Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3.1 - Objetivos
A classificação, partindo das propriedades, dos sólidos particulados tem por objetivo:
Esfera - diâmetro
- Partículas regulares:
cubo - lado ou aresta
2
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
Seja “D” o diâmetro característico das partículas, obtido por qualquer destes métodos, as
características do material poderão ser calculadas em função de D.
6 → cubo
a) Superfície externa (s): s = a.D2 onde a =
π → esfera
Portanto:
s cubo = 6 ⋅ D 2
s esfera = π ⋅ D 2
1 → cubo
b) Volume da partícula (v): v = b.D3 onde b =
π / 6 → esfera
Portanto:
v cubo = D 3
π
v esfera = ⋅ D3
6
Utilizado para calcular a perda de carga de fluidos através de leitos sólidos porosos ou
fluidizados.
s
λ L = 0,25 ⋅ 2
3
v
s=a⋅D 2
v = b ⋅ D3
a
λ L = 0,25 ⋅ 2
3
b
3
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
e) Número de partículas da amostra (N):
M
ρ M
N= =
bD 3
bD 3 ρ
f) Superfície externa total (S):
M λ⋅M
S = N ⋅s = ⋅ aD 2 =
bD ρ
3
ρ⋅D
g) Superfície específica (SEsp):
S λ
S Esp = =
M ρ⋅D
h) Esfericidade (ψ)
πDe2
ψ=
aD 2
π 6b
Fazendo ve = v resulta De3 = bD 3 ∴ De = D ⋅ 3 , portanto:
6 π
b2/3
ψ = 4,836
a
i) Massa específica ou densidade (ρs)
4
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
- Resistência ao corte para plásticos e metais
k) Fragilidade: Facilidade à ruptura por impacto. Ex. Os plásticos são moles, mas não são
frágeis. O carvão é mole e frágil.
l) Porosidade (ε):
Volume de vazios
ε=
Volume total
Quanto mais a partícula se afasta da forma esférica, mais poroso será o leito.
↑esfericidade ↓porosidade.
m) Densidade aparente (ρa): É a densidade do leito poroso, ou seja a massa por unidade de
volume do sólido particulado.
M Total
ρa =
vTotal
vTotal
ρ a = (1 − ε ) ⋅ ρ s + ε ⋅ ρ
5
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
p) Ângulo de repouso: É o ângulo formado pela superfície da pilha de material com a horizontal.
Exemplo 01. Uma amostra de mica foi observada com uma lente e diversas plaquetas foram
examinadas e medidas verificando-se serem quase do mesmo tamanho. As dimensões médias
foram:
- espessura: 0,5 mm
- largura: 8 mm
- comprimento: 14 mm
Calcule o fator de forma e a esfericidade.
Neste caso, o material deve ser separado em frações com partículas “uniformes”. O
método mais prático consiste em passar o material através de uma série de peneiras com malhas
progressivamente menores, cada uma das quais retém uma parte da amostra. Esta operação é
conhecida como análise granulométrica. Esta operação é insatisfatória para partículas com
diâmetros inferiores a 40 µm.
- Série Tyler: 14 peneiras com base na peneira de 200 malhas/in (200 mesh) feita com fios
0,053 mm de espessura, tendo-se uma abertura livre de 0,074 mm;
Quando se passa de uma peneira para a imediatamente superior, cada peneira da série
Tyler tem o dobro da área aberta por in2 (ou seja, quando se passa de uma peneira para a
imediatamente superior à área da abertura é multiplicada por 2), ou o lado da malha é
multiplicado por 2.
- Série ASMT;
- Série BS (British Standard);
- Série IMM (Institute of Minning and Metal).
6
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
A massa retida em dada peneira corresponde à fração que passou pela peneira (i – 1) e
ficou na i, [-(i-1)+i ou (i-1)/i].
Ex: -14+20 ou 14/20.
Apresentação Tabular:
A tabela abaixo apresenta a análise granulométrica diferencial (AGD) do material. As
dimensões das partículas de cada fração recolhida (∆ϕi = fração retida) variam desde D i −1 até
Di .
Aberturas Fração
Peneiras Di (mm) ∆ϕi
Di (mm) i-1/i
4 4,699
6 3,327 4,013 4/6 0,0251
8 2,362 2,844 6/8 0,1250
10 1,651 2,006 8/10 0,3207
14 1,168 1,410 10/14 0,2570
20 0,833 1,000 14/20 0,1590
28 0,589 0,711 20/28 0,0538
35 0,417 0,503 28/35 0,0210
48 0,295 0,356 25/48 0,0102
65 0,208 0,252 48/65 0,0077
100 0,147 0,178 65/100 0,0058
150 0,104 0,126 100/150 0,0041
200 0,074 0,089 150/200 0,0031
Panela - <0,074 -200 0,0072
7
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
Histograma:
∆ϕ
Os resultados da tabela anterior podem, também, ser apresentados sob a forma gráfica,
representando a análise granulométrica diferencial, a análise granulométrica acumulada de
retidos e a análise granulométrica acumuladas de finos. Na figura da AGD a curva contínua foi
traçada pelos pontos médios dos patamares e substitui a função em degrau obtida diretamente da
análise granulométrica diferencial (dados da tabela e histograma).
1,0 1-ϕi
1,0
∆ϕi
ϕi
ϕi
0 0
Di Di
1,0
1-ϕi
0
Di
8
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
Análise granulométrica acumuladas de finos
A relação entre ϕ e D é vista como uma função contínua passível de tratamento
matemático. Por esse motivo, a utilização das análises acumuladas conduz, em princípio, a
resultados mais exatos que os obtidos a partir da análise diferencial. A curva AGD dá uma idéia
da distribuição de tamanhos das partículas na amostra, indicando o intervalo de variação dos
diâmetros, bem como as dimensões predominantes na amostra.
