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300 Diário da República, 1.ª série — N.

º 5 — 6 de janeiro de 2017

2 — Any change in the paid employment carried out militares estrangeiros em território nacional, em tempo
should be communicated and subject to new authorization. de paz.
Em vigor há mais de 40 anos, regulando uma matéria
Article No. 11 relevante para a soberania do Estado e que tem impacto no
relacionamento externo do país, torna-se importante proce-
Entry into force
der à atualização daquele regime. Com efeito, o contexto
The current Agreement shall entry into force thirty subjacente à aprovação do Decreto n.º 267/72, de 1 de
(30) days following receipt of the last notice, in wri- agosto, alterou-se de forma significativa, nomeadamente no
ting and through diplomatic channels, informing that que respeita à organização político-militar do Estado, aos
the national law requirements of the concerned Party compromissos internacionais assumidos e à integração de
were met. Portugal em organizações internacionais. A necessidade de
revisão das soluções jurídicas em vigor decorre igualmente
Article No. 12 das alterações verificadas no direito internacional a que o
Amendments
país se encontra vinculado, desde logo, os princípios e as
normas da União Europeia (UE).
1 — The current Agreement may be subject to review Deste modo, o presente decreto-lei revoga o Decreto
under any of the Parties’ request and such a request shall n.º 267/72, de 1 de agosto, aprovando um novo regime que,
be made in writing and submitted through diplomatic para além de regular a entrada de navios de guerra e de
channels. aeronaves de Estado estrangeiras em território nacional em
2 — The amendments will entry into force pursuant to tempo de paz, inclui também, dada a similitude de matérias,
Article No. 11 of the present Agreement. normas relativas à entrada, movimentação e permanência
de forças estrangeiras por via terrestre, suprindo uma la-
Article No. 13 cuna existente no ordenamento jurídico nacional.
Duration and termination
O decreto-lei que agora se aprova reflete as competên-
cias da Autoridade Aeronáutica Nacional, definidas na Lei
1 — The present Agreement shall remain in force for n.º 28/2013, de 12 de abril, e atribui a esta entidade um
an indefinite period of time. papel relevante no processo de autorização, e subsequente
2 — This Agreement may be terminated by either Party, fiscalização, da operação de aeronaves de Estado estran-
at any time, by written notice, submitted through diploma- geiras em território nacional.
tic channels to the other Party. De referir ainda que o presente decreto-lei disciplina de
3 — The current Agreement shall terminate six (6) mon- forma atual, e atenta a evolução desta matéria no domínio
ths after the date of receipt of the said notice. internacional, a «carga contenciosa ou perigosa», tendo
presentes as Recomendações das Nações Unidas para o
Article No. 14 Transporte de Bens Perigosos e a Lista Militar Comum
Settlement of disputes
da UE em vigor em Portugal.
Com a aprovação do presente decreto-lei, Portugal passa
Any dispute arising out of the interpretation or appli- a ter um regime jurídico atualizado, clarificado e ágil para
cation of the present Agreement shall be settled through regular a entrada, em território nacional, de navios de guerra
negotiations between the Parties. estrangeiros, a operação de aeronaves de Estado estrangeiras,
Done in, New Delhi, on the 8th of July, 2016, in e a entrada, movimentação e permanência de forças estran-
two originals, each in Portuguese, Hindi and English, all geiras que se desloquem por via terrestre, em tempo de paz.
the texts being equally authentic. Assim:
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons-
For the Portuguese Republic: tituição, o Governo decreta o seguinte:

CAPÍTULO I
Disposições gerais
For the Republic of India:
SECÇÃO I
Disposições gerais

