REVISTA

Ano 1 - Setembro - 1a Edição

Um olhar para o
Transtorno de

Asperger

JOGOS, BRINCADEIRAS E MUITO MAIS A VISÃO DOS PEQUENOS TERAPEUTA OCUPACIONAL

alfabetização, pensamento lógico, percepção... Até 20% das causas de baixo rendimento escolar Você sabe o que faz um Terapeuta
podem relacionar-se aos “problemas de grau”. Ocupacional?

Nasce uma nova revista
por Solange Moll Passos
•••
Ideias... ideias... ideias... e foi
assim que surgiu a Revista
Psicosol. No princípio não
paramos para pensar nas
dificuldades que
encontraríamos pelo caminho.
Que bom! Do contrário talvez
vocês não a estariam lendo.
Ao contrário do que poderíamos supor, indivíduos
CAPA
com TA podem demonstrar interesse em fazer
amizades e encontrar pessoas, mas seus desejos
com os Dentinhos
são invariavelmente frustrados por suas abordagens
Visão dos Pequenos
desajeitadas...
Ideia
da Vovó
Brincadeiras e muito
Nosso principal objetivo é que
seja uma revista com
conteúdo de qualidade, mas
que consiga percorrer o
caminho do campo teórico e
chegue a ideias práticas sobre
educação.
Temos consciência que a
revista está longe de ser
perfeita, há muito para ser
melhorado para a próxima
edição, porém estamos
extremamente envaidecidos e
orgulhosos do produto final.
Este projeto é fruto de muita
audácia, atrevimento, estudo,
R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 2
pesquisa, dedicação, e acima
de tudo trabalho em equipe.
Esperamos que vocês
aproveitem, compartilhem
com os amigos e mandem suas
sugestões e críticas... Ah,
claro que ficaremos muito
felizes com os elogios
também!
Então chega de blá, blá, blá...
Desejamos a todos uma boa
leitura!
4. Cuidado
5. A
7. Terapeuta Ocupacional
9. Sua
10. Dica
11. Um olhar para o Transtorno
de Asperger
18. Jogos,
mais!
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 3
P ROD UTOS NA L OJA P SI COSOL

Escrita Espelhada: atividades para Trio Consciência

intervenção Fonológica
Apostila em PDF composta de 10 Três jogos com o
sugestões de atividades lúdicas. Foi propósito de
elaborada com o intuito de auxiliar os auxiliar o processo
mediadores (professores, pais…) a intervir de alfabetização e
de maneira divertida, e, principalmente, também servir de
com eficiência no aprendizado do entretenimento. 
alfabeto, para assim, corrigir a possível
escrita espelhada. As atividades levam em consideração que Devem ser
não são os olhos que leem e sim o cérebro, e que há neurônios mediados por um adulto.
em toda extensão do corpo, capazes de auxiliar os
aprendentes na formação da imagem mental das letras.
Já com o valor do frete incluso para todo o Brasil
http://bit.ly/conscienciafonologica
http://bit.ly/escritaespelhada

R$ 31,90
R$ 8,80

Matemática com jogos e

Consciência Fonológica: jogos, atividades
brincadeiras e atividades Para preparar nossas crianças
Pesquisas apontam que o processo de para o futuro, com o objetivo de
alfabetização ocorre com mais eficiência que sejam feras na matemática,
quando há uma intervenção para o precisamos desde muito cedo
desenvolvimento da consciência fonológica.   nos preocupar em desenvolver o
Esta apostila traz sugestões de brincadeiras, seu pensamento lógico. Esta
jogos e atividades com o intuito de promover apostila tem esse objetivo, além
essa competência. de servir para desenvolver o
conhecimento aritmético. Para isso traz
excelentes jogos e atividades,
http://bit.ly/jogosconscienciafonologica recomendáveis a partir de cinco
anos de idade. 

R$ 8,80 http://bit.ly/jogosmatematica

Nesta breve e encantadora história, a autora

leva os pais a refletirem sobre proteção,
liberdade e autonomia na educação de seus
filhos, para que esses possam crescer!

R$ 14,90

http://bit.ly/mamaedeixemecrescer
Conheça o site da Psicosol

Temos :

• Brincadeiras;

• Jogos;

• e muito mais!!!

Novidades todas quartas-feiras!

www.psicosol.com
 CU ID A D O

    C O M

   

R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 5
O S

    DE N T I N HO S

Dra. Tamara Tiso Campos

Cirurgiã Dentista
tamara.tiso@terra.com.br

Essa fase é importante!

Uma dúvida frequente dos pais é “quando devo começar a começam aparecer os primeiros dentinhos do bebê. Neste
levar meu filho ao dentista?”. Por volta dos 6 meses m o m e n t o d eve a c o n t e c e r a p r i m e i r a v i s i t a a o
odontopediatra. Os pais recebem todas as orientações de
como deve ser feita a higienização nesta fase. A vantagem é
que a criança já vai se acostumando com o ambiente do
Dicas consultório, com os profissionais e com os procedimentos,
em ate nçã o evitando que adquira traumas.
1. Os dentes de leite me rec
enharem a
especial, pois além de desemp Desde cedo é bom motivar a criança a escovar seus próprios
e estética,
função na mastigação, fonação dentes, isto faz com que desenvolva a responsabilidade pela
ção para o
também ser vem como orienta sua saúde bucal. Mas é bom lembrar que até os 6 anos de
entes;
posicionamento dos dentes per man idade a criança não tem coordenação motora suficiente para
s a escovação realizar uma escovação eficaz, o que torna necessário a ajuda
2. o fio dental é indispensável, poi de um adulto para esta tarefa.
faces dos
não consegue alcançar todas as
dentes; O momento da higiene bucal deve ser prazeroso e não ser
encarado como uma tarefa chata, por isso, conversas e
podem causar
3. os problemas que os açúcares histórias infantis que abordam este assunto podem ajudar. E
dos com a
aos dentes est ão relaci ona como as crianças aprendem muito mais com exemplos do
não com a
frequência que são ingeridos e que com palavras, é bom que os filhos percebam que os pais
quantidade; têm o cuidado com a saúde bucal.
língua, com a
4. não esquecer de escovar a
uais, pois
escova ou com limpadores ling
restos de alimentos e células
ali presentes Para que os pequenos tenham um
podem causar mau hálito;
belo sorriso, o importante é prevenir!
meses para
5. visite seu dentista a cada seis
.
prevenir problemas odontológ icos
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 6
A Visão dos Pequenos

