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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PERFORMANCES CULTURAIS
DOUTORADO EM PERFORMANCES CULTURAIS
RAIMUNDO VAGNER LEITE DE OLIVEIRA

REFLEXÃO
(semana 5)

Goiânia-GO
2023
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RAIMUNDO VAGNER LEITE DE OLIVEIRA

REFLEXÃO
(semana 5)

Relatório da disciplina “Teorias e práticas


das performances” do curso de
doutoramento do Programa de Pós-
Graduação em Performances Culturais da
Universidade Federal de Goiás, como
requisito parcial para aprovação na
matéria.

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO:
Performances Culturais.

LINHA DE PESQUISA: Teorias e Práticas


das Performances.

Goiânia-GO
2023
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REFLEXÃO SOBRE A AULA

A aula dessa semana foi surpreendente. Teve como base o texto “Jogos
teatrais: Aprendizagem a partir das experiências significativas” de Ramaldes e
Camargo (2017). Antes da aula, estudamos no referido texto os “fundamentos da
metodologia dos jogos teatrais desenvolvida por Viola Spolin (1906-1994) sob o
ponto de vista de um aprendizado pela experiência”. Durante a aula, os conceitos
emergiram das linhas, ou melhor, do campo teórico e se tornaram palpáveis, por
assim dizer. Eles, os conceitos, fizeram sentido.

No texto encontramos “os conceitos de experiência na perspectiva [de James


e Dewey], em suas várias formulações, estabelecendo os possíveis diálogos com a
prática dos jogos teatrais” (RAMALDES; CAMARGO, 2017, p. 1). Mas na aula o
conceito de experiência saltou para uma experiência de fato.

No texto, Ramaldes e Camargo (2017), situam o leitor no que diz respeito à


metodologia improvisacional dos jogos teatrais. Na aula, Ramaldes, então uma das
autoras do texto, agora professora convidada, nos leva à prática improvisacional de
jogos teatrais. Dois universos. Duas sensações. O que nos levou, falo por mim, a
uma aprendizagem significativa.

Pode-se dizer que houve, poeticamente falando, assim, ali em sala, no ato, de
fato, “uma prática do processo de conhecimento em ato”. (RAMALDES; CAMARGO,
2017, p. 1). Foi sem dúvida uma aula especial. Não só pela amplitude alcançada
pelo conhecimento do texto, mas no entendimento de significados.

Durante toda a aula vimos os conceitos do texto, por exemplo, quando os


autores discorrem sobre a prática. Para eles, a “Prática [...] se configura
primordialmente a partir de vivências físicas e improvisacionais de jogos, pela sua
ação continuada no aqui e agora, e pela correspondente reflexão durante o jogo e
posterior a ele”. Alguns jogos propostos a nós, estudantes, foram, nas palavras da
professora, baseadas no mundo real. Fomos estimulados a refletir sobre as nossas
performances e a dos colegas. Portanto, tal reflexão nos leva, como aponta o texto,
a “Um conhecimento obtido fundamentalmente a partir do processo de construção
de experiências significativas”. (RAMALDES; CAMARGO, 2017, p. 1).
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No texto da referida semana encontramos que Ramaldes e Camargo (2017)


apontam que a prática leva a um aprendizado. Na fala de alguns colegas, foi
revelado dúvidas em relação ao texto. Dúvida esta que foi sanada pela prática.
Então, pensado na citação acima como hipótese, ela foi testada e comprovada que,
de fato, a prática leva a um aprendizado.

E ainda que “O resultado deste aprendizado é produto de uma experiência


completa e integral, onde a vivência é estruturadora do processo de conhecimento, o
qual é elaborado e consuma-se, finaliza-se, aprimora-se como vivência e pela
vivência”. (RAMALDES; CAMARGO, 2017, p. 2).

Numa de suas falas, a professora reveliu que o principal conceito do texto da


semana diz respeito à experiência significativa.

Dois conceitos foram trabalhados na aula, inicialmente, quais sejam: contar e


mostrar. Aprendemos que contar é fiscalizar o objeto, enquanto que mostrar é
caricaturar o objeto.
E tendo esses conceitos em mente, performamos em sala sob a orientação
da professora:

 Contar história;
 Mostrar a história;
o Mostrar com objeto;
o Mostrar sem objeto;
 Jogo teatral: A cozinha, fazendo alimento;
 Jogo teatral: A orquestra;
 Jogo teatral: O supermercado.

