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GESTÃO DE NEGÓCIOS

Arts. 861 a 875 do CC/2022


A EQUIPE

JS LS PB RS
GESTOR DE NEGÓCIOS
GERIR = CUIDAR, TOMAR CONTA,
ADMINISTRAR

PRINCÍPIOS
Princípio da conservação estática do
patrimônio: (veda o enriquecimento injustificado)

Princípio da autonomia privada: (veda a


intervenção dos outros na condução da vida
privada de cada um.)
CONCEITO

Gestão de negócios é o ato jurídico por meio do qual um sujeito


(gestor) age sem mandato, para evitar que o interessado tenha
prejuízo. O gestor, assim, assume negocio alheio sem mandato, para
evitar prejuízo ao interessado.
O GESTOR

“Art. 861 - Aquele que, sem autorização do


interessado,, intervém na gestão de negócio alheio,,
dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade
presumível de seu dono,, ficando responsável a este
e às pessoas com que tratar.”.'”
SITUAÇÕES ILUSTRATIVAS

1) O vizinho passa a zelar e a manter o automóvel de quem se


ausentou, sem deixar notícias; conserva-o e exerce vigilância.

2) O empregado, sem que tenha poderes para tal, assume a direção


da empresa do patrão que desapareceu repentinamente sem deixar
notícias; exerce a administração; compra e vende, paga os
empregados e encargos sociais etc.;
REQUISITOS OU PRESSUPOSTOS
a) A vontade unilateral do gestor de buscar a satisfação dos interesses do dono do
negócio.
b) A inexistência de autorização representativa, porque a gestão advém da feita de
obrigação legal ou voluntária anteriormente estabelecida pelo gestor e pelo dono do
negócio, reciprocamente.
c) A falta de proibição ou oposição do dono do negócio (dominus negotii).
d) A imprescindibilidade da gestão, porque somente se torna legítima a defesa dos
interesses do dono do negócio por quem não detém previamente poderes para
representá-lo quando a ausência da atuação vier a prejudicar os interesses dele.
e) O objeto da gestão deve ser lícito e fungível, não se podendo admitir a gestão de
negócios sobre atos personalíssimos que somente deveriam ser efetivados pelo
próprio dono do negócio. (Roberto Senise)
SUBSTITUIÇÃO E PLURALIDADE DE
GESTORES

“Art. 867 do CC. Se o gestor se fizer substituir por outrem, responderá


pelas faltas do substituto, ainda que seja pessoa idônea, sem
prejuízo da ação que a ele, ou ao dono do negócio, contra ela
possa caber.
Parágrafo único. Havendo mais de um gestor, solidária será a sua
responsabilidade.
 Pode ser substituído o gestor;
 Na pluralidade a responsabilidade é solidária  danos causados ao dono ou
terceiros.
NATUREZA JURÍDICA
Duas correntes principais:
a) Extracontratual  se trata de ato jurídico. Quanto a eficácia, precisa ser
convalidada pelo interessado quando certifica a sua verificação.
b) Contratual  É contrato. Ato de convergência de vontade do interessado
dá-se tão somente quando o mesmo vem a tomar conhecimento da sua
existência.
 Clóvis Beviláqua: “Contrato de mandato realizado sob presunção.”
 Maria Helena Diniz: “Gestão de negócios não é contrato. Não há acordo de vontades.”
 Carlos Alberto Bittar: “Contrato cuja convergência de vontade somente é estabelecida em um momento
posterior.”
 Roberto Senise Lisboa: “É negócio jurídico de formação posterior, após a ratificação dos atos praticados pelo
administrador, em prol do interessado.”
 O Código Civil de 2002 adotou a teoria extracontratual.
REGRAS PRINCIPAIS

a)Utilidade dos atos de gestão;


b)Ratificação dos atos de gestão;  Gestão de negócios
c) Comunicação dos atos de gestão; conexos;
d)Reembolso de despesas do gestor;  CASOS ASSEMELHADOS:
e)Falecimento do dono do negócio;  Alimentos
f) Prestação de contas do gestor;  Enterro
g) Caso fortuito. Possibilidade de exclusão.
h) Prejuízo na gestão;
i) Desaprovação da gestão;
j) Responsabilização do gestor;
k) Valor da indenização.
a) UTILIDADE DOS ATOS DE GESTÃO
 Deve haver utilidade na gestão, porém não precisa ser lucrativa.