Dr. Fabio Busch

Especialista em retina e
catarata

CRM 8785

Dr. Rafael A. Oechsler

Especialista em córnea e

C
catarata

CRM 10138
omo objetivo maior do tema aqui abordado, enfatizamos o alerta para a
importância da observação, diagnóstico precoce e prevenção ou
tratamento de doenças que, direta ou indiretamente, afetam este sentido
tão nobre e essencial para o perfeito e saudável desenvolvimento do
corpo humano – a visão.

Hoje, o exame ocular por profissionais da saúde já é obrigatório logo ao nascimento da

criança, com a realização do “teste do olhinho”. A colocação de um feixe de luz na
pupila da criança pelo próprio pediatra é capaz de avaliar a estrutura e transparência
de das estruturas internas dos olhos, essenciais para o perfeito desenvolvimento do
sentido da visão. Assim, problemas como catarata, tumores, traumas no parto,
malformações de córnea, etc., podem ser diagnosticados precocemente através de um
exame simples e rápido. O exame do reflexo vermelho (teste do olhinho) é simples,
indolor e de baixo custo. Trabalhos mostram que, além de evitar danos a um órgão tão
importante, a prevenção dos possíveis obstáculos ao bom desenvolvimento da visão
traz um importante retorno econômico à sociedade.

•••

ATÉ 20% DAS CAUSAS DE BAIXO

RENDIMENTO ESCOLAR PODEM
RELACIONAR-SE AOS “PROBLEMAS DE
GRAU”.

É importante lembrar ainda que,
não desenvolvendo a sua visão de
forma normal durante a infância, o
problema pode tornar-se
irreversível. Por isso, o diagnóstico
e tratamento precoces são cruciais
para o sucesso do desenvolvimento
visual da criança. Embora haja
algumas divergências na literatura
em relação ao desenvolvimento da
visão nas crianças, a princípio a
visão só estaria plenamente
desenvolvida por volta dos nove
anos. Como muitos dos problemas
oftalmológicos são silenciosos e,
muitas vezes, afetando somente um
dos olhos, freqüentemente as
crianças chegam à idade escolar
sem terem sido submetidas a
exames oftalmológicos preventivos
por apresentarem uma capacidade
visual aparentemente “normal”.
Ao longo da fase pré-escolar (até os
cinco anos e 11 meses), além da
ectoscopia (exame externo dos
olhos e pálpebras), da função
pupilar e da transparência das
estruturas dentro dos olhos,
devemos nos atentar à possível falta
do paralelismo nos olhos (vista
torta, vesguice ou estrabismo). Sua
c a u s a d e ve s e r p r o n t a m e n t e
investigada e tratada pelo médico
oftalmologista. Se não devidamente
tratada, pode causar um
desenvolvimento insuficiente de um
o u a m b o s o s o l h o s d e fo r m a
irreversível (ambliopia). O
tratamento varia muito de acordo
com o diagnóstico e idade do
paciente. Ele vai desde o uso de
óculos, com ou sem o uso de tampão,
até a intervenção cirúrgica, caso se
faça necessária. Estudos mostram
que nesta fase (pré-escolar), até
10% das crianças podem apresentar
algum tipo de distúrbio da visão.
Além do estrabismo e ambliopia já
comentados, destacam-se também
eventuais erros de refração (“óculos
de grau”), os quais podem ocorrer já
em fases bastante precoces da vida.
Importante lembrar que, se o
problema for identificado e tratado
de forma imediata e por profissional
capacitado, a recuperação pode ser
total. Fica claro, então, o
importante papel dos pais na
realização de testes da visão da
criança nesta fase tão importante
no desenvolvimento visual.
Já na idade escolar, a verificação de
possíveis problemas visuais por um
profissional médico oftalmologista,
torna-se ainda mais importante. Até
20% das causas de baixo
rendimento escolar podem
relacionar-se aos “problemas de
g rau”. Por motivos óbvios, o
rendimento, e conseqüentemente, o
d e s e m p e n h o e s c o l a r, p o d e m
mostrar-se diminuídos quando
comparados com indivíduos com
visão normal (sem erros de
refração que necessitem correção
óptica) da mesma idade. Além do
aprendizado, lembramos que nesta
fase acentua-se a necessidade e um
bom relacionamento em grupo. Até
mesmo o relacionamento com os
colegas pode estar alterado em
indivíduos com baixa função visual.
O mau funcionamento de órgãos do
sentido como a audição e visão
podem acarretar problemas bem
conhecidos e amplamente
diagnosticados na sociedade atual –
a hiperatividade. Muitas vezes mal
diagnosticados como um “problema
emocional”, um simples exame
oftalmológico resolveria o
problema. A miopia (baixa visão
para longe) pode acarretar uma
falta de atenção da criança, pela
incapacidade de acompanhar o
conteúdo ministrado, tornando-o
“disperso”. Alimentando ainda
mais o problema, o professor pode
pensar que a solução para o
“perturbador da aula” pode ser o
posicionamento do mesmo no fundo
da sala de aula. Assim, o baixo
rendimento escolar pode associar-
se, ainda, a problemas psicológicos
diversos. Além disto, muitos destes
alunos estão condenados a nossa
triste e real situação – o aumento
d a t a x a d e e v a s ã o e s c o l a r,
comprometendo o seu e o nosso
futuro. Fica claro, então, que o
R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 7
ambiente ideal para estas práticas
preventivas é a escola.
Visando o diagnóstico cada vez mais
precoce e o tratamento de eventuais
problemas em tempo hábil, o
Conselho Brasileiro de Oftalmologia
(CBO) vem realizando nos últimos
anos campanhas de conscientização
para se instalar os serviços de
prevenção nas escolas, por meio de
testes de visão, obtendo
significativos avanços. Importante
frisar que não é a falta de
p r o fi s s i o n a i s médicos
oftalmologistas que impossibilita o
sucesso de eventuais campanhas
p a r a fi n s p r e v e n t i v o s e d e
tratamento. O que deve existir é a
criação de estruturas funcionais
para este fim, através de um maior
comprometimento oficial por parte
do poder público.
•••
Fique
Atento:
Criança que faz caretas
tentando enxergar;
criança que tenta fechar os
olhos parcialmente (cerrar
os olhos), e contrair as
pálpebras;
criança que tem o ato de
coçar os olhos com
frequência;
criança que tem o hábito de
piscar muito;
criança que tem a tendência
de chegar mais próximo ao
livro, TV, computador para
tentar ver melhor.
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 8
=
TERAPEUTA OCUPACIONAL

