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LEITOS POROSOS

• Leitos fixo e fluidizado

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Tipos de leitos porosos

a) Leito Fixo: sólidos em


repouso no leito

b) Leito Fluidizado:
movimento vigoroso das
partículas no leito
Leito Fixo Leito Fluidizado

Gás
Líquido

2
Leito de Partículas Estacionárias

Ou LEITO FIXO, ou leito


empacotado ou coluna de recheio

3
Descrição

Escoamento de um fluido (gás ou


líquido) através de um leito de
partículas finas, em baixas
velocidades, apenas percolando
através dos espaços vazios
Gás ou
existentes entre as partículas líquido

estacionárias.

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Objetivo
Promover o contato íntimo entre as fases envolvidas no
processo (fase gasosa e/ou líquida com a fase
estacionária/partículas).

Aplicações ➢ reator catalítico


➢ reator enzimático
➢ secador
➢ Coluna de destilação com recheio
➢ extrator
➢ leito de filtração
5
Propriedades físicas do leito

1. Densidade global (bulk) do leito

b = densidade global (bulk) do leito (Kg/m3)


mp =massa das partículas (Kg)

m fluido= massa do fluido que escoa através das partículas (Kg)


VL = volume do leito (m3)

Vs = volume ocupado pelos sólidos (m3) e Vv é o volume de vazios (m3)


6
2. Porosidade global (bulk) do leito

O leito é constituído de sólidos (partículas) e espaços vazios


(poros).

A porosidade () é definida como


a razão entre o volume do leito que
não está ocupado com material sólido
e o volume total do leito.

v0
Volume de espaço vazio Volume total do leito - Volume de sólidos
ε =
b Volume total do leito
=
Volume total do leito 7
b

𝑉𝐿 − 𝑉𝑃 𝑉𝑃
𝜀𝑏 = =1 −
v0 𝑉𝐿 𝑉𝐿

𝑚𝑃
𝜌𝑃 = Densidade da partícula
𝑉𝑃

𝑚𝑃
𝜌𝑎𝑝 = Densidade aparente
𝑉𝐿

8
𝑚𝑃
𝑉𝐿 𝜌𝑎𝑝
𝜀𝑏 = 1 − 𝑚 =1 −
𝑃 𝜌𝑃
𝑉𝑃
3. Área superficial específica do leito leito (𝒂𝑺𝑳 )

𝑎𝑆𝐿 é a relação entre a área da superfície do leito


exposta ao fluido por unidade de volume do leito

𝐴𝑆𝑃
𝑎𝑆𝐿 =
𝑉𝐿

Lembrando:
𝐴𝑆𝑃
Área Superficial específica da partícula: 𝑎𝑠 =
𝑉𝑝

9
bb

b

𝑎𝑆𝐿
𝜀𝑏 = 1 − ou 𝑎𝑆𝐿 = 𝑎𝑠 (1 − 𝜀𝑏 )
𝑎𝑠

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Para partículas esféricas temos:

Área da superfície da esfera:  𝐷𝑒𝑠𝑓


2
3
𝜋 𝐷𝑒𝑠𝑓
Volume da esfera:
6

𝐴𝑆𝑃  𝐷𝑒𝑠𝑓
2
6 6
𝑎𝑠 = = 3 = 𝑎𝑠 =
𝑉𝑃 𝑒𝑠𝑓 𝜋 𝐷𝑒𝑠𝑓 𝐷𝑒𝑠𝑓 𝐷𝑒𝑠𝑓
6

𝑎𝑆𝐿 = 𝑎𝑠 (1 − 𝜀𝑏 )

6
𝑎𝑆𝐿 = (1 − 𝜀𝑏 )
𝐷𝑒𝑠𝑓
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Perda de carga no Leito Fixo

Equação de Ergun
v0
Na dedução da equação de Ergun, considera-se que a perda de pressão:

∆𝑃 32𝜇𝑣
=
𝐿 𝐷2

Com estas considerações, a equação de Ergun resulta:

P  f 0 (1 −  )  f 0 (1 −  )
2 2
150 v 1,75 v
= +
L Dp2
 3
Dp 3
12
P  f 0 (1 −  )  f 0 (1 −  )
2 2
150 v 1,75 v
= +
L Dp2
 3
Dp 3

150 (1 −  )  v0
2
Eq. Kozeny-Carman
Regime Laminar
d p2 3 Re partícula 10

1,75
(1 −  )  f v0 2 Eq. Burke – Plummer
Regime Turbulento
 3d p
Re partícula 100

v0 Velocidade superficial 𝑄
𝑣0 =
𝐴
P = queda de pressão no leito;
ΔL = comprimento do leito; A=área do tubo vazio
 = porosidade ou fração de vazios;
 = viscosidade do fluido;
Dp = diâmetro efetivo da partícula. 13
Para partículas não esféricas, o dp deve ser corrigido:

P 150 f v0 (1 −  )2 1,75 f v02 (1 −  )