Artigo 1.º
Objeto
O presente decreto-lei define os procedimentos rela-
tivos à:
DEFESA NACIONAL a) Entrada de navios de guerra estrangeiros em território
nacional;
Decreto-Lei n.º 2/2017 b) Operação de aeronaves de Estado estrangeiras em
território nacional;
de 6 de janeiro
c) Entrada, movimentação e permanência em território
O Decreto n.º 267/72, de 1 de agosto, aprovou as normas nacional de forças estrangeiras que se desloquem por via
que regulam a entrada de navios de guerra e de aeronaves terrestre.
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Artigo 2.º como os espaços aéreos que lhes são sobrejacentes, assim
Âmbito de aplicação
como as águas do domínio público marítimo, ainda que
abertas ao comércio internacional, designadamente as do
O presente decreto-lei aplica-se em tempo de paz. mar territorial, tal como é definido no direito interno e
reconhecido no direito internacional.
Artigo 3.º
Definições SECÇÃO II
Para efeitos do disposto no presente decreto-lei, entende- Aplicação da lei portuguesa
-se por:
a) «Aeronaves de Estado estrangeiras», as aeronaves Artigo 4.º
incluídas numa das seguintes categorias: Leis vigentes no Estado português
i) As aeronaves pertencentes às Forças Armadas de um 1 — Os navios de guerra estrangeiros, as aeronaves de
Estado; Estado estrangeiras e seus ocupantes, bem como as forças
ii) As aeronaves utilizadas em serviços militares; estrangeiras e os bens que transportem ou em que se façam
iii) As aeronaves utilizadas em serviços de alfândega; transportar, devem respeitar as leis vigentes no Estado por-
iv) As aeronaves utilizadas em serviços de polícia; tuguês, estando sujeitos, designadamente, às disposições
v) As aeronaves utilizadas exclusivamente para o trans- aduaneiras, sanitárias e de imigração em vigor, bem como
porte, em missão oficial, de chefes de Estado, de chefes de às relativas à ordem pública e à segurança nacional.
governo e de ministros, bem como comitivas; 2 — Os navios de guerra estrangeiros, as aeronaves
vi) As aeronaves pertencentes à Organização do Tratado de Estado estrangeiras e as forças estrangeiras que trans-
do Atlântico Norte (OTAN); portem material contencioso ou perigoso estão isentas do
vii) Outras aeronaves às quais o membro do Governo cumprimento das obrigações decorrentes do disposto na
responsável pela área dos negócios estrangeiros entenda Lei n.º 37/2011, de 22 de junho, alterada pelos Decretos-
dar tratamento de aeronave de Estado; -Leis n.os 153/2012, de 16 de julho, 56/2013, de 19 de abril,
71/2014, de 12 de maio, e 52/2015, de 15 de abril, sempre
b) «Carga contenciosa ou perigosa», todos os bens in- que o referido material se destine a uso próprio, conforme
cluídos na lista de bens perigosos que consta das Reco- declaração expressa do Estado de origem.
mendações das Nações Unidas para o Transporte de Bens 3 — As autoridades do Estado de origem não podem pra-
Perigosos, bem como na Lista Militar Comum da União ticar atos que envolvam ofensa dos princípios fundamen-
Europeia (UE) vigente no território nacional; tais da ordem pública internacional do Estado português.
c) «Estado de origem», o Estado a que o navio de guerra
estrangeiro, a aeronave de Estado estrangeira ou a força Artigo 5.º
estrangeira pertencem;
d) «Força estrangeira», o pessoal pertencente aos exér- Regime de privilégios, imunidades e facilidades
citos de terra, mar e ar de um Estado, incluindo o pessoal Os ocupantes de navio de guerra ou de aeronave de Es-
civil que acompanhe a força estrangeira e que seja empre- tado estrangeiros, quando desembarcados, ou os membros
gado pelas respetivas Forças Armadas, que se desloque em de força estrangeira, estão sujeitos à jurisdição nacional e
território nacional por via terrestre, com a reserva de que o não gozam de privilégios, imunidades e facilidades, salvo
Estado português pode não considerar determinadas pes- o disposto em sentido diferente pelo direito internacional,
soas, unidades ou formações como constituindo ou fazendo designadamente na Convenção de Viena sobre Relações
parte de uma força para efeitos do presente decreto-lei; Diplomáticas de 1961 ou em convenção internacional que
e) «Navios de guerra estrangeiros ou equiparados», os vincule o Estado português.
navios incluídos numa das seguintes categorias:
i) Navios pertencentes à Marinha de um Estado e co- Artigo 6.º
mandados por um oficial cujo nome figura na lista dos Uso e porte de armas
oficiais da Marinha;
ii) Navios-escola da marinha mercante, em serviço de- A detenção, uso e porte de arma pelos ocupantes de navio
pendente do Estado e utilizados para fins não comerciais, de guerra ou de aeronave de Estado estrangeiros, quando
comandados por um oficial nas condições da subalínea an- desembarcados, ou pelos membros de força estrangeira,
terior; fora dos atos de serviço, estão sujeitos às disposições legais
iii) Navios ao serviço do Estado, utilizados para fins não em vigor em território nacional, sem prejuízo de convenção
comerciais e comandados por um oficial da Marinha, de internacional que vincule o Estado português.
outro ramo das Forças Armadas, das Forças de Segurança
ou por um civil especialmente comissionado para esse fim; SECÇÃO III
iv) Navios em que viajem oficialmente chefes de Es-
tado, chefes de governo e ministros, bem como comitivas, Uniformes
quando não transportem outros passageiros;
Artigo 7.º
f) «Navios de guerra nucleares», os navios de guerra Utilização de uniforme
estrangeiros providos de fontes de energia nuclear para a
sua propulsão ou para qualquer outro fim; 1 — Salvo acordo em contrário entre o Estado de origem
g) «Território nacional», o conjunto de todos os espaços e o Estado português, as guarnições de navio de guerra es-
terrestres e de todas as águas sob soberania nacional, bem trangeiro, os ocupantes de aeronave de Estado estrangeira
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ou os membros de força estrangeira devem usar uniforme consideradas de rotina quando tiverem objetivos exclusiva-
quando em execução de missão de serviço em território mente logísticos ou operacionais ou com eles relacionados.
nacional. 2 — As visitas de rotina decorrem de acordo com um
2 — As forças estrangeiras devem apresentar-se unifor- programa estabelecido pelo ramo das Forças Armadas
mizadas nas fronteiras que atravessem. anfitrião.
3 — Aos oficiais de navio de guerra, aeronave de Estado
ou força estrangeiros é permitido trajar uniforme com Artigo 12.º
espada, desde que para fins protocolares.
Infrações por navio de guerra ou força estrangeiros

