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9 - FLUIDIZAÇÃO

A fluidização baseia-se fundamentalmente na circulação de sólidos juntamente com um


fluido (gás ou líquido) impedindo a existência de gradientes de temperatura, de pontos muito ativos
ou de regiões estagnadas no leito, proporcionando também um maior contato superficial entre
sólido e fluido, favorecendo a transferência de massa e calor.
Quando a queda de pressão num leito compacto, devida ao escoamento ascendente do fluido
através do leito, iguala o peso do próprio leito, ocorre a expansão deste. Ao se expandir, o leito
mantém a integridade de sua superfície horizontal superior, da mesma forma que a mantinha
quando estava estacionário. Agora a porosidade é muito maior, e as partículas individuais se movem
sob a influência do fluido escoante. O leito tem muita semelhança com o fluido fervente e se diz
que está “fluidizado”.
A eficiência na utilização de um leito fluidizado depende em primeiro lugar do
conhecimento da velocidade mínima de fluidização. Abaixo desta velocidade o leito não fluidiza, e
muito acima dela, os sólidos são carregados para fora do leito.

9.1 - Aplicações de Leitos Fluidizados

1 REAÇÕES QUÍMICAS
A. Catalíticas
B. Não Catalíticas

2 CONTATO FÍSICO
A. Transferência de Calor
- Para o, e do, leito fluidizado
- Entre gases e sólidos
- Controle de temperatura
- Entre pontos do leito

B. Mistura de Sólidos
C. Mistura de Gases
D. Secagem
- Sólidos
- Gases
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E. Aeração
F. Classificação
- Sólidos
- Gases
G. Adsorção-Dessorção
H. Tratamento Térmico

Representação esquemática de um processo de fluidização:

9.2 - Características Gerais da Fluidização

- A velocidade muito baixa: O fluido percorre pequenos e tortuosos canais, perdendo energia e
pressão. Sendo -∆P (Perda de Carga) função da permeabilidade, rugosidade das partículas,
densidade, viscosidade e velocidade superficial (vs = v.ε).

- Com aumento da velocidade: Atinge um valor que a ação dinâmica do fluido permite reordenação
das partículas, de modo a oferecer menor resistência à passagem.

- Maiores velocidades: As partículas deixam de estar em contato e parecem como líquido em


ebulição.

- Velocidades muito grandes: As partículas escoam com o fluido e o leito é desfeito.

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9.3 - Vantagens da Fluidização

Área superficial é grande, porque as partículas podem ser bem menores favorecendo a
transferência de calor e massa.

Grandes velocidades de reação, comparados aos reatores de leito fixo, devido a


uniformidade do leito.

Rápida mistura dos sólidos fazem condições dentro do leito serem isotérmicas (rápida troca
de calor);

Aumento dos coeficientes de transferência de calor e massa, devido ao aumento de


condutância e uniformidade da temperatura.

Coeficientes de transferência de calor entre leito e paredes do equipamento ou tubos imersos


são extremamente favoráveis.

Fácil escoamento em dutos, pois os sólidos comportam-se como fluido.

Favorecimento de transporte de energia devido à fluidez.

9.4 - Desvantagens do Leito Fluidizado

Atrito severo, ocasionando produção de pó, tornando-se necessário a reposição constante


das partículas no leito e equipamentos de limpeza de gás na saída, envolvendo aumento de
custo do processo.

Erosão do equipamento devido ao freqüente impacto dos sólidos.

Tamanho do equipamento maior que o leito estático (devido à expansão do leito).

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9.5 - Teoria da Fluidização

Quando um fluido está passando por um leito de partículas a uma velocidade muito baixa
(regime laminar), as partículas permanecem fixas e a queda de pressão (perda de carga) do fluido
através do leito é descrita pela Equação de Ergun:

∆P φ s .D p ε 3 150. (1 - ε )
. . = + 1,75 para Re < 10
L ρ .v (1 - ε ) φ . D . v.  ρ 
2
 µ
s p
 
onde
φs → esfericidade da partícula
Dp → diâmetro da partícula
µ → viscosidade do fluido
ρ → densidade do fluido
ε → porosidade do leito
L → altura do leito
∆P → queda de pressão do fluido através do leito
v → velocidade superficial média

Vazão volumétrica Q
v= =
Área Transversal A

A velocidade superficial média é usada, pois é difícil calcular a velocidade entre os poros,
que no caso denominamos de velocidade intersticial.
Considerando a partícula esférica (φs = 1) e sendo Re = (ρ.v.Dp)/µ temos :

∆P D p ε3 150. (1 - ε )
. . = + 1,75 para Re < 10
L ρ .v (1 - ε )
2
Re

Se a velocidade do fluido ascendente é continuamente aumentada, em um determinado


momento as partículas do leito ficam completamente suspensas no fluido. A esta condição de
suspensão das partículas dá-se o nome de fluidização.