Dra. Sônia Regina Gheller Guill

O que faz? Terapeuta Ocupacional

sonia@guill.com.br
O Terapeuta Ocupacional
(TO) é preparado para
habilitar e/ou reabilitar os
indivíduos com
necessidades particulares e
especiais a partir de
atividades práticas do
cotidiano.

Tais como:

Higiene física: banho,

escovar os dentes;

atividades de vida
prática: varrer, tirar o pó,
limpar o banheiro, passar
pano no chão, lavar e Diferentes faixas etárias podem ser atendidas pelo
enxugar a louça... TO, desde crianças até idosos. Por isso, sua
presença é fundamental em hospitais,
No atendimento, o terapeuta
ambulatórios, centros de reabilitações, instituições
busca o conhecimento da
geriátricas, centros de saúde, creches, empresas,
patologia em questão e suas
consultórios particulares, atendimentos
implicações nos aspectos
domiciliares e escolas.
motor, sensorial, cognitivo,
emocional e social. Durante
a intervenção o TO busca
auxiliar o indivíduo a obter
uma qualidade de vida digna Diferentes faixas etárias
dentro de preceitos éticos,
morais e sociais justos. Um
podem ser atendidas pelo TO,
dos objetivos fundamentais desde crianças até idosos.
é a inserção dos indivíduos
ou dos grupos na sociedade
produtiva.
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 9
alfabetização, uma
, ma is pr ec isamente na fase da Na terapia, o indivíduo é
Em idade es colar em que o aprendiz
co m um TO é im portante em casos
avaliação guiado através de
apresentar:
atividades que desafiam
a sua capacidade para
Leitura ilegível;
desenvolver
ao escrever;
postura inadequada
ras (brasa/barsa); apropriadamente ao
cu lda de em res pe itar a ordem nas palav
difi tação espacial input sensorial através
let ras qu e dif ere nciem quanto a orien
confusão em de respostas
(b,q/p);
ial escolar; organizadas. Uma
ganizar com seu mater
dificuldade para se or
al; variedade de
má concordância verb
letras que o
co rre sp on dê nc ia dos sons com as atividades é utilizada
dificuldade em
representam; para desenvolver os
is palavras unidas);
ções de pa lav ras (escreve duas ou ma pré-requisitos
aglutina
abas;
ras nas palavras e síl necessários para
adição/omissão de let
cópia lenta e letras iso
ladas; executar as tarefas de
, sílabas e palavras. forma mais autônoma
confusão entre letras
possível e eficiente.

•••

Curta nossa página no

Facebook e fique
sempre por dentro das
novidades!
www.facebook.com/psicosoleducar
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 10
Sua Ideia...
Como vamos
atravessar?
Bom, esta dinâmica conheço há
muito tempo e nao achei o autor, mas
usei recentemente. Os alunos
estavam brigando demais e dizendo
coisas uns sobre os outros muito
desagradáveis, então busquei uma
dinâmica para fazê-los refletir que
sempre precisamos da amizade de
nossos amigos e que inclusive há
momentos em que sua ajuda é
essencial!

Após a conversa começamos a

dinâmica.

Procedimento:

Todos em um lado da sala. Um

aluno é convidado a ir até o outro
lado da sala sem colocar os pés no
chão. Para isso terá que contar com a
ajuda dos amigos. Quando chegar,
pode colocar os pés no chão e buscar
um amigo. Este amigo também não
poderá colocar os pés no chão até
chegar do outro lado. Quem chega
sempre volta para buscar um amigo.
Detalhe: é preciso que eles se
Material
organizem e conversem para trazer
os amigos sempre de um jeito Necessário:
diferente.
A dinâmica foi muito divertida e
Nenhum
hoje a turma está mais unida e
compreendem como os nossos
amigos são importantes!

Kathy Fabiana Scharf

Maiochi
Professora do 4o ano do Ensino
Fundamental
Blumenau/SC

Tem uma Atividade?

Se assim como a Prof.a Kathy você também tem uma atividade,
jogo ou brincadeira que gostaria de compartilhar com os leitores da
nossa revista, envie para o e-mail psicosolblu@gmail.com. Caso sua
ideia seja selecionada será publicada na próxima edição da revista.
 Dica da Vovó