SECÇÃO IV 1 — Em caso de infração às disposições constantes do


presente decreto-lei por navio de guerra ou força estran-
Disposições especiais aplicáveis a navios de guerra geiros, bem como pelos seus ocupantes ou membros, as
estrangeiros e forças estrangeiras entidades competentes notificam o comandante do navio
de guerra ou força estrangeiros.
Artigo 8.º 2 — Se depois da notificação se verificar nova infração
Classificação de visitas ao presente decreto-lei ou se for praticado qualquer ato
que viole normas de direito nacional ou internacional ou
1 — As visitas de navios de guerra estrangeiros a portos considerado prejudicial à paz, boa ordem ou à segurança
nacionais ou de forças estrangeiras em território nacional do Estado português, as entidades competentes:
classificam-se em:
a) Apresentam um protesto formal ao comandante do
a) Visitas oficiais; navio de guerra ou força estrangeira;
b) Visitas não oficiais; b) Comunicam o facto ocorrido, imediatamente e pela
c) Visitas de rotina. via mais rápida, ao membro do Governo responsável
pela área da defesa nacional que, depois de consultados o
2 — A classificação de uma visita é feita por acordo membro do Governo responsável pela área dos negócios
entre o Estado português e o Estado de origem do navio estrangeiros e outras áreas do Governo envolvidas, toma
de guerra estrangeiro ou da força estrangeira, por iniciativa as medidas apropriadas;
de um ou de outro. c) Comunicam o facto ocorrido, quando necessário ou
julgado conveniente, à autoridade superior de que depende
Artigo 9.º o comandante do navio de guerra ou força estrangeiros.
Visitas oficiais
1 — São consideradas como oficiais as visitas de navios CAPÍTULO II
de guerra ou de forças estrangeiros: Entrada de navios de guerra estrangeiros
a) Em que se encontrem altas individualidades; em território nacional
b) Que se destinem a participar em cerimónias oficiais;
c) Em que se verifiquem outras circunstâncias que levem Artigo 13.º
a considerá-las nesta categoria. Classificação da entrada

2 — As visitas oficiais decorrem de acordo com um pro- Salvo nos casos de passagem inofensiva ou utilização
grama estabelecido pelo membro do Governo responsável de vias navegáveis de acesso a porto, a entrada de navios
pela área dos negócios estrangeiros, em colaboração com de guerra estrangeiros em território nacional é considerada
o membro do Governo responsável pela área da defesa como visita.
nacional e o ramo das Forças Armadas anfitrião.
Artigo 14.º
Artigo 10.º Autorização diplomática
Visitas não oficiais
1 — A entrada de navios de guerra estrangeiros em terri-
1 — As visitas de navios de guerra estrangeiros a portos tório nacional, exceto quando se efetue a convite do Estado
nacionais ou de forças estrangeiras a território nacional são português ou seja regulada por convenção internacional,
consideradas não oficiais quando não se pretenda conferir- carece de autorização do membro do Governo responsá-
-lhes particular realce, ainda que representem uma prova vel pela área dos negócios estrangeiros, solicitada por via
de boas relações, estando incluídas nesta categoria, em diplomática com antecedência, em regra, não inferior a:
especial, as visitas motivadas pelo intercâmbio entre as a) Seis semanas, para visitas oficiais;
Forças Armadas dos países envolvidos. b) Quatro semanas, para visitas não oficiais;
2 — As visitas não oficiais decorrem de acordo com c) Duas semanas, para visitas de rotina.
um programa estabelecido pelo ramo das Forças Armadas
anfitrião. 2 — Excetuam-se do estipulado no número anterior:
Artigo 11.º a) Navios a que se refere a subalínea iv) da alínea e)
do artigo 3.º;
Visitas de rotina
b) Navios não nucleares que entrem arribados por mo-
1 — As visitas de navios de guerra estrangeiros a portos tivo de força maior, sendo aplicável o disposto nos n.os 1 e
nacionais ou de forças estrangeiras a território nacional são 2 do artigo 18.º;
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c) Navios arvorando bandeira do Estado limítrofe nas b) Porto ou portos portugueses a visitar;
vias navegáveis de acesso a portos desse Estado; c) Duração da escala, com indicação das horas previstas
d) Navios em passagem inofensiva. de chegada e de partida;
d) Pontos de entrada e de saída do mar territorial por-
3 — A autorização da visita é da competência do mem- tuguês e horas aproximadas de passagem;
bro do Governo responsável pela área dos negócios estran- e) Classificação proposta para a visita e sua finalidade;
geiros, após consulta ao membro do Governo responsável f) Nome e posto do comandante da força naval e indi-
pela área da defesa nacional. cação do navio em que está embarcado;
4 — As autorizações para as visitas de navios de guerra g) Nome, posto e antiguidade dos comandantes dos
estrangeiros a portos portugueses associadas a programas
navios;
de pesquisa científica em águas sob jurisdição nacional
são requeridas por via diplomática ao membro do Governo h) Número de oficiais, cadetes, sargentos, praças, equi-
responsável pela área dos negócios estrangeiros, conjunta- parados e civis que constituem a guarnição de cada navio;
mente com o pedido de autorização para a realização dos i) Número de militares ou civis estrangeiros embar-
cruzeiros científicos. cados;
j) Indicação das individualidades embarcadas;
Artigo 15.º k) Intenção de salvar à terra;
Pedidos para visitas não oficiais ou de rotina de navios de Estados l) Características principais dos navios: velocidade,
membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte deslocamento, calado, comprimento e boca;
1 — Os pedidos para visitas não oficiais ou de rotina m) Solicitação para efetuar emissões eletromagnéticas,
de navios de Estados membros da OTAN são dirigidos indicando a respetiva frequência, modo de transmissão,
à Marinha pelos respetivos Adidos de Defesa ou Navais largura de banda e potência de transmissão;
acreditados em Portugal ou pela respetiva representação n) Intenção de utilizar sonares em ativo durante a per-
diplomática. manência em território nacional, indicando as respetivas
2 — Compete ao Chefe do Estado-Maior da Armada, frequências;
com faculdade de delegação, autorizar os pedidos previs- o) Intenção de utilizar mergulhadores para inspeção
tos no número anterior, comunicando as autorizações ao do casco;
membro do Governo responsável pela área dos negócios es- p) Indicação da existência de propulsão nuclear;
trangeiros, à administração portuária e ao capitão de porto. q) Último porto escalado e porto seguinte a escalar;
3 — Os pedidos para visitas não oficiais ou de rotina das r) Intenção de desembarcar rondas desarmadas para
forças navais sob o comando ou o controlo operacional da vigilância de licenças e sua constituição;
OTAN são formulados de acordo com os procedimentos
s) Indicação de que transporta, ou não, carga contenciosa
estabelecidos no seio da OTAN.
ou perigosa, nos termos do n.º 2 do artigo 4.º
Artigo 16.º
2 — Tratando-se de navios de guerra nucleares, o pe-
Autorização de entrada para navios de guerra nucleares dido de autorização é acompanhado de uma declaração do
1 — Compete ao membro do Governo responsável pela respetivo Estado, garantindo que:
área da defesa nacional, com faculdade de delegação no a) A instalação nuclear no navio obedece aos requisi-
Chefe do Estado-Maior da Armada, tendo em atenção o tos de segurança exigidos pelas entidades competentes
disposto no n.º 2 do artigo seguinte, decidir sobre a con- daquele Estado;
veniência, do ponto de vista da segurança nuclear, de ser
b) Durante a estadia do navio em território nacio-
concedida autorização para a entrada e movimento de na-
vios de guerra nucleares estrangeiros em território nacional. nal são tomadas todas as medidas e observados todos
2 — Sempre que seja autorizada a entrada e o movi- os procedimentos estabelecidos para a segurança das
mento de navios de guerra nucleares estrangeiros em ter- instalações;
ritório nacional, deve a Marinha comunicar o facto ao c) Não são efetuadas descargas que provoquem o au-
membro do Governo responsável pela área dos negócios mento de radioatividade do meio ambiente;
estrangeiros e à área do Governo de que depende a enti- d) O capitão de porto é imediatamente informado acerca
dade competente na área da tecnologia nuclear, a fim de de qualquer acidente que afete a segurança da instalação
que acione, na parte aplicável, as medidas de segurança nuclear do navio;
previstas na legislação que regula a entrada e o movimento e) Assume inteira responsabilidade:
destes navios.
i) Por todos os danos de qualquer natureza provenientes
Artigo 17.º de acidente nuclear originado pelo navio, incluindo os
resultantes do risco;
Requisitos do pedido
ii) Pela imunização e remoção do navio, se este ficar
1 — Sem prejuízo do disposto em convenção inter- imobilizado em território nacional.
nacional que vincule o Estado português, o pedido de
autorização de entrada em território nacional de navios de 3 — O pedido de autorização de entrada em território
guerra estrangeiros deve ser acompanhado das seguintes nacional deve ser efetuado através do preenchimento de
informações: formulário próprio e, tratando-se de navios de guerra
a) Nome, tipo e classe de cada navio, com indicação do nucleares estrangeiros, acompanhado de uma declara-
respetivo indicativo de chamada internacional e número ção do respetivo Estado conforme previsto no número
de costado; anterior.
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Artigo 18.º Artigo 23.º