“Art. 869 do CC. Se o negócio for utilmente administrado, cumprirá


ao dono as obrigações contraídas em seu nome, reembolsando ao
gestor as despesas necessárias ou úteis que houver feito, com os
juros legais, desde o desembolso, respondendo ainda pelos prejuízos
que este houver sofrido por causa da gestão.
§ 1o A utilidade, ou necessidade, da despesa, apreciar-se-á não pelo resultado obtido, mas
segundo as circunstâncias da ocasião em que se fizerem.
§ 2o Vigora o disposto neste artigo, ainda quando o gestor, em erro quanto ao dono do negócio,
der a outra pessoa as contas da gestão.
b) RATIFICAÇÃO DOS ATOS PRATICADOS

“Art. 873 do CC. A ratificação pura e simples do dono do negócio


retroage ao dia do começo da gestão, e produz todos os efeitos do
mandato.

Dono do negócio concorda  ajuste de vontades. Adota-se as regras do


MANDATO.
c) COMUNICAÇÃO DOS ATOS

“Art. 864 do CC. Tanto que se


possa, o comunicará gestor ao
dono do negócio a gestão que
assumiu, aguardando-lhe a
resposta, se da espera não
resultar perigo.
d) REEMBOLSO DE DESPESAS
 Ao ratificar a gestão, o dono deve honrar com os compromissos assumidos (art. 869) e reembolsar o
gestor por eventuais despesas (art. 868), retroagindo os efeitos jurídicos da concordância do dono à
data da gestão (art. 873).

“Art. 868 do CC. (...)


Parágrafo único. Querendo o dono aproveitar-se da gestão,
será obrigado a indenizar o gestor das despesas
necessárias, que tiver feito, e dos prejuízos, que por motivo
da gestão, houver sofrido.
e) FALECIMENTO DO DONO
 O gestor deverá prosseguir na consecução da administração inoficiosa, evitando desse modo prejuízos aos
sucessores do dono do negócio ou, ainda, a terceiros interessados.
 A morte ou a mudança de estado do dono do negócio não extingue a gestão, estabelecendo relação jurídica do
gestor com os herdeiros ou representantes.
 A morte do gestor extingue a gestão; nada impede que a gestão seja exercida por pessoa jurídica, cuja extinção
equivale à morte natural.
 Certo, porém, que o gestor pode ser dispensado do ônus previsto neste artigo se sobrevierem circunstâncias
excepcionais - tais como doença, acidente etc. (Doutrina. Hamid Charaf Bdine Jr. In: GODOY, 2021).

“Art. 865 do CC. Enquanto o dono não providenciar, velará o gestor


pelo negócio, até o levar a cabo, esperando, se aquele falecer
durante a gestão, as instruções dos herdeiros, sem se descuidar,
entretanto, das medidas que o caso reclame.”
f) PRESTAÇÃO DE CONTAS
 Dever de prestar contas para que o gestor possa ser devidamente ressarcido ou fazê-lo ao dono.
Incluem-se no cálculo da importância a ser restituída ao gestor os juros legais computados a partir
da data do desembolso, se atingir a satisfação dos interesses do dono do negócio.

“Art. 866 do CC. O gestor envidará toda sua diligência habitual na


administração do negócio, ressarcindo ao dono o prejuízo
resultante de qualquer culpa na gestão.
“Art. 869 do CC. Se o negócio for utilmente administrado(...), reembolsando ao gestor
as despesas necessárias ou úteis que houver feito, com os juros legais, desde o
desembolso, respondendo ainda pelos prejuízos que este houver sofrido por causa
da gestão.
g) CASO FORTUITO. EXCLUSÃO
 Tal responsabilidade (caso fortuito) não subsistirá caso se demonstre que o prejuízo ocorreria
mesmo que o gestor nada tivesse feito.

“Art. 862 Se a gestão foi iniciada contra a vontade manifesta


ou presumível do interessado, responderá o gestor até
pelos casos fortuitos, não provando que teriam
sobrevindo, ainda quando se houvesse abatido (ERRATA:
abstido).”
h) PREJUÍZO NA GESTÃO

 O prejuízo, no excesso de gestão, faz com que as partes sejam restituídas ao seu estado anterior,
sob pena de o gestor arcar com as perdas e danos a serem apuradas..

