KHP Transferir quantitativamente Adicionar ~100,0 mL de H2O 3 – 5 gotas de fenolftaleína
Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Procedimento: Padronizar a solução de NaOH

Titular até a mudança da cor


para levemente rosa

Anotar o volume

Preencher a bureta com NaOH


Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Procedimento: Padronizar a solução de NaOH


Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Procedimento: Determinar H3PO4 com indicador misto

Transferir quantitativamente Adicionar ~100,0 mL de H2O 3 – 5 gotas de indicador


misto
Alaranjado de metila
Verde de bromocresol

Pipetar 10,0 mL de H3PO4


Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Procedimento: Determinar H3PO4 com indicador misto

Titular até a mudança da cor


para verde-azulada

Anotar o volume

Preencher a bureta com NaOH


Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Procedimento: Determinar H3PO4 com indicador misto


Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Procedimento: Determinar H3PO4 com fenolftaleína

Transferir quantitativamente Adicionar ~100,0 mL de H2O 3 – 5 gotas de fenolftaleína

Pipetar 10,0 mL de H3PO4


Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Procedimento: Determinar H3PO4 com fenolftaleína

Titular até a mudança da cor


para levemente rosa

Anotar o volume

Preencher a bureta com NaOH


Experimento 02 – Determinação de H3PO4 por titulometria ácido base

• Procedimento: Determinar H3PO4 com fenolftaleína

Você também pode gostar