Arribada forçada Atos sujeitos a autorização
1 — Os navios de guerra estrangeiros não nucleares que, Os navios de guerra estrangeiros só podem realizar os
por motivo de arribada forçada, decidam entrar ou tenham atos a seguir indicados depois de obtida autorização do
entrado em território nacional sem autorização prévia nos capitão de porto, com conhecimento da Marinha:
termos do artigo 14.º, devem dar conhecimento do facto ao
membro do Governo responsável pela área dos negócios a) Desembarque de licenças;
estrangeiros, através da respetiva representação diplo- b) Prestação de honras militares em terra;
mática ou consular, logo que for decidida a sua entrada c) Desembarque de pessoal armado;
ou imediatamente a seguir a esta, e avisar de imediato, a d) Mudança de fundeadouro;
Marinha, o capitão de porto e a administração portuária e) Colocação de mergulhadores na água;
do porto de arribada. f) Trabalhos submarinos.
2 — A arribada forçada de navios de guerra nucleares
é obrigatoriamente precedida da declaração prevista no Artigo 24.º
n.º 2 do artigo anterior. Licenças
3 — Para efeitos de cerimonial, a entrada nas circuns-
tâncias previstas no presente artigo é equiparada à visita 1 — As licenças, bem como os pormenores relativos
de rotina. ao embarque, desembarque e permanência em terra, são
estabelecidos com o acordo das autoridades civis, obtido
Artigo 19.º por intermédio do capitão de porto.
Regime de privilégios, imunidades e facilidades
2 — É adotado procedimento idêntico ao previsto no
de navios de guerra estrangeiros número anterior no caso de desembarque de qualquer con-
tingente desarmado.
Os navios de guerra estrangeiros e respetivas guarni-
ções, quando a bordo, gozam de imunidade de jurisdição Artigo 25.º
local e das prerrogativas que lhes são reconhecidas pelo
direito internacional. Desembarque de forças militares armadas