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A figura abaixo mostra um gráfico da queda de pressão em função de Re para um leito de
sólidos.

Intervalo AB: Leito fixo ou estático (Região I). Regime laminar (Re<10). Pode-se aplicar a
equação de Ergun.

Ponto B: Perda de carga = Peso dos sólidos.


Leito “calmo ou tranqüilo”.
Características de um fluido (observa-se fluidez no leito).
Ponto no qual as partículas mudam de posição rearranjando-se.

Intervalo BC: Leito instável, onde as partículas ajustam suas posições para oferecer menor
resistência ao escoamento.

Ponto C: Ponto de mínima fluidização.


Pouco contato entre as partículas.
Equilíbrio entre perda de carga e empuxo com o peso aparente.
Suspensão inicial com apoio intraparticular.

Intervalo CD: Movimento desordenado das partículas com freqüentes choques, devido à baixa
porosidade e menor perda de carga.

Intervalo BD: Leito em expansão.

Ponto D: Perda de carga começa a ficar constante (não há contato intraparticular).

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Intervalo DE: Aumento da agitação à perda de carga constante (Região III). Leito em “Ebulição”
ou fluidização.

Além de E: Arraste das partículas (Região IV). Fluidização contínua ou em fase diluída. Ocorre o
transporte pneumático das partículas.

Conforme se pode analisar pelo gráfico, um ponto de especial interesse é o ponto C (mínima
fluidização). Um balanço de forças neste ponto fornece:

Empuxo + Perda de carga = Peso das partículas

− ∆P
= (ρ S − ρ )(
. 1 − ε ).g
L

A equação acima denominamos de Equação Clássica da Fluidização, onde:

∆P = queda de pressão do fluido através do leito


L = altura do leito
ρS = densidade do sólido
ρ = densidade do fluido
ε = porosidade do leito
g = aceleração da gravidade

9.6 - Condições de Fluidização

Rearranjando a equação anterior:

− ∆P  ρ 
= 1 − .(1 − ε ).g
L  ρ S 

Para ρS ≅ ρ: O leito expande com o aumento da velocidade do líquido tendo uma expansão mais ou
menos uniforme tanto em baixa como alta vazão, só aumentando a agitação das

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partículas nas altas vazões. Isso acontece geralmente em fluidização com líquidos.
Esse caso é conhecido como Fluidização Particulada ou Homogênea.

Para ρS >> ρ: A fluidez é irregular devido a coalescência de bolhas, denominado “Slugging”. Isso
acontece quando temos grandes partículas e alta velocidade de um gás ou partículas
muito pequenas e um gás. Esse efeito depende muito da altura e diâmetro do leito.
Esse caso é conhecido como Fluidização Agregativa ou Heterogênea.

Lembrando que o leito expande-se mais, a medida que a velocidade superficial aumenta.
Uma vez que a perda de carga total permanece constante, a queda de pressão por unidade de volume
diminui quando a porosidade aumenta. Isso pode ser observado pela equação clássica.
Para se determinar se a fluidização é Agregativa ou Particulada, pode-se seguir dois
crtitérios:

1o Critério: Pelo número adimensional de Froude, que é dado pela razão da energia cinética e
energia gravitacional:
v2
Fr =
D P .g

Fr > 1: Fluidização Agregativa ou Coesiva ou Heterogênea.


Fr < 1: Fluidização Particulada ou Homogênea.

2o Critério: Oferece uma informação mais detalhada através de correlações:

ρ -ρ  L 
Fr. Re . S  .   > 100 Fluidização Agregativa ou Coesiva ou Heterogênea.
 ρ  D

ρ -ρ  L 
Fr. Re . S  .   < 100 Fluidização Particulada ou Homogênea.
 ρ  D

Obs.: A fluidização homogênea ou heterogênea podem ocorrer em qualquer sistema. O ideal é


quando temos a fluidização homogênea, pois não haverá a coalescência de bolhas, evitando gastos
energéticos e problemas de baixas eficiências de operação.