R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 11
Esta história é excelente para estimular a uma tartaruga, outros um tatu e alguns podem
imaginação das crianças. até dizer que é uma mistura de bichos. Não há
uma resposta correta e sim infinitas
Enquanto é narrada são feitos traços que ao final
possibilidades a partir do respeito à imaginação
se transformam em um desenho.
infantil.
É interessante deixar que cada criança diga sua
Ainda pode ser aproveitado para que cada
opinião sobre o desenho final. Alguns dirão que é
criança escreva uma história sobre a figura!
1
5 O problema é que este caminho estava
Lá no fim do mundo vivia em um
a ainda mais escorregadio e de repente ...
pequena casa uma velhinha.
Ops! Caiu!
Com muito custo conseguiu se levantar,
2 mal estava de pé, e caiu de novo!!! E
Todos os dias ela tomava banho em assim foi... Levantou, andou um
uma bacia. pouquinho e caiu... Levantou, caiu...
Levantou-se novamente e prosseguiu o
seu caminho prestando mais atenção.
3 Quando ela já estava se sentindo mais
Não havia água encanada, então
segura... Ops! Caiu mais uma vez!
tinha que ir buscá-la em um poço.
Levantou, caiu, levantou... andou um
Um dia, após uma chuva muito forte pouquinho e caiu, levantou, caiu e
pegou um balde e foi até o poço para levantou....
buscar água. A chuva havia deixado o
6 ela já
chão bem escorregadio, mas mesmo Depois de tanto cair e levantar
estava bem cansada e trêmula.
assim ela foi porque precisava tomar sa...
Bem, mas a velhinha era corajo
olhar
seu banho. Respirou profundamente... e com
em direção
firme, tomou um impulso e foi
4 a sua casa.
Quando jogou o
balde no poço el 7
a se Ufa! Conseguiu chegar!
desequilibrou e Olhem, formou-se um desenho! O que parece para vocês?
caiiiiiuuuuu no
poço
profundo.
Com muito sacr
ifício
conseguiu sair.
Então
pensou que era
melhor ir para
casa
por outro camin
ho.
 Um olhar para o Transtorno

R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 12
de Asperger
O QUE É? uma notável pobreza
O Transtorno de Asperger (TA) na comunicação não-
é um Transtorno do Espectro verbal, envolvendo
Autista (TEA) caracterizado por tanto gestos como
prejuízos na interação social, bem tom afetivo da voz,
como interesses e comportamentos pobre empatia e
limitados, mas seu cur so de uma tendência a
desenvolvimento precoce está intelectualizar as
marcado por falta de qualquer emoções, a ter uma
retardo clinicamente significativo na fala prolixa,
linguagem falada, nas habilidades de formal, de estilo Prof. Hans Asper
ger, quem primei
pedante e ro
autocuidado e na curiosidade sobre descreveu o TA
o ambiente. Interesses circunscritos vocabulário rico,
intensos que ocupam totalmente o em monólogo e, por
foco da atenção e tendência a falar vezes, incoerente, além de interesses
em monólogo, assim como que ocupavam totalmente o foco da
incoordenação motora, são típicos atenção envolvendo tópicos não
da condição, mas não são usuais que dominavam sua
necessários para o diagnóstico. conversação, preferência pela
“as crianças
companhia de adultos, “esquisitices”
UM POUCO DE HISTÓRIA sociais, um desejo de que as coisas
apresentavam
Em 1944, Hans Asperger, um sejam feitas sempre da mesma
uma notável
pediatra austríaco, descreveu, na forma, excelente memória e atenção pobreza na
língua alemã, quatro crianças que a detalhes e incoordenação motora. comunicação
tinham dificuldade em se integrar não-verbal”
socialmente em grupos. Asperger
denominou tal condição como
“psicopatia autística”, indicando
u m t r a n s t o r n o e s t á ve l d e
personalidade marcado pelo
isolamento social.
Apesar da preservação
das habilidades
intelectuais e da
ausência de atraso na
linguagem, as
c r i a n ç a s
apresentavam
O COLECIONADOR PÁG. 13

Em 1981, Lorna Wing publicou uma série de
casos apresentando sintomas similares aos
descritos por Hans Asperger, na revista
Psychological Medicine, na língua inglesa,
tornando amplamente conhecida a síndrome no
mundo anglófono.
O TA não recebeu um reconhecimento oficial
O d i a g n ó s t i c o d o TA r e q u e r a
antes da publicação da CID-10 (Código
Internacional de Doenças) e do DSM-IV (Manual
Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais),
ambos utilizados para o diagnóstico clínico, de
acordo com critérios utilizados mundialmente. E
desde então, vem sendo identificado em todos os
continentes, predominantemente no sexo
masculino, numa razão de 9 meninos para 1
menina. Embora estudos epidemiológicos a
R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 13
respeito do TA sejam esparsos, estima-se uma
frequência de 6/10000 para TA e sua frequência é
mais baixa que o Autismo, numa proporção de 3 a
4 autistas para 1 TA.
DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
demonstração de critérios clínicos conforme
descrito no Quadro 1, segundo o DSM-IV-TR . O
transtorno frequentemente não é diagnosticado
antes dos 6 anos e muitas vezes é feito muito mais
tarde, inclusive na idade adulta.
Os indivíduos com TA preferem o isolamento,
mas não são usualmente inibidos na presença de
outras pessoas. Quando abordam os demais, o
fazem de uma forma inapropriada e excêntrica.

QUADRO 1 - CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS COMPORTAMENTAIS

DO DSM-IV-TR PARA TRANSTORNO DE ASPERGER.

A.1) Pelo menos um item (ou mais): b) Adesão aparentemente inflexível a

rotinas ou rituais específicos e não
1. Área das interações sociais: funcionais
a) Comprometimento acentuado no uso c) Maneirismos motores estereotipados e
de múltiplos comportamentos não- repetitivos (p. ex. agitar ou torcer as
verbais, tais como contato visual direto, mãos ou dedos ou movimentos
expressão facial, posturas corporais e complexos de todo o corpo)
gestos para regular a interação social
d) Preocupação persistente com partes de
b) Fracasso em desenvolver objetos
relacionamentos com seus pares
apropriados ao nível de B) Sem atraso na linguagem, ou seja, utiliza
desenvolvimento palavras isoladas em torno dos 2 anos de idade
e frases comunicativas em torno dos 3 anos.
c) Ausência de reciprocidade social ou
emocional C) Sem atraso significativo no desenvolvimento
cognitivo ou no desenvolvimento de habilidades
A.2) Pelo menos um item (ou mais): de autocuidado próprias da idade, no
2. Área da flexibilidade comportamental: comportamento adaptativo (outro que não na
padrões limitados, repetitivos e interação social) e na curiosidade a respeito do
estereotipados de comportamento, interesses ambiente na infância
e atividades: D) Não são satisfeitos os critérios para outro
a) Preocupação insistente com um ou mais Transtorno Global do Desenvolvimento
padrões estereotipados e restritos de específico ou Esquizofrenia
interesse, anormais em intensidade ou
foco
13