M = massa da amostra
S = superfície externa total da amostra
s = superfície externa de uma partícula
N = número de partículas da amostra
ρ = densidade das partículas (será admitido que todas as partículas apresentem a mesma
densidade)
D = diâmetro das partículas (com índices para indicar a peneira sobre a qual estão retidas)
D = diâmetro médio das partículas (com índices para indicar o tipo de média)
ϕi = fração acumulada da massa da amostra que fica retida na peneira i
1-ϕi = fração da massa da amostra que passa pela peneira i
a,b = parâmetros que dependem da forma da partícula e que relacionam o diâmetro com a
superfície externa e com o volume, respectivamente
a
λ= = fator de forma das partículas (admitido constante para toda a amostra)
b
n = número de frações obtidas (desde a primeira peneira utilizada até a panela)
a) Número de Partículas
9
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
n
M .∆ϕ i
N =∑
1 ρ i .bi .D i 3
M n ∆ϕ i
N= .∑
b.ρ 1 D i 3
M dϕ
1
bρ ∫0 D 3
N=
ϕ
M k dϕ
b.ρ ϕ∫l D 3
N l ,k = .
λ.M n ∆ϕ i
S= .∑
ρ 1 Di
λ .M 1 dϕ
ρ ∫0 D
S= .
10
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
S λ . n ∆ϕ i
= .∑
M ρ 1 Di
S λ . 1 dϕ
M ρ ∫0 D
= .
Vários tipos de média podem ser definidos para um dado material constituído de
partículas irregulares.
n n
M ∆xi n
∆ϕ i
∑ N .D i i ∑ b.ρ . D
1
3
.D ∑D 2
1 1
Da = = =
n
M n ∆ϕ i n
∆ϕ i
∑ Ni1
∑
b.ρ 1 D 3
∑D
1
3
dϕ
1
∫D 2
Da = 0
dϕ
1
∫D
0
3
'
ii. Média linear dos diâmetros ( D a ): Não se trata de um diâmetro médio, mas de uma grandeza
estatística, importante no estudo da evaporação de gotículas no seio de gases. Ex: produção
de fertilizantes ou café solúvel.
11
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
É definido como, de acordo com a AGD:
n
∆ϕ i
'
∑
1 Di
Da = n
∆ϕ i
∑D
1 i
2
dϕ
1
'
∫
0
D
Da =
dϕ
1
∫D
0
2
iii. Diâmetro médio superficial ( D S ): é o diâmetro da partícula de superfície externa média, que
é a partícula cuja superfície externa, ao ser multiplicada pelo número de partículas da
amostra, fornece a superfície externa total. Este diâmetro é importante para caracterizar
materiais como os adsorventes e catalisadores sólidos, cuja atividade depende da superfície
externa.
De acordo com a AGD, pode ser calculado pela definição:
n
N ⋅ a ⋅ D S = ∑ Ni aDi
2 2
n
M∆ϕ i n
∆ϕ i
∑
2
bD ρ
3
Di ∑
DS =
1 i
=
1 Di
n
M∆ϕ i n
∆ϕ i
∑ 3 ∑ 3
1 bD i ρ 1 Di
O mesmo resultado poderá ser obtido utilizando a curva contínua da AGAR (Análise
granulométrica de grossos ou retidos):
dϕ 1
0 D ∫
DS =
1 dϕ
∫0 D 3
12
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
'
iv. Média Superficial dos Diâmetros ( D S ): É uma grandeza estatística obtida com a superfície
externa como critério.
Utilizando-se os dados da AGD:
' 1
DS = n
∆ϕ i
∑
1 Di
∫0 D
n
N ⋅ b ⋅ D v = ∑ N ibD i
3 3
3
∑N D i i
3
Dv = 1
1
Dv = n
∆ϕ i
∑
3
3
1 Di
13
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
1
Dv = 1
dϕ
∫D
3
3
0
'
vi. Média Volumétrica dos Diâmetros ( D v ): Esta média estatística é utilizada nas separações
baseadas nas diferenças de densidade, no projeto dos separadores inerciais, no estudo da
distribuição de gotículas em nebulizadores e no cálculo da densidade máxima em leitos
fluidizados.
Partindo-se dos dados da AGD:
n
D v = ∑ D i ∆ϕ i
'
Através da AGAR:
1
'
D v = ∫ Ddϕ
0
Exemplo 02. Um sólido granular, com ρS = 3 g/cm3 passa através de uma série completa de
peneiras Tyler. A análise granulométrica acumulada de retidos resulta numa expressão do tipo:
D(cm) = 0,1651 – 0,1504.ϕ
As partículas podem ser admitidas como sendo paralelepípedos cujos lados estão na
relação 1:2:3. Calcule a superfície específica do sólido.
Exemplo 03. Supondo que o material cuja análise granulométrica é a tabela abaixo e ρS = 3,53
g/cm3, a = 18,6 e b = 2,1. Calcule:
a) A superfície específica das frações, -8+35 inclusive.
b) O número de partículas nessas frações por 50g de amostra seca.
FRAÇÃO D i (cm) ∆x i
8/10 0,2006 0,3207
10/14 0,1410 0,2570
14/20 0,1000 0,1590
20/28 0,0711 0,0538
28/35 0,0503 0,0210
Σ∆x i = 0,8115
14
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
Exemplo 04. Vinte gramas de uma amostra de café solúvel, com partículas esféricas de ρ = 1,5
g/cm3 apresentam a análise granulométrica abaixo:
Calcule o número de partículas da amostra, seu diâmetro superficial médio e seu diâmetro
médio aritmético.
15
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
APÊNDICE
16
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
17
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
18
Prof. Gustavo Lopes Colpani
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