“Art. 863 do CC. No caso do artigo antecedente, se os


prejuízos da gestão excederem o seu proveito, poderá o
dono do negócio exigir que o gestor restitua as coisas ao
estado anterior, ou o indenize da diferença.”
O artigo antecedente cuida da gestão expressa ou implicitamente proibida pelo dono do negócio, que
configura ato ilícito. É o caso de inimigo do dono do negócio que age no sentido de salvar bens
pertencentes a este em caso de desastre.
i) DESAPROVAÇÃO DA GESTÃO
“Art. 874 do CC. Se o dono do negócio, ou da coisa, desaprovar
a gestão, considerando-a contrária aos seus interesses, vigorará o
disposto nos arts. 862 e 863 (1), salvo o estabelecido nos arts. 869
e 870 (2). (1) Art. 862 do CC. Responsabilidade do gestor inclusive pelos casos fortuitos, se a
gestão for iniciada contra vontade do interessado;
Art. 863 do CC. Os prejuízos da gestão excederem o seu proveito, com exigência do
Dono não concorda  Os atos são dono do negócio a restituição das coisas ao estado anterior, ou o indenização da
diferença.
considerados ILÍCITO quando os atos (2) Art. 869 do CC. Administração útil. Reembolso do gestor das despesas
praticados pelo gestor forem contrários necessárias ou úteis que houver feito, com os juros legais, desde o desembolso,
respondendo ainda pelos prejuízos que este houver sofrido por causa da gestão.
aos interesses do dono do negócio, que Art. 870 do CC. Quando a gestão se proponha a acudir a prejuízos iminentes, ou
redunde em proveito do dono do negócio ou da coisa; e cuja indenização ao gestor
deverá ser demonstrado. não exceder em importância as vantagens obtidas com a gestão.
j) RESPONSABILIZAÇÃO DO GESTOR
“Art. 868 do CC. O gestor responde pelo caso fortuito
quando fizer operações arriscadas, ainda que o dono
costumasse fazê-las, ou quando preterir interesse deste em
proveito de interesses seus.
Parágrafo único. Querendo o dono aproveitar-se da gestão, será obrigado a indenizar o gestor das
despesas necessárias, que tiver feito, e dos prejuízos, que por motivo da gestão, houver sofrido.

 OBSERVAÇÃO: cabe lembrar da RESPONSABILIZAÇÃO por ato de gestão do substituto (art. 867
do CC). Poderá o gestor contra ele exercer o direito de regresso por eventuais prejuízos que vier a
arcar perante o dono do negócio ou terceiros.
k) VALOR DA INDENIZAÇÃO
“Art. 870 do CC. Aplica-se a disposição do artigo
antecedente1, quando a gestão se proponha a acudir a
prejuízos iminentes, ou redunde em proveito do dono do
negócio ou da coisa; mas A INDENIZAÇÃO AO GESTOR
NÃO EXCEDERÁ, EM IMPORTÂNCIA, AS VANTAGENS
OBTIDAS COM A GESTÃO.”
(1.Trata da gestão utilmente praticada e a obrigação de reembolso do gestor).
CASOS ASSEMELHADOS. ALIMENTOS NA
GESTÃO DE NEGÓCIOS
“Art. 871 do CC. Quando alguém, na ausência do indivíduo
obrigado a alimentos, por ele os prestar a quem se devem,
poder-lhes-á reaver do devedor a importância, ainda que
este não ratifique o ato.
ALIMENTOS. GESTÃO DE NEGÓCIOS

“O gestor poderá prestar alimentos em favor daquele que é


credor do dono do negócio, durante a sua ausência. Nesse
caso, dada a proteção à dignidade humana e a preservação da
integridade bio-psíquica do alimentando, a gestão é
considerada por lei como sendo sempre útil, tornando-se
desnecessária a ratificação ulterior dos atos praticados.”
(Roberto Senise)
JURISPRUDÊNCIA DO STJ
Resp. 1197778 / SP
RECURSO ESPECIAL 2010/0105155-9

Alimentos. Gestão de Negócios.