Por exemplo, podem
estabelecer com o interlocutor
uma conversação em
monólogo caracterizada por
uma linguagem prolixa,
pedante, sobre um tópico
favorito e geralmente não
usual e bem delimitado.
Podem demonstrar interesse
em fazer amizades e
encontrar pessoas, mas seus
desejos são invariavelmente
frustrados por suas
abordagens desajeitadas e
pela ins ens ibilidade em
relação aos sentimentos e
intenções dos outros e pelas
formas de comunicação não
literais e implícitas que eles
emitem (p. ex. sinais de tédio,
pressa para deixar o ambiente
e necessidade de privacidade).
Cronicamente frustrados
pelos seus repetidos fracassos
em estabelecer relações de
amizade e se envolver com
outras pessoas, alguns
i n d i v í d u o s c o m TA
desenvolvem sintomas de
Transtorno de Ansiedade ou
d e H u m o r, q u e p o d e m
requerer tratamento, inclusive
m e d i c a m e n t o s o. A l g u n s
também podem reagir de
forma inapropriada ou não
compreender o valor do
contexto da interação afetiva,
geralmente transmitindo um
sentido de insensibilidade,
formalidade
desconsideração pelas
expressões emocionais dos
outros. Podem ser capazes de
descrever corretamente, de
u m a fo r m a c o g n i t i va e
frequentemente formalista, as
emoções, intenções esperadas
e convenções das demais
pessoas, no entanto, são
incapazes de atuar de acordo
com essas informações de
forma intuitiva e espontânea,
perdendo assim, o ritmo da
interação. Sua intuição pobre
e falta de adaptação
espontânea são
acompanhadas por um
notável apego às regras
formais do comportamento e
às rígidas convenções sociais.
Essa apresentação é
responsável, em grande parte,
pela impressão de
ingenuidade social e rigidez
comportamental, que é tão
forçosamente transmitida por
esses indivíduos.
Ainda que não
apresentem anormalidades
ou
R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 14
significativas na linguagem,
há alguns padrões de
comunicação que são
interessantes. Primeiro, a
linguagem pode ser marcada
pela prosódia pobre, exibindo
geralmente, um espectro
restrito de entonação que é
utilizado com pouca relação
no funcionamento
comunicativo da declaração.
Pode haver falta de fluência
ou modulação pobre do
volume. Segundo, a fala pode
ser tangencial e
circunstancial, transmitindo
um sentido de frouxidão de
associações e incoerência. Por
fim, o estilo da comunicação
caracteriza-se por notável
verbosidade. A criança ou
adulto pode falar
incessantemente sobre um
assunto favorito, geralmente
sem qualquer relação com o
fato de a pessoa que escuta
estar interessada, envolvida ou
tentar interpor um

