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[PT] FOCO, ESCOPO E MISSÃO [EN] AIMS & SCOPE [SP] TEMÁTICA Y ALCANCE
Expediente / Masthead
Editorial......................................................................................................................... 171
Cícero da Silva; Gustavo Cunha de Araújo
http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p171
Reflexões sobre a Pedagogia Paulo Freire com os alunos de Pedagogia da Terra ............. 299
Mariana Cunha Pereira; Francisco Hudson da Cunha Lustosa
http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p299
Escola do campo: uma visão dos jovens sobre as aulas de Biologia de uma comunidade
rural no município de Cunha/SP ..................................................................................... 344
Juliana Souza de Oliveira; Tatiana Souza de Camargo; Ramofly Bicalho dos Santos
http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p344
El Sistema Educativo Cubano y su carácter inclusivo ....................................................... 364
Lídice Mesa Gómez
http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p364
Desvelando cercas: um olhar sobre a Educação do Campo no Sudeste do Tocantins ....... 381
Thiago Ferreira dos Santos; Idemar Vizolli; Adriana Demite Stephani
http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p381
Por uma Educomunicação Ciberpopular: Ativismo e Diálogo nas Mídias Digitais ............. 550
Rafael Duarte Oliveira Venâncio
http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p550
School based factors affecting learning of Kenyan sign language in primary schools for
hearing impaired in Embu and Isiolo counties, Kenya ..................................................... 584
Samuel Muthomi Rwaimba
http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p584
Editorial
Rev. Bras. Educ. Camp. Tocantinópolis v. 1 n. 2 p. 171-176 jul./dez. 2016 ISSN: 2525-4863
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sujeitos do campo com suas demandas específicas numa perspectiva emancipatória? Os
resultados apontam o rompimento com resistências da educação tradicional via atividades
participativas cuidadosamente elaboradas pelos educadores; sistematização interdisciplinar de
conceitos integradores como identidade e territorialidade; conquista da autonomia no
cotidiano pelos alfabetizados. As autoras destacam que os aportes teóricos da Educação do
Campo trouxeram novas abordagens teórico-metodológicas para o atendimento às demandas
educacionais dos sujeitos excluídos, neste caso, os camponeses.
O terceiro artigo, intitulado “Educação do campo, experiência e formação docente
numa perspectiva política emancipadora”, é uma colaboração de Silva e Sena, ambas da
Universidade do Estado da Bahia (UNEB). O estudo traz reflexões acerca da docência no
campo e seus desafios, e foi desenvolvido em duas escolas multisseriadas do campo de dois
municípios da Bahia, sendo fruto de uma pesquisa participante desenvolvida em um período
de dois anos de PIBID/CAPES/UNEB e no Estágio dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
As autoras pontuam os problemas enfrentados por estas instituições de ensino, a esperança de
mudança de vida que as comunidades depositam na escola, enfatizando que a Educação do
Campo pode modificar a realidade local. Destacam ainda que são grandes os desafios que
envolvem a oferta da educação no campo e a necessária construção de uma visão política em
torno da educação, da escola e da docência. Na formação docente, Estágio e PIBID são
experiências distintas, complementares e uma pode qualificar a outra.
Na sequência, apresentamos o artigo “Discutindo articulações entre ensino de
Ciências e Educação do Campo através da análise dos cadernos”, de autoria de Fonseca e
Bierhalz, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). O objetivo do trabalho é
investigar as relações entre contexto sócio-político-econômico e cultural do campo com os
conteúdos de Ciências apresentados nos cadernos dos alunos dos anos finais do Ensino
Fundamental de uma escola do campo, municipal e nucleada de Dom Pedrito-RS. A pesquisa
caracterizou-se como qualitativa, explicativa e documental. Os resultados do estudo
mostraram que os conteúdos de Ciências são trabalhados de forma mecânica, seguindo-se a
sequência definida no livro didático. Além disso, não se evidenciou nenhuma relação entre os
conteúdos de Ciências e o contexto local, mesmo com possibilidades evidentes, tais como o
Bioma Pampa, plantas e animais típicos da região da Campanha do Rio Grande do Sul.
Em “Licenciatura em Educação do Campo: intencionalidades da formação
docente no Marajó”, elaborado por Costa, vinculada à Universidade Federal do Pará e à
Secretaria de Estado de Educação do Pará (UFPA/SEDUC-PA), a autora investiga a
intencionalidade da formação inicial promovida pelo curso de Licenciatura em Educação do
Campo no âmbito do Instituto Federal de Educação e Tecnologia do Pará (IFPA). A pesquisa
é caracterizada como estudo de caso, tendo como instrumentos de coleta e análise de dados:
entrevista semiestruturada, observação estruturada, questionário fechado, análise de
documentos e a análise de conteúdos. Os resultados possibilitaram identificar que, a conquista
de novas escolas, não apenas de uma nova estrutura física, mas de um espaço aberto ao
diálogo e ao debate, constitui uma das intenções da formação. A licenciatura representa um
importante instrumento na luta por políticas que possibilitem a expansão da rede de escolas
públicas, de modo a ampliar a oferta da educação básica aos povos do campo.
Já o artigo “Reflexões sobre a Pedagogia Paulo Freire com os alunos de
Pedagogia da Terra” é uma contribuição de Pereira e Lustosa, ambos da Universidade
Federal de Goiás (UFG). Esse trabalho é resultado de experiências dos autores na disciplina
intitulada Núcleo Livre, proposta ao curso Pedagogia da Terra, realizado na Faculdade de
Educação da Universidade Federal de Goiás, entre os anos 2007 a 2011. O objetivo do artigo
é mostrar como se desenvolveram as aulas e o debate que se gerou sobre as ideias de Paulo
Freire e a interpretação dos movimentos sociais do campo sobre o pensamento freiriano.
Integraram a pesquisa cerca de vinte e três alunos e os debates foram documentados por meio
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de imagens e diário de campo das atividades realizadas. De acordo com os resultados, os
autores concluem que há um hiato entre as reflexões de Freire e o que os alunos vão
construindo como palavra de ordem. Também há muito a ser aprendido e interpretado para
que tenhamos uma ação política consciente e efetiva.
No sétimo artigo, intitulado “O conhecimento sobre o lazer no curso de
Licenciatura em Educação Física da UNEB campus/DCH IV e a especificidade da
Educação do Campo”, dos autores Santos e Cruz, ambos da Universidade do Estado da
Bahia (UNEB), o objetivo é analisar como vem sendo desenvolvida a formação de
professores de Educação Física para atuarem nas escolas do campo, considerando o
conhecimento sobre o Lazer. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa.
Tem como base o materialismo histórico-dialético, na perspectiva Marxista. Conforme os
autores, os resultados mostraram que uma formação de professores de Educação Física para
atuar em escolas situadas na cidade e no campo poderá contribuir para quebrar a polarização
cidade-campo. Quanto ao lazer, foi evidenciado o quanto estamos perdendo cada vez mais ou
deixando de exigir o que é nosso por direito.
Em “Escola do campo: uma visão dos jovens sobre as aulas de Biologia de uma
comunidade rural no município de Cunha/SP”, elaborado por Oliveira, Camargo e Santos,
todos vinculados à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o objetivo da
pesquisa é compreender, através do olhar dos jovens filhos de agricultores familiares
agroecológicos, as relações (in)existentes entre as aulas de Biologia de escolas localizadas em
zona rural de um município do interior paulista e os assuntos cotidianos dos alunos e suas
famílias. Os dados foram gerados por meio de entrevistas orais semiestruturadas, sendo os
entrevistados: dois jovens do Ensino Médio e um do nono ano do Ensino Fundamental, que
relataram um pouco do dia-a-dia na escola, principalmente nas aulas de Biologia. Também
foram entrevistados dois familiares dos alunos (integrantes de um grupo de agricultores
agroecológicos), os quais falaram a respeito de seu trabalho e o cotidiano junto a seus filhos.
Os resultados da pesquisa revelaram que, apesar de o estudante do campo vivenciar muito de
perto a produção orgânica de alimentos, através do dia-a-dia com os seus pais, eles ainda têm
dificuldades de enxergar oportunidades de crescimento profissional no campo e estas questões
aparentam ter pouco espaço de debate em sala de aula. As análises corroboraram a
importância política do desenvolvimento de ações em Educação do Campo, que busquem, ao
mesmo tempo, valorizar o mundo rural como espaço de vida e que promovam o
desenvolvimento sustentável nesses espaços, como uma forma estratégica de enfrentar a
progressiva migração dos jovens para atividades externas à agricultura.
O artigo intitulado "El Sistema Educativo Cubano y su carácter inclusivo",
elaborado pela pesquisadora Gómez (Universidade de Artemisa, Cuba), fruto da conferência
ministrada durante o I Congresso Internacional de Educação do Campo da Universidade
Federal do Tocantins, em agosto de 2016, apresenta um breve e relevante panorama da
educação cubana. Tem o fito de caracterizar o sistema educacional de Cuba a partir de uma
perspectiva inclusiva, ao abordar a educação primária, superior e algumas particularidades no
que se refere ao setor rural desse país, o que vem dialogar proficuamente com a RBEC. São
apresentados dados gerais estatísticos de Cuba e da província de Artemisa a título de
exemplo, destacando que o sistema educacional cubano garante a igualdade de oportunidades
para os alunos a continuar os seus estudos em diferentes níveis, independentemente dos
contextos urbanos e rurais em que a formação é desenvolvida
“Desvelando cercas: um olhar sobre a Educação do Campo no Sudeste do
Tocantins”, dos autores Santos, Vizolli e Stephani, da Universidade Federal do Tocantins
(UFT), socializa uma pesquisa desenvolvida em escolas rurais no contexto tocantinense.
Alguns dos resultados dessa investigação evidenciam as condições precárias de atendimento
educacional às populações que vivem no e do campo nas regiões estudadas, mesmo ante a
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ampliação das políticas públicas voltadas ao atendimento dos campesinos. Tais resultados
evidenciam e reforçam a necessidade de se ampliar estudos e pesquisas sobre a Educação do
Campo no Brasil.
Ainda na perspectiva de pesquisas desenvolvidas em escolas rurais, os autores Sousa,
do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), Mello, da Universidade Federal de Viçosa
(UFV) e Rodrigues, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) no artigo "Práticas
pedagógicas: interações, desafios e possibilidades no cotidiano de uma Escola Família
Agrícola", apresentam análises das práticas pedagógicas estruturadas pelos Monitores/as que
trabalham com o Ensino Médio/Técnico de uma Escola Família Agrícola (EFA). O objetivo
da investigação é pontuar, a partir dos dados coletados no campo de pesquisa, desafios e
confrontos vivenciados no cotidiano dos espaços escolares, cujo projeto educativo se
fundamenta na Pedagogia da Alternância. Os autores constataram que são muitos os fatores
que interferem no fazer pedagógico dos Monitores/as, os quais reconhecem no contexto
educativo a inserção de aspectos políticos, sociais, culturais, religiosos, econômicos e a
influência destes na organização das práticas pedagógicas.
A Pedagogia da Alternância também é discutida no artigo “Contribuição da Casa
Rural Familiar para a permanência da família no campo: o caso de Realeza/PR”, dos
autores Garcia e Barbacovi, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) que, por meio
de um estudo de caso, buscaram analisar qual a contribuição dada pela Casa Familiar Rural de
Realeza (CFR) junto à agricultura familiar e a compreender, a partir da Pedagogia da
Alternância, a realidade das famílias do meio rural do contexto pesquisado. Esses
pesquisadores verificaram que a realidade da CFR de Realeza não dialoga com os pensadores
da Alternância, pois, dentre outros fatores, a CFR não deixa claro os Instrumentos
Pedagógicos da PA utilizados. Nesse sentido, os autores entendem que isso ocorre devido à
dependência do Estado e a alta rotatividade dos que ali exercem sua profissão.
A partir de uma pesquisa teórica realizada no Estado do Paraná, as autoras Coppe, da
Prefeitura Municipal de Chopinzinho-PR (PMC) e Knopf, da Universidade Estadual do
Centro-Oeste (UNICENTRO), no artigo “Educação infantil do campo: um estudo no
município de Chopinzinho/PR” analisam a implementação da legislação que orienta a
Educação Infantil do Campo no lócus investigado e o atendimento às crianças na Escola Rural
Municipal Mário Bettega, do Estado do Paraná. A pesquisa demonstrou que a escola
pesquisada desconsidera a concepção de educação e escola do campo, tanto no que se refere
ao Projeto Político Pedagógico da escola, quanto na organização do ensino dessa instituição
escolar. Para as pesquisadoras, essas contradições evidenciam os limites do Estado burguês
que, segundo elas, incorpora as reivindicações da sociedade no plano formal e não as cumpre
efetivamente na realidade.
Um importante material didático é ressaltado neste número na RBEC: o livro
didático, analisado no estudo “Diálogos com a Educação do Campo: o livro didático em
questão”, dos autores Berbat e Feijó, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
(UNIRIO). A Educação do Campo aqui é analisada a partir das lutas dos movimentos sociais
do campo em favor de uma escola que favoreça a identidade e conquista de direitos do
homem camponês, em consonância com o Programa Nacional do Livro Didático do Campo
(PNLD Campo). Os resultados da pesquisa possibilitaram aos autores afirmarem que, apesar
de o PNLD Campo ter como objetivo distribuir obras que atendam a especificidade do campo,
algumas livros didáticos analisadas no contexto pesquisado não consideram a organização
multisseriada da escola, nem se relacionam com a realidade camponesa, bem como com as
formas de reprodução da existência, de lutas, identidade e cultura do povo camponês.
Um estado da arte sobre a Pedagogia da Alternância no Brasil foi realizado pelos
autores Ferrari, vinculada ao Instituto Federal do Espírito e Universidade Federal Fluminense
(IFES/UFF) e Ferreira, do Instituto Federal do Amapá e da Universidade Estadual de
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Campinas (IFAP/UNICAMP), relatado no artigo “Pedagogia da Alternância nas produções
acadêmicas no Brasil (2007-2013)”. Foram selecionados nesta pesquisa 73 trabalhos, dos
quais 63 são dissertações de mestrado e 10 teses de doutorado. De acordo com os autores, os
dados comprovaram uma concentração significativa dessa produção acadêmica em
instituições da região Sudeste. Corrobora a relação da Pedagogia da Alternância com a
Educação do Campo e demonstra a crescente adoção da Alternância em contextos educativos
e escolares, com destaques para os Institutos Federais de Ciência e Tecnologia, Universidades
Federais e, sua articulação com a Educação de Jovens e Adultos.
Os Movimentos Sociais são destacados por Costa, vinculada a Universidade Federal
do Tocantins (UFT) e Caetano, pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT). O artigo intitulado “Compreendendo os movimentos sociais do campo e o MST:
projeto educativo” reforça a discussão sobre práticas da educação do e no campo como
possibilidade de provocar emancipação de seus sujeitos mediante as práxis educativas
escolares. O objetivo central da pesquisa visa compreender, interpretar e narrar “A
emancipação como inédito-viável no projeto da educação do campo”. Os pesquisadores
identificaram que o MST qualifica o pensamento freireano ao contemporaneizar a resistência
da luta do oprimido nas muitas marchas que a escola pesquisada promove.
Em diálogo com a Educação Popular e com teóricos como Paulo Freire e Habermas,
o artigo “Por uma Educomunicação Ciberpopular: Ativismo e Diálogo nas Mídias
Digitais”, de autoria do pesquisador Venâncio, da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU), faz um pertinente diálogo da cultura popular com as mídias contemporâneas, ao
analisar espaços para a atuação da educomunicação em uma cultura popular mediada pelo
digital popular, o que o autor vai denominar de uma cultura ciberpopular. O objetivo do
pesquisador é mostrar como esse cenário pode proporcionar uma educomunicação dialógica e
alternativa a partir da constatação da condição dupla do conceito de massificação, bem como
da reflexão proporcionada pela educação dialógica freireana e os quatro modelos de ação
refletidos a partir da divisão habermasiana de Sistema e Mundo da Vida.
Outro artigo internacional deste número que veio para contribuir com o debate sobre
a Educação do Campo, salienta as questões agrárias e agrícolas no contexto africano. Trata-se
do trabalho: “Os desafios de educação em Moçambique em relação à questão agrária e
agrícola”, de autoria de Macaringue, da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), de
Moçambique e, também, pesquisador vinculado a Universidade Federal de Goiás (UFG). O
autor relata que, em Moçambique, esse debate é pouco massificado e, desde que o país se
tornou independente, há mais de 40 anos, ainda não se conseguiu passar do discurso à prática
sobre a importância que se dá em relação à agricultura para o povo moçambicano.
O estudo que fecha este número da RBEC intitulado “School based factors
affecting learning of Kenyan sign language in primary schools for hearing impaired in
Embu and Isiolo counties, Kenya”, do pesquisador queniano Samuel (Kenyatta University),
aborda uma pesquisa acadêmica voltada para a inclusão, desenvolvida sobre os fatores
escolares que afetam a aprendizagem de Língua de Sinais Queniana nas escolas primárias
para os alunos com deficiência auditiva nos municípios de Embu e Isiolo, no interior do
Quênia. Assim como os demais artigos publicados neste número da RBEC, este estudo
contribui para ampliar o diálogo entre a Educação do Campo com outras áreas da educação,
com destaque para a inclusão, tema bastante pertinente no debate acadêmico, importante para
a produção e socialização de conhecimento científico na área.
Os artigos reunidos neste número reafirmam o caráter relevante da pesquisa
científica no Brasil no que concerne a Educação do Campo, a partir da diversidade de temas
abordados e das instituições as quais os autores(as) estão vinculados. São temas que, embora
sejam produzidos em diferentes contextos nacionais e internacionais em diálogo com
diferentes áreas, corroboram proficuamente a produção de conhecimento em educação, além
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de ressaltar a necessidade de se ampliar pesquisas que possam contribuir para o avanço da
ciência e, consequentemente, para a Pós-Graduação Brasileira.
Gostaríamos de agradecer, novamente, aos(as) autores(as) dos artigos, bem como aos
pareceristas e avaliadores ad hoc da Revista Brasileira de Educação do Campo pelo trabalho
realizado e emissão de pareceres neste número e ao longo do ano de 2016.
Desejamos a todos e a todas boas leituras!
APA:
Silva, C., & Araújo, G. C. (2016). Editorial. Rev. Bras. Educ. Camp., 1(2), 171-176.
ABNT:
SILVA, C., & ARAÚJO, G. C. Editorial. Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 1, n. 2, p. 171-176, 2016.
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Revista Brasileira de Educação do Campo
ARTIGO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p177
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classe faz uso da educação como terra e as pessoas que nela vivem, não é
instrumento de poder, com vista à pensada pelos povos do campo, é
emancipação social por meio das lutas elaborada sem sua participação. Seus
contra-hegemônicas que vislumbram a idealizadores veem o campo apenas como
educação libertadora. A Educação Rural se espaço de produção e seus sujeitos apenas
constitui em um mecanismo de como produtores e não como
subordinação e de alienação, bem como de protagonistas.
propagação desse poder, enquanto, na A educação ofertada aos camponeses
Educação do Campo, a referência está no no decorrer da história, alvo dos interesses
protagonismo dos camponeses, na dos governantes, caracteriza-se como uma
conscientização do ser humano e na sua extensão da educação urbana, pensada a
formação como um todo, rompendo com as partir de um modelo desenvolvido em
ideologias dominantes. outro contexto sociocultural, político,
A partir de Fernandes, Cerioli e econômico e histórico com um currículo
Caldart (2009), ao utilizarem a expressão desarticulado com a cultura, os valores, os
campo em vez de rural, estamos refletindo princípios e os conceitos dessa população.
sobre o sentido atual do trabalho camponês Nessa perspectiva, ressaltamos que
e das lutas sociais e culturais desses
... historicamente, o conceito de
grupos. A Educação do Campo, segundo educação rural esteve associado a
esses autores, volta-se ao conjunto dos uma educação precária, atrasada,
com pouca qualidade e poucos
trabalhadores camponeses, aos seus recursos ..., tinha como pano de
fundo um espaço rural visto como
interesses e ao desenvolvimento inferior, arcaico. ... projeta um
sociocultural e econômico, atendendo às território alienado porque propõe
para os grupos sociais que vivem do
suas diferenças históricas e culturais, trabalho da terra, um modelo de
negadas e ocultadas no decorrer da desenvolvimento que os expropria.