EMENTA
DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS. INADIMPLEMENTO. ALIMENTOS DEVIDOS PELO PAI.
SUPRIMENTO PELA GENITORA. SUB-ROGAÇÃO INEXISTENTE. GESTÃO DE NEGÓCIOS.
1. A contradição ensejadora de embargos declaratórios somente é aquela ocorrida no bojo do
julgado impugnado, ou seja, a discrepância existente entre a fundamentação e a conclusão.
2. Equipara-se à gestão de negócios a prestação de alimentos feita por outrem na
ausência do alimentante. Assim, a pretensão creditícia ao reembolso exercitada por
terceiro é de direito comum, e não de direito de família.
3. Se o pai se esquivou do dever de prestar alimentos constituídos por título judicial, onerando a
genitora no sustento dos filhos, não é a execução de alimentos devidos o meio apropriado
para que ela busque o reembolso das despesas efetuadas, devendo fazê-lo por meio de
ação própria fundada no direito comum.
4. Recurso especial desprovido.
(STJ - REsp: 1197778 SP 2010/0105155-9, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Data de Julgamento:
25/03/2014, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/04/2014)
CASOS ASSEMELHADOS. DESPESAS DE
FUNERAL NA GESTÃO DE NEGÓCIOS
“Art. 872 do CC. Nas despesas do enterro, proporcionadas
aos usos locais e à condição do falecido, feitas por terceiro,
podem ser cobradas da pessoa que teria a obrigação de
alimentar a que veio a falecer, ainda mesmo que esta não
tenha deixado bens.
Parágrafo único. Cessa o disposto neste artigo e no
antecedente, em se provando que o gestor fez essas
despesas com o simples intento de bem-fazer.
FUNERAL. GESTÃO DE NEGÓCIOS.

“Considera-se que a pessoa que teria o dever de arcar com


tais despesas é aquela que teria teoricamente a obrigação de
lhe prestar alimentos. Mesmo no caso de desaprovação da
gestão, o valor alusivo às despesas de funeral suportadas pelo
gestor deverá ser devolvido pelo dono do negócio a ele,
bastando que as despesas tenham sido feitas em
conformidade com os usos e costumes locais, observando-se
a situação econômica do falecido.”
EXCEÇÕES LEGAIS AO REEMBOLSO

“Cabe destacar de que há duas EXCEÇÕES legais nas


quais o gestor tem direito ao reembolso MESMO SEM a
ratificação dos seus atos:
1ª) pagamento de alimentos;
2ª) despesas de enterro.
GESTÃO DE NEGÓCIOS CONEXOS
“Art. 875 do CC. Se os negócios alheios forem conexos ao
do gestor, de tal arte que se não possam gerir
separadamente, haver-se-á o gestor por sócio daquele cujos
interesses agenciar de envolta com os seus.
Parágrafo único. No caso deste artigo, aquele em cujo
benefício interveio o gestor só é obrigado na razão das
vantagens que lograr.
Outras jurisprudências
STJ e Tribunais de Justiça
JURISPRUDÊNCIA DO TJRS
Ap. Cível n. 70.036.836.815
5ª Câmara Cível
Des. Jorge Luiz Lopes do Canto
Ato ratificado. Gestão de Negócios.

EMENTA
O contratante, pai da ré, agiu no interesse e vontade presumível desta, nos
termos em que define o art. 861 do CC. Assim, tendo a ré usufruído dos
serviços educacionais, ratificou tacitamente a gestão, operando-se todos os
efeitos do mandato desde a contratação, nos termos do art. 873 do CC.
Mérito do recurso em exame. (TJRS, Ap. Cível, n. 70.036.836.815, 5ª Câm.
Cível, rel. Jorge Luiz Lopes do Canto. j. 30.06.2010).
JURISPRUDÊNCIA DO TJSP
AP. n. 0041042-91.2008.8.26.0602/Sorocaba
20ª Câmara de Direito Privado
Des. Álvaro Torres Júnior
Terceiro alheio em Contrato de Comodato. Gestão de Negócios.

EMENTA
Declaratória. Nulidade de ato jurídico. Interpelação extrajudicial para
comunicar denúncia de comodato. Ato jurídico válido. Ato promovido por
terceiro, alheio ao contrato de comodato. Irrelevância. Terceiro que atuou
como gestor de negócios, segundo a vontade presumível do titular de
direito. Art. 861 do CC. Manutenção da posse. Impossibilidade. Posse
precária. Extinção de comodato a partir da interpretação extrajudicial
válida, promovida por terceiro gestor de negócios. Sentença mantida.
Recurso desprovido. (TJSP, AP. n. 0041042-91.2008.8.26.0602/Sorocaba,
20ª Câmara de Di. Priv., rel. Álvaro Torres Júnior, Dje 13.09.2012)
JURISPRUDÊNCIA DO TJRJ
AP. n. 0014057-35.2007.8.19.0208.2008.001.56780
3ª Câmara Cível
Des. Luiz Fernando de Carvalho
Administrador condomínio. Prestação de contas. Gestão de Negócios.