1 — Quando um navio de guerra estrangeiro pretender


Artigo 20.º desembarcar forças militares armadas, deve formular o
Reciprocidade pedido por via diplomática, exceto quando solicitado pelo
Quando haja reciprocidade para os navios de guerra Estado português.
portugueses nos portos do país do navio visitante, são 2 — Quando se trate do desembarque de destacamentos
concedidos aos navios de guerra estrangeiros os seguintes para prestar honras fúnebres a um elemento da guarnição,
privilégios: a licença pode ser requerida ao capitão de porto, com
conhecimento da Marinha.
a) Isenção de taxas portuárias;
b) Aplicação de taxas reduzidas no pagamento de ser- Artigo 26.º
viços portuários especiais, conforme tabela que estiver em
vigor para os navios de guerra estrangeiros; Emissões eletromagnéticas ou ultrassonoras
c) Prestação gratuita de serviços de reboque de navio 1 — Os navios de guerra estrangeiros que pretendam
e de transporte de pessoal quando realizado por pessoal e efetuar emissões eletromagnéticas em portos portugueses
material pertencentes à Marinha; devem indicar no pedido de autorização os elementos
d) Fornecimento gratuito de água e luz quando através e características mencionados na alínea m) do n.º 1 do
de instalações pertencentes à Marinha. artigo 17.º
2 — A autorização para os navios de guerra estrangeiros
Artigo 21.º efetuarem emissões eletromagnéticas é da competência
Cumprimento de regulamentos e proibições do membro do Governo responsável pela área dos negó-
1 — Os navios de guerra estrangeiros devem cumprir cios estrangeiros, após obtenção pela Marinha de parecer
os regulamentos de navegação de acesso, para o que lhes favorável da competente autoridade nacional, no sentido
são facultadas as indicações necessárias, sem prejuízo da de garantir o cumprimento da legislação nacional e das
observância das regras de direito internacional relevantes. obrigações decorrentes de convenção internacional de que
2 — Salvo se tiverem obtido autorização por via di- o Estado português seja parte.
plomática, os navios de guerra estrangeiros não podem 3 — As emissões eletromagnéticas ou ultrassonoras
efetuar, em território nacional, exercícios de tiro, de ma- efetuadas por navios de guerra estrangeiros são comuni-
nobra com armas de qualquer tipo, de lançamento, pouso cadas pela Marinha ao capitão do porto, para efeitos de
ou recebimento a bordo de qualquer dispositivo militar, de coordenação.
desembarque e quaisquer outros de caráter militar.
Artigo 27.º
Artigo 22.º Embarcações miúdas
Aeronaves embarcadas
As embarcações miúdas dos navios de guerra estran-
O voo de aeronaves embarcadas fica sujeito ao disposto geiros só podem permanecer ou navegar em território
no capítulo III. nacional desarmadas.
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Artigo 28.º b) Armamento, munições, explosivos, ou outra carga


Pairar ou fundear
contenciosa ou perigosa.
Não é permitido aos navios de guerra estrangeiros pairar 6 — As autorizações diplomáticas casuísticas são con-
ou fundear em território nacional sem autorização, salvo cedidas para as demais situações.
se estas medidas constituírem incidentes comuns de na- 7 — Em função da dimensão e especificidade de certos
vegação, forem originadas por motivos de força maior ou eventos, podem ser emitidas autorizações diplomáticas
forem necessárias à segurança do navio ou da sua guarni- casuísticas que abranjam vários Estados.
ção, devendo a ocorrência ser imediatamente comunicada
ao capitão de porto. Artigo 32.º
Artigo 29.º Autorizações operacionais
Submarinos estrangeiros 1 — Na sequência e no âmbito de uma autorização
Não é permitido aos submarinos estrangeiros entrar diplomática, podem ser emitidas pela AAN autorizações
submersos ou imergir em território nacional. operacionais com vista à operação de aeronaves de Es-
tado estrangeiras, em território nacional, nas seguintes
CAPÍTULO III situações:

Operação de aeronaves de Estado estrangeiras a) Integração em destacamentos militares;


em território nacional b) Participação em exercícios militares;
c) Voos de manutenção.
Artigo 30.º
2 — As autorizações operacionais têm caráter especí-
Autorização diplomática fico, quando visem permitir a execução de um determinado
1 — Nenhuma aeronave de Estado estrangeira pode voo num período restrito, ou caráter genérico, quando
efetuar qualquer operação em território nacional sem pré- incluam múltiplos voos num período alargado.
via autorização diplomática concedida pelo membro do
Governo responsável pela área dos negócios estrangeiros, Artigo 33.º
após consulta ao membro do Governo responsável pela Procedimentos e prazos a observar
área da defesa nacional.
2 — A fiscalização do cumprimento da utilização das 1 — Os pedidos para emissão de autorizações diplomá-
autorizações é da competência da Autoridade Aeronáutica ticas permanentes devem ser submetidos por via diplomá-
Nacional (AAN). tica, através do membro do Governo responsável pela área
3 — Caso as aeronaves estrangeiras a utilizar nas si- dos negócios estrangeiros, indicando sempre o tipo de voo
tuações previstas nas subalíneas v) e vii) da alínea a) do e o tipo de aeronaves a utilizar.
artigo 3.º sejam civis, a AAN, após informação da autori- 2 — Para uma aeronave de Estado estrangeira operar
zação pelo membro do Governo responsável pela área dos em território nacional ao abrigo de uma autorização di-
negócios estrangeiros, comunica à Autoridade Nacional da plomática permanente, deve, obrigatoriamente, notificar o
Aviação Civil as autorizações diplomáticas concedidas, Estado português desse facto, no prazo e de acordo com os
com a brevidade possível. procedimentos definidos naquela autorização diplomática,
podendo ser exigido, para o efeito, o preenchimento de
Artigo 31.º formulário próprio.
Classificação de autorizações diplomáticas 3 — No caso das autorizações diplomáticas casuísticas,
com exceção do transporte de carga contenciosa ou peri-
1 — As autorizações diplomáticas podem ser perma- gosa, os pedidos para a utilização do espaço aéreo nacional
nentes ou casuísticas: devem ser submetidos por via diplomática, através do
2 — As autorizações diplomáticas permanentes são membro do Governo responsável pela área dos negócios
concedidas, em regra, em regime de reciprocidade e pelo estrangeiros, com, pelo menos, três dias úteis de antece-
período de um ano, em função da natureza da missão ou dência, acompanhados obrigatoriamente de formulário
do tipo de voo. próprio para o efeito.
3 — As autorizações diplomáticas permanentes podem
4 — Tratando-se de uma aeronave de Estado com carga
ser regulares ou especiais.
contenciosa ou perigosa, o pedido de autorização diplomá-
4 — As autorizações diplomáticas permanentes regula-
res não abrangem a autorização para as seguintes missões: tica deve ser solicitado por via diplomática ao membro do
Governo responsável pela área dos negócios estrangeiros
a) Transporte de armamento, munições, explosivos, ou com, pelo menos, cinco dias úteis de antecedência, dele
outra carga contenciosa ou perigosa; constando obrigatoriamente o formulário e a lista da carga
b) Transporte de tropas armadas; contenciosa ou perigosa a transportar.
c) Missões de reconhecimento com recolha de imagem 5 — Sempre que estejam em causa operações aéreas que
ou dados de qualquer outra natureza; exijam reserva de espaço aéreo e respetiva emissão de avi-
d) Voos a baixa altitude. sos à navegação aérea, os pedidos devem ser submetidos,
no mínimo, com vinte dias úteis de antecedência.
5 — As autorizações diplomáticas permanentes espe- 6 — As aeronaves de Estado estrangeiras que possuam
ciais têm natureza excecional e apenas podem ser emitidas equipamentos de informação, aquisição de objetivos, vigi-
para as seguintes missões de transporte:
lância, reconhecimento e de recolha de dados de qualquer
a) Tropas armadas; natureza, de guerra eletrónica, ou sistemas de autodefesa,
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devem ter estes equipamentos desligados, inativos, em Artigo 37.º