(Fernandes & Molina, 2004, p. 36).
história, em especial no âmbito educativo,
quando é ofertada uma modalidade de A Educação do Campo resiste a toda
educação descontextualizada, que não se essa visão, a essa ideologia, e aponta para a
articula às diferenças que os identificam. construção de um novo paradigma, que
Para Fernandes e Molina (2004), a seja pensado pelo camponês, partindo do
Educação Rural tem sua origem no princípio da diversidade sociocultural. De
pensamento latifundista empresarial, sendo acordo com os autores, o campo é
uma forma de controle político sobre a concebido como espaço de vida e de
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sociedade. Diante dessa situação, ficam as exclusão social, da qual a escola está em
famosas adaptações propostas nos uma das vias para essa propagação.
documentos oficiais, como: Para Arroyo (2012, p. 91), “as
pedagogias que se pensam universais não
Adaptar os conteúdos, os calendários
e o material didático às condições de passam de pedagogias vinculadas a formas
vida do meio rural. É a ideia particulares de produção, de trabalho, de
dominante propor um modelo de
educação adaptável aos especiais, aos lugar nas relações sociais e políticas”.
diferentes: indígenas, camponeses,
Nessas condições, vemos a emergência de
meninos de rua, portadores de
deficiência e outros. Os fora-do- pedagogias específicas, voltadas ao
lugar. As espécies em extinção. Até
quando? (Arroyo, 1999, p. 07). contexto dos educandos, baseadas nas
experiências sociais que esses vivem, para
Lutamos pela Educação do Campo tratar os diferentes de forma distinta,
que visa à construção de educação própria, romper com as adaptações e lutar por
com referenciais teóricos e metodológicos educação planejada com pedagogias
que articulem, em suas práticas educativas, próprias, construídas e pensadas pelos
os saberes dos povos do campo, seus camponeses.
modos de vida, sua cultura, sua identidade, A prática na Educação do Campo
que respeitem a diversidade. Que a ideia não pode ser uma pedagogia nos moldes da
dominante de propor um modelo de universalidade, mas, sim, uma pedagogia
educação adaptável seja rompido pela ideia diferenciada em suas ideologias e teorias,
que preconiza a Educação do Campo, em seu currículo e em suas concepções,
como uma luta social para a garantia do construída com e pelos povos do campo.
direito. Segundo Arroyo (2012, p. 29), não
As adaptações se constituem como podemos mais falar de uma única
uma prestação de serviço, de favor. A luta pedagogia, “... mas de pedagogias
é por educação como direito de todos, antagônicas construídas nas tensas relações
contextualizada, relacionada com as políticas, sociais e culturais de
vivências socioculturais. Até quando dominação/subordinação e de
vamos continuar com essas adaptações? A resistência/afirmação de que eles
ideia de uma única pedagogia, de educação participam”. A perspectiva é de superar a
universal, que implica também em um pedagogia proposta no paradigma da
modelo de ser humano universal, que não Educação Rural para a construção de uma
faz referência à diversidade, constitui-se pedagogia para a Educação do Campo; e
em forma de opressão, dominação e de
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Educação Rural nascem nas lutas desses abissal, caracterizado pela impossibilidade
movimentos sociais. O paradigma da de copresença entre ambas, comparado a
Educação Rural materializado por meio da uma linha invisível, separa o mundo em
imposição de outro, o da educação urbana, países desenvolvidos e subdesenvolvidos,
desenvolvido nas escolas do campo sem ao deixando evidentes as dominações no
menos as adaptações previstas em lei, é âmbito da economia, da política e da
imposto como forma de controle social das cultura.
camadas populares, como uma extensão da Na educação proposta aos povos do
educação urbana, fortalecendo uma campo, o pensamento abissal (Santos,
ideologia dominante em que oprime e 2010) se concretiza por meio dessas
exclui os camponeses. formas de negação do valor do “outro”, do
Sobre esse controle social, podemos direito do sujeito que está no outro lado da
fazer uma analogia com a epistemologia do linha, na imposição do conhecimento da
norte dominando a do sul, conforme linha do Norte como verdade absoluta, na
discute Santos (2010), um conhecimento se desqualificação dos saberes, das
sobrepondo a outro, inferiorizando-o ou experiências, no silenciamento e no
anulando-o. Arroyo (2012, p. 93) se refere ocultamento da cultura. Um processo
às relações escravizantes de trabalho como histórico que vem ocorrendo na relação
formas dominantes de exploração nos urbano/campo desde o período colonial até
latifúndios, “... em que índios, negros, os dias de hoje, e em cada contexto tem
mestiços foram e são explorados e uma forma fixa de se estabelecer.
reduzidos à condição de trabalho Conforme o autor, encontramos as
mercadoria”, em que o valor do ser dicotomias divididas em sociedades
humano se reduz a produto. metropolitanas – regulação/emancipação –
Santos (2010), para discutir essa e territórios coloniais –
dominação nas relações de poder – que traz apropriação/violência. Aspectos que
a exclusão de um povo, nega a diversidade, influenciam diretamente no processo
hierarquiza saberes –, disserta a respeito do educativo, instituindo-se como um modelo
pensamento moderno ocidental que divide universal de educação para toda a
a realidade social em dois universos sociedade, sem considerar a diversidade
ontologicamente diferentes; Norte – sociocultural. O que tem resultado em
colonizador; e Sul – colonizado. E, entre educação descontextualizada, não se
essas duas realidades, está o pensamento aproximando em nenhuma dimensão da
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sua cultura, que seja articulada às suas de inferiorizarão, opressão com que o
necessidades, às suas lutas, aos padrão de poder/saber de dominação
movimentos sociais, ao seu modo de vida, pretendeu produzi-los como subalternos”.
que possibilite intervir em sua realidade A luta pela Educação do Campo perpassa a
social. conquista da terra e pela construção de
Entendemos que a escola foi feita novos paradigmas epistemológicos, de
para garantir direitos e não para fomentar concepções e ideologias, de referenciais
as exclusões sociais e as desigualdades teóricos e metodológicos que forneçam
entre os seres humanos. Quando situamos subsídios no âmbito educacional para a
esta instituição no horizonte dos direitos, elaboração de políticas públicas do campo.
temos que lembrar que os direitos É na disputa pela participação na
representam sujeitos, sujeitos de direitos. construção do conhecimento, do
Como sujeitos de história, de lutas, de pensamento, que os camponeses trazem
intervenção, como alguém que constrói, suas vivências, produzem seu espaço e
que participa de um projeto social (Arroyo, conquistam educação como direito de
1999). Por isso, nas práticas desenvolvidas todos.
na escola, não pode ser ignorada a história No contexto atual da sociedade
de cada indivíduo, as vivências e suas lutas contemporânea, na qual vem ocorrendo
no e do campo. intensas mudanças, inclusive de
O autor em referência discute a paradigmas, as crenças, os valores e os
escola como espaço para interpretar os princípios que são construídos ao longo da
processos educativos que acontecem fora, história estão perdendo espaço para o
em outras instituições, socializar o saber e conhecimento científico tido como
a cultura historicamente produzidos, dar universal. A luta pela Educação do Campo
instrumentos científicos e tecnológicos se ancora na valorização da cultura e nos
para interpretar e intervir na realidade, na princípios que identificam os camponeses.
produção e na sociedade. Os saberes A ciência, em vários campos da
escolares são direitos e devem se articular sociedade, tem avançado de forma
aos saberes oriundos das experiências significativa, mas apresenta pontos
culturais produzidas socialmente pelos negativos quando há pretensão de se
educandos. estabelecer como verdade absoluta,
Para Arroyo (2012, p. 12), “os sobrepondo-se aos conhecimentos
coletivos populares trazem longas histórias empíricos e às experiências que trazem a
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superar essa educação conservadora, e que educativas voltada aos camponeses não
tem resultado em um ensino respeita os seus direitos, a sua cultura, não
descontextualizado ofertado aos valoriza a diversidade presente no campo.
camponeses, sem articulação aos seus É preciso superar a concepção de campo na
saberes, evidenciando a necessidade de Educação Rural, visto como atrasado, sem
uma definição teórica e metodológica que possibilidades de crescimento e de
a fundamente desde a construção do desenvolvimento social e econômico, para
conhecimento, aos ideais nela contidos, ao concepção de espaço de vida em suas
processo de ensino e aprendizagem. múltiplas dimensões.
A Educação do Campo precisa ser Neste estudo, compreendemos ser
construída, gestada e pautada nos ideais urgente a superação do paradigma da
que se revestem em valores sociais, Educação Rural, e que sejam construídos
culturais, políticos, econômicos e referenciais teóricos e metodológicos que
históricos dos coletivos que residem no forneçam subsídios para a construção de
espaço do campo, oportunizar a esses políticas públicas para a Educação do
sujeitos de direito, participar do plano da Campo que visem uma educação articulada
totalidade da sociedade, das decisões às necessidades dos camponeses. O que se
políticas do estado, abrangendo as relações propõem é um paradigma específico,
sociais, econômicas e culturais, articuladas diferenciado e alternativo que possibilite
ao desenvolvimento sustentável do planeta, educação de qualidade para todos,
sem perder de vista a sua identidade. postulada como direito universal e pautada
Garantir o direito ao conhecimento na pluralidade do conhecimento, na
produzido socialmente, mas valorizando e diversidade dos saberes.
fortalecendo a diversidade sociocultural Educação que considere os espaços
presente no campo por meio de educação do campo como meio de criação, de
contextualizada. possibilidades de crescimento e de
desenvolvimento em todas as áreas, que
Considerações finais
considere os habitantes que ali residem e
tiram o seu sustento como sujeitos sócio-
As discussões que envolvem os
históricos, portadores e construtores de
paradigmas da Educação Rural e a
cultura, de conhecimentos, com identidade
necessidade de superação/negação deste
própria. Com valores e princípios que os
pelo paradigma da Educação do Campo
evidenciam o quanto as propostas
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175-220). São Paulo: Cortez. APA:
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Rural à Educação do Campo: uma luta de superação
Resolução CNE/CEB n. 1 de 3 de abril de epistemológica/paradigmática. Rev. Bras. Educ. Camp.,
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ABNT:
Escolas do Campo. Ministério da COSTA, M. L.; CABRAL, C. L. O. Da Educação
Educação. Conselho Nacional de Rural à Educação do Campo: uma luta de superação
Educação. Brasília: MEC/CNE. epistemológica/paradigmática. Rev. Bras. Educ.
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ARTIGO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p204
Maria da Conceição da Silva Freitas1, Cláudia Valéria de Assis Dansa2 , Joice Marielle da Costa Moreira3
1
Universidade de Brasília - UnB, Departamento de Teoria e Fundamentos. Faculdade de Educação, Campus
Universitário Darcy Ribeiro - TEF - Asa Norte - Brasília - DF. Brasil. mcsilva@unb.br. Universidade de Brasília
- UnB. 3Universidade de Brasília - UnB.
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preparados para tal. (Moura, 2009, p. na fase correta e que representam um perfil
46).
mais complexo, reflete-se na questão da
notar que, no perfil dos alunos de EJA, não políticas desejam números, os
inteligência extrema, capazes de lidar com estimulante que valha o sacrifício que
baixa autoestima torna este sujeito às vezes 37): “A presença de outros sujeitos nos
dúvida, estes não são alunos comuns. Se classes sociais e os grupos subalternizados,
estão fora da escola, salvo aqueles que dela os oprimidos pelas diferentes formas de
foram tirados por razões externas à sua dominação econômica, política, cultural.”
vontade, é porque ela não responde às suas Trazem indagações para as teorias
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trás, e que agora já são muito velhos para produzidos), seja na oralidade (durante os
aprender. processos de formação). Romper este
Todavia, nesses processos de circuito foi um grande desafio que exigiu
aprendizagem, quando estimulados, muitas traduções e retraduções.
trazem, com um certo orgulho, muitos dos Nos processos pedagógicos que se
conhecimentos tradicionais de que se sucederam nos diferentes espaços,
utilizam para resolver seus problemas pudemos perceber que as resistências às
cotidianos e estruturar suas vidas, as alternativas de uma educação mais
histórias que sabem contar, os desafios, emancipatória ora foram percebidas nos
charadas, trava-línguas e outras tantas Educandos/as, ora nos Educadores/as, ora
coisas da tradição que acabaram por na própria equipe pedagógica. Foi somente
incorporar. Também na resolução dos no diálogo extenso que novas
problemas para os quais encontraram as possibilidades pedagógicas puderam
soluções próprias, em especial os emergir e se tornar aceitas nos grupos
problemas matemáticos, como contar como educação propriamente dita.
dinheiro, reconhecer troco, fazer operações Em nosso percurso de trabalho, que
de cabeça, medir espaços de formas segue as linhas do pensamento do
alternativas ou resolver questões que educador Paulo Freire, o primeiro
envolvam uma geometria concreta, sua momento, o da roda de conversa ou círculo
vivacidade aponta para um lampejo de de cultura, passou por um desafio: o de ser
resgate de sua autoestima. Neste ponto, compreendido como espaço educativo. A
porém, surgem as resistências das/os primeira impressão dos Educandos com
educadoras/es em reconhecer estes saberes relação a uma forma mais emancipatória
como legitimas conquistas cognitivas, de de aprendizagem foi que estavam numa
forma a aproveitá-los nos processos conversa, e não numa aula. A frase chave
pedagógicos. A tentativa de romper este foi: “quando é que vamos ter aula?”
círculo de resistência de parte a parte foi A diferença entre conversa e aula
dimensão importante do trabalho. nem sempre era clara para os
Da mesma forma, entre Educandos/as. Conversa é debate sobre um
educadoras/es populares e professoras/es e tema, onde cada um se expressa, dá sua
estudantes da universidade, a barreira e as opinião, debate. Aula é conteúdo
resistências aconteceram no âmbito da sistematizado, trabalhado, conduzido pelo
linguagem, seja escrita (nos materiais professor, que leva o aluno a sentir que
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aprendeu algo que se aprende na escola, dimensão cognitiva, mas, também pela
em especial língua materna e matemática. afetividade que a eles/elas passavam a
Também para o educador popular em dedicar. A construção da confiança, como
sua formação, que no nosso caso não é de em qualquer relação pedagógica, foi por
nível superior, mas, em curso de extensão elas/eles tecida na escuta, na compreensão
em processo, esta diferença somente foi das particularidades dos Educandos/as e na
ficando clara na medida em que o curso de reflexão sobre os questionamentos por nós
formação de Educadores/as foi avançando. lançados em relação ao papel pedagógico
Nem todos ganharam confiança para do erro, a pluralidade linguística e as
abandonar o modelo tradicional. Mesmo relações de poder, o sentido histórico da
para aqueles que se aventuraram, esta matemática, o papel orientador do
trajetória da conversa à aula foi muitas professor, a necessidade de autoeducação e
vezes, frustrante, pois, o educador/a não educação permanente.
tinha uma base profunda do tema para A entidade professor precisava ser
levá-lo a um nível mais elaborado de alguém que passasse, acima de tudo,
reflexão sistematizada, ficando a conversa confiança. Não só confiança porque sabia o
superficial e, muitas vezes, não havendo que ensinava, mas também porque
conexão com a aprendizagem dos respeitava o outro como ele era, fazia do
conteúdos escolares que continuavam a vir “erro” um momento do processo de
sob a forma tradicional. aprendizagem, e não um instrumento de
Apesar das inúmeras limitações que exclusão e poder, e porque apoiava o/a
vivemos, em função das distâncias e educando/a nos momentos em que ele/ela
ausências, foi possível notar, em muitas deixava de acreditar em si mesmo/a, ou
educadores/as, um crescimento na sua tinha de lidar com os conflitos oriundos
forma de construir a ação pedagógica. Se o das questões familiares, inconscientes, de
caminho cognitivo não era suficiente, os trabalho, etc. Também porque conseguia
vínculos de troca que se criaram entre fazer, de forma tranquila, a relação entre os
eles/elas para discutir seus processos, saberes do/a educando/a e da escola,
trocar experiências e solucionar questões articulando-os aos temas mais gerais que
de sala de aula foram se ampliando ao remetiam aos processos sociais e políticos
longo da formação. do contexto em que se encontravam,
O caminho para a conquista dos transformando o que antes era visto pelos
Educandos/as foi se dando, não só pela Educandos/as como “conversa” em aula.
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Sair desta escola tradicional para um queremos chegar e como chegar à vida e
modelo mais Freireano, é sempre um aos Educadores/as e Educandos/as.
desafio. A confiança no educador/a é um
Emancipação e organização do trabalho
dos elementos fundamentais. A confiança
pedagógico
do educador/a em nós, também. A
confiança do educador/a em si mesmo, A arte de construir um processo de
ainda mais. Neste sentido, a formação do formação libertador implica em criar
educador/a foi um eixo central do trabalho estratégias e mobilizar sensibilidades para
de emancipação dos sujeitos. que os sujeitos possam se abrir para
As dificuldades encontradas pelos/as compreender sua própria relação com os
Educadores/as para se emanciparem conteúdos, com o processo pedagógico,
passaram pela sua capacidade de construir com o/a educando/a e com a vida,
o conhecimento de si e para si na mesma superando seus próprios preconceitos e
lógica proposta para a educação dos ampliando sua visão de mundo, passando
Educandos/as. A questão que se coloca é do pensamento mágico para o pensamento
como organizar um processo de formação critico sem perder o encantamento que
na perspectiva da autoeducação, quando caracteriza o sujeito do campo.
também nós, como formadores, precisamos Construir um caminho de
passar por estas mesmas etapas de sistematização interdisciplinar do
emancipação, não apenas no discurso, mas conhecimento a partir dos processos
no cotidiano das ações que desenvolvemos vividos, usando como instrumentos as
com estes Educadores/as, nos diferentes histórias de vida, as trajetórias e territórios
espaços e processos de formação. percorridos pelos sujeitos, a descoberta dos
Para nós, como equipe formadora, há campos linguísticos e matemáticos como
ainda o desafio, sempre presente, de saberes múltiplos (etno-matemática e
romper as barreiras entre as áreas, seja de sociolinguistica), a relação das ciências
linguagem, de hierarquização social do com os saberes tradicionais, conectando-os
conhecimento, epistemológicas e de à construção de conceitos integradores,
conexão do conhecimento com a vida, para como identidade e territorialidade, foram
chegarmos juntos a um ponto que podemos alguns dos caminhos por nós escolhidos
chamar de trajetória de emancipação para desenvolver estratégias pedagógicas
transdisciplinar, ou seja, olhando para emancipatórias. Parte-se, assim, do
todos os conteúdos juntos descobrir onde concreto para chegar-se ao abstrato, e do
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cumpridas. Uma fala de educadora relata: livro, um livro de relatos do projeto, além
“A maior superação para eles foi a vinda de um vídeo / documentário.
dos óculos. Uma vitória!” E diz ainda um Para os professores/as da
coordenador local: “O bom neste projeto Universidade, a prática dialógica foi um
do Pronera é que contribuiu para o povo elemento emancipatório, na medida que
ter (dar) credibilidade.” funcionou como ferramenta de construção
Com relação aos Educandos/as, coletiva para articular diferentes
também pode-se ver que muitos conhecimentos acadêmicos, saber popular
conseguiram dar o salto para a e tradicional e integração interdisciplinar
alfabetização e, naqueles que atingiram um na construção de materiais pedagógicos e
patamar de escolarização, a demanda foi na formação.
pela certificação e pela continuidade dos Por outro lado, a compreensão das
estudos. Como relata uma educadora, demandas educacionais específicas dos
quando perguntada sobre as expectativas camponeses nos fez mergulhar no universo
dos alunos: “Para uns, ler e escrever. Para desses sujeitos, para encontrar caminhos
outros, o certificado de 1º ao 5º ano.” que possibilitassem a formação dos
(Educadora do TeCiCampo). Educadores/as, de forma a capacitá-los
Também podemos perceber que para atender a essas demandas. Um
diversos Educandos expressaram sua exemplo desta articulação pode ser
satisfação por terem atingido suas encontrado em Oliveira (2013) que, no seu
expectativas iniciais, como assinar o nome, TCC sobre a realidade do Pronera na
ler placas, ler contratos, tirar carteira de região de Padre Bernardo, analisou o
motorista e estar melhor qualificados para depoimento dos Educandos/as à luz das
o acesso às informações do trabalho. ideias de comunidade desenvolvidas por
Do ponto de vista acadêmico e de Martin Buber.
gestão, o grupo cresceu e aumentou a
Desafios enfrentados na construção do
coesão da equipe, que desenvolveu
projeto emancipatório
vínculos com o trabalho e buscou se
organizar em diversos sentidos, inclusive A realidade nos colocou desafios de
em termos de produção acadêmica: três diferentes ordens. Houve muitas
cadernos didáticos de apoio aos substituições de educadores, fechamento
Educadores/as, duas monografias; um de salas. As principais razões para este
artigo para congresso, dois capítulos de cenário foram as saídas do assentamento,
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educação; expandir o projeto para além da importante para este salto, pois implica em
sala de aula, por meio da realização de que o sujeito transformou sua condição de
oficinas com temáticas pertinentes a vida e subordinado aos processos e condições
aos direitos dos educandos (saúde, trabalho externas diante dos quais se sentia
e sustentabilidade); autonomia reflexiva impotente para uma posição confiante para
dos estudantes da universidade, que se a realização do diálogo, que agora se
debruçaram sobre temáticas do projeto constitui a partir de parâmetros mais
ainda durante o percurso, possibilitando objetivos, uma vez que ele também tem
um olhar mais abrangente que ajudou na acesso e faz uso das informações que o
construção da trajetória, a partir de TCCs, empoderam, criando novos espaços
escrita coletiva de artigos e textos, livros e relacionais. Podemos afirmar que estes
vídeos. O próprio processo levou aos sujeitos hoje se autorizam a romper com a
educandos/as a possibilidade de romper dependência e com a dominação a que
com a dependência de intermediários, estavam antes sujeitos, enquanto seres fora
criando novas habilidades de negociação da sociedade letrada. Muito há ainda que
da produção. Conforme relatou um caminhar para garantir que esta
estudante a um programa radiofônico, após emancipação se torne participação na
aprender os rudimentos da leitura e da construção democrática .
matemática, ele foi capaz de ir para Também a volta aos estudos dos
internet e encontrar e processar educadores/as e coordenadores/as locais
informações sobre produtos e preços, que foi um passo importante na construção
mudaram sua relação com os desse processo emancipatório. Faz parte da
intermediários, fortalecendo sua educação despertar nas pessoas a
capacidade de negociação dos preços da consciência da incompletude do saber.
produção. Em relação aos professores/as da
Isso nos permite pensar na educação Universidade, houve uma ampliação das
de adultos como um campo específico, leituras do mundo e do respeito aos
onde o respeito à motivação dos sujeitos diferentes sujeitos e saberes, bem como a
está muito ligado à necessidade de resolver extrapolação dessas experiências para a
problemas imediatos. Se, por um lado, isso sala de aula, alterando pontos de vista da
por si só não garante um salto relação com a natureza, com os
emancipatório do ponto de vista político movimentos sociais, criando vínculos e
social, constitui-se como uma base competências de diálogo institucional para
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Freitas, M. C. S., Dansa, C. V. A., & , Moreira, J. M. C. (2016). Pronera no Sertão Mineiro Goiano...
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ABNT:
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Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio, Expressão Popular.