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9.7 - Propriedades Físicas do Leito

a) POROSIDADE

VFluido
ε=
VFluido + VSólido

Lembrando que: ε = 0 (Sólido maciço)


ε = 1 (Leito vazio ou sem sólidos)

Depois de fragmentado, o leito passa a ter uma porosidade que depende da granulometria
(tamanho) e da forma das partículas. O leito estático apresenta porosidade que representaremos por
εe. Quando a fluidização tem início, o valor da porosidade do leito recém formado é denominada
porosidade mínima, εm. Se a fluidização for particulada, εe e εm coincidem inicialmente. À medida
que o leito expande, a porosidade vai aumentando.
A porosidade mínima (εm), para partículas com Dp < 500 µm, pode ser calculada pela
seguinte correlação:

εm = 1 – 0,356.(logDP – 1)

onde DP = µm.

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A relação entre altura do leito e porosidade pode ser definida pela relação:

LM .A.(1 - ε M ) = LE .A.(1 - ε E )

b) DENSIDADE APARENTE

ρo = ε . ρFluido + (1 - ε) . ρSólido

c) DENSIDADE DO FLUIDO

A partir da teoria dos gases ideais:

P.M
ρ Fluido =
Z.R.T

onde Z é o fator de compressibilidade para gás não ideal.

d) VELOCIDADE SUPERFICIAL DE FLUIDIZAÇÃO

Vazão Volumétrica Q
v= =
Área A

9.8 - Perda de Carga em Leitos Fluidizados (Correlações Empíricas)

9.8.1 - Equação de Leva

Sabe-se que o coeficiente de atrito de Fanning (f) é função do Reynolds modificado através
do gráfico de Moody. Então a perda de carga pode ser calculada para leitos fluidizados de partículas
consideradas esféricas pela equação de Fanning modificada (consideram-se os poros como
microtubos):

2.f.L.v 2 .ρ ' (1 − ε )
2
∆P = . [ Kg/m 2 ]
Dp ε3

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sendo ρ’ é a densidade do fluido.
Para partículas de outra formas geométricas, multiplica-se a equação acima pelo quadrado
do fator de forma de Leva:
SP a
λ L = 0,25. 2
= 0,25. 2
VP 3 b 3

Onde:
- SP : área externa da partícula.
- VP : volume da partícula.

Para esferas : λL = 1

2.f.L.v 2 .ρ ' (1 − ε ) 2
2
∆P = . .λ L
Dp ε3

Para regimes laminares onde Re < 10 sabe-se que f = 100/Re, então:

200. µ. L. v (1 − ε ) 2 2
∆P = . .λ L
D 2P ε3

A equação de Leva, acima, pode ser utilizada tanto para leito fixo como fluidizado.

9.8.2 - Equação de Carman

 G 
Para escoamento laminar tem-se a seguinte condição:  ≤ 100 
 a' µ 

G = v.ρ’: velocidade mássica do fluido ou fluxo mássico [g/cm2.s]


a’: superfície específica do leito (Área superficial da partícula / Volume do leito ) [m2/m3]

Temos a seguinte equação da perda de carga:

−1
5.L.G 2 .a '  G 
∆P = . 
g c ⋅ ρ '⋅ε 3  a '.µ 
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 G 
Para escoamento turbulento:  ≥ 100 
 a' µ 

0,4.L.G 2 .a'  a'.µ 


0 ,1

∆P = . 
g c ⋅ ρ '⋅ε 3  G 

9.8.3 - Equação de Ergun

Utilizada para qualquer regime de escoamento.


Utilizada tanto para leito fixo como fluidizado.

A perda de pressão através do leito é calculada com uma equação análoga a de Fanning:

2.f.L.v 2 .ρ '
∆P =
Dp

onde:
(1 - ε)
2. f = 2. f ' .
ε3
Sendo o valor de (2.f’) dado pela equação de Ergun:
(1 - ε)
2. f ' = 150. + 1,75
Re

Substituindo 2.f’ e o número de Reynolds modificado na equação da perda de carga temos a


equação geral de Ergun:

150. µ .L.v ( 1 − ε ) 2 L.v 2 . ρ' ( 1 − ε )


∆P = . + 1,75. . 3
D 2P ε3 DP ε

Para regimes laminares (Re < 10 ):

150. µ. L. v (1 − ε ) 2
∆P = .
D 2P ε3

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1o Termo da Equação: Perdas por atrito superficial do fluido com as partículas sólidas.
2o Termo da Equação: Perdas cinéticas provocadas por mudança de direção, expansões e contrações
no interior do leito.

