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Capítulo 3

Espectrometria de Absorção
Molecular no UV-VIS

1
INTRODUÇÃO

➢ A espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS trata do


estudo da absorção da radiação UV/VIS por moléculas ou íons
complexos em fase líquida, sólida ou gasosa.

▪ UV/VIS  180 - 780 nm

➢ Parâmetros medidos:
(a)Transmitância (T)

P
T(%) = x100 (1)
P0
P0 P

(b) Absorbância (A)

P P0
A = − log = − log( T) = log
P0 P
(2) 2
➢ Medidas experimentais de T e A

Amostras ⎯⎯→ recipientes transparentes de vidro ou quartzo



cubetas ou células

Perdas de energia por:


▪ reflexões nas interfaces
▪ espalhamento
▪ absorção nas paredes
do recipiente

3
Compensar os efeitos:
▪ potência do feixe transmitido pela amostra (Pamostra) é
comparada com a potência do feixe transmitido pelo
solvente ou branco (Pbranco) colocado em recipiente idêntico

𝐏𝐛𝐫𝐚𝐧𝐜𝐨
𝐓𝐛𝐫𝐚𝐧𝐜𝐨 = ⎯⎯ 𝟏𝟎𝟎 %
𝐏𝟎
𝐏𝐚𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚
𝐓𝐚𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚 = ⎯⎯ T(%)
𝐏𝟎

𝐏𝐚𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚 𝐏𝟎
𝐓 % = 𝐱 𝐱 𝟏𝟎𝟎
𝐏𝟎 𝐏𝐛𝐫𝐚𝐧𝐜𝐨

Pamostra P
T(%) = x 100  x 100 (3)
Pbranco P0

P  P 
A = − log T = log branco   log 0  (4)
 Pamostra  P
4
LEI DE LAMBERT-BEER

➢ Lei fundamental que governa os processos de absorção de


radiação

dP ⎯→ energia absorvida no volume de espessura db

absorção ⎯→ interação entre fótons e centros absorventes

dP  N e P (5) 5
sendo: N = c . 6,02 x 1023.S .db e S = constante, pode-se escrever:

N = k’. c . db (6)

Além disso: dP  N . P (7)

Então:
dP = k’. P . c . db (8)

dP = - k . P . c . db (9)

Integrando-se a expressão (9) sobre toda a espessura da célula:

P dP b
 = −k  c . db (10)
P0 P 0

6
ln P = − k . c . b (11)

P
ln = − k . b . c (12)
P0

Transformando em log decimal

P
2,303 log = − k . b . c (13)
P0
P k
log = − b .c = -ε .b .c (14)
P0 2,303

onde:
 = absortividade molar (L/mol.cm), característico da
espécie absorvente
- depende do solvente e de 
- independe de c e de b 7
P
− log = − log T = A (2)
P0

Então:
A = .b.c (15)

OBS:

1) Quando [c] = g/L ⎯→  = a (absortividade) ( = a . MOL)

2) b = constante ⎯⎯→ A  c 
c = constante ⎯⎯→ A  b 

8
3) Na derivação da lei de Beer – Lambert foram admitidas as
seguintes condições ideais:
• radiação incidente monocromática
• centros absorventes atuando independentemente uns
dos outros
• seção transversal da célula uniforme

4) Sistemas com n componentes

Atotal = A1 + A2 + ........ + An
Atotal = 1.b.c1 + 2.b.c2 + ..........+ n.b.cn

9
Exercícios

1. A absortividade molar () de um composto é igual a 4,5 x 104


L/mol.cm. Calcular a transmitância de uma solução
1,0 x 10-6 mol/ L desse composto. (b=5 cm)
2. Em um fotômetro fotoelétrico, provido de filtro a 510 nm e
células de 1 cm de espessura, o valor de P0 foi de 90. Com uma
solução 2 x 10-4 mol/L de um composto corado, o valor de P foi
30. Calcular a absortividade molar do composto.
➢ Desvios da Lei de Beer

8 8

7
7

Absorvância
Absorvância

6
6

5
5

4
4

3
3

2
2

1
1

0
0 0 1 2 3 4 5 6 7 8
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Concentração
Concentração