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Revista Brasileira de Educação do Campo
ARTIGO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p231
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caráter do estágio, quanto pela estrutura do está sendo ameaçada pela nucleaçãoii, por
PIBID. Acreditamos que o olhar conta dos inúmeros entraves que a
minucioso, integrado ao fenômeno social, inviabilizam e a configuram como
dedicado no período da pesquisa, como diz inadequada ao processo de ensino e
Thiollent (1992, p. 76), faz com que “os aprendizagem, o que tem causado muitos
pesquisadores estabeleçam canais de conflitos na localidade onde está inserida,
investigação e de divulgação nos meios uma vez que essa é a única escola da
estudados, nos quais a interação entre os localidade e acolhe outros povoados
grupos 'mais esclarecidos' e 'menos vizinhos.
esclarecidos' gera e prepara mudanças A escola da Serra de Itiúba fica na
coletivas nas representações”. Entendemos comunidade de São Bento, atende apenas à
que tal relação favorece as discussões e a Educação Infantil e o Ensino Fundamental
produção cooperativa de conhecimentos - Anos iniciais (1º, 2º, 3º, 4º, anos).
sobre a realidade vivida de modo que, tem Funciona em dias úteis, no período
como prática principal, a inserção do matutino. Conta com uma professora e
pesquisador no ambiente, interagindo uma merendeira, atendendo 32 alunos de
diretamente com o cotidiano dos sujeitos 14 famílias de cinco comunidades
pesquisados. Em caráter maior, o tipo de diferentes, Retiro, Cabeça, Shoem, e
vivência da qual somos parte e aqui Barreiro.
relatamos, de modo reflexivo-crítico e Dentre essas, respectivamente as
propositivo favorece, no nosso quatro últimas, assim como outras que
entendimento, a relevância da pesquisa a compõem a Serra de Itiúba, são limitadas
ser socializada, apontando sempre para o quanto aos transportes urbanos por se
que ela sinaliza como possibilidade de situarem em um morro bastante acidentado
transformação da realidade. do ponto de vista geográfico, o que o torna
deslumbrante por conta da diversidade de
A escola da Serra de Itiúba – lócus do
vegetação, frutas nativas, lajedos,
Estágio
montanhas, nascentes, planícies e as
As escolas de nossa investigação,
modificações causadas pelo homem, como
mesmo estando situadas no campo, são
é o caso das famosas “cercas de pedra”, um
muito distintas. A instituição onde ocorreu
dos trabalhos braçais de separação de
o estágio (Escola Municipal M. J. S – aqui
espaço realizados como forma de
denominada de Escola da Serra de Itiúba)
sobrevivência.
tem uma estrutura física bastante precária e
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suas famílias na lavoura e assim garantir a podem usufruir. Alguns fatores implicantes
sobrevivência. como esses geram uma espécie de amnésia
Os jegues, burros e cavalos são adotada pelo Estado para provavelmente se
utilizados como o único meio de condução. eximir da responsabilidade de dar um
Eles transportam, além das pessoas, suporte maior às escolas dessas
objetos e são fundamentais a outras tarefas localidades.
que exigem esforço físico e longo Uma constante nas escolas do campo
percurso, uma vez que a localidade é é que a maioria dos educadores não reside
composta por veredas cheias de pedras, o na comunidade onde trabalha. A nossa
que certamente impossibilita a circulação professora regente, da Serra, não reside na
de outros transportes. O poema de Joel comunidade e, para chegar até a escola, ela
Portoiii retrata bem o cenário. precisa realizar uma rotina que demanda
força física, já que tem uma parte do trajeto
Quando a manhã bela e fria se revela,
junta-se à alegria dos burrinhos da onde é necessário ir a pé pelo menos
Vila Eles estão felizes, apesar das durante alguns longos minutos. A sua
cargas Eles estão contentes, vão
descer a Serra. Seguem em fila, uns jornada diária talvez acabe tornando-se um
levam verduras, outros levam frutas,
farinha, feijão abastecem a feira tanto mais desgastante que o normal.
daquela cidade, toda a produção é da
região. De noitinha voltam, cruzam a Escola do Subprojeto
Rua do Fato, perdem-se no cansaço,
PIBIB/CAPES/UNEB
na escuridão. Agora na Serra uma
estrela brilha, os burrinhos dormem
para outras lidas. A segunda escola é aonde vem
sendo desenvolvido o subprojeto
Utilizar os serviços dos animais “Experimentando Possibilidades na
para comportar diversas “bugigangas” que Organização do Trabalho Pedagógico das
são carregadas em malas, caçoas, caixões, Escolas do Campo Multisseriadas”. Está
aparatos que são primordiais ao localizada em Senhor do Bonfim, região
carregamento, feitos de cipós, madeira e norte da Bahia. Atende alunos da
pele de outros animais, ainda é habitual nas comunidade onde a escola está inserida e
comunidades da Serra de Itiúba. Diante da também recebe alunos de outras
localização, o acesso à escola é cansativo e localidades vizinhas. A unidade escolar é
parcialmente restrito. Esses coeficientes, composta por sete (07) cômodos divididos
talvez sejam considerados pelos governos em três salas, uma acanhada cozinha, dois
como preponderantes para podar os banheiros, um feminino e outro masculino
benefícios que instituições idênticas a ela
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que não são adaptados para os alunos com pedagógico nas escolas do campo
deficiência e um pequeno recinto que tem multisseriadas, identificando e propondo
uma mesa com uma espécie de banco de ações conjuntas (escola-universidade), que
madeira, onde os alunos se concentram contribuam para organização da prática
durante a merenda. São três turmas docente nessas escolas, numa perspectiva
atendidas no turno matutino, Educação integrada e interdisciplinar.
Infantil e duas de anos iniciais (1º ao 3º
A educação escolar no campo: que
ano e 4º e 5º anos).
contexto é esse?
É válido versar que a infraestrutura
dessa escola, apesar de pequena, é mais De contorno claro e simples, embora
adequada ao ensino aprendizagem do que a se ressaltem avanços significativos, a
escola onde realizamos o estágio. Contudo, Educação do Campo ainda tem as marcas
pode-se perceber que está longe de ser a da precariedade decorrente do histórico
estrutura necessária para um processo de descaso por parte do Estado brasileiro.
instrução mais qualificado no campo. Os Ainda é comum ouvir falar (e esse trabalho
espaços das três salas de aula precisam de aponta, claramente) de escolas que não
reparação no teto, pois, quando chove, fica dispõem de uma boa estrutura para
impossibilitada de haver aula porque a comportar o ensino e a aprendizagem dos
água escorre por um buraco que há no educandos, mesmo que seja esse ambiente
forro. Os alunos, durante o intervalo, o único espaço oferecido em muitas
brincam em um espaço na frente da escola, comunidades para a educação
uma vez que esta unidade não possui um sistematizada, para o acesso ao saber
muro, ou qualquer outro tipo de proteção universal.
que delimite o espaço escolar. A escola é um espaço de socialização
Quanto à prática pedagógica, seria do conhecimento, que deve ser capaz de
importante dedicar maior enfoque ao preparar o indivíduo para a convivência em
desenvolvimento autônomo e crítico dos sociedade. É um local propiciador de
alunos. Entre tantos aspectos a considerar, vivências, culturas, interação de opiniões,
o propósito do subprojeto é ajudar no valores e de construções de identidades
progresso da escola como um todo e que possibilitam ao indivíduo o
desenvolver nos estudantes de pedagogia a desenvolvimento de aptidões e
capacidade de conhecer, analisar e inteligências. Dessa forma, (Fazenda,
esclarecer como funciona o trabalho 1991, p. 24).
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trabalho pedagógico, uma vez que o espaço de que a construção da escola possível é
é pequeno. uma tarefa política extremamente
As condições precárias saltam aos complicada, fruto de longas lutas. (Arroyo,
olhos. Ainda nessa mesma escola (na Serra 1991, p. 9)”.
de Itiúba), a merendeira é responsável por Mesmo que tais questões estejam
levar o lanche e utensílios que precisa usar legalmente respaldadas, essa não tem sido
para a alimentação escolar, todos os dias. uma asserção para as gestões das redes de
Ela mora em outra comunidade e, por ensino. Comprova isso, por exemplo, o
conta do trajeto, usa um balde para processo de nucleação de escolas, uma
carregá-los, porque, além da escola não ter pauta que precisa ser discutida e
espaço para o armazenamento da merenda, socializada urgentemente, numa tentativa
não está livre de ser invadida por animais de assegurar que os povos do campo,
nocivos (ratos, baratas, formigas, etc.) que tenham garantido seu direito de acessar a
ao entrarem em contato com os alimentos a educação nos lugares onde vivem, “pois, a
serem consumidos, colocam em perigo a escola na comunidade é um importante
saúde dos alunos, sem contar que pelas instrumento que mobiliza os sujeitos para
péssimas condições das portas e janelas, a dialogarem com as questões da realidade
escola fica vulnerável a atos de em que vivem. (Hage, 2008, p. 8)”.
vandalismo. O número de escolas que vem sendo
Nesse sentido, embora existam fechadas no campo é um exemplo do lugar
muitos avanços no histórico da educação ainda não prioritário da educação do
brasileira, é possível observar que há campo nas redes de ensino. Segundo o
muitas lacunas a serem reparadas de forma Censo Escolar (MEC/INEP, 2011) são
a assegurar que as políticas públicas mais de 30 mil escolas fechadas nos
direcionadas para a educação do campo últimos anos. Embora haja lutas e
sejam implementadas. De acordo com as movimentos que buscam garantir escola
proposições do marco legal existente, a para a comunidade, a nucleação escolar no
função primordial da Educação do Campo campo sob o formato de fechamento das
é garantir a todos os seus sujeitos, uma pequenas escolas, vem se tornando um
educação de qualidade, assegurando-lhes o método comum no Brasil, um perverso
direito de acessar o conhecimento, sem processo de destituição desses espaços que
que, para isso, necessitem sair do seu têm imposto às crianças e jovens um longo
espaço e/ou menosprezá-lo. “Daí a certeza e árduo percurso diário para acessar um
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direito que lhes é afirmado pela Carta Dessa forma, é bem mais cômodo
Magna do nosso país, o direito à educação. levar as crianças, adolescentes e jovens do
Destacamos ainda, que os campo para estudar na cidade, mesmo que
argumentos utilizados pelos gestores saibam que “a oferta de transporte escolar
públicos para o fechamento dessas escolas público e gratuito deve ser realizada para
vão de encontro ao que afirmam as garantir a educação para a população em
legislações educacionais do campo. idade escolar que não tem escola ou não
Conforme o Artigo 5º das Diretrizes encontrem vagas próximas as suas
Operacionais de Educação do Campo residências. (Cordiolli, 2011, p. 126)”, o
(RESOLUÇÃO Nº 2 CNE/CEB, 2008) que não é o caso de muitas comunidades
inciso1, “sempre que possível, o do campo onde a escola existe, porém, está
deslocamento dos alunos, como previsto sendo fechada por ausência de
no caput, deverá ser feito do campo para o investimentos prioritários por parte das
campo, evitando-se, ao máximo, o redes de ensino.
deslocamento do campo para a cidade”. Reconhecemos que os problemas da
Nessa mesma Resolução, destaca-se ainda, educação no Brasil estão presentes tanto no
que mesmo o deslocamento intracampo é setor urbano quanto rural. Contudo, o
recomendado apenas aos anos finais do descaso político continua sendo mais
ensino fundamental e médio, quando esses acentuado no campo. Mesmo diante da
não puderem ser ofertados na comunidade. visível precariedade e das muitas
Entendemos que é possível que a limitações, a comunidade deposita na
legislação ainda seja desconhecida a fundo escola grande esperança de que ela pode
pela grande maioria dos povos do campo, ser um lugar que fará a diferença na
talvez até mesmo por alguns representantes formação das crianças.
desses sistemas educativos, que tentam Há um bom número de educadores
alegar ser essa prática, a nucleação, uma comprometidos com o seu trabalho que,
forma de ‘sanar problemas de estrutura sozinhos, fazem investidas e alteram
física e manutenção dessas unidades positivamente a realidade objetiva na qual
escolares’, justificando, ainda que, pelos se encontram. Há alunos que acreditam na
‘custos’ para manter um professor para mudança que a educação lhes proporciona
grupos pequenos de alunos serem altos, e demonstram muito prazer em frequentá-
fechar as escolas é a melhor saída. la. Impressiona-nos, a possibilidade de
alguns dos educadores desses espaços
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isso, seu currículo deve observar o Nos espaços que desenvolvemos esta
contexto em que a escola se encontra, de pesquisa, a impressão que se tem é que os
forma a garantir que as especificidades do pais são mais comprometidos com a
educando desses espaços sejam educação de seus filhos, uma vez que eles
respeitadas, com o intuito de ampliar o participam das reuniões e se comprometem
conhecimento das crianças sobre o mundo, a ajudar o professor caso haja alguma
promovendo o conhecimento sobre o atividade que favoreça o desenvolvimento
funcionamento da sociedade em suas da escola, como realizar uma limpeza,
contradições, na concretização de “uma ajudar a consertar o telhado, entre outras
prática educativa que efetivamente tarefas que o município deixa de garantir.
fortaleça os camponeses para as lutas E quando a criança falta às aulas, sempre
principais”. (Molina & Sá, 2012, p. 326) há justificativas, e mesmo, na maioria das
no contexto social em que vivem. vezes, não tendo escolaridade suficiente
Certamente uma escola dentro de para ajudá-los nas tarefas escolares, eles
uma comunidade, além de um ambiente estimulam os filhos a continuarem
pedagógico também serve de espaço para trilhando caminhos para aprender a ler e
outros eventos como reuniões, vacinação escrever. Alguns os incentivam a estudar e
das crianças, missas, associações, festas, carregam em seus discursos palavras que
entre outros acontecimentos oriundos da instigam os filhos a buscar uma educação
cultura local, como é o caso da escola da formal que os permita sair da condição de
comunidade onde realizamos o estágio. oprimidos.
Uma vez inserido nesse espaço, ao Em conversa com os pais, as pessoas
educador, seria interessante a disposição mais idosas da comunidade, apontaram,
para se tornar um líder na comunidade, através de suas reminiscências, situações
pois de acordo com a convivência, acaba que elucidam suas vivências com a escola.
reconhecendo as famílias, tem informações Durante o processo de educação formal, as
sobre os problemas da comunidade, com o escolhas que tiveram que fazer nesse
passar do tempo é possível que através dos período, o qual, na maioria dos casos, não
alunos e de suas experiências, ele conheça conciliava educação e trabalho, pois a
mais e melhor a comunidade como um educação formativa provavelmente não era
todo, talvez até mais do que qualquer outro instituída como direito universal e não
morador. alcançava a todos. Segundo eles, escola,
especialmente para o povo da ‘roça’, era
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“coisa de gente rica” ou de quem tinha boa seguintes: “não estudei porque naquele
vontade e resolvia ajudar os outros a tempo a escola era longe e eu não me
assinar pelo menos o nome. Esse interessava, hoje em dia, as coisas estão
delineamento dos acontecimentos através mais fáceis, naquela época tinha que
da memória é importante para fomentar as trabalhar para ajudar meu pai a criar a
discussões educativas que descendem da família”. “Estudo era coisa para rico, não
comunidade, sua formação e da sua tínhamos tempo para estudar”. Existem
participação no atual processo de outras falas bastante comuns e que também
escolarização de seus filhos e netos. cresci ouvindo uma delas é a que dizia:
A memória é um dos sentidos mais “não tenho inveja de nada, mas a coisa que
utilizados pelo ser humano, dela provêm tenho mais inveja no mundo é de alguém
todos os acontecimentos que perpassam os que sabe ler. A pessoa que não sabe ler é
outros sentidos. Estes acontecimentos são como um cego”.
chamados de recordações, e assim, Essas expressões, sobretudo das
recordar é voltar ao passado, buscar nas pessoas mais velhas, servem de
entrelinhas episódios ocorridos abastecimento para nossos estímulos, para
anteriormente para trazê-los ao nós, que fazemos parte desse contexto,
contemporâneo. "O processo da memória aproveitarmos os ensejos e tentar modificar
no homem faz intervir não só a ordenação a situação atual, procurando deixar legados
de vestígios, mas também a releitura desses para as próximas gerações continuarem na
vestígios". (Le Goff, 1990, p. 366). A busca de melhorias, na luta para garantir
memória é um dos locais que guarda aos filhos, os direitos negados àqueles que,
relíquias inestimáveis. hoje veem na educação a mudança que não
É possível identificar, de acordo com conseguiram alcançar.
as memórias dos comunitários, que uma É no contexto dessas questões que se
grande maioria dos pais não teve situa o trabalho do professor nas escolas do
oportunidade de estudar, e aqueles que campo. Nossa experiência no PIBID e no
tiveram, não deram, na época, tanta Estágio, mostrou que é uma tarefa
importância, como hoje prezam que seus provocadora, principalmente quando se
filhos se dediquem aos estudos. observa as condições de trabalho que
No diálogo com alguns membros incidem diretamente no ‘estímulo’ do
familiares foram identificadas frases que professor e, logicamente, no processo de
chamaram nossa atenção, como as ensino e aprendizagem. Contudo, urge na
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Silva, R. P., & Sena, I. P. F. (2016). Educação do Campo, experiência e formação docente numa perspectiva política emancipadora...
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Docência.
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Processo em que se fecha a escola e transfere os APA:
alunos para uma escola maior em outra comunidade Silva, R. P., & Sena, I. P. F. (2016). Educação do
ou na cidade. Campo, experiência e formação docente numa
iii
Poeta (com poesias publicadas no perspectiva política emancipadora. Rev. Bras. Educ.
site http://www.filarmonica4dejaneiro.blogspot.co Camp., 1(2), 231-254.
m.br, dentre outras, "Os burrinhos da Serra")
Professor de Língua Portuguesa, Literatura ABNT:
Brasileira e Redação/Funcionário da Prefeitura SILVA, R. P., & SENA, I. P. F. Educação do Campo,
Municipal de Itiúba/SEDUC. experiência e formação docente numa perspectiva
política emancipadora. Rev. Bras. Educ. Camp.,
Tocantinópolis, v. 1, n. 2, p. 231-254, 2016.
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Revista Brasileira de Educação do Campo
ARTIGO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p255
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a localização do município.
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e trabalham, e que atende, dessa para que sua ação não seja apenas
forma, às suas diferenças históricas e
culturais. Ela pensa o campo e sua observacional, mas, que possa discutir,
gente; seu modo de vida, de refletir, explicar e criar hipóteses,
organização do trabalho e do espaço
geográfico; suas festas e seus caracterizando uma investigação científica.
conflitos; suas diferenças históricas e
culturais. Essas são as condições
fundamentais para que vivam com Cadernos de Ciências: articulações entre
dignidade e para que, organizados, os conteúdos e o contexto do campo
resistam contra os movimentos de
expulsão e expropriação.
O trato com cadernos escolares
ganha sentido quando se percebe que o
A partir desta concepção, surge a
mesmo retrata não apenas os conteúdos,
perspectiva de olhar para os povos do
mas, também a forma como são
campo ligada aos interesses da classe
desenvolvidos, bem como a rotina da sala e
trabalhadora, que prima por seus valores
a metodologia utilizada pelo professor,
instaurados e preserva o significado de sua
tornando-se um instrumento interessante
própria cultura.
para investigação, pois:
Os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN): Ciências Naturais são objetos que acompanham a
(Brasil, 1998), abordam em seu conteúdo escolarização, fazendo-se tão
presentes nessa etapa, que acabam
questões relacionadas à realidade local e por tornarem-se inseparáveis das
consideram que alguns temas podem ser ideias de escola e ensino. A
importância do caderno torna-se
trabalhados por meio de observações, evidente não só pela sua constância
nas escolas, mas também pelas
pesquisas, para ampliar a compreensão do funções que ocupa, já que é utilizado
contexto que permeia o processo de para registrar, resolver e corrigir a
maioria das tarefas escolares.
aprendizagem. Menciona a importância de (Santos, 2002, p. 2-3).
explorar o contexto através da análise de
Os registros das aulas de Ciências
problemas ligados a realidade local e
realizadas justamente através dos cadernos,
regional, realizando as relações entre vida
revelam em grande parte, o trabalho
e meio.
desenvolvido pelo professor, a sua forma
Outra autora que discute a ideia de
de conduzir a aula, os conteúdos que
considerar a realidade no trabalho
considera como os mais relevantes, os
pedagógico no Ensino de Ciências é
tipos de atividades feitas, bem como a
Azevedo (2004). Essa autora considera a
maneira como observa a aprendizagem do
importância de colocar o estudante como
aluno.
protagonista do processo de aprendizagem,
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Equinodermos Definição
Animais vertebrados Definição; Exercícios (responder, completar e marcar)
Reino Vegetal Definição
Fonte: Elaboração dos autores.
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Respiratório
1 Fungos Definição; Exemplo; Exercícios (responder)
Sistema
9 Exercícios (responder, associar e esquema)
Respiratório
Set. 15 Audição Definição; Exercícios (responder)
Sistema
28 Definição
Circulatório
30
1 Circulação da linfa Definição
Sistema Exercícios (responder, explicar, completar, pesquisar e
14|17
Circulatório esquema)
Out.
Excreção e
23 Exercícios (responder, explicar, identificar e esquema)
Sistema Urinário
27|29 Ossos e esqueleto Definição; Exercícios (responder e citar)
7 Ossos e esqueleto Exercícios (responder)
Músculos
9 (estriados e Definição; Exercícios (responder)
Nov. esqueléticos)
Sentidos e órgãos
23|25|26 Definição; Exercícios (responder e pesquisar)
receptores
30 Atividades
Atividade
2 Atividades de responder sobre um filme
Multidisciplinar
Dez.
3|7 Sistema Nervoso Definição; Exercícios (responder, associar e diferenciar)
16 Sistema Endócrino Definição
Fonte: Elaboração dos autores.
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eletromagnetismo (Lima & Aguiar Júnior, sendo estudada nos cursos superiores de
1999). Ciências Biológicas.
A dificuldade em trabalhar a área da A abordagem de conceitos da
Física pode estar relacionada à formação Biologia no Ensino Fundamental está
dos professores de Ciências para Educação relacionada à exigência da formação em
Básica, pois, possuem na sua maioria, Ciências Biológicas, pois, de acordo com
Licenciatura Curta em Ciências, sendo que Leite (2006) para lecionar Ciências já
a maioria dos cursos habilita o professor foram consideradas várias habilitações
para atuar nos anos finais do Ensino como Física, Química e Matemática,
Fundamental e não no Ensino Médio, não porém, nos anos de 1965, 1985 e 1989 há
aprofundando em sua formação a área de uma predominância pela Licenciatura em
Química e Física, que também são áreas da Biologia para lecionar a disciplina de
Ciência. Ciências Físicas e Biológicas.
Em relação à formação dos Com isso, a Química e a Física,
professores de Ciências para escolas do abordadas com ênfase apenas no nono ano
campo, salienta-se que é necessário a do Ensino Fundamental, são ministradas
qualificação destes profissionais, uma vez por professores que não possuem formação
que a Educação do Campo é uma área nestas áreas. Neste sentido, ressalta-se o
nova de ensino e pesquisa no cenário da curso de Licenciatura em Ciências da
Educação brasileira e demanda docentes Natureza, organizado de maneira
preparados para trabalhar nesta realidade, interdisciplinar, a fim de articular a
que saibam relacionar o estudo teórico com Química, a Física e a Biologia, habilitando
vivências práticas e reinterpretar os para o trabalho no Ensino Médio nestas
modelos tradicionais de ensino, utilizando três áreas e nos anos finais do Ensino
diferentes metodologias. Fundamental em Ciências. Com isso, o
Outro aspecto relaciona-se aos profissional formado neste curso possui
professores que atuam em Ciências no habilidades para realizar um trabalho
Ensino Fundamental que são, em geral, interdisciplinar, perpassando várias áreas
habilitados em Ciências Biológicas, não se do conhecimento.
sentem confortáveis em ministrar a Física, O ensino de Química e Física no
com isso acabam priorizando os conteúdos último ano do Ensino Fundamental é uma
de Química, visto que esta última fornece a herança de meados do século XX, baseado
base teórica para compreensão da Biologia, na concepção de ensino tradicional,
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O gráfico revela que a abordagem diversidade de vida dos seres vivos, o que
dos conteúdos é feita predominantemente permite uma abrangência ampla de
por definições, com exemplos aleatórios. exemplificação ou também com a
Há 29 (vinte e nove) definições exploradas formação da professora.
no caderno C7, no C6 13 (treze) e 9 (nove) Averiguou-se que a autoria dos
no C9. No C8 há 15 (quinze) definições, cadernos em relação aos conceitos
sendo 2 (duas) destas referentes a científicos por parte dos estudantes é
conteúdos desenvolvidos pelo PIBID. ocultada. Embora a maior parte das
No que se refere às explicações, inscrições seja feita pelos próprios,
encontrou-se uma no caderno C9 sobre o percebe-se que “o estilo de redação revela
conteúdo de ligações iônicas e covalentes. claramente a autoria adulta”. (Santos,
O registro demonstra anotações aleatórias, 2002, p. 29), a exemplo: “Átomo: tudo o
denotando a capacidade do estudante em que é matéria é formada por unidades
organizar as informações estudadas para infinitamente pequenas, chamadas átomos”
identificar os compostos. (C9). “Via Láctea: galáxia é um conjunto
Já os exemplos são vistos após as de estrelas, nuvens de gás, poeira e outros
definições de forma esporádica. O C9 corpos unidos pela força gravitacional”
aborda um exemplo de cálculo sobre (C6). Tais aspectos pontuam um material
movimento. Dos dois exemplos do C8 um de dupla autoria, porém, sem liberdade de
é referente ao PIBID, já o C7 traz nove criação ou interpretação dos conceitos,
exemplos em sua extensão. A ascendência visto que a estrutura revela serem extraídos
deste caderno nos exemplos pode estar literalmente de outras fontes.
atrelada ao conteúdo, pois, trabalha com a
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articulações entre ensino de Ciências e Educação do
Campo através da análise dos cadernos. Rev. Bras.