segurança ou em modo de espera enquanto sobrevoam o Acordos
território nacional e permaneçam neste, exceto se expres-
samente autorizadas para o efeito. 1 — No âmbito do presente decreto-lei, a AAN pode
7 — Em todas as situações que envolvam o transporte propor a celebração de acordos de natureza técnica entre
geral de passageiros, quer ao abrigo de autorizações di- Portugal e outros Estados membros da OTAN ou da UE,
plomáticas permanentes, quer casuísticas, a nacionalidade de forma a permitir agilizar o processo de operação de
de todos os passageiros envolvidos deve ser declarada ao aeronaves de Estado em território nacional.
membro do Governo responsável pela área dos negócios 2 — A celebração dos acordos previstos no número an-
estrangeiros. terior deve ser objeto de consulta ao membro do Governo
responsável pela área dos negócios estrangeiros.
Artigo 34.º
Artigo 38.º
Exceções à autorização concedida
Regime de privilégios, imunidades e facilidades
1 — Em casos excecionais, e sem prejuízo de orienta- de aeronaves de Estado estrangeiras
ções prévias do membro do Governo responsável pela área
dos negócios estrangeiros sobre a existência de restrições As aeronaves de Estado estrangeiras em território na-
de caráter político-diplomático relativamente à utilização cional, assim como os seus ocupantes, quando a bordo,
do espaço aéreo de soberania nacional, a AAN pode autori- beneficiam dos privilégios, imunidades e facilidades que
zar alterações à rota em território nacional sempre que, por lhes são reconhecidos pelo direito internacional.
razões operacionais ou logísticas, se verifiquem alterações
ao aeródromo de origem ou de destino em território de Artigo 39.º
Estados membros da OTAN ou da UE. Taxas
2 — As alterações previstas no número anterior apenas
podem ser autorizadas quando a natureza e objetivo do voo, 1 — As isenções do pagamento de taxas que venham a ser
tipo de aeronave, indicativo rádio, natureza e composição concedidas pelo Estado português são comunicadas à AAN.
da carga se mantenham inalterados. 2 — Os casos de isenção não abrangem os serviços
3 — A AAN pode autorizar alterações em voo à rota particulares de assistência que forem prestados.
sempre que esteja em causa a segurança da operação da
aeronave, independentemente da nacionalidade da mesma. Artigo 40.º
4 — As condições previstas no n.º 1 podem aplicar-se Infrações por aeronaves de Estado estrangeiras
a outros Estados identificados pelo membro do Governo
1 — Em caso de infração praticada por aeronaves de Es-
responsável pela área dos negócios estrangeiros e por este
tado estrangeiras, ou respetivos ocupantes, às disposições
comunicadas à AAN.
constantes do presente decreto-lei, às demais normas de
direito nacional ou de direito internacional, o comandante
Artigo 35.º responsável pela aeronave é direta e imediatamente noti-
Comunicação ficado pelas entidades competentes.
2 — Em simultâneo, aquelas entidades comunicam o
1 — A AAN, através do seu Gabinete, mantém o registo facto ocorrido ao membro do Governo responsável pela
das autorizações concedidas no exercício das competências área da defesa nacional que, depois de consultado o mem-
que lhe são atribuídas pelo presente decreto-lei, dando bro do Governo responsável pela área dos negócios estran-
conhecimento das mesmas ao membro do Governo res- geiros, adota as medidas consideradas adequadas.
ponsável pela área dos negócios estrangeiros, sempre que
solicitado.
2 — Todos os pedidos para a execução de atividades CAPÍTULO IV
referidas no presente decreto-lei que consubstanciem um
levantamento aéreo, nomeadamente a recolha de imagem, Entrada, movimentação e permanência em território
som ou outros dados, de qualquer natureza e em qual- nacional de forças estrangeiras
quer suporte, realizada em voo, através de equipamento que se desloquem por via terrestre
instalado ou transportado em plataforma aérea, tripulada
ou não tripulada, ou a sua divulgação, são encaminhados Artigo 41.º
para a AAN. Pedido de entrada de forças estrangeiras