comentário ou alterar o tema da
conversação. Apesar de tais
monólogos prolixos, o indivíduo
pode não chegar nunca a um
ponto ou a uma conclusão.
Classicamente indivíduos
com TA acumulam grande
quantidade de informações
sobre um tópico, que pode
alterar-se de tempos em tempos.
Esse comportamento é
extravagante no sentido de que,
na maior parte das vezes,
grandes quantidades de
infor mações factuais são
aprendidas sobre tópicos
Baron-Cohen defende esta
circunscritos, sem uma genuína
compreensão dos fenômenos
mais amplos envolvidos.
Indivíduos com TA podem
ter um histórico de aquisição
atrasada das habilidades
motoras, tais como andar de
Sistematização é
Figura 2. Desenho livre de paciente de 10 anos com TA, previamente
diagnosticado como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, cujo
interesse na época do diagnóstico, era eletricidade.
bicicleta, agarrar uma bola,
abrir garrafas e subir em
brinquedos num parque. Com
frequência, são desajeitados e
tem pobre coordenação,
podendo exibir um padrão de
andar diferente, muitas vezes,
nas pontas dos pés ou aos saltos,
com uma postura bizarra.
TEORIA DA MENTE (TOM)
Empatia é a capacidade de
identificar emoções e
pensamentos de outra pessoa,
respondendo a eles com uma
emoção apropriada. Ocorre
quando há uma reação
emocional provocada pela
emoção de outra pessoa e
permite prever o seu
comportamento e estabelecer
uma conexão ou combinação
emocional. Há fortes evidências
R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 15
de que, em média, mulheres
espontaneamente apresentam
um maior grau de empatia que
homens. Esta teoria propõe que
crianças com TEA apresentam
atraso ou déficit na ToM, pois
não conseguem usar a ToM
para interpretar ou antecipar o
que os outros estão fazendo,
sentindo ou tem a intenção,
muitas vezes revelada através de
gestos ou pela linguagem.
TEORIA DA EMPATIA-
SISTEMATIZAÇÃO (TEA)
teoria para explicar as
dificuldades sociais e de
comunicação no TEA, através
da observação do atraso ou
déficit na empatia e pela
referência a uma habilidade
intacta ou superior na
sistematização.
C o n s i d e r e - s e
sistematização um dos
mais potentes meios
para o entendimento e
previsão do universo
inanimado governado
por regras. Por outro
lado, empatia reúne
uma das mais poderosas
forças para o
entendimento e previsão
do mundo social.
tendência a analisar ou
construir sistemas. Este
pode ser qualquer tipo
de sistema. O que define
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 16
um sistema é que ele
segue regras e
quando se
sistematiza, tenta-se
identificar quais
regras o governam.
Alguns tipos de
sistematização no
TA: sensorial (usar
as mesmas roupas
ou insistir nos
mesmos alimentos
todos os dias),
coleção (coleções
completas do
Figura 3: Foi solicitado ao paciente que desenhasse um menino. Paciente de
Pokemon, pedras),
10 anos com TA.
numérico (cálculo
rápido de números
primos, resolução
de problemas
matemáticos), espacial (estudo farmacológica consiste
TA, contudo representam uma
de mapas, técnicas de em terapia auxiliar que pode
fo r m a d e s i s t e m at i z a ç ã o
desenho), social (lista os nomes minorar comportamentos
espacial, entre tantas
e o ranque de times de futebol, específicos e, se bem sucedida,
observadas no quadro.
insistir em jogar sempre o capacitar o indivíduo a
mesmo jogo), moral (insistir ABORDAGEM TERAPÊUTICA participar dos ambientes
para que as pessoas cumpram Não há cura conhecida familiares a escolares e a
r e g r a s s o c i a i s ) , t é c n i c o para o TA. O manejo do TA beneficiar-se disso. O melhor
(computador, instrumento tipo de intervenção para o TA
r e q u e r u m a i n t e r ve n ç ã o
musical), natural (marés, tem como base os seguintes
m u l t i d i s c i p l i n a r. E s s a
plantas, meteorologia), entre abordagem prevê técnicas de objetivos, que costumam ser
outros. Evidências sugerem mudanças de comportamento, tratados em conjunto: (1)
q u e, e m m é d i a , h o m e n s programas educacionais ou de auxiliar os indivíduos com o
espontaneamente sistematizam transtorno a adquirir
trabalho, terapias de
em maior grau que mulheres. habilidades funcionais e a
linguagem / comunicação,
Observe as figuras 2 e 3, sendo essencial o trabalho com concretizar seu potencial
cujos desenhos mostram um psicólogos ou educadores bem adequado; e (2) reduzir a rede
p a d r ã o d e i n t e r e s s e o u t r e i n a d o s e m a n á l i s e de comportamentos mal-
habilidade sur preendente. adaptativos que podem
comportamental funcional e
Logicamente que isoladas não interferir no funcionamento
em técnicas de mudança de
servem para o diagnóstico do comportamento. A intervenção adaptativo. Recomenda-se:
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 17
experimentar coisas. Isso só é possível quando a
É importante salientar que, a abordagem camisa de força do currículo escolar não aperta
farmacológica, não substitui de forma alguma a demais e os professores estimulam e avaliam seus
alunos individualmente.
Intervenções comportamentais e
educacionais (com a família, a criança/
adolescente e a escola):
LEMBRAR QUE ESTUDANTES COM TA PODEM...
estratégias para promover a
aquisição de habilidades Preferir trabalhar em silêncio;
intervenções baseadas em preferir trabalhar lenta e metodicamente;
estratégias do desenvolvimento
preferir não publicar, por medo ou perda de
algum detalhe;
terapias ocupacional, da fala, da
preferir checar os erros, para estarem certos de
linguagem e da habilidade social.
que o fato é um fato;
farmacoterapia com vistas a preferir condições que permanecem sem
sintomas-alvo. modificações (mesma luz, mesmo assento);
preferir a não distração;
abordagem
preferir analisar todos os passos lógicos ou
multidisciplinar. Deve ser considerada como
evidências para cada estágio, mais do que
tratamento complementar, não como panacéia ou
aceitar assertivas na ausência de explicações;
curativa. Essa indicação deve ser avaliada e
preferir, uma vez iniciado um tópico,
prescrita pelo médico especialista e deve ser
permanecer nele por várias horas, ignorando
considerada quando o comportamento apresenta
lanches ou bebidas ou mesmo a necessidade de
algum perigo evidente para o indivíduo ou para
ir ao banheiro;
outras pessoas ou, então, quando interfere de modo
tornar-se irritado pela intrusão de pessoas no
significativo na habilidade de aprender ou de
seu espaço;
socializar-se.
tornar-se ansioso se outra pessoa lhe dirige a
Certamente, as habilidades funcionais deverão
palavra de forma inesperada;
ser treinadas e estas incorreções melhoradas, no
tornar-se irritado por erros na leitura;
entanto, é fundamental conhecer o modo de
tornar-se irritado pelo estilo loquaz de
funcionamento do indivíduo com o qual se está
discurso;
trabalhando, lembrando que sentimentos exercem
tornar-se irritado pelo sussurro de outros
influência sobre percepção e
estudantes ao seu redor.
atenção. Emoção e motivação
balizam o sistema de atenção que
decidirá quais informações serão
Cristina Ma
ar mazenadas nos circuitos ria Pozzi
Pediatria - Neu
neuronais e, portanto, Doutoranda em ropediatria
Psicologia Clí
Pesquisadora n ic a - IP USP
aprendidas. Aprender significa do Laboratóri
o Distúrbios d
também trilhar caminhos o
Desenvolvimen
Contato: cristi to - U SP
próprios, pesquisar e napozzi@ig.c
om.br
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 18
Sugestões de Leitura

O Estranho Caso do Cachorro Morto - Haddon M. (2004)

Christopher nunca foi muito além de seu próprio mundo, não consegue
mentir nem entende metáforas ou piadas. É também incapaz de interpretar a
mais simples expressão facial de qualquer pessoa.
Um dia, Christopher encontra o cachorro da vizinha morto no jardim, é
acusado do assassinato e preso. Depois de uma noite na cadeia, decide descobrir
quem matou Wellington, o cachorro, e escreve um livro, relatando suas
investigações.

Diferença Essencial: A verdade sobre o cérebro de homens e

mulheres - Baron-Cohen S (2008)
Por que a maioria dos homens prefere resolver assuntos pelo telefone, em
vez de falar pessoalmente? Por que as mulheres adoram conversar com as
amigas sobre seus sentimentos e relacionamentos, enquanto os homens
parecem estranhamente atraídos por jogos de computador, novas invenções
ou campeonatos de futebol? E por que as mulheres entendem melhor a
linguagem corporal? Será que a única causa dessas diferenças é o modo como
fomos criados?

Olhe nos meus olhos - Robison JE. (2008)

Tocante e bem-humorada narrativa de alguém que cresceu com a
Síndrome de Asperger numa época em que esse diagnóstico não existia.
Desde criança, John Robison tinha dificuldades em se relacionar com outras
pessoas. Na adolescência, os problemas se agravaram e apenas aos 40 anos
Robison foi diagnosticado por um atento terapeuta: era portador de uma
forma de autismo chamada síndrome de Asperger.