Educ. Camp., 1(2), 255-278.
ABNT:
FONSECA, E. M., & BIERHALZ, D. K. Discutindo
articulações entre ensino de Ciências e Educação do
Campo através da análise dos cadernos. Rev. Bras.
Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 1, n. 2, p. 255-278,
2016.
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trabalho docente do que a forma de uma universal e assim sendo, o universal torne-
habilitação específica”. Presume-se que se mais universal”. (Caldart, 2011, p. 70).
esses princípios podem contribuir para Essa autora contribui para
superar no curso a fragmentação do entendermos ser objetivo da formação
conhecimento. específica, contribuir com a expansão da
No geral, propôs-se um curso que Educação Básica nas escolas do campo no
promovesse a formação específica por intuito de superar as desvantagens
entender que isso representa “ir além da educacionais vividas historicamente pelos
reivindicação de acesso, inclusão e sujeitos do campo, com isso a política
pertencimento”. (Brasil, 2001, p. 12). Essa educacional ganha uma nova estrutura. O
é uma questão, segundo Arruda e Brito campo (conceito utilizado para denominar
(2009), que precisa ser analisada em o espaço rural em substituição à categoria
profundidade, pois, a defesa pelo zona rural, de caráter urbanocêntrico) antes
específico é permeada por várias visto apenas como celeiro de matéria-
perspectivas. Reafirmam que as prima, passa a ser espaço de vida, história,
singularidades expostas por meio do memória. Isso não significa dizer que o
discurso da especificidade do modo de campo deixou de ser visto como produtor
viver no campo são criação do próprio primário, esse ideário ainda permanece,
capital e que, portanto, não é exclusividade sobretudo, com o agronegócio. Porém, a
do campo. Afirmam que a defesa do mudança nessa lógica é que os sujeitos do
específico fora do quadro de suas relações campo, produtores de matéria-prima,
com a totalidade, obscurece mais ainda a passam a serem vistos como produtores de
visão de mundo dos sujeitos. vida e história.
Para Caldart (2011, p. 155) a Nessa sistemática, nasceu o curso de
“especificidade se refere LPEC, fundamentado de maneira legal na
fundamentalmente aos processos LDB (Lei nº 9.394/1996); Parecer
produtivos e de trabalho no campo das CNE/CEB nº 36/2001 e Resolução
lutas sociais e da cultura produzida deste CNE/CEB nº 1/2001 que institui as
processo de reprodução da vida, de luta Diretrizes Operacionais para a Educação
pela vida”. Esta autora entende que foco na Básica nas Escolas do Campo (DOEBEC);
especificidade não se trata de negar o Parecer CNE/CEB nº 09/2001 e Resolução
universal, nem absolutizar o particular, CNE/CEB nº 1/2002 que institui as
mas possibilitar “que o particular entre no Diretrizes Curriculares Nacionais para a
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multidisciplinar por área de conhecimento saber dos alunos e professores. Por isso,
em regime de alternância pedagógica. O defende que seja (re)politizado, que integre
que contribui para a existência de um os saberes, vivências dos/as educadores/as
profissional no campo habilitado para e dos/as educandos/as no sentido de
realizar um trabalho que na maioria ele faz contribuir para que a escola e a sociedade
sem à devida formação. O depoimento os reconheçam e valorizem como sujeitos
abaixo esclarece ser a formação por área histórico-sociais. E que os próprios sujeitos
uma importante ferramenta para fortalecer se percebam e se reconheçam como
a educação do campo na região marajoara, sujeitos de conhecimento.
uma vez que se configura como No particular desta licenciatura em
possibilidade de integração e construção de Portel a formação por área pauta-se pelo
saberes. Vejamos: desenvolvimento do currículo nos
tempo/espaço educativos, contemplando o
Para a educação do campo a
formação por área é fundamental ... trabalho pedagógico em uma perspectiva
fortalecer a área do conhecimento, é interdisciplinar com base em uma
olhar um determinado objeto a partir
de várias possibilidades, por metodologia de integração das disciplinas
exemplo, é olhar o ser humano na
relação com a escola através da (IFPA, 2011). Diante disso, colocam-se
geografia, da história, da sociologia, dois professores juntos no mesmo
da filosofia e a partir daí construir
outros conhecimentos dialogando espaço/tempo para ministrarem duas
esses saberes. (CP01).
disciplinas, em que cada professor é
bem como para a transformação da escola. pouco ocorreu, uma vez que na maioria das
licenciatura que vai além da formação por para que cada um ministrasse a sua
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ABNT:
Uma primeira versão desse texto, como resumo Costa. E. Licenciatura em Educação do Campo:
expandido foi apresentada no XII Seminário Intencionalidades da formação docente no Marajó.
Nacional de Políticas Educacionais e Currículo, I Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 1, n. 2,
Seminário Internacional de Políticas Públicas p. 279-298, 2016.
Educacionais, Cultura e Formação de Professores,
realizado em Belém, de 25 a 27 de novembro de
2014.
ii
Universidade Nacional do Brasil, Universidade
Federal da Bahia, Universidade Federal do Pará,
Universidade Federal de Campina Grande,
Universidade Federal de Minas Gerais,
Universidade Federal de Sergipe, Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.
Rev. Bras. Educ. Camp. Tocantinópolis v. 1 n. 2 p. 279-298 jul./dez. 2016 ISSN: 2525-4863
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Revista Brasileira de Educação do Campo
ARTIGO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p299
Rev. Bras. Educ. Camp. Tocantinópolis v. 1 n. 2 p. 299-317 jul./dez. 2016 ISSN: 2525-4863
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sociais do campo, qual seja: “educação erudito ou científico. Mas, este último tem
para a transformação”. E, por fim, do de partir do saber popular. Ele diz: “O
ponto de vista do tamanho atendiam a primeiro é o saber que a gente chama de
dinâmica das oficinas/encontros. saber prático sem o qual a gente não
O texto: “Fala de Paulo Freire aos realiza as coisas. O outro saber é o saber
Sem Terra” apresentado na cartilha que a gente chama de saber teórico sem o
organizada por Caldart e Kolling (2005) qual a gente também se perde”. (p. 24). É
reforça a profunda identificação histórica e nesse termo que o autor nos ajuda a refletir
política desse educador com as lutas com os alunos o sentido de práxis.
sociais do campo. Para ele, os No texto “Papel da Educação na
trabalhadores do campo, que são sujeitos Humanização” Freire explica os
de projetos de educação popular por vias fundamentos de uma educação
do movimento ou de campanhas de humanizadora, demarcando à diferença
alfabetização, fazem ou participam de um para uma educação que torna mecânico o
processo que ao mesmo tempo é político, ato de ensinar, que desrespeitando o vir a
social e pedagógico. E que assim sendo, tal ser de cada homem/mulher o objetiva, o
processo leva a conquista de dois direitos desumaniza. E explica esse processo de
que só se consegue com esse movimento humanização e desumanização, portanto,
de briga: “... o direito a conhecer, a na diferença entre uma educação bancária
conhecer o que se conhece, e o direito a (que desumaniza o aluno) para uma
conhecer o que ainda não se conhece.” educação libertadora (que produz o homem
(Freire, 1991, p. 05). sujeito). Porém, esclarece que: “Ambas,
É nesse aspecto que Freire constrói a humanização e desumanização, são pos-
relação entre o saber popular e o saber sibilidades históricas do homem como um
erudito, levando os trabalhadores a ser incompleto e consciente de sua
entender o modo como cada um desses incompleticidade”. (Freire, p. 03). Explica
saberes é produzido, por que e para que a incompletude do ser, e este é um conceito
cada saber será utilizado, e de que modo fundamental para a discussão com os
eles foram postos como antagônicos. Freire alunos/militantes que tanto se referendam
explica ali que o saber dito popular é o na noção de dialética em seus discursos e
saber do senso comum, que ele é no material político de leitura que seus
importante, mas, não é suficiente. E que movimentos produzem. Entende-se que a
pode ser completado pelo saber dito incompletude do ser nos remete as
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Foto 01 - Fonte: Arquivo dos autores: Mística do Encerramento das Aulas com Homenagem àqueles que
contribuíram com o curso, 2011.
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e objeto de estudo que nos impulsionou. alguns deles nesse momento vivenciando a
Ali estava a oportunidade de discutir com condição de alunos, aprendam para além
eles o que, de fato, constitui essa do conhecimento que já traziam do mundo,
Pedagogia de Paulo Freire no cotidiano do entendam o sentido das palavras do que
movimento e desenvolver essa formação para eles já fora apreendido, ultrapasse,
em outra esfera, que não aquela que portanto, a força dos slogans, diríamos das
costuma ocorrer nos interstícios dos palavras de ordem. Em uma das místicas,
movimentos sociais. lembramos que a finalização desta era
A exemplo, citamos as místicas que quando todos em círculo com o braço em
eram preparadas como rituais de passagem punho levantado gritavam a palavra de
ou de iniciação e finalização de algum ordem: “globalizamos a luta, globalizamos
momento, que poderia ser: o início do dia; a esperança”. Ou seja, Freire nos leva a
o início do semestre; a finalização de cada pensar sobre cada sentido que a mística
disciplina; uma data comum aos produz, inclusive esse, em que a palavra de
movimentos participantes, etc. A mística ordem naquela frase expressa uma tomada
traduz o movimento social que a organizou de posição ideológica de reelaboração do
naquele dia e espaço. Expressa sua sentido do termo: globalização. Pois,
identidade, as bandeiras que defende, as globalização é a mundialização das coisas,
cores, os mártires que já tombaram na luta das relações sociais, das relações de
do campo. Enfim, a mística traz um trabalho e da produção das mercadorias e
conjunto de símbolos e significados para do consumo em função dos interesses do
expressar em um só momento a mensagem capital. Porém, enquanto palavra de ordem
elaborada para aquele fim. A mística a ser dentro da mística, há uma reelaborarão que
realizada impõe e corporifica naqueles só é possível se entendida a partir de uma
símbolos apresentados à identidade política ressignificação crítica, do sentido atribuído
e constitutiva daquele movimento. Dito no movimento social, no qual é
isto, foi possível, com base na discussão compreendida por todos que a gritam nessa
que Freire faz no texto que fala aos sem perspectiva crítica de tomada de posição.
terra problematizar o quão importante é Que naquela palavra de ordem aparece
que os trabalhadores sem terra que como globalizar o que defendemos,
integram os movimentos sociais do campo, socializando a todos.
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Foto 02 - Fonte: Arquivo dos autores. Imagem de uma das Místicas realizada durante o curso.
Em outras palavras e, a partir do que Esse olhar nos fez iniciar com o texto
fomos apreendendo com as narrativas de Paulo Freire – Educação e
sobre o modo como o movimento social se Humanização -. Pedimos que os alunos
organiza, entendemos que no dia a dia do pontuassem algumas palavras que se
movimento existe um processo constante caracterizam por representar algo que
de aprendizagem/de educação no podem ser conceitos e/ou ferramentas para
movimento e em movimento, e que este a compreensão de outras temáticas. Em
aprender os acompanha na mobilidade que outras palavras, buscávamos as categorias
fazem a todos os lugares aonde vão, ao de análises com as quais eles tinham
mesmo tempo em que se lançam a percebido que o autor trabalha ao discutir
conviver com outros sujeitos e espaços da sobre educação e humanização, mesmo
sociedade. No entanto, nossa perspectiva que ao modo da academia eles não
por ser um curso de graduação que segue entendessem o que seria uma “categoria de
os trâmites da universidade, era de que análise”, estávamos ali pra juntos pensar e
pudéssemos tratar com eles de um descobrir o sentido disso. Surgiram, assim:
conhecimento sistematizado, fazendo-os Alfabetização, Cultura, Educação,
produzir, escrever e ler teorias, ler autores Poder, Luta. (grifo nosso).
que discutem as situações empíricas à luz E, ao elencar esses conceitos, como
da teoria. assim os denominaram, os alunos nos
levaram à discussão do texto “Fala de
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Paulo Freire ao Sem Terra”, no qual uma vocês estão ajudando a fazer
possibilitando aos companheiros que
das orientações de Paulo Freire, que o ainda não lêem a palavra, mas já
movimento tem traduzido para si, quanto a lêem o mundo, quer dizer, já tem um
certo saber pouco rigoroso do
esse processo de capacitação formal é que: mundo, da sua realidade: o que vocês
estão agora começando a possibilitar
“Ninguém escreve se não escrever, assim é que lendo a palavra, aprendendo a
como ninguém nada se não nadar”. E “... ler a palavra, a escrever a palavra
lida, os adultos jovens e
Ao deixar claro que o uso da linguagem e companheiros adultos possam reler a
leitura anterior do mundo... (Freire
da escrita, portanto o da leitura, está em apud Caldart & Kolling, 2005 p. 25).
relação com o desenvolvimento das
condições materiais da sociedade, estou A leitura dessa fala de Freire
sublimando que minha posição não é impressa na cartilha organizada pelo
idealista”. (Freire, apud Caldart & Kolling, ITERRA produziu uma aula sobre o
2005, p. 36). repensar da prática, das palavras de ordem,
Quando apontava para o movimento enfim, do acesso ao conhecimento e da
social do campo à necessidade da instrução prática política. Foi uma aula a partir do
formal, da qualificação instrumental de que disse Freire: “... conhecer melhor o
seus integrantes, Freire reafirmava aquilo que já se conhece tem que ver com o que a
que já estava posto em sua literatura ao gente chama de saber popular, sabedoria
discutir a necessidade da alfabetização popular, ao lado do saber que a gente
como forma de instrumentalizar o homem chama de saber erudito...” (2005, p. 22).
para ter acesso aos códigos de linguagem Assim, aulas como estas levaram a
da sociedade à qual faz parte e do sistema oralidades muitas vezes produzidas
que o coloca como objeto, que o coisifica. somente na sala de aula, mas, que o
Na fala que fez para os trabalhadores do recurso da memória com algumas
Assentamento Conquista da Fronteira em anotações pretende aqui sistematizar.
Bajé, no dia do lançamento do Projeto de No terceiro encontro da oficina
Alfabetização de Jovens e Adultos dos discutimos o texto da “Fala ao Sem Terra”
Assentamentos do MST, ao se remeter a e também o vídeo: “Educação e
importância disto, explicou: Transformação”. Os debates iniciaram-se
com a discussão: se existe ou não um
Eu acho que uma seria transformação
revolucionária da sociedade teria, se método Paulo Freire? Esta pergunta gerou
ela for realmente democrática, se ela
uma grande polêmica, até mesmo por que
for radical, se ela for às raízes, ela
terá que oferecer ao povo, ela terá no vídeo há alguns depoimentos de pessoas
que democratizar o saber...O que
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que conviveram com Paulo Freire que por isso que se utilizam da proposta de
divergem quanto a isto. Alguns afirmam a alfabetizar de Freire também como uma
existência de um método e outros ação conscientizadora para as discussões
entendem que Freire criou um sistema de na organização dos assentamentos, e por
educação ou uma epistemologia da este entendimento a aluna citou o exemplo:
educação. “Cada área de assentamento tem uma
Não está claro para os alunos se há temática de assunto de problema para
ou não um método Paulo Freire. E, em resolver e é isso que faz ter o tema gerador.
uma das alunas pontuou: “Eu acredito que Às vezes é problema de gênero no outro é
Paulo Freire não tem um método e sim um de casa para construir”.
modo de pensar a educação. Estamos em De suas narrativas compreendemos
Rondonópolis discutindo com nossos que há uma imediata correlação teoria-
companheiros do dia a dia sobre os prática, posto que ao tentar defender o
problemas da área, tentamos sistematizar tema sobre os quais estão escrevendo, o
isso e encontrar os caminhos. Como é fazem contextualizando em exemplos do
difícil a gente se libertar, como é difícil cotidiano das lutas. Expressar a
discutir a opressão. Eu vejo Paulo Freire compreensão do texto do autor é narrar um
como um indagador de nossa própria exemplo que reinterpreta o pensamento do
realidade”. autor. Isto também é recorrente nas aulas
As falas apontam para que se entenda de orientação de TCC, quando alguns
que há uma interpretação sobre método alunos, ao discutirem suas temáticas com
como algo mais limitado, quanto à base numa leitura recomendada, refletem
abrangência das ideias e dos estudos de sobre as teses do autor a partir de
Freire. Um dos presentes falou: “... se você interpretações que se materializam no
pegar a fala de Paulo Freire e dizer que é vivido.
um método você a engessa, é mais como Um das alunas, ao discutir sua
uma metodologia...”, a partir dessa fala, se temática de monografia, na qual apresenta
percebeu a necessidade de explicitar que a a história da educação do Brasil, explicava
polêmica era entender que estávamos de forma insistente a necessidade de
discutindo sobre método de alfabetização, compreender a história da educação desde
e nesse sentido, o pensamento ou a o período colonial, mesmo que a orientasse
produção científica de Freire não se limita dizendo que para discutir o problema foco
a um método de Alfabetização apenas. É da monografia apenas necessitaria de fazer
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trata da Educação Física na escola de seu alargou em outros debates por outros
assentamento, ou seja, a Educação Física a componentes curriculares. Entretanto, não
ser ensinada no campo. Escrever a foi capaz de superar alguns aspectos
monografia foi um exercício científico que naturalizados de sua compreensão da
lhe esclareceu a partir da leitura da palavra realidade dada. Percebi isso quando no seu
o que ele já conhecia de modo empírico, texto expôs sem explorar criticamente que
sobre a cultura corporal da vida no campo. a cultura corporal está submersa a um
Sua atividade de professor de Educação recorte de gênero. No entanto, o sentido e a
Física, como acima explicou, era de percepção do que é cultura corporal está
voluntário, mas, foi por essa experiência clara:
que se descobriu e construiu como
Naquela escola tenho trabalhado
professor, e foi a partir de um elemento da apenas com os aspectos da cultura
cultura do campo – jogos, lutas e corporal dos assentados, que se
refletem em brincadeiras que
brincadeiras – que ele se dava conta do que exploram o ambiente em que estamos
inseridos, ou seja, o campo. Em geral
em sua realidade do assentamento ele as atividades mais comuns são os
poderia nomear cultura corporal. Uma jogos e as brincadeiras tradicionais
da cultura rural do Brasil. Com os
passagem do seu texto de TCC explicita meninos brincamos de bola e estas
bem o nível de compreensão que o bolas são em geral criadas por nós
mesmo, quando a escola não tem
conceito de cultura corporal lhe doada pela Secretaria de Educação.
E, para as meninas que preferem se
proporcionou: recolher em brincadeiras abaixo das
árvores ou no pátio da escola estão as
Neste estudo queremos discutir a brincadeiras de pular corda,
Educação Física na educação básica queimada baliza, entre outras.
para entender conhecimentos
necessários que possa me Considerações finais
fundamentar como professor de
educação física da escola do P.A.