O texto, a metodologia tem início pela observação de Spolin ( 2005) aos jogos
tradicionais. Na aula, a professor nos apresenta essa forma, na pratica, pelo lugar do
não verbal contextualizando o cotidiano. E assim, seguimos apreendendo os
conceitos e aprendendo na prática e alcançando uma experiência significativa.
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Nas performamos em sala, um ponto estava sempre em relevo: “A


experiência, [pois ela] carrega uma larga e complexa trajetória reflexiva”
(RAMALDES; CAMARGO, 2017, p. 2) em sala:
Quadro 1 – Do texto à sala, da teoria à prática.
DO TEXTO/ARTIGO DA AULA/ANÁLISE
“O caráter democrático [da] metodologia [...]: Assim foi em sala de aula. Todos participaram
todas as pessoas são capazes de atuar no dos jogos.
palco” (SPOLIN, 2005 apud RAMALDES;
CAMARGO, 2017, p. 2);
“[Aprendizagem] através da experiência [...]” Em sala comentamos sobre como ficou claro os
(SPOLIN, 2005 apud RAMALDES; CAMARGO, conceitos depois do jogos propostos.
2017, p. 2);
“A experiência [instrução e educação – Envolvimento em todos os níveis: intelectual
Ramaldes e Camargo (2017, p. 8)] nasce do (compreensão), físico (jogos) e intuitivo (no
contato direto com o ambiente, por meio de momento da improvisação) no ambiente
envolvimento orgânico com ele” (SPOLIN, 2005, acadêmico.
apud RAMALDES; CAMARGO, 2017, p. 2).
Envolvimento orgânico (corpo/mente)” (SPOLIN, Envolvimento total do sujeito/estudantes no ato
2005, apud RAMALDES; CAMARGO, 2017, p. de jogar
3);
A “consciência da experiência: experiência como Consciência da experiência na relação
um conhecimento que se constrói dentro do consciente do indivíduo com o seu meio
processo de vivência, na relação reflexiva, ou
seja, na relação consciente do indivíduo com o
seu meio” (SPOLIN, 2005, apud RAMALDES;
CAMARGO, 2017, p. 3);
A experiência [como meio para] uma interação Interação nos níveis intelectual, físico e intuitivo
que resulta em uma cadeia de atividades no ambiente acadêmico.
psíquicas (SPOLIN, 2005, apud RAMALDES;
CAMARGO, 2017, p. 3);
“A única função que uma experiência pode Particularmente, adotarei a metodologia nas
desempenhar é conduzir a outra experiência...” minhas aulas quando tiver a oportunidade.
(JAMES, 1974 [1912], p. 123 apud RAMALDES; Quero levar essa experiência a outros.
CAMARGO, 2017, p. 3);
Fonte: Do autor como base em Ramaldes e Camargo (2017).

De fato, ficou claro que “Toda a metodologia dos jogos teatrais desenvolvida
por Viola Spolin [...] gira em torno dos elementos [...] Foco, Instrução e Avaliação”
(RAMALDES; CAMARGO, 2017, p. 4). A todo momento éramos instruídos a termos
foco no objeto, na proposta do jogo. Nos ensinado ainda que na avaliação não se
pode avaliar perguntando se alguém gostou ou não da atividade proposta. Deve-se
priorizar a apropriação dos três elementos. Outro ponto é, e corroboramos nessa
perspectiva, que “Nos jogos teatrais, a formação do conhecimento efetiva-se numa
experiência prática, vivenciada no aqui e agora” (RAMALDES; CAMARGO, 2017, p.
11).
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REFERÊNCIAS

RAMALDES, Karine; CAMARGO, Robson Corrêa de. Jogos teatrais: Aprendizagem


a partir das experiências significativas. In: REUNIÃO CIENTÍFICA DE PESQUISA E
PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICAS, 9., 2017, Goiânia-GO. Anais [...].
Goiânia-GO: UFG: Associação Brasileira de Pesquisas e Pós-Graduação em Artes
Cênicas (ABRACE). v. 18 n. 1, p. 1-12 (2017). Disponível em:
https://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/abrace/article/view/962. Acesso em:
22.05.2023.

SPOLIN, Viola. Improvisação para o Teatro. 5ª edição. Tradução: Ingrid Dormien


Koudela e Eduardo José de Almeida Amos. São Paulo: Ed. Perspectiva, [1963]
2005.

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