Lei é obedecida Desvio Positivo

7
Absorvância

3
Desvio Negativo
2

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8

Concentração
12
Os desvios podem ser:

▪ Reais

▪ Aparentes

• Instrumentais

• Químicos

13
➢ Desvios Reais  Limitações da lei de Beer

▪ Ausência de interações entre os centros absorventes 


soluções diluídas (c < 10-2 mol L-1)
• Interações entre os centros  alterações nas
distribuições das cargas variando a quantidade de
energia necessária para excitação

▪ Variações do índice de refração da solução com a


concentração
• Segundo alguns autores   = f () e  = f (c)
  na expressão da lei de Beer

η.ε ✓ C baixas   = constante


( η + 2)2 ✓ C elevadas   varia  significativo
apenas para c > 10-2 M 14
➢ Desvios Aparentes

▪ Desvios químicos

• Espécie absorvente pode associar-se, dissociar-se ou reagir


com o solvente ⎯→ produto  espectro de absorção
diferente do da espécie em estudo

Ex 1)

Cr2O7-2 + H2O 2 HCrO4-1 2 H+1 + 2 CrO4-2


max max max
350, 450nm 375nm

✓ Cr2O7-2 (1), HCrO4-1 (2) e CrO4-2 (3) ⎯→ absorvem radiação


e apresentam diferentes 
15
Atotal = 1bc1 + 2bc2 + 3bc3

✓ Como c1, c2 e c3 variam com a diluição ⎯→ A vs cCr(VI)


⎯→ desvia-se da linearidade caso cCr(VI) esteja
associada a apenas uma das espécies

✓ Soluções para o problema


o Ajuste do pH do meio
❑ Meio ácido  Cr2O7-2 predomina
❑ Meio básico  CrO4-2 predomina

o  = ponto isosbéstico  1 = 2 = 3

16
17
Ex 2)
Indicadores visuais

HIn H+ + In- Ka = 1,42 x 10-5


cor 1 cor 2

✓ As espécies HIn e In- apresentam características de


absorção de radiação diferentes. Por exemplo:

 430  570

HIn 6,30 x 102 7,12 x 103

In- 2,06 x 104 9,61 x 102

18
✓ A absorbância da solução do indicador corresponderá à
contribuição das duas espécies absorventes

A = Hin.b.[Hin] + In.b.[In-]

✓ Sendo assim:

M nominal [HIn] [In-] A 430 A 570

2,00 x 10-5 M

4,00 x 10-5 M

8,00 x 10-5 M

12,0 x 10-5 M

16,0 x 10-5 M

19
Lembrar que

𝑯+ 𝑰𝒏−
𝑲𝒂 =
𝑯𝑰𝒏

Balanço de massa: 𝑯𝑰𝒏 = 𝑴 − 𝑰𝒏−

Desprezar a ionização da água 𝑯+ = 𝑰𝒏−

Então

𝑰𝒏− 𝟐 −𝟓
= 𝟏, 𝟒𝟐 𝒙 𝟏𝟎
𝑴 − 𝑰𝒏−

𝑰𝒏− 𝟐
+ 𝟏, 𝟒𝟐 𝒙 𝟏𝟎−𝟓 𝑰𝒏− − 𝟏, 𝟒𝟐 𝒙 𝟏𝟎−𝟓 𝑴 = 𝟎

Calcular [In-] e [HIn]


20
✓ A absorbância da solução do indicador corresponderá à
contribuição das duas espécies absorventes

A = Hin.b.[Hin] + In.b.[In-]

✓ Sendo assim:

M nominal [HIn] [In-] A 430 A 570

2,00 x 10-5 M 0,88 x 10-5 M 1,12 x 10-5 M 0,236 0,073

4,00 x 10-5 M 2,22 x 10-5 M 1,78 x 10-5 M 0,381 0,175

8,00 x 10-5 M 5,27 x 10-5 M 2,73 x 10-5 M 0,596 0,401

12,0 x 10-5 M 8,52 x 10-5 M 3,49 x 10-5 M 0,771 0,640

16,0 x 10-5 M 11,9 x 10-5 M 4,11 x 10-5 M 0,922 0,887

21
✓ Representando-se graficamente A vs. C nominal, tem-se:

1,4
=430 nm
1,2 =570 nm

1,0
Absorbância

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0
0 5 10 15 20

M nominal x 105

22
▪ Desvios instrumentais  desvios negativos

• Limitações do equipamento utilizado


o Largura finita da faixa espectral isolada
- Lei de Beer ⎯→ radiação monocromática
Faixa A ⎯→  = constante ⎯→ Lei é obedecida
Faixa B ⎯→  varia ⎯→ desvio da Lei

23
P P
A = - logT = .b.c e T=  = 10−εbc
P0 P0

Se a faixa espectral tem dimensão finita, admitindo-se que


radiações com diferentes  cheguem à amostra, tem-se:

’  P' = P0 '.10 − 'bc


− "bc
’’  P" = P0 ".10

P'+ P"
T=
P0 '+ P0 "

 ( P0 '.10−ε'bc + P0 ".10−ε"bc ) 
A = − log  
 ( P0 '+ P0 " ) 
24
A = log(P0’+P0”) – log(P0’.10-’bc + P0”.10-”bc)

✓ Se ’  ”

A vs C não é linear  faixa B  Lei de Beer não é obedecida

✓ Se ’ = ”

A = log(P0’+P0”) + bc - log(P0’ + P0”)

A = ’bc

A vs C  linear  faixa A  Lei de Beer é obedecida

25
26
✓ Seleção do  de trabalho (análises quantitativas)

▪  trabalho  absorbância é
máxima

▪ Maior sensibilidade

▪ Menos probabilidade de
desvios da Lei de Beer
o Máximo = platô (curva
achatada, característica de
espectro de bandas largas
 trabalho

27
o Radiações estranhas que alcançam o detetor 
radiações espalhadas ou refletidas pelas várias
superfícies internas (geralmente estranha  trabalho)

28
o Outras fontes de desvios:

❑ passagem da radiação incidente mais de uma vez pela


amostra (reflexões nas paredes da célula) origina
valores mais altos para A
❑ incidência de parte da radiação obliquamente através da
amostra aumento do percurso ótico em relação aos raios
que incidem paralelamente ao eixo ótico

29
INSTRUMENTOS PARA ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO
MOLECULAR NO UV/VIS

➢ Componentes dos instrumentos para espectroscopia


ótica

▪ fonte estável de energia radiante


▪ recipiente transparente para colocação da amostra
▪ dispositivo para seleção de faixas espectrais estreitas
▪ detector de radiação que converte a energia radiante
em sinal adequado
▪ processador de sinal e instrumento de leitura

30
(a) Absorção

Disp. Sel. Proc. e


Fonte Amostra Detector
de  Leitura

Na região UV/VIS, podem ocorrer alterações fotoquímicas nas


moléculas  radiação tem muita energia. Assim:

Disp. Sel. Proc. e


Fonte Amostra Detector
de  Leitura

31
(b) Fluorescência, Fosforescência

Disp. Sel. Proc. e


Amostra Detector
de  Leitura

Disp. Sel.
de 

Fonte Radiação emitida é medida


perpendicularmente em relação à
radiação incidente para evitar as
perdas por espalhamento

32
(c) Emissão, Quimiluminescência

Fonte e Disp. Sel. Proc. e


Detector
Amostra de  Leitura

A fonte de excitação “contém” a amostra


durante a medida

33
COMPONENTES DOS INSTRUMENTOS PARA
ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO MOLECULAR NO UV/VIS

➢ Fontes de Radiação

Fontes ⎯⎯→ incandescentes


⎯→ luminescentes

✓ Requisitos básicos:

▪ fornecer feixe de radiação com potência suficiente para ser


detectada
▪ feixe de radiação contínua ⎯→ conter todos os
comprimentos de onda na região de trabalho
▪ ser estável ⎯→ P0 não deve variar durante as medidas
34
✓ Lâmpada de filamento de tungstênio
▪ Região visível  lâmpada de filamento de tungstênio
com invólucro de vidro
▪ radiação contínua ⎯→ 350 a
2000 nm (2600-3000K)
▪ distribuição de energia
semelhante a do corpo negro
▪ potência varia com a
voltagem
• requer rigoroso controle
deste parâmetro para
obtenção de medidas
reprodutíveis

P = k Vx x= 4

35
OBS:

Lâmpada de W/halogênio (I2)  mais duráveis

▪ filamento aquecido ⎯→ sublimação do W ⎯→ reage com


I2 ⎯→ WI2 (volátil)
▪ moléculas de WI2 se chocam com o filamento aquecido ⎯→
decomposição do WI2 ⎯→ I2 e W depositado no filamento
⎯→ maior vida útil

36
✓ Lâmpada de H2 ou de D2
▪ Região UV ⎯→ Lâmpadas de H2 ou D2 com janelas de
quartzo ( 10 torr)

• H2 ou D2 submetido a descarga elétrica produz espectro


contínuo na região UV (180-380 nm)

D2 + E = D2* = D’ + D’’ + h

E = ED2* = E’+ E’’ + h

37
✓ Lâmpada de arco de xenônio
▪ Passagem de corrente através de atmosfera de Xe
produz radiação intensa
• espectro contínuo entre 200 e 1000 nm  UV/VIS
• elevada intensidade

38
➢ Dispositivos para Seleção de Comprimento de Onda

✓ Têm como função selecionar a faixa espectral desejada para


a medida de absorção

✓ São dois os tipos básicos:


▪ Filtros
▪ Monocromadores

✓ Filtros óticos
▪ Isolam faixas espectrais relativamente largas
▪ Podem ser de absorção ou de interferência

39
✓ Filtros de absorção
▪ São feitos à base de vidros corados ou corantes suspensos
em lâminas de gelatina colocadas entre placas de vidro.
Caracterizam-se por transmitir uma dada faixa de
comprimentos de onda, absorvendo as demais.

▪ Filtros comuns:
• largura da faixa
isolada: 30-50 nm
• T max = 5 - 20%

40
OBS
Comercialmente existem filtros abrangendo toda a faixa do
espectro visível

41
✓ Filtros de interferência
▪ Consistem em uma fina camada de um dielétrico
transparente com baixo índice de refração (p.ex: MgF2, D
= 1,38) inserida entre duas películas metálicas semi-
transparentes (p.ex: Ag) cobrindo as superfícies internas
de duas placas de vidro.

espessura “d”

42
43
▪ Isolam as faixas espectrais desejadas a partir de fenômenos de
múltipla reflexão e interferência construtiva

▪ Condição de interferência construtiva ⎯→ diferença entre os


percursos dos feixes = m’ ( ’ = comp. de onda da radiação
no dielétrico)

▪ Para os feixes 1 e 2

d
mλ ' = 2
cos θ 44
Como:   0 ⎯→ cos   1

Então: m’= 2 d

Relacionando ’ com  (comp. onda no ar)

 = ’ D 𝑠𝑒𝑛1 𝐷 𝑣𝑎𝑟 
= = =
𝑠𝑒𝑛2 𝑎𝑟 𝑣𝐷 ′
Então:
2 d.D = m.

Ex: Para um filtro em que : D = 1,35 e d = 195 nm

m=1 ⎯→ = 500nm
Associação com filtros de
m=2 ⎯→ = 250nm absorção para bloquear
m=3 ⎯→ = 167nm ordens indesejadas
45
▪ Características dos filtros de interferência
• largura da faixa espectral: 10-20 nm
• T max = 35 a 60%
• disponível nas regiões UV/VIS e IV (até 14 m)

46
✓ Monocromadores

▪ Permitem uma variação contínua dos comprimentos de


onda que incidem na amostra ⎯→ são projetados de modo
a permitir uma “varredura espectral”

▪ Atuam dispersando a radiação policromática incidente nos


seus comprimentos de onda constituintes e a partir dai
isolam o comprimento de onda desejado.