Vale do Esperança. E a partir da Nossa inserção como professores
inter-relação entre a história da nossa
luta e o que os autores chamam de articulados aos movimentos sociais do
cultura e cultura corporal contribuir campo, sem dúvida, é um elemento
com a construção dos conhecimentos
de crianças e adolescentes significativo para a construção desse objeto
considerando o processo político
educacional vigente e do qual elas de estudo. Quando o curso Pedagogia da
fizeram parte na luta pela terra. Terra se iniciou em nossa instituição,
(Aluno, 2011, pg.21).
emergiram as forças políticas das posturas
Nossa discussão sobre cultura como contra-hegemônicas da sociedade brasileira
modo de vida, signos e significados se e isso não foi somente em Goiás. Toda essa
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história pode ser entendida, hoje, como com integrantes da turma (perca de
parte da história da educação popular no parentes ou amigos) ou nos casos de saúde
Brasil, quando esta se cruza com a os quais são impossíveis prever. A
educação erudita, mas, principalmente solidariedade entre eles ultrapassava os
aqui, revela os sujeitos sociais do campo limites das bandeiras, hinos e das ações
tentando ocupar novos espaços que não a políticas previsíveis nos seus movimentos.
terra de cultivar produtos agrícolas, e sim a A tudo isso Freire chamaria de boniteza de
de cultivar os conhecimentos. viver. Isso muito tinha a ver com o saber
Sua inserção nos muros da popular, o saber do campo, o saber de
universidade revelou histórias de buscar remédios nas plantas medicinais ou
preconceito e discriminação, nos fez na cultura popular de cada região e lugar
perceber as incoerências daqueles que de onde provinham. Não foi uma nem duas
escrevem sobre dialética, mas, não sabem vezes que antes ou pós-aulas algumas
vivenciar a relação dialética. Do ponto de situações de saúde entre os componentes
vista dos alunos, nos fez perceber que eles da turma e as crianças da ciranda
quebraram paradigmas internos do produziram discussões sobre remédios
movimento social quanto a necessidade caseiros, amamentação e curas com plantas
que a condição de alunos os colocou na medicinais ou com benzedeiras.
exigência do domínio dos códigos de Nesse sentido, pensamos que nossa
linguagem e de saberes dominante e contribuição seja fazer essa intercessão
hegemônicos de nossa sociedade. entre os conhecimentos, a fim de que
Também, uma convivência mais possamos fecundar uma formação mediada
horizontal, numa perspectiva freiriana com pela discussão da identidade do sujeito do
essa turma, nos proporcionou o campo, que ora se pluraliza e que, ao
entendimento de que esses alunos pensar pedagogicamente, requisita o
compreendem a vida na luta e no lúdico. pensamento daquele que foi um dos
Suas condições concretas de existência não maiores educadores populares deste país.
lhes tiram o potencial de querer e viver A reelaboração que fazem hoje,
emoções, de viver a boniteza que Freire dessa experiência de estudar na
tanto reclama em sua literatura. E, também, universidade, está diretamente relacionada
a dimensão da solidariedade humana. Isso à ação política que desempenham na
foi possível observar quando algumas sociedade como sujeitos sociais que se
situações inesperadas de perda ocorreram impulsionam contra o que é estabelecido
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Pereira, M. C., & Lustosa, F. H. C. (2016). Reflexões sobre a Pedagogia Paulo Freire...
pelo Estado burguês, e que por isso cabem ____________. (1979). Educação e
Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
alguns embates dentro do aparelho burguês
de dominação que é a instituição pública – ____________. (1997). Papel da Educação
na Humanização, Revista da Faeeba/FE/
escola -. Por isso, durante todo o curso eles
UNEB, 6(7), 9-32.
estabeleceram a mesma lógica dentro dos
____________. (1998). Alfabetização:
muros da universidade com as quais eles
com escola, terra e dignidade.
atuam diretamente com o poder estatal,
Caldart, R. S., & Kolling, J. E. (2005).
qual seja: a prática de dialogar em
Paulo Freire: um educador do povo.
comissões, de realizar suas místicas, de Veranópolis, RS: ITERRA/MEC/FNDE.
dividir o trabalho sexual e social no dia a
Vídeo Documentário. (2005). Paulo
dia da escola, de manifestar-se, de expor Freire: educar para transformar. (28
min.). Projeto Memória. Instituto Paulo
seus símbolos para marcar território e, por
Freire: Petrobras: Governo Brasileiro.
fim, de questionar os ritos pré-
estabelecidos da instituição.
i
Sala de Aula, aqui neste texto, é mais do que lugar
Ser professores desses alunos e ter onde se realizam as aulas dos conteúdos
programados. São todos os espaços de
vivenciado com eles inúmeras experiências aprendizagem onde, através do Curso de Pedagogia
de luta dos movimentos sociais nos da Terra, nos relacionamos com os alunos, como
homens e mulheres da sociedade em que vivemos, e
possibilitou um reinventar da prática isto ultrapassa as quatro paredes da sala de aula,
estendendo-se às manifestações, às festas, aos
pedagógica e do sentido de viver a eventos acadêmicos e aos debates políticos que
ocorreram. (Palavras dos autores).
educação escolar nos muros da
universidade. A eles só temos que
agradecer. Recebido em: 01/07/2016
Aprovado em: 31/07/2016
Publicado em: 13/12/2016
Referências
Como citar este artigo / How to cite this article /
Fazenda, I. (Org.). (1991). Metodologia da Como citar este artículo:
Pesquisa Educacional. São Paulo: Cortez.
APA:
Pereira, M. C., & Lustosa, F. H. C. (2016). Reflexões
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Fazer: teoria e prática em educação Pedagogia da Terra. Rev. Bras. Educ. Camp., 1(2), 299-
popular. Petrópolis: Vozes. 317.
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Revista Brasileira de Educação do Campo
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técnicas a ser adotado para construir uma ocorrem na sociedade, sendo este
referencial teórico. Também explica que: movimento que a envolve produz novas
práticas e compreensões sobre um
As pesquisas crítico-dialéticas determinado fenômeno educativo no
questionam fundamentalmente a
visão estática da realidade implícita Brasil.
nas abordagens anteriores. Esta visão
esconde o caráter conflitivo,
Taffarel (2005) aponta que educação
dinâmico e histórico da realidade. é apresentada pelo setor empresarial como
Sua postura marcadamente crítica
expressa a pretensão de desvendar, o remédio de todos os males, o meio de
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conteúdos que vem sendo trabalhados e se têm sido construídos e influenciados pelos
contemplam a necessidade da maioria. contextos produzidos ao longo de suas
histórias, mas, vêm se estabilizando e
Formação de professores de Educação
deixando de acompanhar o período
Física da UNEB/DCH IV e a relação
com a Educação do Campo histórico e a contextualização da região
onde estão inseridos.
O presente estudo abarca na coleta, Os cursos de licenciatura devem
análise e discussão dos resultados as três seguir o que aponta a Resolução n.
etapas de Bardin (2006). A primeira etapa, 02/2002 da Câmara de Educação Superior
chamada de pré-análise, se referiu a coleta do Conselho Nacional de Educação
prévia dos dados obtidos nos bancos de (CNE/CES), em seu segundo artigo:
dados a procura das referências,
começando pela leitura de resumos, Art. 2º A organização curricular de
cada instituição observará, além do
observando os que se encaixariam melhor disposto nos artigos 12 e 13 da Lei
9.394, de 20 de dezembro de 1996,
na produção do texto, como foi feito neste outras formas de orientação inerentes
trabalho. Organizou-se o material a ser à formação para a atividade docente,
entre as quais o preparo para:
analisado com o objetivo de torná-lo I - o ensino visando à aprendizagem
do aluno;
operacional, sistematizando as ideias
II - o acolhimento e o trato da
iniciais. Tratou-se da organização diversidade;
III - o exercício de atividades de
propriamente dita por meio de quatro enriquecimento cultural;
etapas: (a) leitura flutuante, que é o IV - o aprimoramento em práticas
investigativas;
estabelecimento de contato com os V - a elaboração e a execução de
projetos de desenvolvimento dos
documentos da coleta de dados, momento conteúdos curriculares;
em que se começa a conhecer o texto; (b) VI - o uso de tecnologias da
informação e da comunicação e de
escolha dos documentos, que consiste na metodologias, estratégias e materiais
de apoio inovadores;
demarcação do que será analisado; (c) VII - o desenvolvimento de hábitos
formulação das hipóteses e dos objetivos. de colaboração e de trabalho em
equipe. (BRASIL, 2002).
Sabemos que essa discussão sobre a
formação de professores está longe de ser Em 2009 ocorreu a aprovação pelo
esgotada e, ao repensá-la, obrigatoriamente CES/CNE da Resolução 04/2009
devemos rever também os currículos dos CNE/CES que institui a carga horária dos
cursos de Educação Física e sua inserção cursos de graduação em Educação Física,
nessa discussão. Em nossas reflexões, na modalidade graduação/bacharelado, no
partimos do princípio de que os currículos
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APA:
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conhecimento sobre o lazer no curso de Licenciatura
em Educação Física da UNEB campus/DCH IV e a
especificidade da Educação do Campo. Rev. Bras.
Educ. Camp., 1(2), 318-343.
ABNT:
SANTOS, C. C.; CRUZ, A. C. S. O conhecimento
sobre o lazer no curso de Licenciatura em Educação
Física da UNEB campus/DCH IV e a especificidade
da Educação do Campo. Rev. Bras. Educ. Camp.,
Tocantinópolis, v. 1, n. 2, p. 318-343, 2016.
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Revista Brasileira de Educação do Campo
ARTIGO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p344
Juliana Souza de Oliveira1, Tatiana Souza de Camargo2, Ramofly Bicalho dos Santos3
1
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ. Instituto de Biologia. Rodovia BR 465, Km 07,
Seropédica, Rio de Janeiro - RJ. Brasil. juoliveirabio93@gmail.com. 2Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro - UFRRJ. 3Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ.
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florestas onde vivem as diversas nações que o homem do campo foi concebido
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feita a fim de atender essas especificidades região Sul do Brasil, entre 1989 e 1990
seringueiros”. (p. 9). E esta é a educação origem do aluno. Essa proposta pedagógica
necessidades dos camponeses, que entende do tempo e das atividades didáticas entre a
dimensões que os constituem como tem sido estudado e elogiado por grandes
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anos cursando o segundo ano do ensino que lhes são próximos, como sua
primo (Agricultor A) que foi estudar médio no campo, com isso questionou-se a
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homens do campo e a melhora de sua larga escala. Por outro lado, os agricultores
qualidade de vida. Para isso, não basta ter aliados à SerrAcima apresentam boas
escolas no campo, é necessário construir perspectivas.
escolas do campo com um Projeto Político O investimento em um novo público
Pedagógico vinculado às causas, aos apresenta chances de crescimento num
desafios, aos sonhos, à história e à cultura novo mercado, a dos produtos
do povo trabalhador do campo. agroecológicos, graças a consciência de
O modelo educativo ainda um consumo sustentável e saudável que
comumente utilizado no campo ainda é tem ganhado força nos últimos anos, aliado
baseado num modelo advindo dos centros a investimentos, mesmo que ainda tímidos,
urbanos. Ainda é recente o entendimento na valorização do pequeno agricultor, o
de que o campo não poderia ter o mesmo que tem se tornado um meio de reação a
modelo e foco de ensino que a cidade, pressão do agronegócio. A agroecologia
afinal, são realidades e contextos recupera a compreensão holística do meio
diferentes. A educação do campo é feita rural, negligenciada pela Ciência, porém,
com a participação dos seus sujeitos, importante entre as populações
enquanto protagonistas. Alguns autores tradicionais, para entrar nos complexos
afirmam que a educação “no” campo “entremeados da diversidade” na busca da
(rural) traz a ideia de passividade. Onde os compreensão dos “saberes, desejos e
sujeitos são considerados desprovidos de necessidades” das populações locais e
qualquer conhecimento e deveria ser tradicionais.
inserido no processo de ensino- Com o presente estudo pudemos
aprendizagem, como uma folha em branco perceber uma parte singular das demandas
a ser escrita. da educação que se faz no campo. Os
Fator contribuinte para migração o relatos apontam que esse modelo de
jovem do campo para cidades é a falta de educação atribui ao sujeito do campo a
perspectiva de crescimento profissional e obrigação de adequar-se e incorporar a
econômico. Este fator afeta a questão de educação vinda do ambiente escolar, não
sucessão social do campo, como pudemos percebendo o engajamento da escola pela
perceber com os relatos dos jovens, o valorização do campo geográfico,
mercado do agricultor agroecológico ainda sociocultural e todas suas múltiplas
é muito recente e um pouco restrito, significações.
predominando agricultura convencional em
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i
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Público.
APA:
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Escola do campo: uma visão dos jovens sobre as
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ABNT:
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ARTIGO
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cual garantiza que los alumnos reciban los trabajo preventivo de salud en su
común, para continuar la educación libros, etc. En todos los casos se garantiza
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ii
Conforme IBGE (2016), a população estimada
do Estado do Tocantins corresponde a
1.532.902 habitantes.
Recebido em: 05/10/2016
iii
Por mais que haja a discussão e defesa de uma Aprovado em: 19/10/2016
Educação do Campo, com escolas do campo, o Publicado em: 13/12/2016
que ainda muito se encontra é uma educação
para o meio rural, repleta de escolas rurais, ou
seja, de escolas distribuídas no campo, mas sem
uma proposta de trabalho e organização (de Como citar este artigo / How to cite this
infraestrutura física, de equipe de trabalho, article / Como citar este artículo:
calendário, modelo de ensino – alternância) que
faça delas uma escola do e para o campo, APA:
emanada de suas necessidades e estruturada Santos, T. F., Vizolli, I., & Stephani, A. D. (2016).
para contemplar a aprendizagem de saberes Desvelando cercas: um olhar sobre a Educação
universais e sobre o local onde vivem os alunos. do Campo no Sudeste do Tocantins. Rev. Bras.
Educ. Camp., 1(2), 381 401.
iv
A exemplo: Decreto nº 7.352 de 04/11/10
(dispõe sobre a política de educação do campo); ABNT:
Resolução CNE/CEB nº 02 de 28/04/2008 SANTOS, T. F.; VIZOLLI, I.; STEPHANI, A.
(estabelece diretrizes complementares, normas e D. Desvelando cercas: um olhar sobre a
princípios para o desenvolvimento de políticas Educação do Campo no Sudeste do Tocantins.
Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis, v. 1,
públicas de atendimento da Educação Básica do
n. 2, p. 381-401, 2016.
Campo) e Resolução CNE/CEB nº 01 de
03/04/2002 (institui diretrizes operacionais para
a educação básica nas escolas do campo).
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Revista Brasileira de Educação do Campo
ARTIGO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p402
Andrêssa Paula Fadini de Sousa1, Rita Márcia Vaz de Mello2, João Assis Rodrigues3
1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo - IFES. Coordenação Geral de
Ensino/Núcleo de Gestão Pedagógica. Rodovia ES-080, Km 93, s/n, Santa Teresa - ES. Brasil.
andressa.fadini@ifes.edu.br. 2Universidade Federal de Viçosa - UFV. 3Universidade Federal do Espírito Santo -
UFES.
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alternância, Gimonet (2007) esclarece que como uma dimensão da prática social
pilares: a formação dos jovens num todo; o práticas são organizadas, como os sujeitos
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descrevem que este estudo deve envolver a Promocional do Espírito Santo (MEPES).
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elementos ativos de transformação social”. pessoal em função deles”. (p. 168), reforça
(p. 81). que ao tornar os elementos da realidade
A presença da cultura como fator de cultural dos alternantes presentes nos
interferência nas práticas pedagógicas dos contextos escolares e nas práticas
Monitores/as conduz à reflexão sobre a pedagógicas, estes serão subsídios que
capacidade de produzir e de transmitir a ampliarão sua formação.
cultura como uma ação inerente aos seres Para melhor compreensão do
humanos e também à educação, pensando a fenômeno da cultura como elemento que
cultura como espaço de oportunidade para está presente e que interfere no fazer
proporcionar aos sujeitos sócios históricos pedagógico da escola e, consequentemente,
a constituição de novas relações sociais, nas práticas pedagógicas ora descritas pelo
priorizando para esta ação as relações e monitor/a, nos remetemos ao pensamento
interações coletivas. Este é o desafio que de Freire (1996) quando se refere a uma
podemos perceber no relato a seguir: educação para a autonomia, onde a
realidade dos educandos/as se torna
A gente em relação à cultura, a nossa
cultura ela é bem tradicional, então elemento fundamental como ponto de
assim, os pais prezam muito. Na partida, mas, ao mesmo tempo se torna
minha prática, eu como professora de
área social, de humanas, nem é tão indispensável a superação de uma postura
difícil, mas quando se trabalha
sexualidade na área mais de Biologia,
educativa que se limite apenas à
então é uma coisa mais assim que a caracterização desta realidade. A
gente tem uma dificuldade maior,
porque os pais tem aquela ideia bem importância de conhecer a realidade está
ainda tradicional, é... pra você levar em poder apreendê-la e problematizá-la
inovações pras famílias também é
difícil, porque eles já vem de uma diante das dimensões culturais,
cultura que eles sabem, então é
complicado, eu acho que esses são os socioprofissionais e políticas onde os
dois termos mais complicados em alternantes estão inseridos. Desta forma, o
relação à cultura pomerana.
(Monitor/a C). resgate dos valores culturais tem lugar de
destaque no processo educacional, por
Forquin (1995), ao ponderar sobre a
serem valorizados, mas, ao problematizá-
necessidade de se pensar uma escola em
los deixam de ser idealizados,
que “educar, ensinar, é colocar alguém em
possibilitando que a formação se consolide
presença de certos elementos da cultura a
tendo como resultado seres humanos mais
fim de que ele deles se nutra, que ele os
livres, que partindo do seu lócus de
incorpore a sua substância, que ele
vivência alcançarão uma visão mais
construa sua identidade intelectual e
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espaços de aula. Não há aqui a intenção de infraestrutura. Sobre estes aspectos Araújo
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seu local de origem e com qualidade de implantação das Casas Familiares Rurais
vida. teve início no Paraná, em 1987, nos
municípios de Barracão e Santo Antônio
Implantação das CFRs: Pedagogia da do Sudoeste, com discussão dos
Alternância
agricultores e envolvimento das
êxodo rural persiste devido a fatores como Paraná não aconteceu por acaso. Após as
envelhecimento no campo, sucessão tentativas para a implantação, com pouco
assim tornado sua sobrevivência incerta. com Euclides Scalcovi, na época Chefe da
Como forma de superar essa conjuntura Casa Civil do Estado do Paraná. De acordo
social surgiram algumas alternativas, como com o autor, os primeiros contatos foram
a Casa Familiar Rural (CFR). Estas feitos por volta do ano de 1985. Após isso,
humana para seus filhos, baseada na março de 1994, assinado pelo então
para os cinco continentes, em trinta países, das Casas Familiares. Conforme dispôs o
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Gráfico I: Número de professores da CFR, horas de permanecia na CFR, média de tempo de atuação na CFR no
período de 2014 a 2016.
Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados fornecidos pela CFR.
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esta proposta de educação. Segundo o com PA? Acreditamos que esse sistema de
prof.1. hora/aula, imposto pelo Estado
compromete a real proposta da PA. A falta
Falta bastante na parte pedagógica,
falta bastante. Tipo colocaram o filho de interação dos profissionais com o
no mundo e deram para os outros trabalho pedagógico, bem como com
criar, foi meio assim a CFR. Quem
entrou aqui para trabalhar tem que se comunidade prejudica a construção do
virar, fazer a coisa acontecer. Quando
eu entrei aqui, no primeiro ano a
saber coletivo.
gente não tinha a mínima noção de A CFR está instalada em uma antiga
como funcionava a pedagogia da
alternância e nós entramos em edificação de escola rural municipal
fevereiro e fomos ter um treinamento
desativada. Esta estrutura foi cedida pelo
de dois dias em maio. Dos que
entraram naquela época eu sei falar município e que não fora projetada para
pra eles como é que tem que fazer,
más não é nunca um curso. Eu acho comportar uma CFR. Contudo, o espaço
que tinha que ser anual. físico da escola conta com duas salas de
aula, três dormitórios com banheiros,
O que observamos na CRF de sendo dois dormitórios masculinos e um
Realeza é um pouco dos contrastes da feminino, dois banheiros sociais, um pátio
educação pública brasileira, realidade esta coberto com piso de chão batido, uma
que foi levada para a educação no campo e cozinha com equipamentos semi-
para as CFRs do Paraná, onde o quadro industriais, local onde são preparadas as
docente está sempre mudando. Essa refeições dos alunos e também onde se tem
rotatividade está longe de ser positiva para aulas prática de agroindústria de
qualquer escola, sendo ela rural ou urbana. alimentícios e um almoxarifado. Já a
Quando falamos das CFRs percebemos que biblioteca, a secretaria e sala dos
está muito distante dos princípios básicos professores dividem o mesmo espaço. A
da PA. Refletindo sobre o problema, nos edificação ainda dispõe de refeitório para
indagamos a respeito de algumas questões: os alunos que também é usado como sala
Como oferecer aos jovens uma educação de TV. Possui uma horta escolar local,
adequada a sua realidade, que lhes onde os alunos tem aula teórico/prática de
permitam condições de exercerem olericultura orgânica, sendo que a
plenamente a cidadania sem ao menos produção é utilizada na alimentação dos
conhecer essa realidade? Alguém que fica alunos. Conta ainda com uma quadra de
apenas algumas horas na CFR, por alguns esportes descoberta e em péssimas
meses, como pode criar vínculos com a condições de uso. Como recursos
mesma, com os alunos e suas famílias e
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Garcia, R. A. G., & Barbacovi, E. A. (2016). Contribuição da Casa Rural Familiar para a permanência da família no campo...
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Tem algumas coisas que a gente fala registradas no Caderno de Realidade. Esse
que são dos antigos que hoje a gente instrumento tem relevância significativa
vê que dá certo, claro de uma
maneira um pouquinho melhorada, para a PA. Para Mattos (2014), a
mas que dá certo. Por exemplo, você
tem que plantar tal cultura em tal lua.
sistematização racional da reflexão e ação
Quando você vai pesquisar tem provocada pelo Plano de Estudos dá
grande influencia sim. Conforme vai
plantar uma batata, uma salsinha, em origem ao Caderno da Realidade, que
fim ela vai carunchar, ela vai consiste no registro e anotações das
sementar. Esse conhecimento que
eles trazem ou alguma maneira que reflexões e estudos das experiências
eles estão trabalhando com a terra, ou
até mesmo com algum produto educativas acontecidas na CFR. Por meio
natural. Isso contribui bastante dele os pais ficam por dentro dos
porque a experiência deles vai passar
para o resto dos colegas, algumas acontecimentos que estão ocorrendo na
vezes a gente trabalha aqui na horta
mesmo e a gente vê que dá certo. escola, podendo assim contribuir com
Então o empírico e o cientifico eles sugestões e conselhos. Este material
se complementam, não dá pra
trabalhar sozinho. acompanha o aluno dentro e fora da CFR.
Outro Instrumento inserido no
Para maior aprofundamento dos contexto da PA é o Projeto de Vida. Já no
temas tratados no decorrer do ano letivo a
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pesquisa sobre o Projeto de Vida do Jovem dos projetos de vida, outra observação
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ii
Um hectare, representado pelo símbolo ha, é uma
unidade de medida de área equivalente a 10.000
(dez mil) metros quadrados. Recebido em: 05/10/2016
iii
Aprovado em: 19/10/2016
Agricultura patronal é um conceito econômico e Publicado em: 13/12/2016
jurídico adotado no Brasil, que se contrapõe à
agricultura familiar, e que conta, em sua produção,
com empregados permanentes ou temporários.
iv Como citar este artigo / How to cite this article /
A Pedagogia de alternância intercala um período Como citar este artículo:
de convivência na sala de aula com outro no campo
para diminuir a evasão escolar em áreas rurais. APA:
v
Garcia, R. A. G., & Barbacovi, E. A. (2016).
Assessor da UNMFRs (União Nacional das Contribuição da Casa Rural Familiar para a
Maisons Familiares Rurales) no Brasil. Veio para o permanência da família no campo: o caso de
Brasil em 1980 para divulgar e implantar a proposta Realeza/PR. Rev. Bras. Educ. Camp., 1(2), 428-452.
da pedagogia da alternância.
ABNT:
vi
Italo-gaúcho nascido em 1932, em Nova Prata GARCIA, R. A. G.; BARBACOVI, E. A.