Artigo 36.º 1 — A entrada de forças estrangeiras em território na-


cional, salvo se regulada por acordo especial, carece de
Aterragem ou amaragem não autorizada autorização solicitada pelo Estado de origem, por via di-
1 — Em caso de aterragem ou amaragem sem autoriza- plomática, através do membro do Governo responsável
ção para o efeito, ou em lugar diferente do autorizado, em pela área dos negócios estrangeiros, com antecedência,
emergência ou não, as autoridades nacionais competentes em regra, não inferior a:
desencadeiam os procedimentos necessários à clarificação a) Seis semanas, para visitas oficiais previstas no ar-
da situação. tigo 9.º;
2 — Compete ao Estado responsável pela aeronave que b) Quatro semanas, para visitas não oficiais previstas
efetuou a aterragem ou amaragem não autorizada diligen- no artigo 10.º;
ciar através dos canais diplomáticos apropriados no sentido c) Duas semanas, para visitas de rotina previstas no
de obter autorização para a partida da referida aeronave. artigo 11.º
Diário da República, 1.ª série — N.º 5 — 6 de janeiro de 2017 307

2 — A autorização da visita é da competência do mem- f) Que o Estado de origem assume inteira responsabi-
bro do Governo responsável pela área dos negócios estran- lidade, salvo convenção internacional celebrada com o
geiros, após consulta ao membro do Governo responsável Estado português em sentido diferente:
pela área da defesa nacional.
i) Por todos os danos derivados de atos ou omissões,
Artigo 42.º que não sejam resultantes da aplicação de um contrato, no
desempenho de funções oficiais de um membro da força
Instrução do pedido de autorização estrangeira, ou derivados de qualquer outro ato, omissão
1 — O pedido de autorização a que se refere o artigo ou incidente de que uma força estrangeira seja legalmente
anterior deve ser acompanhado das seguintes informações: responsável e que tenha causado prejuízo no território
nacional;
a) Classificação proposta para a visita e sua finalidade, ii) Por todos os danos de qualquer natureza provenientes
conforme disposto no artigo 8.º; de acidente originado pela carga da força estrangeira;
b) Local e data e hora estimada de chegada à fronteira iii) Pela imunização e remoção de carga suscetível de
e ao local de destino; causar riscos, afetar a segurança de pessoas e bens, ou
c) Local e data e hora estimada de saída do local de
provocar danos de qualquer natureza.
partida e chegada à fronteira;
d) Itinerário de ida e volta no território nacional;
3 — Qualquer alteração relativa à informação prestada
e) Identificação das viaturas pelo tipo, marca, modelo
e matrícula; é comunicada pelo Estado de origem, nos termos do artigo
f) Se algum veículo, por si ou em virtude dos objetos anterior.
indivisíveis que transporte, excede o peso ou as dimensões 4 — O pedido de autorização de entrada em território
máximas fixadas na lei portuguesa; nacional deve ser efetuado através do preenchimento de
g) Nome e posto do comandante da força estrangeira; formulário próprio.
h) Identificação do número de pessoas que integram a
força estrangeira; Artigo 43.º
i) Identificação do militar que constitui o ponto de con- Pedidos adicionais
tacto, respetivo número de telefone e viatura em que se
desloca; 1 — No intuito de abreviar a concessão das facilida-
j) Tipo de carga transportada pela força estrangeira; des que as forças estrangeiras eventualmente pretendam,
k) Identificação do armamento, incluindo o número de pode o pedido de autorização ser ainda acompanhado de
série aposto nas armas ou suas partes essenciais, e a sua solicitações para as seguintes atividades, apresentando a
classe, marca, modelo e calibre; respetiva justificação:
l) Identificação da tipologia e quantidade das munições
e explosivos; a) Utilização de radiotransmissores ou radares, durante a
m) Identificação de qualquer carga contenciosa ou pe- permanência em território nacional e reserva de frequência
rigosa que exponha pessoas, meio ambiente ou bens a para emissões eletromagnéticas ou ultrassonoras, indicando
quaisquer riscos; modo de transmissão, largura de banda, potência de trans-
n) Identificação de equipamento específico, nomea- missão e o horário que se propõem cumprir;
damente equipamentos de proteção nuclear, radiológica, b) Ligação de equipamentos de informação, aquisição
biológica e química ou equipamento sofisticado de im- de objetivos, vigilância, reconhecimento e de recolha de
portância estratégica. dados de qualquer natureza, de guerra eletrónica, ou sis-
temas de autodefesa;
2 — O pedido de autorização é acompanhado de uma c) Realização de exercícios de tiro, de lançamento de
declaração do Estado de origem garantindo: quaisquer armas, de projetores, e quaisquer outros de ca-
ráter militar;
a) Que todo o equipamento de informação, aquisição de d) Missões fotográficas ou de sondagem do subsolo.
objetivos, vigilância, reconhecimento e de recolha de dados
de qualquer natureza, de guerra eletrónica, ou sistemas de 2 — Pode ser solicitada a saída dos membros das forças
autodefesa, está desligado, inativo, em segurança ou em
estrangeiras das bases militares, em licenças.
modo de espera enquanto a força estrangeira permanece
3 — A autorização para utilização de emissores de ra-
em território nacional, sem prejuízo do disposto no artigo
seguinte; diocomunicações em território nacional é da competência
b) Que a carga transportada está acomodada de acordo do membro do Governo responsável pela área dos negó-
com as melhores práticas europeias para acondicionamento cios estrangeiros, após obtenção de parecer da competente
da carga nos transportes rodoviários; autoridade nacional.
c) Que durante a permanência da força estrangeira em
território nacional são tomadas todas as medidas e obser- Artigo 44.º
vados todos os procedimentos estabelecidos pela legislação Habilitação para conduzir veículo
portuguesa e comunitária para a segurança da carga;
d) Que não são efetuadas quaisquer descargas que afe- Salvo o disposto em convenção internacional que vin-
tem o meio ambiente; cule o Estado português, os membros das forças estran-
e) Que as autoridades portuguesas são imediatamente geiras devem estar habilitados, de acordo com a lei por-
informadas acerca de qualquer evento que afete a segu- tuguesa, para conduzir veículo a motor na via pública em
rança da carga; território nacional.
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Artigo 45.º Azeredo Ferreira Lopes — Maria Constança Dias Ur-