47
▪ Componentes:
• fenda de entrada ⎯→ fornece uma imagem ótica
retangular
• lente ou espelho colimador ⎯→ tornar o feixe de
radiação incidente paralelo
• elemento de dispersão ⎯→ prisma ou rede ⎯→
dispersar a radiação incidente nos seus comprimentos
de onda constituintes
• lente ou espelho de foco ⎯→ focar o feixe disperso
sobre o plano focal
• fenda de saída ⎯→ situada no plano focal; é através
dela que o feixe com comprimento de onda selecionado
sai do monocromador
48
Monocromador reticular

Monocromador prismático

49
OBS:
▪ Dispersão não linear dos  produzida por monocromador
prismático

▪ Para dada abertura da fenda ⎯→ varia a largura da faixa


espectral
ex: fenda = 1 mm
 = 250 nm ⎯→ faixa = 1,5 nm
 = 700 nm ⎯→ faixa = 50 nm
50
Solução:

▪ Estreitar a abertura da fenda de saída a medida que


aumenta o comprimento de onda a ser selecionado
• problema ⎯→ possível perda de sensibilidade

51
✓ Monocromadores reticulares
❖ Elemento de dispersão da radiação:
▪ Rede de Transmissão

52
▪ Rede de Reflexão ⎯→ placa de vidro ou metálica polida
com ranhuras muito finas, paralelas e eqüidistantes
traçadas sobre a superfície da placa
• UV/VIS  1000-2000 ranhuras/mm  1400 / mm
• IV  10 – 200 ranhuras/mm  100/mm

53
• Rede “matriz” ⎯→ moldes em resina ⎯→ redes
“réplicas”

• Cada ranhura atua como fenda da rede de transmissão


⎯→ cada  componente da radiação incidente ⎯→
refletido num ângulo  diferente (fenômenos de
interferência construtiva entre feixes difratados em
ranhuras vizinhas) ⎯→ dispersão da radiação

54
✓ Rede ECHELLETTE
• Condição de interferência construtiva  cada  refletido num
ângulo  diferente ⎯→ diferença entre os percursos de
feixes refletidos em ranhuras vizinhas  m

o Para atingir a superfície da


rede, R2 percorre a mais a
distancia x
x = X sen i

o Ao ser refletido pela rede,


R1 percorre a mais a
distância y
y = X sen 

X
m = x - y
55
✓ Rede ECHELLETTE

• Equação da rede

m = X(sen i  sen )
sendo:
m=ordem de interferência
X=distância entre
ranhuras
i= ângulo de incidência
= ângulo de reflexão
 = comprimento de onda
X

i,   mesmo lado da normal  +


i,   lados opostos da normal  -
56
Como m pode variar, serão vários espectros dispersos
sobrepostos

m = 1 ⎯→ maior concentração de energia ⎯→ eliminar os


espectros de ordem superior por meio de filtros óticos
57
OBS:

▪ Rede Côncava
Permite que o monocromador seja construído sem as lentes
ou espelhos de colimação e focalização

▪ Rede Holográfica
Obtida com uso de laser. Neste tipo de rede conseguem-se
linhas com dimensões e formas perfeitas, espectros livres
de radiações espúrias e fantasmas (dupla imagem)

▪ Rede Echelle ( 80 sulcos/mm)


Utilizada em instrumentos para análise multielementar por
emissão
58
Exercício

Uma rede echellette que contem 1450 ranhuras por mm foi irradiada com um
feixe policromático em um ângulo de incidência de 45 º em relação à normal à
rede. Calcule os comprimentos de onda da radiação que deverá aparecer em um
ângulo de reflexão de + 20º, + 10º e – 5 º. Considerar apenas as reflexões de
ordem 1.