RS, forjado homem público no Sudoeste do Paraná. Contribuição da Casa Rural Familiar para a
Foi o farmacêutico em Francisco Beltrão PR, permanência da família no campo: o caso de
vereador e prefeito. Contribui-o para a criação da Realeza/PR. Rev. Bras. Educ. Camp.,
Assessoar, líder de amplo movimento pela Tocantinópolis, v. 1, n. 2, p. 428-452, 2016.
legitimação das terras que causara o grande levante
de colonos, em 1957 (Haygert, 2006).
vii
Arcarfasul - Associação Regional das Casas
Familiares Rurais do Sul do Brasil
viii
Uma escola-base é uma Escola Estadual, no
mesmo município de instalação da CFR e que a
escola responsável pela documentação escolar dos
jovens alternantes e pela certificação tanto do
Ensino Médio como do curso técnico realizado na
CFR.
ix
Criada em 1982, a Unefab – União das Escolas
Famílias Agrícolas do Brasil. A Unefab, junto com
as Casas Familiares Rurais, congregam os Ceffas –
Centros de Formação por Alternância, que então
passam a organizar as experiências tanto de EFAs
como de CFRs (Matos, 2014, p. 25).
x
Associação de Estudos, Orientação e Assistência
Rural, é uma entidade jurídica de direito privado, de
caráter educacional e filantrópico, sem fins
lucrativos.
xi
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural é
uma entidade vinculada a Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil que tem como
objetivo organizar, administrar e executar, em todo
território nacional, a Formação Profissional Rural e
a Promoção Social de jovens e adultos que exerçam
atividades no meio rural.
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ARTIGO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p453
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igualdade e pelos direitos garantidos por nos poucos núcleos urbanos onde houvesse
lei, os quais não são concretizados nas conventos. Contudo, Santana (2011, p. 4)
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Operacionais para Educação Básica nas das instituições de ensino e também nas
propostas para os povos do campo. O texto Operacionais para a Educação Básica nas
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aquela que:
As concepções, tanto de escola
Abre a possibilidade de transformar o quanto de educação, não fazem nenhuma
homem anônimo naquele que sabe ressalva ao termo Educação do Campo, ou
que pode escolher, que é sujeito
participante de sua reflexão de seja, a escola não se definia como escola
mundo e sua história, assumindo a
responsabilidade de seus atos e as do campoiv. Um exemplo dessa defasagem
mudanças que fizer acontecer. A conceitual é a nomenclatura da instituição,
escola abre espaço para que possa
entrar em contato com uma cultura que utiliza o termo “escola rural” –
determinada, e que, nesse sentido,
contribua para sua conservação. sabendo-se, porém, que as Diretrizes
Curriculares da Rede Pública de Educação
De acordo com essa concepção, a Básica do Estado do Paraná distinguem os
escola é um ambiente onde os alunos se termos "rural" e "do campo", apontando
tornam independentes, críticos e que:
participantes na sociedade. Ela também
A concepção de rural representa uma
proporciona que os educandos conheçam e perspectiva política presente nos
compreendam a cultura da qual fazem documentos oficiais, que
historicamente fizeram referência aos
parte, promovendo sua manutenção. povos do campo como pessoas que
necessitam de assistência e proteção,
A educação é definida pelo Projeto
na defesa de que o rural é o lugar do
Político Pedagógico da escola como: atraso. Trata-se do rural pensado a
partir de uma lógica economicista, e
não como um lugar de vida, de
... um processo universal, sendo trabalho, de construção de
assim, varia de sociedade para significados, saberes e cultura. (Seed,
sociedade segundo as concepções 2006, p. 22).
que cada sociedade tem do mundo,
de homem, de vida social e do
próprio processo educativo. O Assim, o termo "rural" não assegura
processo educacional pode ter início
tanto no indivíduo quanto na a esses povos a valorização de suas
sociedade. Quando se inicia no culturas, pois, representa um ambiente
indivíduo vai completar-se na
sociedade que fornecerá ou não os apenas trabalhista, onde não se tem uma
elementos para a satisfação da
curiosidade. Quanto se inicia fora do perspectiva de crescimento ou de
indivíduo, é nele que se vai concluir, construção de uma identidade tipicamente
na medida em que aprenderá ou não a
informação oferecida. A educação é camponesa – identidade que seja
um processo infindável, constante,
valorizada em suas especificidades.
pois uma curiosidade satisfeita
produz a busca de novos
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constatou durante a análise do Projeto mesmo, ou seja, mais uma vez a Educação
Político Pedagógico (Chopinzinho, 2007). do Campo tem suas especificidades
São apresentados os dados produzidos negadas.
durante a observação na escola e diálogos Parte do espaço físico da instituição
com a pedagoga e com a professora da não está adequado à faixa etária das
Educação Infantil. crianças que frequentam a Educação
Em conversas informais durante a Infantil, pois, apenas as cadeiras e carteiras
observação, a pedagoga relatou que a da sala de aula são adequadas. Os
escola não se orienta por nenhum banheiros possuem sanitários altos e o
documento específico para a Educação refeitório também dificulta a acessibilidade
Infantil e, naquele momento do diálogo e a autonomia da criança. Essas condições
sobre o interesse e contato dos docentes e são explicadas pelo fato de a Educação
dos funcionários com algum artigo, tese ou Infantil funcionar junto a outras etapas da
documento legal sobre o tema, a resposta educação e terem os espaços
da pedagoga foi negativa. A pedagoga compartilhados.
deixou entender, porém, que vê a A respeito da Emenda Constitucional
necessidade de propostas pedagógicas n° 59, de 2009, que tornou obrigatória a
diferenciadas e voltadas para a realidade matrícula de crianças com quatro anos na
local das crianças, mas, encontrando Educação Infantil, a interlocução foi sobre
dificuldades para essa implementação, como a escola vem se preparando para essa
pois, a prefeitura municipal impõe alguns implementação, tendo em vista que o prazo
limites. para execução era até o ano de 2016,
Ainda sobre as ações da prefeitura, porém “... a pedagoga não tem uma
foi perguntado se os professores recebiam estimativa de quantos alunos irão para a
formação continuada e se havia uma escola, dessa forma nenhuma alteração ou
formação diferenciada para os discussão está sendo feita em torno deste
profissionais que atuavam no campo, bem tema”. (Diário de Campo, 2015).
como se os materiais didáticos recebidos O Plano Municipal de Educação de
na escola eram adequados. A resposta foi Chopinzinho aponta que a modalidade da
que a formação acontece anualmente e de creche ainda não tem sua demanda
forma generalizada para professores atingida, sendo que apenas 19,6% das
atuantes na cidade, incluindo os do campo. crianças entre zero e três anos frequentam
O material didático utilizado também é o as creches do município e, das crianças
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valorização das peculiaridades das crianças personagens da região. De acordo com ela,
do campo, mas, percebemos nas suas essas atividades específicas de valorização
observações, que “... ela não faz atividades da cultura local não são feitas, são
voltadas às especificidades do campo” trabalhadas apenas as festas juninas e
(Diário de campo, 2015), pois, relatou que algumas comidas típicas da localidade.
deve cumprir a proposta pedagógica da Desse trabalho de pesquisa, sobre a
escola, que não menciona conteúdo legislação brasileira referente à Educação
específico para o campo. Infantil e a Educação do Campo, além do
Desse modo, as discussões da estudo do que está estabelecido legalmente
Educação Infantil do campo, como no município e na escola sobre educação,
apresentadas na seção anterior, não fazem isso tudo, ao ser comparado com a
parte da vida escolar. Quanto aos estudos realidade da escola, acabou explicitando
de Silva e Pasuch (2010) sobre as formas um funcionamento escolar alheio aos
de vida e de organização do tempo e do anseios nacionais sobre esse nível de
espaço do campo, essas formas educação infanto-juvenil. Assim, de forma
diferenciadas das crianças interagirem com geral, as observações, os registros em
o cotidiano e as incursões dessa realidade diário de campo e as conversas informais
nas brincadeiras não estão contempladas da pesquisa apontaram que a escola apenas
no Projeto Político Pedagógico. se situa/localiza no campo, pois, suas
Nesse momento a pesquisa se práticas pedagógicas e concepções são
deparou com uma lacuna que advém da urbanas – desvinculadas da realidade local.
gestão da escola, ou seja, no momento em Essas questões apontadas permitem
que tanto escola como prefeitura não constatar que o Estado burguês,
assumem a posição de escola do campo, pressionado pela luta de educadores e
sua proposta não vem a se coadunar com a pelos movimentos sociais do campo,
realidade. Decorre, então, que a professora elabora leis e políticas específicas para
fica refém de uma proposta pedagógica esse público, mas, na prática, não oferece
que não dialoga com a realidade. condições para que os municípios e os
Outra indagação feita, para que fosse professores conheçam e implementem
possível refletir sobre as atividades essas políticas. Revelam, portanto, a
realizadas em sala, foi se a professora constante distância entre o plano formal e o
trabalhava alguma festa popular da região, real na implementação da política
artesanato, cantigas, parlendas ou educacional do campo nesse município. Na
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DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p476
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Introdução
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para aprendizagem dos alunos e sua a alienação dos alunos quanto a sua
correta compreensão nas diversas relação com o espaço urbano e com o
escalas de entendimento do mundo. mundo a sua volta e, consequentemente,
Nesse sentido, considera-se a afeta a função social da escola, tornando
importância da definição e articulação a escola um grande espaço de
dos conteúdos da aprendizagem com as reprodução da nossa própria história,
vivências e experiências dos alunos do com amplo viés doutrinador de corpos e
campo integrados com os livros mentes pela elite desse país,
didáticos e outras ferramentas tradicionalmente concentrada nas
pedagógicas, ampliando as relações regiões urbanas.
entre a cidade e o campo, para que Identificamos também, a
dessa forma as crianças possam dar dificuldade de produzir obras que
sentido à produção de saberes e terem atendam a heterogeneidade do campo,
uma formação crítica para atuação em apesar de importante para a
sociedade, de pertencimento ao vivido, comunidade. De certa forma, o
valorizando suas emoções e desejos Programa Nacional de Livro Didático
com a terra. para o Campo ainda necessita de
Considerando a realidade constantes melhorias, principalmente,
pesquisada no Vale das Pedrinhas em na abordagem conceitual entre a cidade
Miguel Pereira, podemos dizer que o e campo. Segundo o Guia dos Livros
livro didático formulado para as escolas Didáticos do Campo (2013), das
urbanas não atendem plenamente as dezesseis coleções avaliadas, duas
especificidades dos alunos do campo, foram aprovadas, mostrando que há um
sendo necessários adaptações e o uso de longo caminho a ser percorrido para a
outras ferramentas pedagógicas para produção de obras de qualidade que
melhor desenvolvimento por parte da atendam a um projeto diferenciado de
comunidade escolar. educação.
Assim, podemos afirmar que o Percebemos que apesar do PNLD
livro didático da coleção projeto Buriti Campo ter como objetivo distribuir
Multidisciplinar não se relaciona obras que atendam a especificidade do
plenamente com o mundo vivido, campo, as obras aprovadas não
desejado, sonhado pelos alunos a que se necessitavam levar em conta a
destina. Pode favorecer em alguns casos organização multisseriada, nem se
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Berbat, M. C., & Feijó, G. C. (2016). Diálogos com a Educação do Campo: o livro didático em questão...
o-didatico/livro-didatico-apoio-a- em:<http://www.forumeja.org.br/.../Vol
gestao> Acesso em: 10/12/2014 %204%20Educação%20Básica%20do%
20.> Acesso em: 17/11/2015.
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Cultura e Esporte, Miguel Pereira (Em Henriques, R. (Org.). (2007). Educação
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30/11/2015. DF.
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Revista Brasileira de Educação do Campo
ARTIGO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p495
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A partir desses dados pode-se não tendo sido verificados hiatos entre
inferir que a produção acadêmica sobre as produções. Nota-se, também, que a
o tema mostra-se expressiva e crescente produção de dissertações e teses
no período delimitado, principalmente alcançou índices acentuados nos anos
quando se compara com os resultados de 2011, 2012 e 2013, quando foram
encontrados por Teixeira, Bernartt e defendidos 16, 15 e 24 trabalhos,
Trindade (2008), que identificou 46 respectivamente. Destaque se faz ao ano
trabalhos em um intervalo de tempo de 2013, que se apresenta também como
correspondente a 38 anos. o de maior número de teses defendidas,
Os dados expressam o caráter tanto no período aqui analisado, quanto
contínuo da produção, ou seja, em todos naquele analisado pelos autores
os anos foram encontrados trabalhos, mencionados.
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Sudeste UFMG 1 0 1
UFRRJ 14 0 14
UFV 5 0 5
UNESP 1 0 1
UNINOVE 1 0 1
FAE Centro Universitário-PR 1 0 1
PUC-PR 0 1 1
UEM 1 0 1
UFPR 1 0 1
UFRGS 2 0 2
UFSC 2 2 4
Sul UNIJUÍ 1 0 1
UNIOESTE 2 0 2
UNISC 4 0 4
UNISINOS 0 1 1
UTFPR 4 0 4
UFPB 1 1 2
UFBA 2 0 2
Nordeste UFSE 1 0 1
UEFS 1 0 1
UNEB 0 1 1
UFG 1 0 1
UFMT 1 0 1
UnB 1 0 1
UFT 1 0 1
Centro-Oeste
UFGD 1 0 1
UNEMAT 1 0 1
UFPA 2 0 2
UNIFAP 2 0 2
Norte
UFRO 1 0 1
UEMA 1 0 1
Total 63 10 73
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Sudeste” (p. 231), o que poderia indicar regiões Sul (27%), Sudeste (21%),
o desinteresse dos Programas de Pós- Norte (16%) e Centro-Oeste (3%).
Graduação pela questão agrária, tão A região Centro-Oeste apresentou
típica da região Sul. Na pesquisa atual, uma diminuição da produção acadêmica
tal tendência não foi observada, sendo sobre Alternância em relação ao
que apenas um trabalho apresentou tal trabalho de Teixeira, Bernartt e
condição, o que sugere o interesse pelos Trindade (2008). Entretanto, observa-se
Programas de Pós-Graduação da região também nesta região o aumento do
pelas demandas advindas dos número de instituições que pesquisam o
pesquisadores locais. tema. Além da UFG e UnB, surgem no
Interessante ressaltar, ainda, que atual cenário a UFMT, a UFT, a UFGD
metade da produção acadêmica e a UNEMAT, com 1 dissertação cada.
verificada na região Sul possui como Apesar de apresentar o menor
objeto de pesquisa as experiências em número de trabalhos, a região Norte
Alternância desenvolvidas por CFRs. obteve um crescimento significativo no
Segundo Borges et al. (2012), esta que se refere à produção acadêmica
região abriga quase 60% da quantidade sobre a Alternância. Em relação aos
de CFRs do país. resultados encontrados por Teixeira,
Apesar de ter apresentado um Bernartt e Trindade (2008), a região
crescimento da produção acadêmica em dobrou o número de trabalhos e
relação ao trabalho de Teixeira, Bernartt quadriplicou a quantidade de
e Trindade (2008), a região Nordeste instituições interessadas no tema, com
continua a demonstrar pouco interesse destaque para a UFPA e UNIFAP, com
pelo tema da Alternância, em contraste 2 dissertações cada.
com o grande número de CEFFAs nela
Distribuição da produção acadêmica
existente. O Estudo sobre o
em Linhas Temáticas
funcionamento dos CEFFAs promovido
pela Secretaria de Educação
O conjunto dos dados relativos à
Continuada, Alfabetização, Diversidade
distribuição da produção acadêmica em
e Inclusão (SECADI) em 2013 mostrou
linhas temáticas apresenta-se disposto
que esta região concentra o maior
na Tabela 4. Cabe ressaltar que 5
número de CEFFAs (33%), seguida das
trabalhos não puderam ser inseridos no
mapeamento temático devido à
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v
Jesus (2007), Souza (2010), Bressiani (2012),
Oliveira (2012) e Barros (2013).
vi
Programa do Governo Federal, cujo objetivo
se resume no resgate da possibilidade da
formação profissional integrada ao Ensino
Médio e na obrigatoriedade de oferta pelas
instituições pertencentes à Rede Federal,
tornando-se responsável pela inserção do
público de EJA nas escolas federais.
APA:
Ferrari, G. M., & Ferreira, O. S. (2016). Pedagogia
da Alternância das produções acadêmicas no
Brasil (2007-2013). Rev. Bras. Educ. Camp., 1(2),
495-523.
ABNT:
FERRARI, G. M.; FERREIRA, O. S. Pedagogia
da Alternância das produções acadêmicas no
Brasil (2007-2013). Rev. Bras. Educ. Camp.,
Tocantinópolis, v. 1, n. 2, p. 495-523, 2016.
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DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p524
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não ensina uma qualquer coisa, um corpo O próprio ato de educar-se pressupõe
qualquer de saber. Ensina aquilo que pode mudança, alteração, incorporação de
e deve ensinar”. (Figueira, 1985, p. 13). O elementos e ações novas.
ensinar nasce, portanto, “com as relações O Movimento Sem Terra é um
reais dos indivíduos”. Cada período importante movimento, na atualidade, de
histórico precisa formar o homem enfrentamento ao capitalismo e de
necessário para sua época. Ao capitalismo construção de novas formas de organização
interessa que os homens aprendam a viver e convívio social, como assinalamos em
sob condições determinadas: as relações passo anterior. É o cenário no qual novas
sociais burguesas. relações entre as pessoas vêm sendo
Todavia, as relações humanas e a construídas e exercitadas e, portanto, onde
educação como parte destas, não são um um processo de educação e formação
campo imóvel ou homogêneo. humana vem se desenvolvendo na
Compreendida no seio das relações sociais, contramão do capital, decorrente do
a educação é espaço de disputa política embate com este.
entre as distintas classes que compõem O MST volta sua ação para a
determinada sociedade. É espaço de transformação social: a superação da
conflito de interesses diversos e sociedade burguesa e a construção do
antagônicos: a manutenção da ordem ou a socialismo. É do caráter do MST a luta
transformação / superação da sociedade pela terra, pela Reforma Agrária e contra o
vigente e a consolidação de novas relações capital. Por isso, “ser sem Terra é não
sociais. A formação humana ocorre nesse aceitar ser esmagado”, como nos diz o
embate entre forças distintas. A luta de educador Adilson de Jesusvi: “é estarmos
classes, os interesses diversos, os conflitos alerta e permanentemente em luta.” A ação
alteram a sociedade, modificam as formas e a educação decorrentes da participação
de viver. O ser humano precisa adaptar-se no MST se dirigem para a transformação
às formas que vão surgindo - mesmo social, cujos sujeitos aprendem estando
porque ele é o agente dessas presentes e participando de sua história.
transformações - precisa aprender a viver Esse processo educativo é exercitado
de novo jeito. Desse modo, a educação se no presente, não algo que se dirige apenas
processa fundamentalmente na mudança, para o futuro. As vivências de novos
nas contradições, nos embates e não no valores, de novas bases nas relações
estável, no seguro ou no correto e perfeito. humanas, já vêm sendo construída no
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caracteriza como sujeito educador, ao este se educa mediante sua própria ação,
mesmo tempo em que essa dinâmica dentro da coletividade Sem-Terra, lutando,
caracteriza o jeito de ser do Movimento. convivendo, estudando, produzindo,
São ingredientes que marcam o organizando-se. O MST só pode se realizar
modo de ser do Movimento. Alguns desses como educador se o sem-terra participar,
elementos definem sua própria existência, agir, se ele se puser em movimento. É um
como a luta social. Outros aparecem mais aprendizado que pressupõe a ação do
fortemente com o amadurecimento do aprendiz. De outro lado, essa ação também
MST. Por exemplo, o cuidado com a forma seu próprio educador.
dimensão cultural e o cultivo da história, O MST tem, por finalidade
apesar de esses aspectos estarem presentes educativa, considerar o resgate da
de forma latente desde a origem do dignidade humana, a autoestima, uma
Movimento. No decorrer da existência de grande obra/herança para a humanidade.
sua organização é que os sem-terras Mais a recuperação daquilo que a
percebem o potencial educativo das ações caracteriza como espécie: a capacidade de
que desenvolvem. Por meio delas é que os pensar, de emocionar-se, de agir
educados se colaram em movimento, ao se conscientemente e, assim, de fazer a
tornarem indivíduos mais participativos. história, à feição como nos fala Caldart:
Essa autoconsciência permitiu ao
Os sem-terras se educam no
Movimento prestar mais atenção nas processo, de modo geral tenso e
práticas que criam, buscando lapidar sua conflituoso, de transformar-se como
camponês sem deixar de sê-lo, o que
atuação e intencionalidades. Possibilita quer dizer, buscando construir
relações de produção (e de vida
que, ao identificar-se como sujeito social) que já não são próprias do
educador, tenha o cuidado pedagógico campesinato tradicional, de onde
muitos sem-terras tem origem, mas
necessário com os seres que cativa, com as que continuem vinculadas
ações que a partir dela podem ser geradas. (econômica, política e culturalmente)
à sua identidade (de raiz) camponesa.
Concebem a autocrítica como (Caldart, 2000, p. 224).
processo permanente. Como alerta a
A ordem do capital para se perpetuar,
Educadora Popular Angelavii: “O educador
nega/impede que as características
precisa ser educado diariamente”. A
fundamentais da humanidade se
educação no MST se dá de forma
desenvolvam. Para o MST, é fundamental
participativa, atuante e não passiva, do
recuperarmos o humanismo e seu contínuo
sujeito sem-terra. Isso significa dizer que
e amplo desenvolvimento. Por isso, é
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grupos sociais vêm exigindo, diante da entre os atores que militam no movimento
inoperância do Estado, uma política de social do campo.
efetivação de seus direitos à educação. Com a ênfase na experiência
A ação dos educadores, na prática construída com o movimento social, a
educativa do movimento social, parte do Escola "Paulo Freire" não defende a
pressuposto teórico que os movimentos minimização dos conhecimentos
sociais possuem caráter educativo (Gohn, científicos-culturais reconhecidos, mas,
1999) e que o movimento social do campo sim, a problematização e o fulcro nas
é educativo (Arroyo, 2004). Encontramos o especificidades dos sujeitos do movimento
caráter educativo presente nos conteúdos social. Ao contrário das imagens que a
curriculares, nos gestos, nas falas, nos mídia enfatiza de maneira miopizada como
documentos e nas relações de trabalho tímidos, muitos silenciosos, “caipiras do
vividas na sociedade e no movimento mato”, os educandos-educadores são
social. Apropositado do que diz Bonamigo participativos no espaço escolar,
(2000), no título de sua obra “Pra mim foi comunicativos com os visitantes que
uma escola”. Eis uma frase muito presente chegam ao assentamento e questionam
muito, assim como ocorreu comigo.