EMENTA
Dever de prestação de contas, em imóvel tido em condomínio, com
administrador que se aponta como temporário, sem eleição, disposições
estatutárias ou regulamento, que deve se reger não pela aplicação das
regras do condomínio edilício, mas da gestão de negócios. (TJRJ, AP. n.
0014057-35.2007.8.19.0208.2008.001.56780), 3ª Câm. Cível, rel. Des.
Luiz Fernando de Carvalho, j. 15.12.2009)
JURISPRUDÊNCIA DO STJ
Ag. Reg. no Resp. n. 723.816
4ª Turma
Min. João Otávio de Noronha
Atuação advogado c/ mandato. Não configura Gestão de Negócios.

EMENTA
Agravo regimental no recurso especial. Ação de prestação de contas.
Gestão de negócios não caracterizada. Súmula n. 7/STJ. 1 – Para
configurar o instituto da gestão de negócios é necessária a reunião dos
seguintes elementos: administração de negócio alheio; atuação por
iniciativa do gestor; inexistência de autorização por parte do dono; e, por
fim, ser o negócio de um terceiro que se encontra ausente e não possui
mandatário. 2 – Não caracteriza a gestão de negócios a atuação de
advogado nos limites das instruções dadas pelos mandante. (STJ, Ag. Reg.
no Resp. n. 723.816, 4ª T., rel. Min. João Otávio de Noronha, j.
13.10.2009, Dj 26. 10.2009).
JURISPRUDÊNCIA TJSP
AC: 10004123820188260274
34ª Câmara de Direito Privado
Des. Rômolo Russo
Administradora de bens. Atos excessivos mandato. Gestão de Negócios.

EMENTA
APELAÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA. Teórico empréstimo para a conclusão de reforma
de salão paroquial. Prova testemunhal que evidencia que o autor atuava como
mandatário na coordenação da reforma, antecipando pagamentos de mão-de-obra
com recursos próprios e sem a necessária anuência do mandante. Excesso no
exercício do mandato que atrai a incidência do regime jurídico da gestão de
negócios (art. 665 do Código Civil). Hipótese em que é cabível o reembolso das
despesas necessárias à adequação do imóvel para a obtenção de alvará emitido
pelo corpo de bombeiros. Ação parcialmente procedente. Recurso parcialmente
provido.
(TJ-SP - AC: 10004123820188260274 SP 1000412-38.2018.8.26.0274, Relator:
Rômolo Russo, Data de Julgamento: 31/08/2022, 34ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 31/08/2022)
JURISPRUDÊNCIA DO TJSP
Ap. Cível s/ rev. n. 1.087.552.000
25ª Câmara de Direito Privado

Tio de herdeiros. Contratação. Gestão de Negócios.


EMENTA
Apelação [...] Tio dos herdeiros que, ao realizar tal específica contratação, agiu como
gestor de negócios, gestão útil e merecendo ser assim referendada, nos termos do art.
869 do CC. Gestão não proveitosa, contudo, no que se refere à ulterior contratação dos
serviços relacionados à defesa criminal da herdeira que já então confessara a coautoria no
assassinato dos pais, tanto porque também contrária aos presumíveis interesses dos
autores da herança. Sentença de improcedência da demanda parcialmente reformada,
para o acolhimento, apenas, do pedido de arbitramento e cobrança de honorários
referentes à primeira contratação. Julgamento do mérito da apelação verificado por
maioria de votos, mediante a adoção do voto intermediário. Apelação parcialmente
provida, prejudicado o agravo retido. (TJSP, Ap. Cível s/ rev. n. 1.087.552.000, 25ª Câm.
de Dir. Priv., rel. Ricardo Pessoa de Mello Belli, j. 07.07.2009, Dj 19.08.2009).
JURISPRUDÊNCIA DO TJSP
AGRV. n. 241.258-4/0-00/ Santos
VOTO 7030
Lucy
Filha. Termo de responsabilidade de genitor. Gestão de Negócios.