59
60
✓ Características dos monocromadores reticulares

▪ Dispersão do monocromador

• Dispersão ⎯→ habilidade em separar  diferentes



• Dispersão angular =

Diferenciando-se a equação da rede (i = constante)

m.d = d ( X.sen i) – d (X.sen )

m d = X cos  .d

dθ m
=
dλ X cos θ
61
• Dispersão Linear (D) ⎯→ variação de  em função da
distância y ao longo do plano focal

dy dθ
D= =F
dλ dλ
• Dispersão Linear Recíproca (D-1) [nm/mm ou Å/mm]

−1 dλ 1 dλ
D = =
dy F dθ

−1 1 X. cos θ
D =
F m

Como os ângulos  são pequenos (< 20o)  cos   1, então:


−1 X
D = = constante  monocromador  construção
mF mais simples
62
−1 X
D = = constante
mF

63
▪ Poder de Resolução

• Capacidade de separar imagens adjacentes com uma


pequena diferença de comprimentos de onda

λ
R= = mN
λ

sendo: N = número de sulcos ou linhas da rede


 = comprimento de onda médio de duas imagens
 = diferença entre os comprimentos de onda

R  m  N 

64
Exercício

Seja um monocromador equipado com uma rede de reflexão com 1250


ranhuras por mm e distancia focal igual a 0,60 m. Pede-se:

(a) Qual a dispersão linear recíproca do monocromador (nm/mm) para m =1 ?

(b) Sabendo-se que 3 cm da rede são iluminados pela imagem da fenda de


entrada, qual o poder de resolução do monocromador ?

(c) Qual menor diferença entre comprimentos de onda que podem ser
separados, no caso de um comprimento de onda médio igual a 520 nm ?

65
66
67
✓ Fendas do Monocromador

Papel importante na performance do monocromador

duas peças perfeitamente


alinhadas
Construção das fendas
bordas paralelas e no mesmo
plano
68
Fenda de entrada ⎯⎯→ atua como “fonte” de radiação

sua imagem deve ser focada no plano focal que contem a fenda de
saída

Se fonte ⎯→ comprimentos de onda discretos ⎯⎯→ série de


imagens retangulares no plano focal

girando o elemento de dispersão

focar uma das linhas na fenda de saída

Se fenda entrada = fenda de saída



Imagem da fenda de entrada será projetada sobre a de saída
quando a posição do monocromador corresponder ao  da radiação
69
Plano focal

70
▪ Efeito da largura da fenda na resolução do monocromador

✓ Largura da banda
Quantidade de unidades de
ajuste do monocromador
(nm) que tem que ser
percorridas para mover a
imagem da fenda de entrada
através da fenda de saída
 (3-1)

71
✓ Largura de banda efetiva (eff)

largura da banda
λ eff =
2

(fenda entrada = fenda de saída)

eff  faixa de comprimentos


de onda que alcançam o
detector para um dado 
ajustado

72
• eff depende de D-1

−1 λ −1
=
X
D = e D
y m.F

• Se y = w (largura da fenda)   = eff

• Então:

eff = wD-1

73
eff = 3 - 2 = 2 - 1

resolução parcial

λ
λ eff =
2
Resolução completa
74
▪ Escolha da largura da fenda
eff  f (D-1, w)

w resolução do espectro  P

• análises qualitativas  fenda estreita (detalhes espectrais)

• análises quantitativas  fenda mais larga (sensibilidade)

75
w  A 
área sob os picos não se altera, mas os picos ficam mais estreitos

w < 0,14 mm  A independe de w

Na prática  espectrofotômetros com fendas ajustáveis ⎯→ obter os


espectros com fendas gradativamente mais estreitas até as absorbâncias
ficarem constantes 76
Exercício

Um monocromador reticular tem D-1 igual a 2 nm/mm e é usado para separar


duas linhas do Na situadas em 589 nm e 589,6 nm. Qual a largura de fenda
teoricamente requerida ?

77
➢ Cubetas

Medidas de transmitância/absorbância ⎯→ substância em


estudo é colocada em células ou cubetas com dimensão, forma
e características de transparência adequadas
▪ material de construção ⎯→ transparente à radiação na
região em estudo
• UV ⎯→ quartzo
• VIS ⎯→ vidro

▪ espessura ⎯→ 0,1 a 10 cm
▪ formato ⎯→ preferencialmente retangular:
• diminuir as perdas por reflexão
• garantir percurso ótico constante

78
79
80

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