( ) LF = +
L  p Dp
2 2
 3
 p Dp 3

 =esfericidade

Validade: 0,36    0,45

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Leitos Móveis

LEITO FLUIDIZADO

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Definição

A fluidização ocorre quando um


fluxo ascendente de fluido (gás ou
2L líquido) escoa através de um leito de
( )
2

partículas e adquire velocidade


suficiente para suportar as
L1
(1) partículas, sem que sejam
arrastadas junto com o fluido.
Sem fluxo Com fluxo

O leito assume então o aspecto de


um líquido em ebulição

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Aplicações e Vantagens
• Biorreatores
• Secadores
• Revestimento de partículas
Aplicações • Aglomeração de pós
• Aquecimento e resfriamento de
sólidos
• Congelamento
Vantagens da Fluidização:
➢ Eficiente contato fluido/ sólido: área superficial das partículas sólidas fica
completamente disponível para transferência de calor e de massa
➢ Processo brando
➢ Não possui partes móveis

Limitação da Fluidização:
➢ Partículas relativamente pequenas e uniformes 17 17
Fluidização

• A eficiência de um leito
fluidizado depende
principalmente do
conhecimento da velocidade
mínima de fluidização (Vmf);

• Abaixo da Vmf o leito não


fluidiza;

• Muito acima da Vmf , os


sólidos são carregados para
fora do leito.

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Etapas da fluidização
O→A: Leito estável (leito fixo);

A→B: Leito instável e as partículas ajustam as suas posições para oferecer a menor resistência
possível ao escoamento;

Ponto B → a configuração das partículas é a mais aberta possível, havendo ainda contato entre
elas;

Acima ponto →B: As partículas principiam a movimentar-se livremente, mas colidem com
bastante frequência;

Acima ponto → C: as partículas estão todas em movimento e um aumento na velocidade


provoca uma queda de pressão muito pequena e as partículas movimentam com maior rapidez e
mais livres.
Transporte
pneumático
Leito fluidizado
vmf = velocidade
mínima de
Leito fixo va = velocidade
fluidização
de arraste

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Altura do leito poroso
• Ao iniciar a fluidização, há um aumento na porosidade e
altura do leito. Essa relação é dada pela seguinte
expressão

𝐴𝑡 𝐿1 (1 − 𝜀1 ) = 𝐴𝑡 𝐿2 (1 − 𝜀2 )

𝐴𝑡 𝐿1 (1 − 𝜀1 )= volume sólidos leito fixo


L2

𝐴𝑡 𝐿2 (1 − 𝜀2 )= volume sólidos leito fluidizado (2)

L1
𝐿1 (1 − 𝜀2 ) (1)
=
𝐿2 (1 − 𝜀1 )
Sem fluxo Com fluxo

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Queda de pressão no leito fluidizado
Fp + Fe= Fg Fp= força da pressão
Fe= força do empuxo Fe Fp

Fg=Força da gravidade
Fp= ∆𝑃 𝐴𝑡
Fe= 𝑚𝑓 𝑔= 𝜌𝑓 𝐴𝑡 𝐿 1 − 𝜀 𝑔 L
Fg= 𝑚𝑠 𝑔 = 𝜌𝑠 𝐴𝑡 𝐿 1 − 𝜀 𝑔
Fg

∆𝑃 𝐴𝑡 + 𝑚𝑓 𝑔 = 𝑚𝑠 𝑔 𝐴𝑡 = á𝑟𝑒𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙
𝐿 = 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜
𝜌𝑓 𝐴𝑡 𝐿 1 − 𝜀 𝑔 +∆𝑃 𝐴𝑡 = 𝜌𝑠 𝐴𝑡 𝐿 1 − 𝜀 𝑔

∆𝑃 = 𝐿𝑚𝑓 1 − 𝜀𝑚𝑓 𝜌𝑝 − 𝜌𝑓 𝑔

Queda de pressão no leito fluidizado


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Condição para mínima fluidização
Velocidade mínima de fluidização
∆PLF = ∆PLFluidizado

P 150 f vmf (1 − mf ) 1,75 f vmf (1 − mf )


2 2

= + = (1 − mf )( s − f )g
L  p Dp
2 2
 mf
3
 p Dp  mf
3

150 (1 −  )  v mf  v
1,75 f mf
2

+ = ( s −  f )g
 2 d p2  3 mf   mf d p
3

Vmf corresponde a uma mf (porosidade mínima de fluidização)

Só vale para a condição de mínima fluidização 22 22


BIBLIOGRAFIA

TADDINI, C.C.; TELIS, V.R.N.; MEIRELLES, J.A.A.; PESSOA


FILHO, P.A. Operações unitárias na indústria de alimentos. Vol 1,
1. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 484p.
GEANKOPLIS, C. J. Transport Processes and Unit Operations. 3.
Ed. New Jersey: Prentice-Hall PTR, 1993. 921p.
CREMASCO, M.A. Operações unitárias em sistemas particulados
e fluidomecânicos. 1. Ed. São Paulo: Blucher, 2012. 423p.
IBARZ, A. I.; BARBOSA-CANOVAS, G. V. Unit Operation in Food
Engineering. 1. Ed. Boca Raton: CRC Press, 2002. 920p.

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