Re
Outras condições: < 5 ⇒ Regime Laminar
(1 − ε)

Re
> 2000 ⇒ Regime Turbulento
(1 − ε )

Obs: Não usa-se o gráfico de Moody, pois os valores de f são diferentes, tratando-se de um
leito poroso.

9.9 - Intervalo de Velocidade de Fluidização

Sabendo que no ponto crítico de fluidização, a perda de carga do fluido iguala-se ao peso do
sólido e ao empuxo, temos a equação do ponto de mínima fluidização:

− ∆P
= ( ρ S − ρ )(
. 1 − ε m ).g
L

9.9.1 - Pela Equação de Leva

Igualando a equação acima com a equação de perda de carga de Leva, podemos encontrar a
velocidade mínima de fluidização ou velocidade crítica de fluidização:

1 ρ D  ε3 
vm = . g . S − 1. P . m 
λL . f  ρ'  2 1− εm 

100 100. µ
Para regime laminar, considerando que: f = =
Re ρ. v. D P

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Substituindo na equação de vm temos:

g. (ρ S − ρ). D P2 . ε m
3

200. µ . (1 − ε m ). λ L
vm =

9.9.2 - Pela Equação de Ergun

Pelo mesmo procedimento matemático anterior, igualando-se a equação de Ergun com a


equação clássica de fluidização e considerando o regime laminar temos:

g.( ρ S − ρ ').DP2 .ε m3
vm =
150.µ .(1 − ε m )

9.9.3 - Correlação de Miller e Lagwinuk

Equação empírica válida para partículas pequenas (100 a 250 µm) com densidade (ρS) entre
1,1 a 3,9 t/m3, sendo fluidizados com gases de densidade (ρ) entre 0,16 e 1,79 Kg/m3.

g.DP2 .( ρ S − ρ ') ( ρ ')0,1


0, 9

vm = quando ε ≅ 1,0
800.µ .

9.9.4 - Velocidade Máxima de Fluidização

É originária da equação de velocidade terminal do teorema de Stokes, onde a velocidade de


arraste equivale a velocidade terminal das partículas.

g. D 2P . (ρ S − ρ)
v Max = quando ε ≅ 1,0
18. µ.

Acima desta velocidade as partículas são completamente arrastadas.

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Exemplo 9.1) Um reator de leito fluidizado catalítico está sendo projetado com 3 m de diâmetro
para operar um catalisador constituído de partículas esféricas de 0,2 mm de diâmetro e ρS = 2700
Kg/m3. 15 toneladas de catalisador são empregados durante a operação normal do reator, sendo a
fluidizacão realizada com gás em reação a 5 atm e 550 oC. Calcule altura mínima que deverá ter o
reator para manter uma vazão de gás de 6000 m3/h.

São dados : µ = 0,05 cP e PM = 52


ρ leito estático = 1300 Kg / m3 (Densidade aparente).

Exemplo 9.2) Partículas de alumina de 60 Mesh Tyler devem ser fluidizadas com ar a 400 oC e 6
KgF / cm2 (pressão manométrica). O leito estático tem uma profundidade de 3 m e 2,7 m de
diâmetro, com porosidade de 40 %. A densidade das partículas sólidas é de 3,5 ton/m3. Calcular:
a) Porosidade mínima do leito.
b) Densidade máxima do leito.
c) Altura mínima do leito.
d) Perda de carga para mínima fluidização.
e) Velocidade mínima de fluidização

Exemplo 9.3) Um catalisador com 50 µm de diâmetro (esférico) e ρS = 1,65 g /cm3 é usado para
craquear vapores de hidrocarbonetos, num reator de leito fluidizado a 900 oF e 1 atm. O leito em
repouso, tem ε = 0,35 e Le = 3 ft. nas condições de operação, a viscosidade do fluido é 0,02 cP e ρ =
0,21 lb / ft 3. Sendo ε m = 0,42. Determine :
a) A velocidade superficial do gás necessária para fluidizar o leito.
b) A velocidade em que o leito principia a escoar com o gás.
c) O grau de expansão do leito quando a velocidade do gás é a média das velocidades determinadas
previamente.
d) A fluidização que ocorre é agregativa?

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