Escolta das forças estrangeiras
bano de Sousa — Manuel Frederico Tojal de Valsassina
Heitor — Pedro Manuel Dias de Jesus Marques — Ana
O membro do Governo responsável pela área dos ne- Paula Mendes Vitorino.
gócios estrangeiros deve informar previamente a Guarda
Nacional Republicana, em ordem a assegurar o devido con- Promulgado em 9 de dezembro de 2016.
trolo e proteção através de escolta, desembaraçamento ou Publique-se.
acompanhamento de trânsito, da deslocação em qualquer
ponto do território nacional de forças estrangeiras que: O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
a) Transportem armamento, munições, explosivos, equi- Referendado em 15 de dezembro de 2016.
pamento sofisticado de importância estratégica; ou Pelo Primeiro-Ministro, Augusto Ernesto Santos Silva,
b) Integrem veículos que, por si ou em virtude dos ob- Ministro dos Negócios Estrangeiros.
jetos indivisíveis que transportam, excedam o peso ou as
dimensões máximas fixadas na lei.

Artigo 46.º TRABALHO, SOLIDARIEDADE


Oficial de ligação
E SEGURANÇA SOCIAL
Sempre que necessário, as autoridades militares por- Decreto-Lei n.º 3/2017
tuguesas nomeiam um oficial de ligação com as forças
estrangeiras. de 6 de janeiro
A Lei n.º 60/2005, de 29 de dezembro, alterada pelas
Artigo 47.º Leis n.os 52/2007, de 31 de agosto, 11/2008, de 20 de feve-
Honras militares reiro, 66-B/2012, de 31 de dezembro, e 11/2014, de 6 de
março, estabeleceu mecanismos de convergência do regime
As forças estrangeiras carecem de anuência das autori- de proteção social da função pública com o regime geral
dades militares portuguesas para prestar honras militares. de segurança social no que respeita às condições de acesso
e ao cálculo das pensões de aposentação, tendo ainda de-
CAPÍTULO V terminado a cessação da inscrição de novos subscritores
na Caixa Geral de Aposentações, I. P. (CGA, I. P.), a partir
Disposições finais de 1 de janeiro de 2006.
O Decreto-Lei n.º 229/2005, de 29 de dezembro, al-
Artigo 48.º terado pelo Decreto-Lei n.º 287/2009, de 8 de outubro,
Formulários e pelas Leis n.os 77/2009, de 13 de agosto, e 66-B/2012,
de 31 de dezembro, procedeu à revisão dos regimes que
Os formulários próprios, que podem ser preenchidos nas consagravam desvios ao regime geral de aposentação em
línguas portuguesa e inglesa, a que se referem o n.º 3 do ar- matéria de tempo de serviço, idade de aposentação, fór-
tigo 17.º, os n.os 2, 3 e 4 do artigo 33.º e o n.º 4 do artigo 42.º mula de cálculo e atualização das pensões, de forma a
do presente decreto-lei, são aprovados por portaria dos compatibilizá-los com a convergência acima referida.
membros do Governo responsáveis pelas áreas dos negó- Ficaram, porém, excluídos do âmbito do Decreto-Lei
cios estrangeiros e da defesa nacional, no prazo de 30 dias n.º 229/2005, de 29 de dezembro, alterado pelo Decreto-Lei
a contar da data da publicação do presente decreto-lei. n.º 287/2009, de 8 de outubro, e pelas Leis n.os 77/2009, de
13 de agosto, e 66-B/2012, de 31 de dezembro, entre ou-
Artigo 49.º tros, os militares das Forças Armadas e da Guarda Nacional
Norma transitória Republicana (GNR), bem como o pessoal militarizado da
Marinha, da Polícia Marítima e do Exército.
Até à aprovação da portaria referida no artigo anterior, O Decreto-Lei n.º 55/2006, de 15 de março, veio esta-
os pedidos de autorização devem ser efetuados através belecer, relativamente aos funcionários e agentes e demais
do preenchimento dos formulários utilizados na data da pessoal abrangido pelo n.º 2 do artigo 2.º da Lei n.º 60/2005,
entrada em vigor do presente decreto-lei. de 29 de dezembro, alterada pelas Leis n.os 52/2007, de
31 de agosto, 11/2008, de 20 de fevereiro, 66-B/2012,
Artigo 50.º de 31 de dezembro, e 11/2014, de 6 de março, que inicie
Norma revogatória funções a partir de 1 de janeiro de 2006, que o acréscimo
de encargos resultante da aplicação de regimes mais fa-
É revogado o Decreto n.º 267/72, de 1 de agosto. voráveis por referência ao regime geral de aposentação é
suportado por verbas inscritas nos orçamentos dos serviços
Artigo 51.º e organismos a que aqueles se encontram vinculados ou
Entrada em vigor das correspondentes entidades empregadoras.
Posteriormente, verificou-se uma continuidade do es-
O presente decreto-lei entra em vigor no primeiro dia
forço de convergência das condições de acesso e de cál-
do mês seguinte ao da sua publicação.
culo das pensões de aposentação do regime de proteção
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 22 de social convergente, assim denominado pela Lei n.º 4/2009,
setembro de 2016. — António Luís Santos da Cos- de 29 de janeiro, alterada pela Lei n.º 10/2009, de 10 de
ta — Augusto Ernesto Santos Silva — José Alberto de março, em substituição do regime de proteção social da

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