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imagem que, não raro, é feita a propósito A escola precisa ficar atenta a todas
delas. as dimensões que constituem o seu
Eis um dos grandes desafios dos ambiente educativo. Pode-se dizer, neste
movimentos sociais na educação popular: sentido, que a educação escolar, de acordo
promover uma ação educativa que consiga com as intencionalidades do Movimento,
na práxis diária o exercício da liberdade, assume um papel contra ideológico, que
da autonomia e da emancipação. Não sem garanta ao educando a apropriação pela
razão, está as condições iniciais da subjetividade das reais articulações
visibilidade das transformações sociais. O objetivas do contexto social, de forma
nosso envolvimento com o MST esclarecida e crítica. Trata-se de
possibilitou concreta vivência na apropriação de conhecimentos que
experiência diária de emancipação. Para assegurem a destruição de ideias, ideais,
Souza (1999, p. 11), "A vida é uma escola convicções e valores próprios do sistema
para cada um dos trabalhadores e capitalista, possibilitando, com isso, a
trabalhadoras rurais envolvidos no compreensão dos mecanismos da ideologia
movimento social. Aprendem a observar a dominante, como instrumento de
própria situação, uma realidade". A luta dominação.
pela escola é a luta por ampliação da Para Caldart (2000, p. 180), a
leitura de mundo e o acesso ao processo de possibilidade de destruição de ideias e
letramento. O exemplo disso, brinda-nos ideais, convicções e valores, próprios da
Souza: sociedade capitalista se dá à medida em
que a escola não as cultiva. E faz isto
As crianças nas escolas costumam
desenhar a vida no acampamento, especialmente quando, no dia-a-dia de seu
nos trabalhos escolares, em cores longo tempo de permanência com as
escuras, ilustrando incertezas, medo,
tristeza. Ilustram a vida no crianças, adolescentes, jovens, e mesmo
assentamento em diferentes cores,
chamando a atenção para a
com os adultos, mata a memória do
visibilidade de um mundo diferente processo que produziu os sem-terras e se
alegre, onde as brincadeiras, a
infância têm lugar especial. O tempo distancia da cultura material que o
e o espaço nem sempre possuem alimenta. A busca do MST é também pela
limites do espaço urbano. A
liberdade e a criatividade têm lugar construção de uma escola com um jeito
nas pequenas brincadeiras e
brinquedos construídos com os diferente de ser, que desfile nova postura
materiais disponíveis em cada lugar. diante da tarefa de educar, um movimento
(Souza, 1999, p. 11).
pedagógico e um ambiente pedagógico que
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APA:
Costa, J. S., & Caetano, E. (2016). Compreendendo
os movimentos sociais do campo e o MST: projeto
educativo. Rev. Bras. Educ. Camp., 1(2), 524-549.
ABNT:
COSTA, J. S.; CAETANO, E. Compreendendo os
movimentos sociais do campo e o MST: projeto
educativo. Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis,
v. 1, n. 2, p. 524-549, 2016.
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foi premiada nas edições de 1956 “sim, é você. Você controla a Era da
(Insurgentes Húngaros), 1960 Informação. Bem-vindo ao seu mundo”.
(Cientistas Norte-americanos), 1966 (os Assim, com a crescente fama da
Baby Boomers), 1969 (Os Americanos Web 2.0, a TIME decidiu fazer uma
Médios) e 1975 (As Mulheres homenagem ao criador individual de
Americanas). conteúdo nas diversas plataformas da
Em 1982, o Computador foi Internet, dando um visível destaque ao
escolhido como Personalidade do Ano, YouTube, cuja barra de tempo do seu
também representando uma coletividade player de vídeo figura dentro do
por detrás dessa máquina. Já em 1988, monitor da capa. Além da popularização
com a escolha do Planeta Terra das ferramentas de produção
Ameaçado, a TIME faz uma escolha colaborativa, a escolha da TIME
universal para sua Personalidade do também se encontra sincronizada com a
Ano. O “Soldado Americano” seria produção acadêmica que, nesse mesmo
novamente premiado em 2003. No ano de 2006, começou a atentar para o
entanto, nos anos de 2002 e 2005 – com fenômeno social da produção
a escolha dos “Whistleblowers” e dos colaborativa na web, o mass
“Bons Samaritanos”, representando, collaboration.
respectivamente, aqueles que No entanto, todas essas vantagens
denunciaram irregularidades das proporcionadas pela “sabedoria das
grandes companhias e os filantropos – a massas” em meio digital não são bem-
revista não escolhe uma personalidade vindas para todos. Andrew Keen (2007,
coletiva, mas, dá uma designação geral p. 1), quando se encontrou com um
a um grupo de pessoas afins. “utópico doido do Vale do Silício” –
Em 2006, a escolha da que planejava uma interface internética
Personalidade do Ano fez sua escolha que juntava o MySpace, YouTube,
mais controversa – no entanto bastante Wikipedia e o Google on stetroids – não
inserida no atual espírito do tempo, no resistiu em comentar que essa
nosso Zeitgeist – em termos de empreitada era apenas a união da
personalidade coletiva. Com uma capa ignorância, do egoísmo, do mau gosto e
figurando um computador, a revista da tirania das massas on steroids. Para
anuncia que o prêmio vai para “Você Keen, era o início do “Admirável
(You)”, afirmando logo abaixo que Mundo Novo 2.0”.
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como modelo de ação, pois, ele margem de ação que se oferece aos
Podemos ficar aqui com a frase de interessa a esta visão ‘bancária’ propor
Modificá-lo rumo ao ativismo, esse lhes se ‘Ada deu o dedo ao urubu’, para
modelo de ação que serve tanto para depois dizer-lhes enfaticamente, que
aquilo que acreditamos ser um não, que ‘Ada deu o dedo à arara’”.
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educando, o educomunicador faz o seu foi enviado por e-mail para a apreciação
como sujeitos desse processo social. E é lo e enviou por protocolos digitais para
apenas como sujeitos e não sujeitados, a impressão, chegando até você (com
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APA:
Venâncio, R. D. O. (2016). Por uma
Educomunicação Ciberpopular: Ativismo e
Diálogo nas Mídias Digitais. Rev. Bras. Educ.
Camp., 1(2), 550-571.
ABNT:
VENÂNCIO, R. D. O. Por uma
Educomunicação Ciberpopular: Ativismo e
Diálogo nas Mídias Digitais. Rev. Bras. Educ.
Camp., Tocantinópolis, v. 1, n. 2, p. 550-571,
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Macaringue, E. J. (2016). Os desafios de educação em Moçambique em relação à questão agrária e agrícola...
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“dividir para reinar”. Em relação aos usou todos os mecanismos ao seu alcance
povoamentos nos colonatos, quer em áreas para sua aniquilação.
concessionadas, como nos entornos dos O sistema colonial português
pontos de comando de administração procurou destruir as formas de organização
territorial, nomeadamente as comunais, os mecanismos de produção e
circunscrições, tinham em vista assegurar- reprodução sociais, alicerçados nos saberes
se a existência da mão-de-obra barata. locais, desconhecidos pelos “patrões” e
O quadro histórico acima descrito, sem condições efetivas para seu controle,
que se diga, muito sucinto, norteou a foram desencorajados, alegando-se
territorialização de Moçambique. Os superstição. Paralelamente, o advento da
objetos espaciais edificados a partir das modernidade, designadamente, o ensino
imagens projetadas por Portugal revelam formal, a assistência sanitária, a tecnologia
um território descontínuo, isto é, não alcançou o sujeito negro, o que
fragmentado em duas regiões, uma que justifica plenamente a estagnação no
abarca as províncias de Niassa, Cabo espaço e no tempo.
Delgado, Nampula, Zambézia, Tete, Sofala Nesse contexto, os desafios que se
e Manica (norte e centro) e a outra as colocaram ao Estado-nação recém-nascido,
províncias de Inhambane, Gaza e Maputo colocavam-se nos planos ideológicos e
(sul). A conetividade, que cada uma dessas materiais. Realmente, o sistema colonial
regiões estabelece, por meio das ferrovias e edificou imaginários e fatos de
rodovias que as ligam do mar ao interland fragmentação, que efetivamente são
denuncia a sua descontinuidade ao nível fronteiras: camponês/operário;
interno. assimilados/indígenas; campo/cidade. No
É óbvia a continuidade territorial de entanto, se por um lado, o desafio consistia
colonização europeia, na qual, todas as três no desmantelamento das fronteiras
regiões se conectam aos territórios que imaginárias, por outro lado, impunha-se
foram administrados pela Inglaterra, que que essa materialidade efetiva se
usou métodos diferentes de Portugal para complementasse.
exercício do controlo territorial. O sujeito negro, fragmentado
Realmente, a Inglaterra adotou a política socialmente em rico/pobre, no que diz
de manutenção de alguns traços culturais respeito às questões agrárias e agrícola,
africanos diferentemente de Portugal que claramente diverge nas formas como
encarra a posse de terra, o DUAT, por
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i
Conferência apresentada no I Congresso
Internacional de Educação do Campo da
Universidade Federal do Tocantins, no dia 17 de
agosto de 2016.
ii
Newitt (1995).
iii
Três grupos linguísticos distinguem o povo
moçambicano.
iv
Os africanos acreditam muito nos espíritos.
v
Amartya, Sem. Desenvolvimento como liberdade.
1998.
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Revista Brasileira de Educação do Campo
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DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p584
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Rwaimba, S. M. (2016). School based factors affecting learning of Kenyan sign language in primary schools...
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Samuel, R. M. (2016). School based factors affecting learning of Kenyan sign language in primary schools...
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Samuel, R. M. (2016). School based factors affecting learning of Kenyan sign language in primary schools...
aspect to be categorized as a true language. Since then, the same curriculum which
This realization has therefore necessitated includes Sign language as a subject is used
the teaching and learning of Sign by special education schools and
Languages in schools. mainstream schools. Learners with
The school environment, where deafness at school study Sign Language
learning of Sign Languages takes place, is together with lessons in written Swedish.
made up of the school based factors such Classes of students who are hard of
as the school infrastructure, curriculum hearing similarly learn Sign language and
instructional materials used by the spoken language as well as Swedish. This
teachers, teacher training and competency has contributed to good literacy for all
in Sign Language and the school Swedish students who are hard of hearing
management. Adequate, quality and and Deaf. Students with deafness learn
sufficient infrastructure encourages grammar at school and they can compare
learners to freely interact with the written Swedish with Swedish Sign
environment thus spontaneously learning Language. These students learn about
from the interaction. When the teachers’ grammar and the variations in these
have the requisite knowledge in the subject languages. According to Chupina (2006),
and make good use of curriculum in order to learn good Swedish, one ought
instructional resources, they will be more to learn good Sign language.
confident to interact with the learners and In almost all the American States,
disseminate the right knowledge to them. American Sign Language classes are
When the head teachers come up with offered at all school levels i.e. elementary,
supportive policies, learners are more secondary and post-secondary levels.
encouraged and supported to interact with American Sign Language is recognized as
the environment. an autonomous natural language fully
In this respect, many countries have developed with distinct syntax, art form
recognized sign language as an official and grammar. ASL is a visual gestural
language and further introduced it as a language whose grammar and syntax are
taught subject in their schools. unique (Klima & Bellugi, 1979; Baker &
On the global platform, Chupina Battison, 1980; Baker & Cokley, 1980).
(2006) reports that in 1995, Swedish Sign ASL is not based on American English.
Language became a taught subject as well Rather, it is indigenous to the culture of the
as the language of instruction in Sweden. Deaf in Canada and the United States.
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Samuel, R. M. (2016). School based factors affecting learning of Kenyan sign language in primary schools...
American Sign Language has all the acquire naturally, they are still required to
obligatory components of a language: learn it formally in schools.
syntax, structure, relatively arbitrary and KSL was developed by the then KIE,
dynamic and used by a community currently KICD, in conjunction with adult
(Hoeman, 1986). persons with deafness (Ndurumo, 2008).
Regionally, the Zambian government The Ministry of Education in 2004
embarked on a language policy called New recognized the use of KSL as an effective
Break Through to Literacy (NBTL) in medium of communication for learners
2003. According to this NBTL policy, with hearing impairments. In 2010, KSL
children are supposed to be taught literacy was recognized in the new constitution of
in their mother tongue languages in the Kenya as both an official and National
first year of school. The pupils are then language. This was a great milestone in
expected to use the familiar language defining the place of sign language among
(mother tongue) to learn the second the learners with hearing impairments.
language, English. Pupils have to learn the KSL was also declared examinable in
culture, vocabulary and grammar of their schools for learners with HI as from the
mother tongues before proceeding to year 2010 (Kenya National Exam Council
learning the second language, English. (KNEC) (2009). Thus, the learners with
In Kenya, Okombo (1994) points out hearing impairments were given an
that the teaching and learning of Kenya opportunity to choose between Kiswahili
Sign Language ought to be addressed Language and KSL. Throughout the years
since, although children who are Deaf may that pupils have sat for the KSL Paper at
acquire Sign language in their natural the KCPE level, results have shown
environment provided by the school discrepancies among various schools in the
community, the degree of competence that performance of KSL. Some schools were
they require for the purposes of education seen to post excellent results while others
and for complex discourse during their posted average and poor results. This made
adult life after school cannot be achieved the researcher assume that there must be
from a mere language exposure whether some school based factors that brought
signed or spoken. This seems to concur about these variations and so the need for
with the British and American government this study.
policies whereby although English is a The researcher came across no
mother tongue which many children studies on school based factors affecting
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The learning of the sign language The study objectives sought to:
largely takes place in the schools. Since the 1. Determine the impact of the
introduction of Kenyan Sign Language as school infrastructure on the learning of the
an examinable subject, there have been Kenyan sign language among learners with
obvious differences in how different HI.
learners have acquired the expressive and 2. Establish the use of curriculum
receptive skills in KSL as evidenced by the instructional materials by teachers on the
KCPE-KSL results at the end of the learning of the Kenyan sign language
primary course. The phenomenon presents among learners with HI.
a band of schools with some showing 3. Find out the teachers’ levels of
consistent good results and others average academic training in KSL.
and poor results in KSL. Thus it emerges 4. Establish the influence of school
that there could be school based management on the learning of the Kenyan
differences that could be contributing to sign language among learners with HI.
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Samuel, R. M. (2016). School based factors affecting learning of Kenyan sign language in primary schools...
of Kenya. The target population was 2 from 3 randomly picked teachers teaching
head teachers and 27 teachers making a KSL in any of the upper primary classes
total target population of 29 respondents as i.e. class four to seven.
per data from the sub-county educational
Sample Size
offices in Embu and Isiolo in 2014.
10 teachers from St. Luke’s primary
Sampling Techniques
school for HI learners and Isiolo primary
Purposive sampling was used to school for HI learners made the sample
select 2 primary schools for children with size. From each school, data was collected
HI which had presented candidates for the from the head teacher, one teacher
KCPE - KSL paper for the years 2013, teaching KSL at class 8 level and 3
2012 and 2011, from Isiolo and Embu teachers teaching KSL in any of the other
counties. From each school the researcher upper primary classes (class 4-7) as
collected data from the head teacher, a indicated in the sample size matrix table.
teacher teaching KSL in standard eight
level who was purposively sampled and
For the qualitative inquiry, the intent sample is involved, the researcher is
is not to generalize the result to a guided to sample of 10% of the population
population but to develop an in-depth in order to be used for the study. Thus my
exploration of a central phenomenon sample size of 34.49% was acceptable for
(Creswell, 2005). Gay (1996), states that the study.
for a descriptive research where a small
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Interview Guides for the Head Teachers response related to objective 2. The third
part of the questionnaire had two items
A semi structured interview guide
which sought information on the quality of
that comprised of two parts was used on
school infrastructure and its effects on the
the heads. Part one which had three items
learning of KSL and the effect of the
sought demographic data alongside gender,
school management on the same. Item 1 of
level of education, area of specialization
part 2 elicited responses to objective 1 and
and experience of the head teachers. The
the second item gave responses to
second part which comprised of ten items
objective 4.
was used to gather in-depth data on the
head teacher’s level of training in school
Observation Schedules
management and KSL, involvement of
Kothari (2004) says that under this
other stakeholders in the management, the
method, through own direct observation
quality of the school infrastructure and its
the investigators can seek information
effects on the learning of KSL, challenges
without consulting the respondents. Under
faced in managing the schools and the
observation the information obtained
probable solutions to the challenges. This
relates to what is currently happening and
second part of the interview guide elicited
it is not complicated by either the past
responses to objective one, three, four and
behavior or future intentions or attitudes.
five.
Naturalistic observation where the subject
Questionnaires for the Teachers is in its natural habitat or set up and
without the knowledge of being observed,
The teachers’ questionnaire
presents the most accurate and actual
comprised of 3 parts. The first part had
data/information. The researcher observed
four items which aimed at finding out
the curriculum instructional materials
information on the teacher’s background;
being used by the teachers, quality of
gender, age and education level, area of
school infrastructure among other
specialization and the teaching experience.
observable school factors. Collection of the
Part two had two items which sought to
information by the researcher was done
know the teacher’s competence in KSL
using both descriptive and reflective field
and the use of curriculum materials. The
notes.
first item in part 2 gave responses related
to objective 3 while the second item gave
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The tools were administered to the approval. The piloted school was not used
head teacher, one teacher teaching KSL in in the main study.
standard eight and three teachers teaching
Validity
KSL in the upper primary. The pilot study
was aimed at establishing the presence of
Validity is the ability of a tool to
any weaknesses in the instruments and
measure that which it is intended to. It
checking for clarity of the questions or
comes as a result of correct procedures
items from respondents which would assist
being applied to find answers to a question.
in the improvement and modification of
Content validity is determined by expert
the instruments for improved validity and
judgment (Orodho, 2008). Thus, the
reliability. Piloting enabled the researcher
research tools were scrutinized and content
to detect flaws in the administration of the
validated by supervisors and other experts
research instruments. After piloting, all
from Kenyatta University, department of
corrections and alterations, both
Special Needs Education. Their
typographical and content, on the
recommendations were incorporated in the
instruments were made and discussed with
final questionnaires so as to enable
the researcher’s supervisor and other
collection of data that were valid for
experts in the area of special needs for
analysis.
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Samuel, R. M. (2016). School based factors affecting learning of Kenyan sign language in primary schools...
sampled teachers and took them through handed in the filled in questionnaires to the
the instructions on how to fill the researcher. Finally, the researcher went
questionnaire. The researcher remained in round observing relevant details from the
the staffroom offering any necessary school guided by the observation schedule.
assistance and clarifications for the
Data Analysis
teachers to effectively respond to the
questionnaire. After picking up the filled Qualitative data was organized using
questionnaires from the teachers, the themes and presented in a descriptive form
researcher went round the school which gave the researcher an easy way to
observing on the nature of school discuss the findings. The quantitative data
infrastructure, school compound, got into for this study was computer analyzed using
the classes to observe the curriculum the Statistical Package for Social Sciences
materials being used to teach KSL and (SPSS) programme. Results were
other areas as guided by the observation presented in frequency distribution tables,
schedule. graphs, and pie charts and in narrative
A week after collecting data from St. forms.
Lukes, The research went to Isiolo School
Findings, Interpretation and Discussions
for the HI to collect data. Before going to
Teachers’ training in KSL
Isiolo, the researcher had studied and
The third objective sought to
internalized responses from the
establish if heads of schools and the
respondents in St. Lukes. At Isiolo School
teachers teaching KSL in schools for
for the HI, the head teacher was
learners with HI in Embu and Isiolo
interviewed by the researcher from her
counties had training in KSL. The
office between 93:30AM and 10:30AM the
teacher’s professional role is a demanding
time she had indicated that she would be
one; it stretches from curriculum
free for the interview. From the sampled
development, pedagogical material
teachers, data was collected during lunch
preparation, classroom teaching,
break in the staffroom. The questionnaires
examination processing and evaluation to
were distributed to the sampled teachers by
learners’ behavior modeling as well as
the researcher who took them through the
acting as role models to the society.
instructions and also offered clarifications
According to Wamai (1991), a research
when called for. After finishing responding
conducted in the Kenyan schools indicated
to the questionnaires, the respondents
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that the academic qualification of teachers claimed that they were competent in KSL.
is a key factor that determines learners’ However, when presented with an English
academic achievement. Teachers are, sentence ‘The boy has gone home’ and
therefore, supposed to have undergone asked to write it in KSL, they gave varying
sufficient training. Harris and Bennet answers even after consulting the relevant
(2001) say that if teachers have inadequate KSL books. This was a clear indicator that
subject knowledge or an insufficient level training in KSL as a subject, in order to
of training, the quality of output will be bring harmonization in the rules of
greatly impaired. The lack of adherence to grammar that govern KSL, was paramount
a minimum nationwide standard of to all heads of primary schools for learners
employment of teachers, they add, is not with HI. The results are supported by Muiti
good for quality as the degeneration of a (2010) in her study; Hindrances to
teacher competence in psychology, subject effective learning of pupils with hearing
methods and practical training adversely impairment in Meru North District, Kenya,
impacts on the quality of educational who asserted that most head teachers and
experiences on learners. A management teachers were not trained in the use of KSL
handbook by the Teachers Service and hence were ineffective in
Commission (TSC) (1999, p. 21) shows communicating using Kenyan Sign
that school effectiveness and improvement Language. Without such training, KSL
can be achieved through contributions teachers will continue exposing their
made by various inputs, but effective learners to variations of the same language
teaching by far plays the biggest role. which lack standardization.
Findings from this research indicated The data on teachers’ training in
that all (2) of the head teachers in the KSL was summarized in the bar graph
sampled schools had no training in KSL as below.
a subject. Surprisingly, during the
researcher interview with the heads, all
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Samuel, R. M. (2016). School based factors affecting learning of Kenyan sign language in primary schools...
Such training will ensure that all teachers picture because if they do not know they
teaching KSL will expose the hearing have no concept and hence no sign for the
impaired learners to similar KSL grammar object. The problem of lack of enough
thus creating an equitable platform for all Sign becomes more acute when it comes to
learners learning KSL. This will also the teaching of science subjects and
enhance equitable competition among mathematics at high school level. The few
these learners in the national exams thus teachers who are familiar with Sign
reducing variations in the subject language only know basic Sign language
performance. Makau in 1986 noted that the and are unable to sign concepts that are
academic and professional qualifications of technical. This delays teaching and slows
teachers were crucial factors in influencing learning. When the teacher fails to
performance. The differences in teaching formulate appropriate concepts they resort
affect performance and those schools with to oral speech while pupils have to resort
best qualified teachers tended to be the to lip reading which may not be helpful
most successful in examinations. Research sometimes (Wakumelo, 2009). This seems
indicates that the current situation in to be a similar case in Isiolo and Embu
Zambia is that most teachers of the Deaf counties since most of the teachers lacks
are not very competent in Sign language. training in KSL.
Because of lack of adequate training in
Summary, Conclusions and
Sign language, Wakumelo (2009) observes
Recommendations Summary of the
that teachers mainly depend on learners Findings
where they write words and the learners
Head teachers’ and teachers’
give the teachers the signs. Wakumelo
training in KSL.
(2009) notes that in such cases “the pupil
The findings revealed that both the
who is supposed to be the learner now
heads and the teachers working in the
becomes the teacher.” This is a strange
sampled schools had training in special
system in a country where Deaf schools
needs education (HI). This indicates that
and Deaf education has been in existence
the heads and the teachers had the requisite
for some time. Sometimes they resort to
knowledge required in handling issues
the use of aids/objects/apparatus for the
concerning learners with HI.
children to see what they are referring to.