A Parent’s Guide to Asperger Syndrome and High

Functioning Autism - Ozonoff S, Dawson G, McPartland J.
(2002)
Presents definitions, diagnosis, causes, and treatments, and discusses
day-to-day living, channeling a child's strengths, examples and solutions to
basic problems, and dealing with home, school, and life as an adult.
 Jogos, brincadeiras e

R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 19
muito mais!
ESCRITA ESPELHADA
A escrita espelhada é absolutamente comum no início do processo de alfabetização. No
entanto, há algumas atividades que podem ser realizadas para auxiliar as crianças na
caminhada de descobrir que cada letra tem uma orientação espacial.

CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Pesquisas apontam que o processo de alfabetização ocorre com mais eficiência quando há uma
intervenção para o desenvolvimento da consciência fonológica.

SINAIS DE
PONTUAÇÃO
O que seria de um texto sem os
sinais de pontuação?
Poderíamos arriscar em dizer que seria muito pouco,
ou simplesmente nada. São eles que dão aquele toque
mágico capaz de fazer o outro entender os nossos
pensamentos, os nossos sentimentos...
PERCEPÇÃO
A percepção é fundamental no processo de
memorização. Não podemos memorizar algo que não
foi adequadamente interiorizado ou percebido.
Por isso precisamos estimular o desenvolvimento da
percepção de nossas crianças desde muito cedo.
Como? Além de jogos e brincadeiras podemos aproveitar situações do dia
a dia, por exemplo, ao encontrar uma flor peça que a criança observe os
detalhes, suas diferentes texturas, cores, perfumes…

PRODUÇÃO DE TEXTO
A escrita, assim como a leitura, deve fazer parte do cotidiano escolar dos alunos. Afinal, só se aprende a
escrever, escrevendo. Estimular a produção de textos pode ser um desafio, mas esta atividade que estamos
propondo é uma maneira simples de fomentar o desejo de escrever.

QUAL É A SEQUÊNCIA? JOGO

Quando a criança estabelece relações entre ADICIONE
vários objetos fazendo comparações, seu
pensamento lógico está sendo estimulado. SUBTRAIA
Na brincadeira que propomos é justamente isso Aqui é proposto
que é encorajado na criança. Para descobrir o uma atividade no concreto. A criança irá
último número da sequência ela terá que comparar os números anteriores manusear, sentir, perceber e fazer os
um com o outro. Descobrir quais relações têm entre si, para, no fim, movimentos de tirar, colocar, contar..
dizer a resposta correta.
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 20
ESCRITA
E SPELHADA
Você vai
precisar de:
Letras em E.V.A. A escrita espelhada é absolutamente comum no início do processo de
alfabetização. No entanto, há algumas atividades que podem ser
realizadas para auxiliar as crianças na caminhada de descobrir que
cada letra tem uma orientação espacial.

Como Fazer
Sobre uma mesa ou no chão, fixar com fita adesiva algumas letras
iguais, mas em rotações aleatórias. Vendar os olhos do aprendente.
Apresentar para a criança uma letra, em posição correta, igual a que
foi escolhida para dispor sobre a mesa. A criança deverá ser orientada
Podem ser encontradas em qualquer para manusear a letra e verbalizar o seu nome (auxiliar caso seja
papelaria.
necessário). Após, pedir que encontre sobre a mesa, apenas utilizando
Venda para os Olhos o tato, quais letras que estão na posição correta.

Por fim, é importante que o aluno registre a letra em um caderno,

ou quadro, ou folha...).

Pode ser um pedaço de pano ou uma

gravata.
Além desta atividade você poderá brincar com a criança de
escrever as letras com massinha de modelar, com argila, na
Fita Adesiva areia, etc.

Assista no YouTube
Essa é fácil né? http://bit.ly/videoescritaespelhada
Gostou da Brincadeira?
Então confira esta apostila:

Escrita Espelhada: atividades

para intervenção
Elaborada com o intuito de auxiliar
os mediadores (professores, pais…)
a intervir de maneira divertida, e,
principalmente, com eficiência no
aprendizado do alfabeto, para assim,
corrigir a possível escrita espelhada.
http://bit.ly/escritaespelhada

R$ 8,80
 CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 21
Você vai
precisar
de:
Tabela e figuras
diversas

Como Fazer
http://bit.ly/tabfonologica
Organizar duplas.

Cada criança, na sua vez, pega uma ficha e fala, silabando, o

nome da figura.

Para cada sílaba bate uma palma. Após, deverá colocar a ficha na
tabela de acordo com a quantidade de sílabas que contêm a palavra.

Gostou da Brincadeira?
Então confira este jogo:

IMPORTANTE: têm seu desempenho

Segundo pesquisas aumentado no processo de
realizadas – dentre alfabetização em relação aos
elas, as de Alessandra indivíduos que não tenham
G. S. Capovilla e Fernando C. passado por esse treino.
Trio Consciência Fonológica Capovilla (2000): “Efeitos do
Ainda segundo Capovilla
treino de consciência
Três jogos com o propósito de auxiliar o (2007, p. xvi): “A consciência
fonológica em crianças com
processo de alfabetização e também fonológica e o conhecimento
servir de entretenimento. Devem ser baixo nível sócio-econômico”
das correspondências entre
mediados por um adulto. -, ficou evidenciado que os
grafemas e fonemas estão
indivíduos que passam por
para a alfabetização assim
R$ 31,90 um treino para desenvolver
como as vitaminas e sais
consciência fonológica
*Já com o valor do frete incluso para todo o Brasil
minerais estão para a saúde.”
http://bit.ly/conscienciafonologica
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 22
Você vai SINAIS DE PONTUAÇÃO
precisar de: O que seria de um texto sem os sinais de pontuação? Poderíamos
arriscar em dizer que seria muito pouco, ou simplesmente nada. São
Fichas com sinais de eles que dão aquele toque mágico capaz de fazer o outro entender os
pontuação e uma nossos pensamentos, os nossos sentimentos...
caixa

Como Fazer
Colocar as fichas dentro da caixa.