EMENTA
Ilegitimidade “ad causam” – Pretensão à anulação de cláusula contratual –
Hipótese em que a recorrente foi quem assinou termo de responsabilidade
com prestação de caução, emitindo título cambial, quando da internação
do seu genitor, contratante do plano de saúde – Caracterização do instituto
da gestão de negócios, previsto no art. 1.331 do Código Civil1 –
Legitimidade da recorrente para propor a ação em face da recorrida –
Extinção afastada – Recurso Provido. (TJSP, AGRV. n. 241.258-4/0-00/
Santos - VOTO 7030 – Lucy. j. 20.06.2002)
(1. Código Civil de 1916)
JURISPRUDÊNCIA DO JTJ
Lex, 192/202
Des. Vasconcellos Pereira

Filho. Obrigação de fazer. Gestão de Negócios.

EMENTA
LEGITIMIDADE DE PARTE – Ativa– Filho de associado de plano de saúde –
Obrigação de fazer ajuizada em favor da mãe em estado de coma –
Admissibilidade – Hipótese de gestão de negócios, previsto no art. 1.331
do Código Civil1 – Artigo 6° do Código de Processo Civil não violado –
Recurso não provido”.(JTJ, Lex, 192/202, Rel. o insigne Des. Vasconcellos
Pereira, j. em 23.4.1996).
(1. Código Civil de 1916)
JURISPRUDÊNCIA DO TJSP
AP. Cível n. 1.198.081-00/4
26ª Câmara de Direito Privado
Des. Vianna Cotrim
Prestação de contas. Gestão de Negócios.

EMENTA
Locação de imóveis - Prestação de contas - Primeira fase - Locadora que
recebeu aluguéis pagos pelos sublocatários - Gestão de negócios - Dever
de prestar contas - Arts 1.331 e 1.333 CC/1916 - Compensação de valores
– Apuração posterior - Honorários advocatícios de sucumbência -
Cabimento - Procedência mantida – Recurso improvido. (TJSP, Ap. Cível c/
rev. n. 1.198.081-00/4, 26ª Câm. de Dir. Priv., rel. Des. Vianna Cotrim, j.
15.09.2008).
JURISPRUDÊNCIA DO TURMA RECURSAL - RS
Rec. Cível n. 71.000.560.755
2ª T. Recursal Cível
Juiz Leandro Figueira Martins
Despesa enterro. Gestão de Negócios.
EMENTA
A partir do expresso no art. 872, caput, do CC e ficando evidenciado que a autora efetuou
o pagamento dos serviços relativos ao funeral da filha dos réus [...], tem o direito de ser
ressarcida. A testemunha [...] confirmou que a autora emprestou o valor para a
realização dos atos pertinentes ao funeral, sendo que o réu [...] na ocasião,
comprometeu-se com a autora a efetuar o pagamento até o próximo final de semana
após o funeral. O pagamento de valor diretamente à funerária não afasta o direito da
autora de receber, integralmente, a quantia que despendeu, irrelevante, perante à autora,
o pagamento efetuado pelo recorrente à funerária, porquanto a pretensão deduzida nesta
demanda tem como base a relação estabelecida entre os litigantes. Sendo os réus,
independente do divórcio, pais da falecida [...], ambos, em tese, tinham obrigação
alimentar (art.s 872 e 1.696) do CC. Logo, há responsabilidade solidária, inexistindo
razão para ocorrer individualização da condenação[...]. (T. Rec – RS, Rec. Cível n.
71.000.560.755, 2ª T. Rec. Cível, rel. Juiz Leandro Figueira Martins, j. 20.10.2004).
PERGUNTA PROVOCADORA

Hipólito, pouco cuidadoso com os seus próprios


assuntos, mas bem intencionado, intromete-se na
propriedade do vizinho para reparar um mal (ex: um
incêndio), causando todavia danos.

Deve ou não ser responsabilizado?


REFERÊNCIAS

LISBOA, Roberto Senise. Manual de Direito Civil, v. 5: contratos .6. ed. São Paulo: Saraiva,
2012.
MICHELON Jr., Cláudio. Direito Restituitório: enriquecimento sem causa, pagamento
indevido, gestão de negócios. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007. (Coleção
Biblioteca Central de direito civil: estudos em homenagem ao professor Miguel Reale, v. 8 /
coordenação Miguel Reale, Judith Martins-Costa).
GODOY, Cláudio Luiz Bueno de et al.; (coord. Cezar Peluso). Código Civil Comentado:
doutrina e Jurisprudência. 15 ed. Santana de Parnaíba [SP]: Manole, 2021.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: contratos em espécie.13. ed. São Paulo:Atlas, 2013.
- (Coleção direito civil; v. 3)

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