A
s entidades Cordeiro e aqui viemos para falar com os
pairavam, como
se possuíssem
asas. Uma aura
de tonalidade
dourada emanava
de seu ser..., causando
efeitos de uma beleza surpreendente, …isso
nos fazia rever certos conceitos a respeito da
aparência de seres ligados à ao opositor.
Geralmente, os mortais pensam e divulgam
que espíritos das trevas, necessariamente,
têm aspecto asqueroso, disforme, trazendo a
decadência estampada de forma visceral,
ledo engano. A feição dos Dragões, no
entanto, dizia outra coisa… embora
representassem o mal numa proporção
muito além dos acanhados conceitos
mortais, a aparência dos mestres do engano
possuía uma conformação muito semelhante
à nossa. Nem mesmo os poucos espíritos
superiores, que alguma vez tenhamos visto,
tinham uma expressão tão angelical e
delicada, bonita e iluminada como a
daqueles senhores do engodo. O que
provavelmente explique as palavras de
Yeshua, registradas em seu Evangelho, ao
mencionar lobos em pele de ovelhas …
— Sou Aabrel e esta é minha
comitiva; atuamos em nome da Ooaona, a
Inquisição Celestial. Estamos ao serviço do
Senhores do Orco, os poderosos Dragões.
Podemos saber se são vocês os soberanos, o
poder vibratório supremo, ou apenas seus
prepostos? - Novamente o silêncio. Um a
um, os seis seres nos olharam, como se
sondassem nossas intenções. A voz
fantasmagórica, telepática, se fez entender:
— Nosso nome é Legião! Somos muitos.
Estes, que vocês veem, fazem parte da
Ordem dos Dragões, pois nós todos
representamos um império além dos
limites de sua imaginação. Já dominamos o
mundo mortal, no anonimato. Nenhum
poder no mundo infernal e humano escapa
ao nosso domínio. Nada dentro dos limites
do planeta Terra está livre de nossa mão.
- Aabrel — E por que vocês se expõem a
nós dessa maneira, revelando suas formas?
Não temem que possamos desmascará-los,
levando a público o plano de domínio dos
Dragões? Não pensam no risco de
anunciarmos aos Céus a sua artimanha,
enfraquecendo-os? –
Belial, que um dia se aproximou
das fronteiras da Cidade de Marfim se
apresentou, entre tantos outros nomes,
falou pausadamente, numa tentativa de
demonstrar superioridade: — Não
tememos que isso ocorra, pois seus agentes
encarnados não acreditam em nós. Na
verdade, não acreditam nem sequer nas
convicções que dizem professar, em sua
doutrina e seus ideais, quanto mais em
seres lendários, cuja existência, segundo
aprenderam, não passa de uma invenção,
uma alegoria fantasiosa criada para
impressionar indivíduos de educação
espiritual primária. Não tememos.
Entretanto, mesmo na hipótese de nos
levarem a sério, que poderão fazer contra
um poder invisível e monstruoso, conforme
provavelmente vocês nos definem? Nada!
Rigorosamente nada! Não restringimos
nosso campo de ação a questões religiosas
ou exclusivamente espirituais. Nossa
influência — que norteia por completo sua
humanidade há milénios! — incide sobre
os sistemas de vida, a política e o
paradigma de pensamento e existência. Em
face disso, duvido que seus agentes no
mundo físico consigam combatê-la. Eles
próprios estão enquadrados em nosso
estratagema, lutam entre si, isolando-se
uns dos outros com a ideia de que somente
eles estão com a razão e doutrinariamente
corretos. Por que temer aqueles que
trabalham sem união? Já que não tememos
nem mesmo a vocês e seu deus cadáver!