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Esse apartheid é o mesmo que garante a derrubada dos barracos e destrói a natureza
para construção de campos de golfe ou resorts, é financiado em dólar, promete
progresso e emprego, no entanto, os sinais de sua fatura não condizem com suas
promessas. Quem duvida basta observar o que foi feito na conhecida Praia de
Iracema, onde a comunidade local teve sua praia ocupada pela intelectualidade
emergente, em seguida, pela burguesia ascendente, sobressaindo o discurso do
progresso e da urbanização, que foi expulsando os pobres, até restar somente o rastro
de latinhas perfuradas sinalizando que ali o crack que reside não é mais o da bola.
Mesmo com todos os indicadores da crise, quando se propõe a discutir uma cidade a
partir de suas características locais, comprometida com as demandas ambientais e
sociais de Fortaleza, grandes grupos econômicos se levantam para continuar
garantindo a manutenção desse apartheid.
Um alerta fica para as comunidades do lado leste da cidade, onde ainda restam alguns
recursos naturais e a presença de pobres e pretos ainda bem expressivos em bairros
como Água Fria, Edson Queiroz, Sapiranga e Sabiaguaba.