On the respondents’ levels of
The success of such an approach depends
training in KSL, the findings shown that
on whether pupils know what is in the
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majority of the heads and teachers teaching Anderson, J. R. (1992). Automaticity and
the ACT theory. American Journal of
learners with HI had no training in KSL.
Psychology, 105(2), 165-180.
All the heads sampled and 75% (6) of the
Baker, C., & Battison, R. (1980). Sign
sampled teachers had no training in KSL.
Language and the Deaf Community:
Only a quarter (2) of the sampled teachers Essays. In Honor of William C. Stokoe.
Silver Spring, MD: National Association
had a certificate level training in the
of the Deaf.
subject.
Baker, C., & Cokely, D. (1980). American
Recommendations
Sign Language: A Teachers Resource Text
- The teachers service commission on Grammar and Culture. Silver Spring,
MD: National Association of the Deaf.
(TSC) should post only teachers trained in
KSL to teach in schools for learners with Bowers, J. H., & C. W. Burkett. (1987).
Relationship of student achievement and
hearing impairment.
characteristics in two selected school
- The universities, colleges and other facility environmental settings. Paper
presented at the 64th Annual International
institutions training teachers should
Conference of the Council of Educational
introduce KSL as a teaching subject. Of Facility Planners. Edmonton, Alberta,
Canada.
worth noting is the lack of a university or a
teachers’ training college that has Brown, E. (2009). One Student Two
Languages, Print Literacy in Deaf
introduced KSL as a teaching subject
Students.http://www.swarthmore.edu/SocS
alongside other subjects like Mathematics, ci/Linguistics/theses09/brownEliz.pdf
(Retrieved April 4, 2014).
English and such for this will give more
recognition, appreciation, acceptance and Bunyasi, B. A. (2010). Relationship
between self- esteem and academic
standardization of training in KSL. The
achievement for girls with hearing
question that the research would pause is, impairments in Kenya. (Unpublished
Doctoral Dissertation) Kenyatta
why is KSL a medium of instruction, a
University, Nairobi, Kenya.
taught and an examinable subject in
Cash, C. S. (1993). A study of the
schools for learners with HI and yet not a
relationship between school building
subject of specialization at the university condition and student achievement and
behavior. Blacksburg, Va.: Virginia
or teacher training colleges? This is a clear
Polytechnic Institute and State University.
indicator that the subject lacks adequately
Chupina, K. (2006). The Role of Sign
trained personnel.
Language in Sweden.
http://www.1711.com/my711.Php?tab=2&
References articles=125 (Retrieved April 3, 2014).
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Master Thesis). Kenyatta University:
ABNT:
RWAIMBA, S. M. School based factors affecting
Nairobi, Kenya Wamai, M. (1991). learning of Kenyan sign language in primary schools
Scratching the surface results of the first for hearing impaired in Embu and Isiolo counties,
secondary examination under the new Kenya. Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis, v.
1, n. 2, p. 584-605, 2016.
curriculum in Kenya unpublished essay
school of education University of Leeds.
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ed., para melhor indexação e internacionalização do periódico. Todos os(as) autores(as)
utilizados no trabalho obrigatoriamente deverão ser citados nas referências.
3. NAS REFERÊNCIAS:
Um autor
Vieira, D. (2015). História da Educação. Educação e Social, 37(1), 4-24.
(Obs. o número 37 se refere ao volume da revista/periódico, e o 1 ao número da
revista/periódico).
Dois autores
Moreira, D., & Silva, M. (2014). Arte-Educação. Revista Arte, 37(1), 344-355.
Três autores
Silva, D., Oliveira, H. Souza, M., & Fonseca, S. (2013). Educação do Campo. Revista
Social, 12(1), 23-45.
Quatro autores
Silva, D., Oliveira, H. Souza, M., & Fonseca. (2013). História da Música. Revista
Social, 12(1), 23-45.
Cinco autores
Silva, D., Oliveira, H. Souza, M., Farias, M., & Fonseca. (2013). História da Música. Revista
Social, 12(1), 23-45.
Autoria Desconhecida
O problema do método. (2010). São José dos Campos: Editora da Cidade.
(Neste caso, quando não há autor, a referência deve-se iniciar pelo título, em itálico. A
citação no corpo do texto deve vir com esse título em itálico ou entre aspas).
OBS. Mais de 3 autores nas citações no corpo do texto, utiliza-se et al. Ex. Araújo et al.
(2000) ou (Araújo, et al., 2000)
ARTIGO DE JORNAL
Freitas, A. (2000, 15 de julho). A noção da realidade. Jornal da Cidade, p. A1.
POSTAGEM EM BLOG
Vieira, A. (1999, 13 de julho). Sobre a luta camponesa. [Web log post]. Recuperado
de http://fhqncjdjc.php
LIVRO
Silva, D. (1995). O campesinato. São Paulo, SP: Editora Fontes.
Carvalho, D., & Souza, F. (2003). Educação do Campo. Rio de Janeiro, RJ: Livreiro Editora.
CAPÍTULO DE LIVRO
Martins, H. (1980). Interpretação visual. In Souza, D. (Org.), Teorias estéticas. (pp.1-34). São
Paulo, SP: Cortez.
TESE OU DISSERTAÇÃO
Gomes, G. H. (2016). A ilustração camponesa. (Dissertação de Mestrado). Universidade
Federal do Tocantins, Tocantins.
Kato, G. V. (1995). Sobre histórias em quadrinhos. (Tese de Doutorado). Universidade
Federal do Tocantins, Tocantins.
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NOTE. The Brazilian Journal of Rural Education will only publish images of children
under the age of 18, in case the author (s) assumes full responsibility for the images and
has written permission from the parents or guardians.
NOTE. The authors should explicitly refer to other authors’ publications cited in their
work. THE PLASTIC AND SELF-PLAGUE PRACTICE MUST BE AVOIDED
TOTALLY.
2. The content of the texts and the points of view expressed therein are the sole responsibility
of author.
3. When appropriate and requested, the author must send to the scientific journal a certificate
that the research was approved by the Ethics Committee of the institution.
5. Additional documents are those that refer to data sets, research instruments among others,
that do not fit in the text. Thus, when required in the submission (submitted by the author in
the submission stage), it must not contain any identification of authorship.
Note. There will not be any kind of payments to authors who have their manuscripts
published in this journal. The Brazilian Journal of Rural Education (Countryside Education) is
an electronic open access journal, in order to socialize knowledge and contribute to the
scientific advancement in the research area of Rural Education (Countryside Education) and
Education in general.
6. During the submission process (sending) of the manuscript to the Brazilian Journal of Rural
Education (Countryside Education) (online, at the journal website, accessed with login and
password through the URL: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/campo/index it
should be included in the journal system information such as complete name(s) of the
author(s) (maximum three), their address(es), institutional affiliation and e-mail of the lead
author for correspondence, as well as its institutional physical address. This information
should not be inserted in the text, just in the journal system.
7. The Brazilian Journal of Rural Education (Countryside Education) will only accept a
publication per year in the journal by the same author.
9. The papers (articles, essays, reviews) must be submitted online, through the
URL: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/campo/index
10. In the Microsoft Office Word documents, the author identification should be removed
from the document properties (on the Word menu> Word Options or property).
11. If the manuscript has been previously published in conference proceedings, in the form of
abstract or full text, the author shall mandatorily inform the situation in the text sent to the
journal, on the first page.
13. The title should be in Portuguese, English and Spanish and have a maximum of 15 words.
14. The abstract and resumen should not exceed 200 words. They should contain the main
manuscript information (problem and objectives of the paper, the methods used, advances to
the research area, main results and conclusions). They must be followed by a maximum of
five keywords, separated by commas.
15. Manuscripts must be at least 15 and should not exceed 25 pages, including figures, tables
and references. They should be written using the Microsoft Word processor (Word), Times
New Roman, 12, spacing 1.5 between lines and the following margins: lower, upper, left and
right 2.5 cm. All pages should be numbered sequentially.
16. Color pictures are accepted (photos, drawings, maps). However, they should have a
resolution of 300dpi, preferably saved in JPG format, and have size 12 cm x 8.5 cm. They
must have titles/references right below them and be sequentially numbered in Arabic
numerals, when referred to in the text.
17. When really necessary, the notes should be inserted in the final page in the text and should
have explanatory character. They must have size 10 and not exceed three lines.
18. The file containing the paper (article, essay, review) to be attached (sent) to the journal
website (URL / journal website) during the online submission must not exceed the size of
2MB or may be accompanied by any type of information that proves the authorship of the
paper. It is necessary to maintain the anonymity of the author(s) in the text and figures, tables
etc.
19. If links are included in the text, the following procedure in Word is required: "insert
hyperlink", and this link must be active.
20. Manuscripts submitted to the journal should follow the APA guidelines (American
Psychological Association) –6th ed.
[EN] The Brazilian Scientific Journal of Rural Education (Countryside) receives articles, essays,
reviews and interviews.
20.1. Citations in the paper, use to an author: Costa (2015) or (Costa, 2015); for two authors:
Barbosa and Oliveira (2012) or (Barbosa & Oliveira, 2012); to three authors: Silva, Freire and
Araújo (2009) or (Silva, Freire & Araújo, 2009); for more than three authors: Silva et al.
(2008) or (Silva et al., 2008).
20.2. AN AUTHOR
Vieira, D. (2015). History of Education. Education and Social, 37(1), 4-24.
AUTHOR UNKNOWN
20.8. The problem of method. (2010). São José dos Campos: Publisher City.
(In this case, when there is no author, reference should be initiated by the title in italics. The
citation in the text should come with that title in italics or quotation marks).
NEWSPAPER ARTICLE
30.3. Freitas, A. (2000, July 15). The notion of reality. Journal of the City, p. A1.
POSTING IN BLOG
30.4. Vieira, A. (1999, July 13). About the peasant struggle [Web log post]. Retrieved
from http://fhqncjdjc.php
3. En su caso y solicitó, debe ser enviado a la revista un certificado de que la investigación fue
aprobado por el Comité de Ética de la institución.
4. Los archivos temáticos pueden ser organizados por los investigadores de doctorado
nacionales y extranjeros, tal como se propone para su publicación en la revista.
5. Los documentos adicionales son aquellos que se refieren a conjuntos de datos, instrumentos
de investigación, entre otros, que no encajan en el texto. Por lo tanto, cuando sea necesario, en
la presentación (presentado por el autor (a) la fase de presentación), no debe contener ningún
tipo de identificación de la autoría.
Nota. No habrá ningún tipo de pagos a los autores que tienen sus manuscritos publicados en
esta revista. La Revista Brasileña de la Educación Rural (Educação do Campo) es una revista
electrónica de acceso libre y abierto, con el fin de socializar el conocimiento y contribuir al
avance científico del área de investigación en el campo de la educación rural y por lo tanto
para la educación en general.
9. Los textos (artículos, ensayos, reseñas) deben presentarse en línea, a través del
Portal: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/campo/index
10. En los documentos de Microsoft Office Word, la identificación del autor debe ser
eliminado de las propiedades del documento (en el menú Word> Opciones de Word o la
propiedad).
12. Los artículos deben contener: resumen, palabras clave; abstract, keywords; Introducción,
Desarrollo (discusión) Conclusión / Consideraciones finales y Referencias.
13. El título debe ser en portugués, Inglés y español y tienen un máximo de 15 palabras.
14. El resumen y el abstract no deben exceder las 200 palabras. Debe contener la información
principal del manuscrito (problema y los objetivos del trabajo, los métodos utilizados, Los
avances en el ámbito de la investigación, los resultados principales y conclusiones). Ellos
deben estar acompañados por un máximo de cinco palabras clave, separadas por comas.
15. Los artículos deben ser de al menos 15 y no deben exceder las 25 páginas, incluyendo
figuras, tablas y referencias. Ellos deben ser escritos utilizando el procesador de textos de
Windows (Word), Times New Roman, tamaño 12, interlineado de 1,5 líneas y márgenes:
superior, inferior, izquierda y derecha de 2,5 cm. Todas las páginas deben estar numeradas
secuencialmente.
16. Imágenes en color se aceptan (fotografías, dibujos, mapas). Sin embargo, deben tener una
resolución de 300dpi, preferiblemente guardado en formato JPG, y tienen un tamaño de 12 cm
x 8,5 cm. Deben tener títulos / referencias a continuación las cifras y estar numeradas
consecutivamente en números arábigos, cuando se hace referencia en el texto.
17. Las citas deben cumplir con las normas de APA (American Psychological Association) -
6. ed.
18. Cuando realmente necesario, las notas deben insertarse en la última página de texto y debe
tener carácter explicativo. Debe tener el tamaño 10 y no superior a tres líneas.
19. El archivo que contiene la obra (artículo, ensayo, crítica, reseña) que se adjunta (enviado)
por el sistema de revista (Portal / web de la revista), durante la presentación en línea no
debería exceder el tamaño de 2 MB o puede estar acompañada de ningún tipo de información
que confirma la autoría de la obra. Es necesario mantener el anonimato del autor (s) (s) en el
texto y figuras, tablas, etc.
20. Los comentarios pueden ser enviados sin seguir las normas de formato establecidas por la
revista. Si se aprueba, será adecuada a las normas de la Revista Brasileña de Educación Rural.
21. Si los enlaces se incluyen en el texto, se debe seguir el procedimiento en Word: "Insertar
hipervínculo", y debe estar activo.
22. Las referencias deben venir después del texto, están ordenados alfabéticamente y
alineados a la izquierda. Ellos deben estar basadas en el estándar de la APA (American
Psychological Association) - 6. ed., para una mejor indexación y la internacionalización
de la revista. Todos los autores utilizados en el trabajo deben mencionarse
obligatoriamente en las referencias.
23. citas en el texto, utilizan a un autor: Costa (2015) o (Costa, 2015); por dos autores:
Barbosa y Oliveira (2012) o (Barbosa & Oliveira 2012); a tres autores: Silva, Freire y Araújo
(2009) o (Silva, Freire & Araujo, 2009); durante más de tres autores: Silva et al. (2008) o
(Silva et al., 2008).
ARTÍCULOS
Un autor
Vieira, D. (2015). Historia de la Educación. Educación y Social, 37(1), 4-24.
Dos autores
Moreira, D., & Silva, M. (2014). Educación técnica. Art Journal, 37(1), 344-355.
Tres autores
Silva, D. Oliveira, H. Souza, M., & Fonseca, S. (2013). Historia de la Música. Diario Social,
12(1), 23-45.
Cuatro autores
Silva, D. Oliveira, H. Souza, M., & Fonseca. (2013). Historia de la Música. Diario Social,
12(1), 23-45.
Cinco autores
Silva, D. Oliveira, H. Souza, M. Farías, M., & Fonseca. (2013). Historia de la Música. Diario
Social, 12(1), 23-45.
Autor desconocido
El problema del método. (2010). São José dos Campos: Editorial Ciudad.
(En este caso, cuando no hay autor, la referencia debe ser iniciado por el título en cursiva. La
cita en el texto debe venir con ese título en cursiva o comillas).
ARTÍCULO DE PERIÓDICO
Freitas, A. (2000, 15 de julio). La noción de la realidad. Diario de la Ciudad, p. A1.
BLOG INTERNET
Vieira, A. (1999, 13 de Julio). Sobre la lucha campesina [Web mensaje de registro]. Obtenido
de http: //fhqncjdjc.php
LIBRO
Silva, D. (1995). El campesinado. Sao Paulo, SP: Editora fuentes.
Carvalho, D., y Souza, F. (2003). Educación Rural. Río de Janeiro, RJ: Editorial librería.
CAPÍTULO DE UN LIBRO
Martins, H. (1980). La interpretación visual. En Souza, D. (Eds.), Estética teorías. (pp.1-34).
Sao Paulo, SP: Cortez.
Tesis o disertación
Gomes, G. H. (2016). La ilustración campesino (Tesis). Universidad Federal de Tocantins,
Tocantins.
Revista Brasileira de Educação do Campo
POLÍTICA EDITORIAL / EDITORIAL POLICY
A Revista tem como missão ser um veículo de comunicação científica de qualidade que
fomente importantes debates no campo educacional, principalmente na área da Educação do
Campo, de pesquisadores brasileiros e estrangeiros mestres e doutores, além de estudantes
acompanhados de seus respectivos orientadores (titulação mínima de mestre ou doutor), para
o avanço científico da área e para a produção de conhecimento.
The abbreviated title of the journal is Rev. Bras. Educ. Camp., which should be used in
bibliographies when citing the journal.
La Revista Brasileña de la Educación Rural (Educacão do Campo), dos veces al año, publica
artículos originales resultantes de teóricos y / o archivos temáticos de investigación empírica,
ensayos y reseñas de temas relacionados con el campo de la educación rural en diferentes
campos de la investigación, tales como: Historia de la Educación Rural (campo); Los
Movimientos Sociales; Políticas Públicas; Pueblos Indígenas y la Educación; Formación del
Profesorado; la Jóvenes y Adultos Campo; Didácticos y Pedagógicos Prácticas en Artes y
Música; Arte en la Educación Rural; Interculturalidad en Educación Rural; Pedagogía de la
Alternancia; Cuestión Agraria y Campesinado.
El título abreviado de la revista es Rev. Bras. Educ. Camp., Que debe ser usado en
bibliografías, citando la revista.
Todos os textos submetidos à revista serão analisados pela equipe editorial, quanto o
atendimento às normas e ao escopo da revista. Caso seja aprovado nesta primeira fase, o texto
será encaminhado a dois pareceristas ou avaliadores ad hoc (avaliação cega por pares / blind
review) da área de conhecimento da pesquisa, que emitirão pareceres quanto a sua aceitação
ou não, visando à qualidade científica do manuscrito e relevante contribuição para a pesquisa
em educação. O artigo será aprovado se receber dois pareceres favoráveis. O artigo será
recusado se receber dois pareceres desfavoráveis. Caso haja um parecer favorável e outro
desfavorável entre os pareceristas, o manuscrito será encaminhado a um terceiro avaliador.
O prazo para resposta da aceitação ou recusa dos manuscritos enviados a Revista Brasileira de
Educação do Campo pode variar de acordo com o processo das avaliações, as quais os
pareceristas ou avaliadores ad hoc poderão solicitar modificações e/ou correções dos textos
enviados a revista pelos (as) autor (a/es).
O tempo médio de processamento dos manuscritos pode ser de até 6 (seis) meses,
considerando o tempo de submissão e data de publicação.
All papers submitted to the journal will be analyzed by the Editorial Review Staff, aimed at
checking the compliance with the guidelines and the journal's scope. If approved this first
step, the text will be designated to two reviewers (Blind Review) with Research Knowledge
in the area who will suggest its acceptance or not, aiming at the scientific manuscript quality
and relevant contribution to the field of Education.
The deadline for acceptance or rejection response of manuscripts submitted to journal may
vary according to the process of assessments, in which the reviewers may request
modifications and/or corrections to be made in the texts.
Los textos presentados a la Revista serán analizadas por los editores, destinadas a comprobar
el cumplimiento de las normas y el alcance de la revista. Si se aprueba este primer paso, el
texto será enviado a dos evaluadores ad hoc (evaluación ciega por pares) Investigación Área
de conocimiento que va a dar una opinión en cuanto a su aceptación o no, con el objetivo de
la calidad científica y relevante manuscrito contribución a la investigación en la educación. El
plazo para la respuesta de aceptación o rechazo de los manuscritos presentados a la Revista
puede variar de acuerdo con el proceso de las evaluaciones, que los revisores pueden solicitar
modificaciones y / o correcciones a realizar en los textos.
Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços
prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a
terceiros.
The names and email addresses entered in this journal will be used exclusively for the
services provided by this publication and is not available for other purposes or to third parties.
[EN] The Brazilian Journal of Rural Education will follow the guidelines contained in the
COPE (Committee on Publication Ethics), not accepting plagiarism. If any conduct of
plagiarism is identified in the manuscripts received, they will be treated according to the
COPE guidelines. More information at
website: http://publicationethics.org/resources/flowcharts
A Revista Brasileira de Educação do Campo adotará códigos de ética e conduta, que serão
descritas nesta seção.
[EN] The Brazilian Journal of Rural Education will adopt codes of ethics and conduct, which
are described in this section.
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[PT] Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que
disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior
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revista e ler as políticas das seções disponíveis, bem como as Diretrizes para autores. É
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the homepage. It is necessary for the authors to enroll in the system before submitting an
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eletrônicas. Este sistema de publicação é desenvolvido também para ser hospedado e operado
por bibliotecas, em apoio ao trabalho de publicação das revistas do seu corpo acadêmico
(saiba mais acessando a página oficial do Open Journal Systems).
[EN] We encourage libraries to list this open access journal among its electronic journal. This
publishing system is also designed to be hosted and operated by libraries, to support the work
of publishing the journals of their academic body (learn more by visiting the official website
of the Open Journal Systems).
[PT] A contribuição é original e inédita, e não está sendo avaliada para publicação por outra
revista. Caso tenha sido publicada em forma de resumo simples ou expandido, deve-se
informar ao editor e no manuscrito enviado.
[EN] The contribution is original and unpublished, and is not being evaluated for publication
by another journal.
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ultrapassa 2MB.
[EN] The submission file is in Microsoft Word, OpenOffice or RTF, and does not exceed
2MB.
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itálico em vez de sublinhado (exceto em endereços URL); as figuras e tabelas estão inseridas
no texto, não no final do documento na forma de anexos, e margens: inferior, superior,
esquerda e direita de 2,5cm.
[EN] The text is in space 1.5; It uses a font 12-point Times New Roman; employs italics,
rather than underlining (except with URL addresses); Figures and tables are inserted in the
text, not at the end of the document in the form of attachments, and margins 2.5
[PT] O texto segue os padrões de estilo e requisitos bibliográficos descritos em Diretrizes para
Autores, na página Sobre a Revista, principalmente, no que se refere a American
Psychological Association (APA).
[EN] The manuscript adheres to the stylistic and bibliographic requirements outlined in
the Instructions for Author, on homepage link About the Journal, especially as regards the
American Psychological Association (APA).
[PT] Em caso de submissão a uma seção com avaliação pelos pares (ex.: artigos, ensaios,
resenhas, dossiês e entrevistas), as instruções disponíveis em Assegurando a avaliação pelos
pares cega foram seguidas.
[EN] In case of submission to a section with peer review (articles, essays, reviews, interviews
and dossiers), the instructions available in Ensuring the evaluation by the blind peer review
were followed.
[PT] Em documentos do Microsoft Office Word, a identificação do autor foi removida das
propriedades do documento (no menu do Word > Opções do Word ou propriedades), para
evitar quebra de anonimato.
[EN] Microsoft Office Word documents, identifying the author was removed from the
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