Organizar as crianças em círculo.

Ao som de uma música, pedir que os alunos passem a caixa

Aparelho de Som contendo os sinais de pontuação um para o outro.

Quando o professor parar a música, a criança que estiver

segurando a caixa, deverá fechar os olhos e pegar uma ficha. Após,
dizer em voz alta uma frase em que seria necessário utilizar o sinal
de pontuação que consta na ficha.

Você vai PERCEPÇÃO

precisar A percepção é fundamental no processo de memorização. Não
podemos memorizar algo que não foi adequadamente interiorizado ou
de: percebido.
Por isso precisamos estimular o desenvolvimento da percepção de
Fichas contendo nossas crianças desde muito cedo.
Como? Além de jogos e brincadeiras podemos aproveitar situações do
figuras e formas dia a dia. Por exemplo: ao encontrar uma flor, peça que a criança
observe os detalhes, suas diferentes texturas, cores, perfumes…

Como Fazer
Espalhe as peças sobre uma mesa.

A criança deverá encontrar quatro peças que contenham formas

geométricas iguais.

É importante esclarecer para a criança que formas geométricas

iguais estão formando figuras diferentes.

Para deixar esta brincadeira mais desafiadora utilize um

cronômetro ou uma ampulheta.
http://bit.ly/percepcao
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 23
Você vai PRODUÇÃO DE TEXTO
precisar de:
Imagem de uma
A escrita, assim como a leitura, deve fazer parte do cotidiano escolar
dos alunos. Afinal, só se aprende a escrever, escrevendo. Estimular a
personalidade produção de textos pode ser um desafio, mas esta atividade que
estamos propondo é uma maneira simples de fomentar o desejo de
escrever.

Como Fazer
Colocar à vista dos alunos a imagem da personalidade (é
importante que as crianças não a conheçam). Pedir que escrevam
um texto imaginando um nome, profissão, se essa pessoa é casada,
o nome da esposa, se tem filhos, o que gosta de fazer quando não
tem nada para fazer, onde mora, se é feliz, porque está mostrando
a língua (se for utilizada esta de Einstein), etc.

Alguém inspirador. Após, cada um lê o seu texto.

Papel A4 e Lápis Por fim, revelar aos alunos o verdadeiro nome da

personalidade, sua profissão... e sua importância para a sociedade.

Essa é fácil né?

PROGRAMAS

- PEI
- MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
- GESTÃO MEDIADA
- AVALIAÇÃO DINÂMICA
www.cdcp.com.br
 R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 24
Você vai QUAL É A SEQUÊNCIA?
precisar Quando a criança estabelece relações entre vários objetos, fazendo
comparações, seu pensamento lógico está sendo estimulado.
de: Na brincadeira que propomos é justamente isso que é encorajado na
criança. Para descobrir o último número da sequência ela terá que
Fichas em E.V.A. ou comparar os números anteriores um com o outro. Descobrir quais
relações têm entre si, para, por fim, dizer a resposta correta.
cartolina contendo
sequência numérica.
Como Fazer
Organizar sobre uma mesa as fichas com sequência numérica.
Porém, a última deverá ficar com o número voltado para baixo.

O desafio da criança será descobrir qual é o número que está

na última ficha. Para isto, ela terá que observar qual sequência
que foi utilizada nos números anteriores.

Você vai JOGO ADICIONE SUBTRAIA

precisar Aqui é proposto uma atividade no concreto. A criança irá manusear,
sentir, perceber e fazer os movimentos de tirar, colocar, contar..
de: Como Fazer
Organizar grupos de crianças e entregar um pote com botões.
6 cartões vermelhos
Os cartões devem ser dispostos em duas pilhas com os números
com números de 0 a 5; voltados para baixo.
6 cartões verdes com Cada criança deverá iniciar o jogo com 5 botões.
números de 0 a 5; Um jogador inicia o jogo virando um cartão verde. O número
que constar no cartão será correspondente à quantidade de botões
Botões ou sementes... que a criança poderá pegar do pote.
O próximo jogador faz o mesmo.
Quando todos já viraram um cartão verde será a vez de virar o
cartão vermelho. O número que constar no cartão será
correspondente a quantidade de botões que a criança deverá
devolver ao pote.
Repetir a brincadeira com os cartões vermelhos.
Ganha o jogo quem ficar com mais botões nas três jogadas.
 Colaboradores

Walther Sorg
Ilustrator, infograf e designer gráfico,
nascido em Caracas. Estudou na
Escola de Artes Visuais Cristóbal
Rojas. Ele publicou seus primeiros
quadrinhos nos clipes Revista
Venezuelana (1987-1989).  visagismo. Além do trabalho com
Dedicado desde 1999 a ilustração
editorial. Principalmente livros
ilustrados para crianças e jovens de
várias editoras, incluindo Alfaguara,
e Ávila Monte Editores Playco.
Nesta revista seu trabalho pode ser
apreciado na ilustração da capa e no
artigo de Transtorno de Asperger.
http://wsorg.wordpress.com/
Wanessa Rengel
Visagista, formada pelo Centro de
Visagismo Philip Hallawell, e formada
em Licenciatura e Bacharelado em
Psicologia, pela Faculdade Guilherme
Guimbala. Hoje é consultora em
consultoria,  ministra workshops.
Prestou consultoria na escolha de
cores para nossa revista.
http://www.wanessarengel.com
R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 25
Osni Passos
Consultor de WebMarketing e
Programador com diversas
formações na área.
Prestou consultoria na diagramação
e distribuição da revista.
http://osnipassos.com

Cláudio Roberto Birkner & Solange Tormena

Stylus Digital By Cláudio Roberto
Fotografam casamentos, batizados, aniversários, books, gestantes...
Wilson Luiz Stadnick
Em nossa revista contribuíram com fotos.
Empresário e advogado nas áreas: cível,
http://www.blog.stylusdigital.com.br
trabalhista e direito de família.
Prestou consultoria jurídica.
http://www.advogadoemblumenau.com.br